Se deus me chamar não vou

Se deus me chamar não vou Mariana Salomão Carrara




Resenhas - Se deus me chamar não vou


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tuxenb 28/08/2020

Está tudo bem estar em banho-maria
"O conhecimento talvez não seja a melhor coisa do mundo, já não sei se quero tanto assim. Lembrei que quando eu aprendi a ler entrei em desespero, porque descobri que não era mais possível olhar as palavras sem ler. Tentei muitas vezes, queria de volta os desenhos-letras jogados pelas ruas. Letreiros e placas e avisos, foi uma lição sem volta. Tudo o que as palavras dissessem me tornei obrigada a ouvir. Fico pensando quantas coisas não vou
poder nunca mais deixar de saber."

Esse livro é de uma sensibilidade imensa. Mexeu comigo em tantos níveis que nem sei escrever uma resenha a altura dele.

Leiam. Leiam. Leiam.

PS: O livro praticamente inteiro ficou "rabiscado" no Kindle!
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Ayla Cedraz 08/09/2020

À criança que talvez tenhamos sido
Há coisas que pensamos e não podem ser ditas. Ou parecem não poder, porque ferem uma espécie de código que vamos aprendendo ao crescer; um código que garante que as coisas não ditas, só pensadas, não existam realmente. Parece absurdo, mas isso funciona tão bem que realmente acreditamos nessa inexistência.
Até que um dia lemos algo como "se deus me chamar não vou" e uma espécie de alarme soa na nossa cabeça, porque é como se uma voz escandalizada gritasse que é impossível que aquelas coisas estejam ali escritas se na verdade não existem, ou não deviam. Tudo piora quando a voz que escreve se apresenta como uma menina de onze anos, o que (embora haja quem não concorde) significa uma criança. O pior é que a gente logo se acostuma a esse tom-escandaloso-impossível-paratodososefeitosinexistente dessa menina, e é por ele que descobrimos que não podemos parar de ler - o que, suspeito, seja indício de que acreditamos que ali existe uma verdade muito inegável e muito secreta, quase proibida.
Eu sei que muito desse estado escandalizado vem da forma ridícula onde fazemos crescer as crianças, e de onde elas acabam vazando por todos os cantos... a infância pode não ser tão bonita assim como gostamos de acreditar. Na verdade, ser criança pode parecer como um grande grilhão no tornozelo, limitando o caminho, embora os pensamentos e as emoções continuem absolutamente sem limites e sem a menor intenção de esperar. E quem pode dizer que não pode ser o que claramente já é?
Nad' Openthebook 08/09/2020minha estante
Gostei da sua resenha, vou incluir esse livro nos meus desejados! Me instigou a lê-lo ??


Isabella 08/09/2020minha estante
AMIGA, ESTOU HORRORIZADA no melhor sentido de todos! Sua resenha está simplesmente maravilhosa e cativante, eu nunca tinha ouvido falar desse livro mas, U-A-U, agora estou muito curiosa


Ayla Cedraz 08/09/2020minha estante
Que bom! Leiam, sim! kakakaka


Paulo1584 10/09/2020minha estante
Me surpreende uma preciosidade dessas, foi a impressão que me passou quando falou do livro, que é nacional, esteja "escondida". Já está na minha lista e lerei em condições favoráveis, acho que você sabe os porquês hahaha


Ayla Cedraz 10/09/2020minha estante
kakakakaka


Ayla Cedraz 10/09/2020minha estante
kakakakaka :)


Ayla Cedraz 10/09/2020minha estante
kakaka :~)


Queila - Meu vício literário 15/09/2020minha estante
Ayla, não conhecia o livro, mas depois dessa resenha maravilhosa, fiquei curiosa, vou ter que ler. ?????


