O quarto de Giovanni

O quarto de Giovanni James Baldwin




Resenhas - Giovanni


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Larissa 03/07/2021

Foi a minha primeira obra do autor James baldwin, uma coisa que eu gostei muito foi a escrita que envolve bastante os sentimentos e a analogia ao quarto. O livro demonstrar muito a vergonha da aceitação e o medo que david sentia a todo o momento, em como ele vai machucando as pessoas por causa desses sentimentos.
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Marcos 14/04/2020

Por trás do muro
Giovanni revela a angústia represada pela sexualidade. Todos os tijolos assentados pela normalidade social que amedronta e suprime o indivíduo. Ser homem é ficar atrás de um muro. Não é sobre homossexualidade somente mas os padrões, os papéis prontos a priori para os quais nos moldamos e esse suicídio voluntário do indivíduo é naturalizado... "A falta de amor que mata multidões", parafraseando a fala de um personagem.
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arethasoyombo 08/03/2024

O que acontece quando temos medo de amar?
Eu conheci o James Baldwin em 2017, quando fiz uma matéria sobre literatura afro americana na faculdade. Ali eu lembro de ja ter me encantado pelo história dele e pelos temas que ele geralmente traz em suas obras. O único romance do autor que tinha lido até então era ?Se a Rua Beale Falasse? que é um dos meus livros favoritos da vida. Justamente por isso, eu tinha uma expectativa alta com ?O quarto de Giovanni?.
Eu ja sabia que Baldwin não tinha abordado a temática racial nessa obra, o que me causou espanto no primeiro momento, mas depois me fez ter outra percepção em relação a isso, uma vez que não é pelo fato dele ser negro que ele obrigatoriamente precise escrever sobre e apenas temáticas raciais. O quarto de Giovanni, diferente do que eu imaginava, é um livro que fala sobre o que acontece quando uma pessoa tem medo de amar.

Eu comecei o livro achando ele meio parado, a escrita do Baldwin não é rebuscada, mas muito refinada, e isso me prendeu apesar de que não tinha conseguido, no primeiro momento, ter uma empatia pelos personagens. Por nenhum deles. Mas a partir da segunda parte, eu consegui me conectar com os personagens principais, e apesar de ter achado o David muito chato, problemático e egoista, eu conseguia, pelo menos um pouco, entender o lado dele, e até me afeiçoar a ele. Pra mim, isso prova como a escrita de James Baldwin é boa, porque mesmo o protagonista sendo um chato, você ainda é capaz de simpatizar e tentar acolhe-lo.

Eu acho que eu preciso falar sobre a edição e o trabalho da editora Cia das Letras, que foi sensacional em trazer um posfácio maravilhoso escrito pelo Hélio Menezes e ainda uma breve biografia do autor escrita por Márcio Macedo. Tudo isso deu um toque final na obra, fazendo a gente refletir sobre a historia, sobre o autor e sobre as questoes da vida e o medo de amar. Ou o medo de ser quem somos. Eu acho que gostaria de falar mais sobre esse livro, de discorrer mais sobre os personagens, mas não vou dar spoiler. Não é um livro que eu tenha certeza que muitas pessoas vão gostar e de certo modo eu ate entendo. Nao é um livro rapido de ser lido, ele e muito denso e triste mas ao mesmo tempo, muito bonito.
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Lethycia Dias 27/06/2021

Intensidade pessimista
James Baldwin estava numa lista de autores que eu tinha vontade de ler há um bom tempo. A oportunidade chegou, e foi com curiosidade cada vez maior que mergulhei na história d'O quarto de Giovanni.
Nela, descobrimos aos poucos como David, o protagonista e narrador, conheceu em Paris um rapaz italiano por quem se apaixonou e viu o amor se transformar aos poucos em ódio. Entramos nas lembranças de David quando o relacionamento já está terminado, e já sabemos que as perspectivas são ruins. Entender como isso aconteceu foi uma experiência bem intensa para mim.
A prosa de James Baldwin me envolveu desde o início e me fez viajar pelos lugares e acontecimentos que David se recorda: a pequena aldeia no Sul da França onde está hospedado; as ruas boêmias de Paris; um verão quente e distante em nova Iorque; e o quarto de Giovanni: pequeno, sujo, bagunçado, feio, frio e sufocante. A atmosfera desse último parece se tornar cada vez mais opressiva à medida que o relacionamento dos dois se deteriora.
Lançado em 1956, esse livro me apresentou uma visão da homoafetividade diferente da que estou acostumada a ler em livros contemporâneos, com dois homens bissexuais que ainda não compreendem o que vivenciam, apesar de viverem intensamente. Junto a isso, há também uma forte crise de identidade que domina o protagonista, e que se torna maior a cada página. A relação clandestina, a tentativa de manter a relação com a namorada Hella, as mentiras, a falta de dinheiro e de sorte, a solidão de ser estrangeiro, tudo isso construiu uma história tão bonita quanto pessimista que eu adorei do início ao fim.

