Moonshadow

Moonshadow J.M. DeMatteis...




Resenhas - Moonshadow


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Djeison.Hoerlle 06/06/2021

Tratei de tirar meus 4 dias de feriadão para fazer a coisa que mais gosto, e que menos consigo em meio à rotina ansiosa de trabalho e estudo: absorver cultura. O alvo da vez foi um achado raro nas prateleiras virtuais do Shopee, uma edição de Moonshadow pela Pipoca e Nanquim, há muito esgotada e alvo recorrente dos Mercenários Livres.

A edição parruda de quase 600 páginas não foi vencida em um único dia por mim, como de costume - foram necessários quatro - e olhando para a primazia do seu conteúdo, acredito ter sido o ritmo ideal para o deleite da obra.

E embora a sinopse atípica nos transporte para o plano das odisseias espaciais, produtos corriqueiros da ressaca da estreia de Star Wars, Moonshadow tem um tom que nos remete muito mais a Dickens do que George Lucas. Os recordatórios narrativos de nosso protagonista já idoso, comentando de forma cínica e irônica as tolices de suas aventuras pueris são provavelmente os textos em prosa mais lindos que já me deparei em quadrinhos. São ácidos, críticos e exalam aquela confiança de um autor apaixonado por sua obra, do mesmo tipo que vemos em Memórias Póstumas de Brás Cubas. Confiança essa que na minha condição de aspirante a escritor, me entorpecem todos os sentidos possíveis, convergidos na inesgotável imaginação que os bons leitores trazem consigo.

Antes de falar da arte, acho justo atribuir um parágrafo a Ira, uma espécie de Charles Bukowski travestido de Primo It. O personagem, desprovido de qualquer senso de moralidade, individualista e sexualmente insaciável, é o principal condutor das romantizações do nosso protagonista, calcadas em uma visão de mundo construída a partir dos livros, o que por si só já serve para a criação de situações narrativas tecidas de formas improváveis e ricas de significado. Ira é um amigo, um obstáculo e uma inspiração para Moon, tudo ao mesmo tempo, e é nesse caldeirão que surgem as melhores passagens da obra.

Acredito que até aqui eu já tenha lhe convencido, caro leitor, de que a obra em questão é um produto literário ímpar. E como é de se esperar, uma obra de tamanha pomposidade precisa de um direcionamento visual que no mínimo, faça jus. E não, essa não foi uma alfinetada em Sandman. Foi um murro no queixo. Mas cheio de carinho e ternura. Prossigamos.

Jon J Muth, em meio ai uso de nanquim e aquarela, cria composições artísticas dignas do Renascimento italiano, isto é, se você ignorar a presença de uma Lua sorridente e um parente do Chewbacca com um charuto entre os dedos. É tudo muito belo, e casa perfeitamente não apenas com os recordatórios de DeMatteis mas também com toda a aura que a história se propõe a criar.

No final das contas, temos uma dupla criativa, virtuosa e apaixonada, entregando aquilo que provavelmente é uma das coisas mais fantásticas, ricas e acessíveis (não financeiramente, claro) que já tive o prazer de ler, isso tudo em uma época que o próprio selo Vertigo ainda estava em seus primórdios.

Sei que tá um parto para achar, mas se derem sorte de encontrar em um preço que não custe um rim ou um saco de arroz, não hesitem.
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Greice 01/08/2021

Uma arte belíssima e uma história surreal
A arte desse livro é belíssima, uma das mais lindas que já vi. O traço aquarelado do artista faz com que cada página pareça uma pintura. Nesta obra há também muitas referências à poesia e literatura em geral, e a própria escrita do autor é poética. A história trata de temas igualmente belos e muito tristes. Infelizmente, não consegui me conectar com a obra, por ser extremamente mística e metafísica. Não é uma leitura, cuja história é fácil de acompanhar.
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bardo 22/09/2021