Ayla Cedraz 15/09/2020minha estante
que bom, queila! acho que a minha intenção era essa kakakaka




Diego 01/03/2022

Se Deus me chamar não vou
Foi uma surpresa essa leitura porque em determinado momento pareceu que estava lendo parte da minha infância.
Alguns gatilhos mas, nada que me despertasse algo. Achei o final um pouco repentino e apressado, mesmo assim continua sendo um dos melhores.
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Toni 03/11/2020

Se deus me chamar não vou [2015]
Mariana Salomão Carrara (SP, 1986-)
Nós, 2019, 160 p. 📖

No primeiro capítulo de “Se Deus me chamar não vou” eu já estava tentando convencer o marido a ler junto. Na metade, quis dar de presente a um monte de gente. Ao final, abracei o leitor digital como quem acha que um abraço cura todos os males, sobretudo aqueles da alma. Narrado por uma criança aos onze anos de idade, o livro faz brotar do universo de simplicidade e pureza uma narrativa sobre depressão infantil, afetividade e a inconsolável melancolia de se viver num eterno agora que se expande em embaraços por todos os lados. Um mundo de "crianças mais solitárias que os velhos". 📖

A criança Toni se viu inúmeras vezes no olhar e nas palavras de Maria Carmem (a leitura me lembrou, a propósito, um poema da Pizarnik: “agora / nesta hora inocente / eu e a que fui nos sentamos / no umbral do meu olhar”). Apesar do ambiente amoroso dos pais, da vida de classe média e da professora que estimula a escrita, pequenas fraturas na auto-imagem e no amor-próprio fazem com que a narradora se perceba como “um bloco de solidão” vivendo “no limbo de quem já fez 11 anos, que é a infelicidade”. Esse olhar melancólico é minuciosamente desenvolvido por Carrara, que junta pequenos gestos, desafetos, medos, vergonhas e frustrações, para construir um “quadro clínico” que culminará numa cena hospitalar de incomparável força narrativa. 📖

Tendo em vista o imenso desafio que é criar um narrador-criança verossímil, Mariana leva a tarefa a muito bom termo. [Não me venham com generalizações como "criança não fala ou escreve assim": para a literatura basta que UMA criança o faça, mesmo que essa criança em questão seja fictícia]. Maria Carmem é tão convincente que nos deixa ávidos por encontrar formas de mitigar sua solidão de "banho-maria". Parece bobo dizer que este romance é sobre crescer muito em apenas um aninho, mas é com essa nota boba de esperança que eu queria terminar meu comentário. #FiquemEmCasa 📖
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Psi.Chrystian 07/02/2022

Se deus me chamar eu não vou
Não posso colocar defeitos no livro, apesar de não ter me agradado muito. A leitura é fácil, mas em alguns momentos um pouco cansativa.

Por outro lado, acho de uma importância imensa os relatos da protagonista, uma garota de 12 anos que escreve um livro sobre o que está vivendo, quase como um diário. Acho que nos faz lembrar da complexidade das crianças, que são tão menosprezadas quando são vistas como infantis. O livro exalta a infantilidade enquanto humanidade, e nos faz pensar, às vezes, em nossa própria infância.
Daniel 02/03/2022minha estante
Lendo atualmente




fev 13/01/2021

Um livro sobre metalinguagem.

Maria Carmem Rosário é uma menina de 11 anos que escreve um livro sobre o que aconteceu em sua vida durante um ano.

É uma felicidade enorme ler o que a Maria Carmem escreve. Nem tudo são flores, mas as situações são verdadeiras. A autora Mariana Salomão Carrara faz um trabalho magnífico ao abordar temas que diante de uma sociedade preconceituosa podem ser vistos como complexos por cabeças já formadas, mas que narrados por uma criança nem sempre contém o mesmo moralismo preconceituoso.

Eu acho magnífico quando autores conseguem capitar o melhor da singeleza das crianças e fazem com que isso transpareça nas histórias que são narradas por elas.

Super recomendo.
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Bren 12/04/2024

No fim das contas estamos todos no banho-maria
"Às vezes minha mãe fala qualquer coisa achando que eu vou esquecer e tudo bem. Quando eu tiver uma filha vou saber que ela não esquece."

Um livro curtinho, poético e muito bem humorado sobre o olhar de uma garota de 11 anos acerca da vida.
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Talita 21/02/2021

Tocante
Livro narrado em primeira pessoa por Maria Carmem, uma menina de 11 anos. A história desperta muitas emoções, de revolta a empatia. Dá vontade de pegar a narradora, colocar em um potinho e proteger de tudo e de todos. Os capítulos são bem curtos e isso dá mais fluidez a leitura.
Reb | @rebpinheiro 21/02/2021minha estante
Esse livro é muito bom!