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kk3thess 30/07/2020

Há tanto sentimento, tanta alma, tanta vida nesse livro que, para o bem e para o mal, é impossível não sentir algo intenso pelos personagens. A beleza, a dor, a crueldade, a violência... é como se víssemos todas as faces dos personagens, incluindo aquelas que não queremos ver. E isso é, por mais contraditório que pareça, o maior acerto de O Quarto de Giovanni. Os personagens são humanos, complexos e bem construídos como poucas vezes vi.

Por mais que eu ame e priorize o foco em personagens nas leituras que faço, acho que acertar bastante nisso não impede o livro de encontrar um problema quanto à trama. Aqui, ela é basicamente um fiapo, uma desculpa para olhar para os personagens e seus dramas pessoas e, para mim, isso não funciona tão bem assim. É tudo muito rápido e pouco importante. Não seria má ideia elaborar uma narrativa um tanto menos apressada para a trama.

Mas isso é apenas um fator que me impede de avaliar o livro com cotação máxima, pois em momento algum torna a leitura menos envolvente ou menos bela. No fim, O Quarto de Giovanni é uma linda introdução ao trabalho de James Baldwin e estou bastante curioso para ler outras obras suas.
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Matheus656 03/08/2020

Reflexões
Foi um livro que me fez refletir muito a respeito do meu papel como homem gay na sociedade. Encontrei dilemas e tabus que persistem ainda nos dias de hoje.
A princípio a narrativa não havia me prendido muito. Os comportamentos extremamente misóginos dos personagens são difíceis de engolir. A partir do terceiro capítulo da segundo parte senti que o livro se tornou mais dinâmico e me fez suar frio. O capítulo final é extremamente triste. Fiquei mal.
Sinto que é uma obra que vai crescer em mim a medida que eu a digerir.
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Vi 21/05/2022

Um lembrete pra que a gente ame quem a gente ama
James Baldwin disse que esse livro é sobre pessoas que sentem tanto medo que acabam não sabendo como amar direito. Acho que não tem como explicar melhor essa história. David, nosso protagonista, é um covarde. Ele vive fugindo e quando não foge, mente, inclusive para si mesmo. Tudo para se encaixar dentro da realidade que ele acha mais conveniente para ele e para os outros. Mas a forma como James Baldwin narra é tão dolorosa e poética, que faz você entender o arrependimento carregado em cada palavra não dita, em cada afago não dado e talvez seja isso, que não me fez julgar David completamente.
Considerando o contexto da época em que ele vivia, não teria eu tomado as mesmas escolhas?? Quantos lgbts antes de nós foram obrigados a ter coragem pra que hoje o mundo fosse um pouco mais justo com a gente?!

Esse medo que James Baldwin narra é algo com que ele conviveu, afinal era um homem gay no século XX. A homossexualidade era proibida em certos estados dos EUA até 2002. Não faz tanto tempo assim.

Por isso que, apesar da covardia de David, eu vejo a escrita de Baldwin como uma das coisas mais sinceras e corajosas que eu já li. Além de tudo, poética e linda. Fiquei apaixonada e com certeza vou atrás de outros livros do autor.
Leticia 21/05/2022minha estante
Que resenha boa! Deu até vontade de desencalhar minha edição que já está parada na estante há alguns anos. Muito boa sua análise.


Vi 21/05/2022minha estante
Ah muito obrigada Leticia!! Fiquei feliz ??????




Maria Paula de Sá 25/08/2020

É possível ser infeliz em Paris.
Esse foi meu livro de entrada para a escrita do autor, e não poderia ter sido melhor.

