ana :) 09/09/2021
"Tudo o que em mim não prestava era o meu tesouro"
Uma coletânea de contos. Alguns legais e interessantes, outros cansativos e arrastados. No geral, para meu primeiro contato com a autora, foi bem razoável.
Meus contos favoritos foram:
- Felicidade Clandestina, que pesquisando descobri ser uma instropecção de Clarisse.
"Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Para que eu já pressentia." (p. 9)
- Uma Amizade Sincera, que é sobre deixar ir e não prender, o que não significa necessariamente ser ruim.
"Só depois eu ia compreender que estar também é dar." (p. 12)
- Perdoando Deus, uma reflexão sobre amar Deus de uma forma maternal e de uma forma egoísta, de um jeito possessivo. Talvez o meu preferido.
" Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente." (p. 35)
"É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda." (p.35)
"Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho da minha natureza?" (p. 36)
"Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus." (p. 36)
"Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe." (p.36)
- Uma Esperança, bem literal, mostra como a esperança, como um inceto e sentimento, é frágil.
"Parece que a esperança não tem olhos, é guiada pelas antenas.
Ela se esqueceu de que pode voar, e pensa que só pode andar devagar assim." (p. 76)