Carolina Veiga 07/08/2010
O Ovo e a Galinha
Li esse livro há muito tempo, mais ou menos aos 17 anos. Era leitura obrigatória para o vestibular para o curso de Jornalismo. Como é de se imaginar, na época, não entendi. Eu era uma adolescente que preferia TV aos livros. Era... no pretérito mesmo. Mas, lembro que um conto sempre me marcou. "O Ovo e a Galinha".
Sempre lembrei desse título. Lembro que tinha sido minha leitura mais difícil. Acreditava que ela estava tentando adivinhar quem tinha nascido primeiro e que a resposta dependia de quem se olhasse primeiro: o ovo ou a galinha? Inocência.
Relendo o conto, cheguei a conclusão:
No início do texto, já tentaram substituir a palavra "ovo" pela "amor"? Tentem.
Acredito que é disto que Clarice fala. Não do amor carnal apenas. Mas, do amor a vida, do amor ao próximo, do amor subjetivo, sem preconceito, sem definições.
Se ela desejou transmitir uma mensagem com esse texto, para mim foi: No amor está a felicidade. Na simplicidade está o amor. O julgamento, os rótulos, as definições nos tiram a possibilidade de olhar para o mundo e ver a verdade contida nele. Não vendo a verdade, vendo através de nossos olhos (entupidos por nossas opiniões e pré-conceitos) deixamos de ver o simples, deixamos de ver o fato como ele é.
Prestem a atenção quando ela fala da cor do ovo, por exemplo.
PS: Posso estar errada. É bem possível que esteja. Mas, se aprendi algo lendo Clarice ontem e hoje é: o significado depende do que você tem em mente. Neste caso, do que EU tenho.