O Quarto de Giovanni, definitivamente, ficará em minha memória por diversos motivos, em especial, por tratar da homossexualidade como era de fato na época. Retrata a agoniante história de David, norte-americano, residente em Paris e seu breve romance com Giovanni, imigrante italiano. Foi difícil eu entender que com James Baldwin eu teria de lidar com sua prosa uma hora floreada, noutra sucinta e direta, e isso se fez notar através de seus personagens (pouco ou quase amáveis).
Não, eu não me afeiçoei profundamente, tampouco criei vínculo profundo com nenhum dos protagonistas, mas me identifiquei em alguns de seus pensamentos, modos e falas. Certamente não foram escritos para serem odiados, nem dignos de glória, mas ao meu ver, para representar a realidade do nosso cotidiano. Pessoas são boas e más, não existem heróis na vida real e Baldwin soube representar muito bem. Compreendi tantas coisas, um amor (ou a falta dele) pode sim matar. Pode matar a alma, enfraquecer o espírito e nos levar à perdição.
A melancolia inerente de David fez com eu olhasse para meu próprio umbigo e perguntasse: "Está tudo bem conosco, certo?", pois de tão perdido que ele estava, comecei a achar que eu estava também. Aliás, tenho pontos além de desagradáveis para dizer a respeito desse personagem solitário e indecoroso, começaria explicando-lhe sobre responsabilidade afetiva e o quão importante isto é para a saúde mental dos envolvidos.
Agora, Giovanni poderia se passar por vítima aos meus olhos tranquilamente, mas ele estava tão a mercê da vida, que mal sabia ele no caminho que se enfiava, quase tão perdido quanto David. O desespero por amor comprometeu seu senso em algumas partes do livro, me fez querer pegá-lo no colo diversas vezes e chacoalha-lo também, pois tamanha era a falta de amor próprio. Ademais, protagonistas secundários protagonizaram seus papéis com maestria.
Era fantasioso ver que um americano na famosa Paris podia ser mais infeliz que o próprio diabo, mais eloquente ainda foi ter uma boa noção de como a homossexualidade era vista na época, nem mesmo o solo parisiense, conhecido por seu viés liberal, aceitava certos divergentes.
O romance fez mais sentido ainda para mim depois que li os textos adicionais no final, que explicaram no que essa história foi baseada, cortou meu coração, já que sabemos muito bem que todas as obras de Baldwin são autobiográficas. Recomendaria esse livro para qualquer um, de olhos fechados.

* Assuntos como autoaceitação, racismo, sexo, classe social, sexismo e machismo são pertinentes ao livro.

**Vale lembrar que esse livro foi escrito na década de cinquenta e que algumas falas podem causar estranheza e desconforto.
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Maelen0 15/08/2021

Chorei horrores
- David que esta na França enquanto sua namorada esta na Itália conhecer o barman Giovanni, eles começam um romance escondido e que não acaba bem.

-Descrevo ele livro como triste, é mostruosamente triste, e o ápice dele é a discussão dos dois, e o final que é que quebrar a alma.

- É um romance Homossexual,mas não é só isso, e sim sobre o medo de deixar a pessoa ter ama, e não te medo do amor, David além de sofre de homofobia internalizada tem dilemas com o Giovanni, a quem ele o ama mas que sente nojo desse amor.

-Mostra a fragilidade do homem, uma história crua de amor e sofrimento, infelizmente tem muito mais sofrimento do que amor.

- Um livro que tem gatilho, de homofobia, probleza, morte, estrupo, álcool, assédio, entre outros.

- Leiam com responsabilidade.
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Apollinea 15/01/2022

