@bookss505 04/02/2024Todo mundo só finge que é adulto.Aos 26 anos, Antônio não tem mais vergonha de admitir o quanto estava ansi0so para o comeback do Triple J, sua boyband favorita. Ao anunciarem o retorno, Antônio decide que irá madrugar na fila para conseguir seu tão sonhado ingresso.
Após apelar para seus amigos, e receber um não como resposta, Antônio vai sozinho pernoitar na fila. Seja por destino ou sorte, ele acaba por conhecer Gustavo, um dos poucos jovens da sua idade naquela fila repleta de adolescentes de 16 anos. Em meio a uma noite fria, fãs barulhentos e um chão duro, Antônio e Gustavo vão descobrir que pernoitar naquela fila não foi uma ideia tão ruim.
Vitor Martins tem o dom de conquistar o leitor. Em menos de cem páginas ele conseguiu construir uma história para ambos os personagens, abordar as reflexões e medos de todo adulto que está mais próximo dos trinta do que dos vinte tem, criar um romance fofíssimo e de quebra nos deixar com o coração quentinho.
Antonio aos vinte e seis anos demonstra o quão foi difícil para si aceitar que está tudo bem gostar de coisas consideradas “de adolescente” e continuar sendo um adulto funcional. Eu, como uma jovem adulta de vinte e seis anos, me senti incrivelmente representada e acolhida nessa narrativa.
O casal, Antonio e Gustavo, foi uma delicinha de se ler. Sentados na calçada em meio a tantos adolescentes, eles criam uma atmosfera só deles. O desenrolar desse casal foi incrível, inesperado e seria algo que facilmente aconteceria na realidade. Amo o Barbudinho e o Moletom.