Danielle Almeida 11/05/2013
E não é que o livro é bom?
Sabem, eu acompanhava o seriado. Nem me lembro direito por que parei, pois eu achava a historia interessante. Comecei a assistir meio cética - eu tinha dez anos na época, mas já achava Malhação, Rebelde, Isa TKM e qualquer seriado que falasse de vida de adolescente a coisa mais ridícula do planeta, porque eu sabia que, definitivamente, NÃO ERA ASSIM. E acabei me surpreendendo com as intrigas sutis da alta classe de Manhattam. Aquilo sim é travar uma guerra sem descer do salto. São coisas pequenas que, pra quem tá de fora ou não conhece esse mundo, parecem não ter importância, mas no contexto são devastadoras.
Foi depois de ver um post sobre o seriado no blog de uma amiga que, meses atrás, eu comecei a procurar os livros, imaginando que dariam mais profundidade ainda à história. E também porque eu queria saber quem era a desocupada da garota do blog que não tem nada melhor pra fazer e fica falando da vida dos outros na internet. Ela se intitula Garota Fofoqueira, em inglês: Gossip Girl.
Depois de muito tempo procurando, finalmente encontrei um site que disponibilizou todos os onze liros da série - tem ainda o livro 12, mas ele explica o início da história, narrando a infância das personagens, e esse eu ainda não encontrei.
Bom, depois de reuni-los todos, comecei a rever o seriado, e a acompanhar com a leitura do livro. E pela primeira vez, vi uma adaptação superar a obra de fato. Eles mudaram MUITA coisa do livro, coisas que, pra ser sincera, deixaram a historia ainda melhor. No livro os personagens são só pervertidos, falando sério. Mas não se decepcione: o jeito de a autora narrar os detalhes da história é muito bom. Aliás, foi isso que me prendeu. Ela tem habilidade para descrever as personagens, suas manias, seus sentimentos. É algo leve e casual, mas não precisa ser muito profundo se tratando de adolescentes que tem tudo, não é? E o sarcasmo que permeia o livro te faz grudar na historia e querer saber: "ah, qual é, o que é que esses idiotas vão fazer agora?" Porque, na realidade, a história toda é uma crítica a esse estilo de vida fútil. E assim você vai devorando as páginas sem perceber. A leitura é rápida, simples, flui naturalmente. É como ver aquela novela das nove ridícula, e ficar sentado lá só pra ver o mocinho se estrepar - ou se salvar. Porque, no fundo, a gente torce por eles. Nem que seja pra se darem mal, mas mesmo assim torce. Porque, mesmo que a gente não admita, todo mundo tem um lado obscuro - os comunistas que gostam de comer no Bob's, os usuários de software livre que tem um MacBook, as garotas certinhas que leem livros eróticos. E quer saber? Que mal tem nisso?
Enfim, se você tiver uma segunda opção mais interessante, fique com ela. Mas se estiver afim de variar o estilo, ou realmente não tiver nada de importante pra fazer, na boa, vale muito a pena.