Resenhas - Autonomia

Eros 21/08/2021

Espiritismo: mais uma religião?
Paulo Henrique de Figueiredo é um pesquisador minucioso, procurando em suas obras ser bastante abrangente. Não obstante a profundidade que alcança, é fato que suas obras são um tanto prolixas. Contudo, isso não desmerece a grande contribuição histórica que trás nesse surpreendente livro. Deslindando o tema de adulteração da obra básica de Kardec, A Gênese (1848), ele aproveita o vasto material encontrado em posse da família de Canuto Abreu (1892-1980) - documentos originais de Kardec, entre muitos outros - para revelar o significativo desvio que o Movimento Espírita teve na França, inicialmente, e no Brasil. É neste último que isso mais impressiona, já que revela a grande simpatia ao Rustanguismo por nomes consagrados do Espiritismo brasileiro como Bezerra de Menezes, nos primórdios da Federação Espírita Brasileira (FEB). Em decorrência desses fatos, Paulo Henrique apresenta a origem da "apropriação" da Doutrina Espírita pela FEB nos congressos de 1904 e 1917, tornando essa instituição uma espécie de centro religioso de uma doutrina essencialmente filosófica. Essas desvirtuações doutrinárias chegam aos nossos dias pelo evidente religiosismo estagnado dos Centros Espíritas, especialmente os vinculados à FEB. Livro imprescindível aos estudiosos Espíritas, especialmente os facilitadores de grupos de estudo (pelo menos para aqueles que tem coragem).

José Daniel 22/10/2019

Esclarecedor, indispensável e chocante
Este livro se propõe a mostra os desvios sofridos no Espiritismo (tanto na França quanto no Brasil) após a desencarnação de Allan Kardec. Traz alguns dos arquivos de Canuto Abreu. O resgate do que é o Espiritualismo Racional é mais profundo aqui do que em "Revolução Espírita". Fundamental para se compreender o contexto em que surgiu o Espiritismo e qual a sua proposta. O resgate dos desvios é uma parte chocante do livro, não tem como não ficar de boca aberta e indignado com o que ocorreu. Um convite a resgatar o Espiritismo como Allan Kardec nos deixou.