Guilherme2602 05/01/2024
"lamento muito por quem sou"
Primeira resenha, então isso aqui vai estar horrível. Continua descendo a tela e finge que eu não existo. Obrigado.
A espera de uma leitura melhor do que essa esse ano. Vai ser algo bem difícil de bater.
Esse livro carrega um peso emocional assustador. A melancolia que ele carrega é algo extremamente palpável; se você não ficar, no mínimo, com os olhos lacrimejantes no final da história, você é um monstro sem coração.
Meu querido King, seu velho sacana, obrigado por todas as emoções que você me fez sentir lendo isso.
A trama tem um ritmo perfeito. Começa como um fluxo de um riacho, adequadamente lento. Depois, se transforma em uma cachoeira de angústia.
Cada personagem carrega sua própria personalidade, e cada uma delas se vê como algo individual, não como simplesmente personagens em um livro.
A escrita, primorosa como sempre, é extremamente crua. O narrador não toma cuidado com a delicadeza das palavras, e isso possibilita sentir tudo na história com um pouco mais de aspereza.
John. Não sei descrever o quanto esse personagem me tocou. Sozinho, "como um pardal na chuva", e com tanta dor. Dor é a palavra que mais se encaixa em John.
O final do livro é de partir o coração. Arrisco dizer que foi um dos melhores finais do King. Extremamente melancólico, e com um tom de desesperança que se encaixou perfeitamente aqui.
No fim, a impressão final que ficou em mim foi que o foco desse livro é a dor. Seja da crueldade de alguns personagens, seja da solidão da velhice do narrador, seja pela morte ou pela escuridão, esse livro é doloroso. E tudo isso torna essa uma das leituras mais impactantes e mais dolorosas que eu já li.
Um dos melhores do King.
"Tenho medo do escuro"