Talvez a palavra que melhor defina essa HQ seja pretenciosa, o autor ambiciona demais e entrega muito pouco, o que é uma pena porque a premissa em si é boa e se tivesse sido adequadamente desenvolvida teria rendido uma boa história. O começo com os misteriosos des-mesus e suas atitudes enigmáticas e seu zoológico foram bastante promissores, a concepção do personagem principal e o início de sua jornada também. O problema é que a partir daí o autor se perde na sua tentativa de Oliver Twist espacial em sua jornada de amadurecimento que desafia a suspensão da descrença do leitor e muito mais a sua paciência. Não bastasse a inocência irritante do protagonista e as aparições fantasmagóricas de seus pais temos ainda o irritante Ira que de tão caricato torna-se inconcebível. Os arcos se seguem fazendo cada vez menos sentido, até a experiência final de amadurecimento que mais parece uma bad trip. O tom impreciso só piora tudo, em diversos momentos o autor quer emular uma inocência que entediaria uma criança para a partir daí despejar pretensas obscenidades que somente são palavras de baixo calão e insinuações sexuais tolas. Ah e os inícios dos capítulos remetendo aos livros preferidos do protagonista e prováveis inspirações só servem para quebrar o ritmo e mostrar quão fraco e medíocre é o material proposto em comparação ao que lhe teria inspirado.
Nesse volume para além da história de evolução do personagem, temos ainda uma história de sua maturidade; história em si mais concisa, mas que também tem um ritmo bem irregular. A mistura de texto e quadrinhos é meio caótica e o final, bastante óbvio chega como um alívio e não como o clímax de uma história interessante.
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Betinha 27/04/2013

Indefinível
O volume conta a história de Moonshadow, um garoto que é fruto da relação entre Sunflower e uma dessas criaturas imprevisíveis, que espalham o caos pelo universo e se divertem com isso. Temas como o desespero, a solidão, a religião e a guerra estão presentes na obra de forma tão arrebatadora que o desespero toma conta do leitor enquanto a trama se desenvolve.

Essa coleção é muito significativa para mim porque foi por meio dela que tive contato pela primeira vez com autores como William Blake e William Butler Yeats, já que o início de cada volume continha um autor de língua inglesa.

Coleção maravilhosa para ter/ler/reler.
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CLOVINÃTICO 19/08/2020

MOON
"não poderia depreciar esse sentimento usando palavras, elas não seriam suficiente"

Esse livro/quadrinho é incrível, o modo com que ele utiliza as palavras é perfeito é uma mescla de quadrinhos literatura e poesia e.... Sério....o desenvolvimento de personagem é incrível ele é ao início frágil inocente e ingênuo e com uma ideia romantizada do mundo e ao longo da trama ele desenvolve mais idéias e sofre um choque com a realidade que antes desejada e romantizada se torna algo assustadoramente real tudo o que eu escrevi nessa resenha tem no vídeo do canal do pipoca e nanquim eles tiraram as palavras da minha boca e fizeram um trabalho incrível com esse livro ( a e esse livro é daquele tipo o pequeno príncipe se lê uma vez quando é criança e acha incrível lê quando é adulto e acha melhor ainda é um livro p vida toda então.....LEIALEIALEIALEIALEEEEEEIA PESSOA TU NÃO VAI TI ARREPENDER)
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Alessandro232 04/01/2020

Um clássico que redefiniu o modo de ler e fazer histórias em quadrinhos
"Moonshadow" é uma graphic novel que mudou a maneira de se produzir histórias em quadrinhos nas grandes editoras norte-americanas -Marvel e DC, respectivamente-, durante os anos oitenta. Por isso, a sua publicação possibilitou o surgimento de outras obras importantes, tais como "Sandman" e "Liga Extraordinária", somente para citar algumas que trouxeram para as hqs novas e importantes inovações estéticas e no uso de recursos narrativos.
O roterista J. M. Demattis em seu "conto de fadas para adultos" explora com muita sensibilidade, temas bastante complexos, "literários" e ás vezes difíceis de serem abordados em formato de hq, tais como: a solidão, o abandono material, a morte, a insanidade, os horrores e traumas de guerra, a importância da memória, o despertar sexual e, principalmente a busca pelo sentido da vida - que aparece de maneira destacada em "Blood", outra obra do mesmo autor lançada pela PN.
Também em "Moonshadow",Demattis faz várias críticas a sociedade de consumo, ao autoritarismo a a hipocrisia religiosa. Por isso, sua leitura não é muito fácil e exige-se um pouco de paciência do leitor, que encontra aqui um bom material para reflexão sobre questões sociais, filósoficas, e até mesmo metafísicas sobre a condição humana.
Além disso, o enredo de "Mooshadow" é construído e cheio de referências a vários clássicos da literatura universal tanto em prosa como poesia. Em sua narrativa metaficcional e com várias camadas de significados, essa graphic novel faz uma espécie de cruzamento entre "David Copperfield", de Charles Dickens - sua principal referência-, com "Matadouro Cinco", de Kurt Vonnegott, space operas e outras obras da literatura fantástica. É por ter suas origens em obra de Dickens, que "Moonshadow" pode ser considerado uma espécie de romance de formação em forma de quadrinhos, assim como em seu enredo mirabolante estão reproduzidas as várias etapas mesmo que ás avessas da chamada "jornada do herói".
A obra também tem seu ponto forte na incrível arte aquarela de John Muth. Muth cria imagens pictórias de grande impacto visual que enchem os olhos do leitor, de rara beleza com a colaboração de outros dois artistas gráficos igualmente talentosos: George Pratt e Kent Williams, que também ilustrou "Blood" .
Com um narrativa irônica, lírica e ás vezes comovente, na qual se destaca a "voz" de seu protagonista cativante e inesquecível, "Moonshadow" é um clássico entre as chamadas "graphic novels" . Trata-se sem dúvidas, de uma obra que foge do estilo convencional e causou uma ruptura na maneira de se produzir e fazer hqs nos anos oitenta nos USA.
"Moonshadow" é mais indicada para aqueles que gostam de quadrinhos com uma "pegada" mais artística. Agora publicada pela PN, essa nova edição é muito caprichada, com um tratamento gráfico que a obra merecia há muito tempo. Ela é uma cópia fiel da norte-americana lançada pela Darkhorse e tem uma ótima tradução de Erico de Asssim que conseguiu captar nela as nuances do texto irônico e inteligente de Demattis. Além de compilar as doze edições da mini-série e de vários extras que descrevem as fases do processo de criação da obra, também temos o acréscimo de "Adeus, Moonshadow', uma graphic novel que mistura texto e ilustrações para narrar eventos que se passam depois da adolescência do protagonista e conclui sua narrativa com um desfecho que para mim é um dos mais bonitos e comoventes que já vi na nona arte.
"Moonshadow" é um clássico e uma obra-prima que redefiniu o conceito de quadrinhos. Vale muita a pena sua aquisação!
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Nayana 21/05/2022