Não é um livro é um tiro no peito
" Com esse presságio terrível, brotou em mim um odio por Giovanni tão poderoso quanto meu amor "
São tantos trechos estupidamente bons nesse livro que é dificil escolher um só, mas nenhum resume tão bem a obra quanto esse, porque a partir do momento em o protagonista (David) encontra Giovanni seu martir e heroi, toda o enrredo gira em torno de como o se nega o amor.
Muito da negação por um medo tão genuíno e tão bem escrito que chega a apavorar quem lê, o protagonista é marcado por uma infância traumática e uma exigente figura paterna para que ele seja um homem ( seja lá o que isso signifique ),
" eu decidira não deixar nenhum espaço no universo para uma coisa que me inspirava vergonha e medo ".
Vergonha e medo são os dois sentimentos que fazem o protagonista afundar ao longo do livro, ele tem atitudes egoistas e precipitadas, o relacionamento dele com a noiva desmorona, o relacionamento dele com Giovanni nunca foi considerado por ele, ele abafa todos os desejos pelo prazer superficial do que acredita que seja ser um "homem de verdade", ele repudia os semelhantes e suas atitudes, repudia o sentimento do feminino e de tudo ligado a isso incluindo o sentimento de submissão, ele repudia a propria carne.
o final do livro tem a seguinte frase ( num momento em que o David perde tudo inclusive ele mesmo) " finalmente me afasto do espelho e começo a cobrir aquela nudez que devo considerar sagrada por mais vil que seja, que precisa ser eternamente esfregada com sal da minha vida tenho que acreditar, que a graça pesada de Deus, que me trouxe até este lugar, é a única coisa que pode me tirar daqui".

Esse livro me atravessou. E indico pra todo mundo que quiser sentir como é estar preso em si mesmo estando com a chave na mão.
yale.monteiro 23/01/2022minha estante
ótima resenha!! também tive (quase) a mesma conclusão sobre David, só faltava desenvolver um pouco mais (e obrigada por isso). David negligencia Giovanni, até um ponto que o próprio Giovanni cai em desgraça


Apollinea 24/01/2022minha estante
Yale muito obrigada, nossa seu comentário fez meu dia com certeza.




Let Carvalho 07/08/2022

Um dos clássicos da literatura LGBTQIA+ que conta a história de um amor intenso entre dois homens que se conhecem em Paris. James Baldwin entrega um romance envolvente, reflexivo e dramático que te prende do início ao fim.
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Gabi 28/08/2022

O quarto de Giovanni é ambientado numa Paris da década de 50. Seus protagonistas, David e Giovanni, vivem um romance, enquanto a noiva de David faz uma viagem pela Espanha para refletir se aceita o pedido de casamento dele.
A relação dos dois é furtiva e visceral, levantando a gente as profundezas das relações humanas.

A história do Autor também é bem curiosa e ajuda a dar o tom do livro.
Baldwin é tido como um dos mais importantes autores norte americanos do século XX, escrevendo sobre a luta racial, sexualidade e identidade. Seu primeiro romance (Go tell it on the Mountain) tem grande aceitação com o público negro, então ele escreve O quarto de Giovanni (também com uma grande pegada autobiográfica), mas com dois protagonistas brancos, por isso, sua publicação levou mais de 2 anos pra sair.

Mas as críticas iniciais e a demora na publicação são inversamente proporcionais a dimensão que o livro toma.
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Thi Acrisio 24/02/2024

4 Paredes
Esse livro mexeu comigo, o sentimento de reflexão e questionamentos veio com força, fazia um tempo que uma leitura não proporcionava isso.

Eu acho que ele fala comigo, de forma profunda, dos erros da vida. Mas tem algo que achei fenomenal, o peso de não escolher o Amor, pq ele vem sorrateiro, bate na porta, mas nem sempre estamos abertos a aceitá-lo. Pensamos em mil coisa, e não olhamos pra dentro de nós. É triste.

Lá na frente, o tempo já passou. Tudo mudou e ele se foi.
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Angelica75 24/11/2021

Um escritor (muito) à frente do seu tempo.
Primeira vez que entro em contato com a escrita de James Baldwin, achei simples e intensa ao mesmo tempo. Lançado nos anos 50 mas poderia ter sido escrito ontem. Atemporal e com temas que perpassam o tempo e continuam sendo angústias atuais nos relacionamentos.

David é um norte americano em Paris, flanando e esperando a noiva Hella que está refletindo na Espanha se deve ou não se casar. Sozinho na capital francesa David vive entre poucos amigos e idas à bares. Conhece Giovanni, se relaciona com ele e nos delicia (ainda que de maneira angustiante às vezes) com a descrição dos sentimentos frente aos seus relacionamentos: o medo de não amar ninguém, o estilo confessional e intimista com algumas constatações dolorosas.

A trama em si é pequena perto da grandiosidade
da luz e sombra de sua intimidade ali exposta. Me sinto grata por ter lido este “pequeno” grande livro.

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