Tuca 03/11/2021O que diria a Senhora distinta, a escritora do guia para boas moças, com o qual Griffin havia presenteado as três irmãs, se soubesse que Alexandra, a mais velha delas, andara trocando beijos com o melhor amigo de Griffin no jardim? Apaixonada por Tristan desde a infância, ela sabia que ele, não tendo título algum, nunca seria considerado apropriado para um casamento com ela, a filha de um marquês. Porém, o tempo e o destino tornam o próprio Tristan um marquês, e colocam em Griffin a obrigação de arranjar marido para as irmãs. Mas como Tristan retorna ao continente e é manchado por um escândalo, Griffin não pode permitir que ele se case com Alexandra e macule não apenas a reputação dela, mas também as das mais novas, Corinna e Juliana.
Tristan e Alexandra já estão completamente apaixonados um pelo outro, e suas felicidades se perdem na tentativa inútil de se manterem separados. Será que o amor deles prevalecerá sobre o preconceito social? É óbvio que sim, isso é um romance de época, a gente só vai descobrir como eles vão conseguir fazer isso.
“Irremediável tentação” não foi uma história que funcionou de imediato para mim. Os primeiros cinquenta por cento me pareceram que não saiam do canto com uma mocinha que eu esperava que fosse mais rebelde e obstinada, mas que se submeteu a um conformismo. No entanto, uma certa reviravolta coloca um brilho e um dinamismo à narrativa que a direciona para o rumo que eu queria. Alexandra, finalmente, se mostra teimosa e determinada, e Tristan se revela cada vez mais doce, e bem, “Os Chases gostam muito de doces”.
A escrita de Lauren é viciante, a ponto de que mesmo na parte em que eu não estava animada, eu não queria largar o livro para descobrir quando as coisas iriam começar a acontecer. Além disso, os personagens tem um humor gostoso. Griffin, diversas vezes, vestia os sapatos de uma mãe casamenteira, como Mrs. Bennet de Orgulho e preconceito, porém, com mais bom senso, compreensão e educação. E esse papel em um homem alheio ao universo de moças de boa família, mas que tinha que assumir essa obrigação por questões familiares, faz dele um personagem peculiar e com falas cômicas, especialmente quando sua prima Rachel aparece na história, uma mocinha que diz exatamente o que pensa numa época em que as donzelas não eram educadas para isso. Rachel e Griffin são tão irremediável tentação quanto Tris e Alexandra, mesmo os primeiros sendo coadjuvantes e aparecendo bem menos na narrativa.
Os doces também tomam conta dessa história. E os doces são uma tradição dessa família, a qual eu amei a forma como é inserida. Cada receita tem uma ocasião e/ou um capítulo, e algumas podem ter até mesmo uma superstição. Um toque de mistério, uma pitada de confusão, um pouco daquele amor que luta contra convenções sociais, uma colher de açúcar misturado com escândalo, e uma boa dose de beijos apaixonados e camisolas sensuais são a receita para ser perder em tentação com Tristan e Alexandra.
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