Marcelinha 22/02/2021minha estante
achei legal?
é religioso?


Reb | @rebpinheiro 23/02/2021minha estante
Não, Marcela! O título engana!! Mas vale a pena ler. É um livro bem curto e muito intenso.


Marcelinha 23/02/2021minha estante
obrigada Reb ????
vou procurar para ler




Stella F.. 09/10/2023

Como uma criança tão nova pode ser tão sofrida?
Se deus me chamar não vou
Mariana Salomão Carrara - 2019 / 160 páginas – Nós

Maria Carmen é uma menina de 11 anos que tem os problemas da pré-adolescência. Sofre bullying na escola por ser gorda e ter os dentes da frente defeituosos, além de ser alta, e como diz a mãe, “só tem tamanho”. Vive em uma família com pais que se adoram, vivem dançando juntos pela casa, mas ela se sente sozinha, eles estão sempre voltados para a própria felicidade, ou assim ela acha. Ela ajuda os pais em uma loja de material hospitalar, que ela chama “loja de velhos”, já que muitos frequentadores são pessoas com problemas de saúde, mais sérios ou não. Se sente muito sozinha e já sente medo da morte: como alguém pode morrer sem ter ninguém por perto? Ela já presenciou vários casos na loja e no prédio em que mora. A avó morreu e parece que deixaram ela esquecida no apartamento, e Carmen fica muito preocupada que a esqueçam.

Carmen adora escrever, é boa em redação e tem o sonho de ser escritora. Está escrevendo aos pouquinhos uma história de sua vida, que pretende que dure um ano, mas já se passou um ano e meio.

Ela gosta do Carlos, um amigo de escola, e pensa que ele também gosta dela. Então quer ter certeza, mas não sabe como agir. Um dia precisa ficar na casa de uma vizinha de 15 anos, resolvem sair para encontram outra amiga. Ela questiona as duas sobre sua situação com Carlos e elas sugerem que ela o agarre. Seguindo o conselho das amigas mais velhas, que ela acredita mais experientes, resolve agarrá-lo e como ele foge dela todos o chamam de bicha. Ela fica triste e arma um escândalo e os pais são chamados.

Nesse meio tempo ela resolve melhorar a situação da loja, que está decadente, e envia um e-mail ao Leonardo, um homem que ela encontrou na internet com um perfil de que poderia repaginar a loja, e melhorar as vendas. A partir desse contato, ele praticamente vai se tornar integrante da família. Estará sempre junto com a família, às vezes com a mãe, ou com o pai, ou todos juntos. Ela percebeu que a mãe tem estado mais vaidosa e feliz e o pai, sem saber, foi pego em uma situação esquisita. Ela guardou a informação para si, para tentar entender o que viu. Até o dia da revelação! Ela ficou com vontade de desabafar e dizer tudo que sentia, mas não o fez. Se sentiu mais sozinha ainda porque agora eram três pessoas que se davam bem, e ela ficaria cada vez mais no canto. O Leo adora questionários e em um deles pergunta a Carmen o seguinte: "O que é muito triste no mundo? Respondi mulheres. Depois outro dia ele veio me perguntar por que eu respondi assim, e eu não disse nada. Acho as mulheres muito tristes, algumas usam véu, outras têm muitos filhos que puxam o peito, outras ficam na calçada trabalhando pros homens, outras levam muito soco." (pg. 46)"

Ela não consegue dormir e tenta fazer um pacto com deus, e como não dá certo, vai fazer um pacto com Jesus na escola, em uma estátua. E fica na dúvida se deus existe ou não, ou só está ocupado e não pode ficar preocupado com o seu sono. “Agora, desde que deus demonstrou que não existe ou não liga a mínima para minha insônia, quando não consigo dormir eu brinco de contar histórias dentro da cabeça, são histórias-que-envolvem. [..] “Uma história que envolve vizinho morto, envolve deus chamando, envolve uma loja de velhos com produtos desatualizados, envolve sanfona, envolve um garoto perfeito chamado Carlos que não gosta de gordinhas, envolve menstruação e cólica. (pg. 125)