Espetacular
Uma obra espetacular, não há adjetivo que melhor descreva a complexidade e intensidade dessa HQ.
A obra é sobre uma aventura de autoconhecimento, descoberta da vida e das emoções. Aquela exploração da infanto-adolescência de uma forma emocionante e muito peculiar..., mas não espere um mar de flores! A história é pesada e traz muitas reflexões profundas.
Moonshadow - Pop-Poof-Ping! ? é um clássico das histórias em quadrinhos, criado por J.M. Dematteis e Jon J. Muth. Essa edição da Pipoca & Nanquim é uma das coisas mais lindas que tive na vida.
Nessa HQ acompanhamos a trajetória de amadurecimento de Moonshadow (personagem principal), filho de uma terráquea hippie e um ser alienígena (Desmesus ? misteriosa raça de esferas ?deuses?). É tocante como é mostrada a inocência de Moon (eterno sofredor e bom coração) e sua jornada do despertar, contada como uma espécie de autobiografia de quando ele já é muito mais velho, praticamente um romance com imagens.
Uma das coisas que mais me chamaram atenção na história e foi um verdadeiro deleite foi o Ira, que acompanhou o inocente Moon e fez um papel muito importante em toda a aventura. Ele me arrancava diversas risadas e me instigava a pensar quão bom são os canalhas afinal! Rs O fiel gato Frodo de Moonshadow não foi tão explorado na história, mas sinto que essa HQ também seria interpretada de forma diferente dependendo da fase da vida que você a lê.
Ao longo do mar de desbravamentos, confusões e mistérios, temas como política, religião, filosofia, sexo, amor, guerra, morte e vida são tratados de forma fantástica. O fluxo da história não te cansa, mesmo sendo uma HQ de 500 páginas, e o traço é tão lindo que muitas vezes me via surpreendida com a delicadeza e beleza de cada página. ?Moonshadow? foi reconhecida como a primeira graphic novel inteiramente pintada. O que reflete em muito a peculiaridade e como é comovente.
Em cada capítulo, outras obras e livros são citados ao início e vinculadas a história, é simplesmente um carinho no coração dos amantes leitores. Saí da leitura com a lista de leituras maior ainda! haha
Ao final da HQ, temos muitas informações extras nessa edição, como páginas originais do roteiro e as ideias preliminares que deram origem a ela, lista de livros preferidos do Moonshadow (achei sensacional!) etc.
Um conto de fadas para adultos que precisa estar na coleção de todos os leitores de HQs SIM ou SIM! Melhor compra dos últimos tempos e já estava no hall dos favoritos no primeiro capítulo!
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AzerHard 08/07/2020

Uma viagem pelo autoconhecimento.
Depois de ler essa obra eu finalmente entendi o motivo dela ser considerada um clássico da nona arte. O plote dela é algo que nos dias de hoje pode ser considerado clichê, mas a forma que o autor aborda esse tema, aliado a arte que encontra-se em cada quadro, torna essa obra única e essencial para os fãs de quadrinho e, até mesmo, os de literatura.
Luigi.Schinzari 08/07/2020minha estante
Adoro esse quadrinho! Belíssimo!