Maria Carmen tentava lidar com a morte, com o bullying, com o casamento a três dos pais, com o próprio corpo, com um vazio que sentia, e ia escrevendo tentando lidar com sua vida. Sofria por ter que dividir o pouco amor e atenção dos pais com um terceiro, do qual ela gostava e não gostava ao mesmo tempo. Tinha um sentimento em relação aos colegas de escola, bem estranho, já que ao mesmo tempo que sofria discriminação, se sentia alguém quando eles ficavam em volta dela, a maltratando, até um dia que levou um tapa na cara. Era um tipo de atenção, de ao mesmo tempo causar sofrimento, causava um alívio, não se sentia tão sozinha, mas via que logo depois eles a esqueciam, ela não era importante. Um dia os pais descobrem seu livro, e lá ela conta tudo sobre a vida dela e dos pais. Eles não sabem o que pensar. Acham que é só um diário de adolescente, que logo ela deixará de lado, e ela fica muito sentida. Resolve eliminar o livro, mas o joga na lixeira do computador. Após um entendimento entre os adultos ocorre um suspense e todos juntos pensam em um final para o livro de Carmen.

A última cena do livro é bem legal, um respiro em tanto sofrimento!
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@pedro.h1709 06/07/2020

Se Deus Me Chamar Não Vou
Eu vi este livro pela primeira vez na página do Skoob de outra pessoa, mas não sabia nada a respeito da autora nem sobre o tema do livro. O título foi o que mais me chamou a atenção, li a sinopse e acreditei se tratar de algo semelhante a um diário, o que realmente é, mas ficcional.

Durante o livro, a jovem protagonista chamada Maria Carmem, que almeja ser escritora, é ensinada que seus livros podem se misturar com alguns fatos. Me pergunto o quanto da vida de Mariana Salomão Carrara está impresso nessas páginas.

O livro aborda temas como a exclusão, o bullying, o preconceito, os pais, a morte e deus com um tipo de diversão melancólica. Confesso que ao começar a ler, não consegui deixar de virar páginas; é uma escrita leve e envolvente.

Também fiquei muito surpreso pelas dificuldades que Maria Carmem enfrentou em casa e na escola, realmente são situações pouco esperadas e raramente comentadas.
Terminei o livro sem ter muito o que dizer.
Marilia258 06/07/2020minha estante
O título é ótimo kkkkk


@pedro.h1709 06/07/2020minha estante
Realmente kkk




Mary 24/12/2020

Um livro bem interessante que tem como protagonista uma menina de 11 anos, que em muitos momentos passa por situações bem complicadas e por ser uma criança tem uma compreensão diferente e um modo único de ver essas situações.
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cinnamongirl612 29/03/2023

Um livro que teria sido interessante ler aos 11 anos tanto quanto foi lê-lo hoje, já adulta. Sob a ótica de uma criança, a narrativa aborda temas sérios, como crescimento, família, bullying, morte, de uma maneira bastante sensível e única.
Elineuza.Crescenci 29/03/2023minha estante
Gostei desse livro.




Lavinia Teodoro 28/08/2020

Leve e do cotidiano
Carmem é uma menininha em banho Maria que vai nos contar a história de um ano da SUA vida.
Ela diz que cada ano é único para cada pessoa, e que este é o dela. Seus 11 anos.

" Esta é a história deste ano, deste meu ano, não do ano de todo o mundo, porque cada um está tendo um ano todo seu e eu só posso contar a história do ano que é meu. A não ser quando eu for escritora, aí sim vou poder contar a história do ano dos outros."

O livro é pelo olhar de uma criança, que está descobrindo as coisas. É meigo e ela fala de muitos temas.


Eu achei o livro muito bom. Ele é curto e não fica se prolongando, é direto. Carmem está aprendendo a viver, apreendendo a escrever. Ela é um amor, me apaixonei por ela. Apesar de ela ser meio dramática e ter uma autoestima muito baixa. As vezes ela é precipitada demais, mas isso não tira do livro a meiguice. É lindo.

A escrita é ótima. Te cativa do início ao fim. A Carmem escreve um livro, mas você se sente como a melhor amiga dela, ouvindo-a falar. É doce!

Vou deixar aqui um trecho do livro, é longo, mas diz muito sobre o livro:

"TRINTA E UM
Agora, desde que deus demonstrou que não existe ou não liga a mínima para a minha insônia, quando não consigo dormir eu brinco de contar histórias dentro da cabeça, são histórias-que-envolvem-. Fico pensando assim bem quietinha na cama que eu vou contar uma história que envolve animaizinhos, e envolve os meus pais, e o Leo, uma história que envolve macarrão, e uma professora, que envolve meninos de pé bem perto de mim, chamando de vagabundinha, daí se a história começa a envolver coisas muito pesadas eu começo de novo, vou contar uma história que envolve animaizinhos, e um cachorro que gosta de deitar de barriga pra cima, envolve uma viagem de carro pra praia, envolve um filme muito engraçado e cinco amigos novos que interfonam no meu prédio e pedem pra eu descer, envolve bolsa de água quente. Uma história que envolve um desastre de avião em que eu sobrevivo saltando de guarda-chuva sobre o mar, envolve entrevistas à imprensa, envolve coragem, uma história que envolve muitos namorados, ou pelo menos um, envolve bolo de chocolate com doce de leite, envolve dez cavalos azuis. Uma história que envolve vizinho morto, envolve interfone tocando na casa do vizinho morto, envolve deus chamando, envolve uma loja de velhos com produtos desatualizados, envolve sanfona, envolve um garoto perfeito chamado Carlos que não gosta de gordinhas, envolve menstruação e cólica, uma história que envolve o funcionamento dos limpadores de para-brisas na chuva, envolve uma senhora comprando uma coluna nova para o marido, material hipoalergênico. Envolve uma rara doença em que quanto mais se come mais se emagrece. Envolve um pudim em banho-maria. Envolve Maria Carmem, envolve Maria Carmem campeã do concurso de dança na televisão. E de canto. Essa é uma história que envolve homens maus, homens no estágio em que ainda não ficaram bons como meu pai e o Leo, envolve meninos, meninos que são homens muito maus, envolve o diretor de uma escola, envolve uma vizinha que não gosta de sexo e uma amiga que tem cólica, envolve dor de barriga, essa é uma história que envolve cocô, muito cocô, uma história que envolve também o desaparecimento das paredes, as residências pairam no ar, uma história que envolve apartamentos flutuantes sem paredes, envolve chuva enquanto as pessoas veem televisão sem paredes, acenam para o vizinho da casa flutuante ao lado. Uma história que envolve vizinhos que depois de uns meses sem parede já não notam as casas ao lado, uma história que envolve casas sem parede que depois de um tempo ficam como se tivessem parede, e ninguém nota que um vizinho está morto, mesmo sem paredes. Uma história que envolve cheiro de morte, e envolve cheiro de pastel fritando, e envolve um livro publicado em todos os países, uma fila gigante para autógrafos, e envolve dois gatos que aprendem a trancar o cachorro no armário pra roubar a comida dele, e envolve o dia de ir todo o mundo pelado no colégio, envolve todos sem coragem de olhar pro colega, e envolve muitos aniversários, e a aquisição de um banheiro próprio, envolve uma loja de jovens em vez de uma loja de velhos, uma loja com música e bebida, envolve as luzes que se mexem dentro do olho quando a gente fecha a pálpebra depois de olhar o lustre, envolve final de novela, e uma criança com as duas mãozinhas no vidro de um aquário gigante tentando entender o polvo. Envolve um polvo lento e rosa. Envolve o barulho do pneu passando devagar na rua molhada de noite. Daí uma hora eu consigo dormir. Dormir envolve muitas coisas."
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Carol.Macedo 26/08/2020

Coração quentinho
Se você está procurando algum livro pra aquecer seu coração ou juntar as mil partes dele que se despedaçou com outro, esse é o livro certo! Um livro escrito do ponto de vista de uma criança de onze anos muito esperta que apresenta umas curiosidades, ideias e respostas a questionários muito geniais e espertas. Fala sobre amor, bullying, curiosidades da Carmem, família, solidão, processo de escrita e mais amor. Uma leitura recompensadora!
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