kaiorodaelli 14/07/2020

Clássico
Moonshadow se tornou a minha HQ do Pipoca & Nanquim preferida. A arte é espetacular.
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Jao 01/08/2020

Profundo, triste e encantador!
Confesso que o motivo que primeiramente me fez querer ler moonshadow foi sua arte, que é simplesmente magnifica, totalmente estilizada e que acaba caindo como uma luva para a historia aqui contada. Apesar de se passar em diversos planetas moonshadow flerta com a estranheza, porem sempre deixando uma mensagem muito forte e inteligente através das situações, fazendo com que o leitor crie um carinho muito grande por todo esse universo. Triste, crua, verdadeira, profunda e linda, são essas as palavras que definem essa HQ.
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Edson 14/08/2021

Obra-prima
Não tenho palavras pra dizer como isso aqui é espetacular. Está MUITO além de quadrinhos. É literatura e artes plásticas. Uma obra profunda, reflexiva, lírica, com infinitas em camadas possíveis de interpretação e ainda assim, uma aventura deliciosa de se ler, por vezes leve, divertida, agitada, muito engraçada. Eu esperava algo mais abstrato e de difícil assimilação, mas não é o caso. É perfeito, não peca em nada. Merece muitas releituras. Obra-prima definitiva de toda a história dos quadrinhos mundiais. Fazia tempo que eu não gostava tanto de algo.
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Mari Siqueira 20/11/2020

Uma verdadeira obra de arte, Moonshadow é, sem dúvidas, um conto de fadas para adultos. É uma graphic novel primorosa que combina as aquarelas de Jon J. Muth com o roteiro impecável de J. M. DiMatteis. Considerada a primeira história em quadrinhos totalmente ilustrada em pinturas, Moonshadow é complexa, sensível e única.

Acompanhamos a história do despertar do protagonista, que nasceu sob circunstâncias nada comuns em um zoológico espacial. Sua mãe, Sunflower, é uma humana sonhadora, que foi abduzida por criaturas de uma poderosa e misteriosa raça alienígena. Ele é, então, fruto do cruzamento dessas duas raças, um garoto peculiar como suas origens.

Isolado das outras criaturas, Moon cresce cercado por livros e música. Com a influência de sua mãe, que era hippie nos anos 70 e acredita no poder do amor e da paz, ele se torna um romântico, otimista e tem um coração genuinamente bom. O problema é que o universo não retribui bons corações com bondade.

Sua jornada se inicia a partir do momento em que ele é dolorosamente expulso por seu pai do zoológico que sempre chamou de lar. Levando consigo apenas as lembranças dos livros que leu, sua mãe e seu melhor amigo - que na verdade, o odeia - Moonshadow vai aprender que a vida é muito mais do que fantasia. Há beleza, amor, tristeza e dor nos esperando.

Repleto de metáforas incríveis, o livro vai se tornando menos surrealista a medida que Moonshadow vai amadurecendo, porém nunca perdendo sua aura fantástica. Vemos o mundo pelos olhos do puro milagre que Moonshadow é, cada acontecimento e personagem bizarro que encontra com ele é um contraste perfeito do que ele vê e do que ele é. O livro traz temas importantes como homossexualidade, religião, capitalismo, política, loucura, morte e, principalmente, a compreensão da existência.

Seu final é belíssimo, um dos mais bonitos que eu já pude ler. O livro que é um compilado de todas as edições da série foi publicado aqui no Brasil com primor pela editora Pipoca & Nanquim numa edição em capa dura, com qualidade e conteúdos extras que tornam ainda mais mágica a experiência do leitor. O velho Moonshadow te convida a ouvir sua história, é um mergulho fantástico nas memórias do garoto mais incrível que conheci. Terminei a leitura com lágrimas nos olhos, contemplei o céu e a lua sorria para mim.

site: http://instagram.com/sobreamorelivros
Brunno 20/11/2020minha estante
Ótima resenha! Confesso que não tenho o hábito de ler graphic novels, mas essa parece ser uma daquelas impossíveis de não amar.




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xblacky 27/05/2022

sublime!
esse é um dos quadrinhos que eu mais demorei para ler, ele é bastante literário em sua narrativa e acho que podemos dizer que é quase um romance de formação.
é uma ótima obra para quem vem dos livros e quer se aventurar em quadrinhos, o próprio capítulo final lembra um livro ilustrado.
o legal aqui é que temos várias aventuras interplanetárias com personagens bem distintos.
a história é linda e acompanha uma arte de encher os olhos, muito diferente do habitual.
vale a pena dedicar um tempinho para ler.
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