Antes da liberdade

Antes da liberdade Julia Alvarez




Resenhas - Antes da Liberdade


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Pandora 08/09/2021

Apesar do meu interesse pelo tema, não imaginei que fosse gostar tanto deste livro: quando chegou numa determinada parte, não consegui mais largá-lo e varei a madrugada até terminá-lo.

Julia Alvarez nasceu em Nova York em 1950, mas logo sua família retornou ao país de origem, a República Dominicana, em plena ditadura de Trujillo. Dez anos depois, seu pai, seu tio e alguns amigos estavam envolvidos num movimento clandestino de resistência. Com a prisão de várias pessoas que, sob tortura, começaram a revelar nomes - e sabendo que o seu poderia ser o próximo - seu pai conseguiu uma bolsa de estudos e voltou com a família para Nova York. Porém, a família de seu tio ficou. Ele foi preso, mas sobreviveu.

Contando com depoimentos de pessoas que permaneceram na República Dominicana no último - e talvez mais sangrento - ano da ditadora de El Jefe, Julia nos traz, ainda que numa mescla de ficção e realidade, o horror daqueles dias.

Antes da liberdade é narrado por Anita, uma pré-adolescente curiosa e inteligente que vive com a família numa espécie de vila, que abriga não só sua casa, como de seus parentes. O ano é 1960. Seus avós e alguns tios já haviam ido para os EUA em virtude da tensa situação política, e das seis casas da vila, só a dela e de seu tio Carlos estavam ocupadas. Mas subitamente eles também vão embora. A partir daí Anita vê coisas estranhas começarem a acontecer, que incluem visitas nada amigáveis de agentes do Serviço de Inteligência Militar, reuniões secretas, conversas em códigos e tensões constantes. Com o passar do tempo, aquela menina vai entendendo por que não pode fazer tantas perguntas, que El Jefe não é bom como Deus e que quando sua mãe diz para a amiga colocar a tampa no açucareiro porque há muitos mosquitos em volta, não é a insetos que ela está se referindo.

Ao escolher retratar um ano de ditadura pelos
olhos de Anita, Julia Alvarez nos mostra o amadurecimento forçado de uma criança que vive em meio a episódios de medo e violência. Episódios estes que devem ser narrados. Um testemunho, como descreveu a autora. Para que nunca nos esqueçamos. Para que não se repitam.
Alê | @alexandrejjr 28/09/2021minha estante
Excelente texto, Denise! Sobre o mesmo tema há também o extraordinário "A festa do Bode", do Vargas Llosa, vencedor do Nobel.


Pandora 29/09/2021minha estante
Obrigada! A festa do bode está na lista pra este ano ainda.


Debora 10/09/2022minha estante
Me senti como vc, Pandora. O livro me pegou de verdade. E também recomendo A festa do bode. Muita coisa do livro faz mais sentido com esta leitura


Pandora 11/09/2022minha estante
Debora, A festa do bode está na metade, não consegui terminar em abril por causa das outras leituras do mês, mas vou terminar, sim.




Nara 20/01/2021

"¡Que vivan las mariposas! - o locutor encerra o programa exclamando.
Aquilo deve ter feito minha mãe pensar no papi, porque ela começou a falar do passado e de como ele e meus tios se envolveram no movimento clandestino de resistência ao ditador: - O seu pai voltou da faculdade, nos EUA e precisou trabalhar tanto para nos manter. Nem prestava atenção em política. Mas as coisas começaram a ir de mal a pior. Nossos amigos desapareciam. Um dia o seu tio foi preso. Não sabíamos o que fazer. Então ouvimos falar sobre as irmãs que estavam organizando um movimento para trazer de volta a liberdade ao país. Todos as chamava Las Mariposas, porque haviam dado asas às nossas esperanças. De algum modo, o serviço secreto militar descobriu e começou a prender/torturar muitas famílias. Infelizmente, las mariposas sofreram uma emboscada.
Eu mal podia acreditar. Tinha uma mãe Joana d'Arc, uma mãe Mariposa! Senti tanto orgulho dela!"

Uma aula de História sobre uma das piores ditaduras da América Latina, da República Dominicana governada por Rafael Trujillo durante 31 anos. Terminando em 1960 cm seu assassinato e, vingança sangrenta que durou 1ano por Trujillo filho. Tudo isso narrado por Anita, uma criança de 12 anos que vai vivenciar esse período junto de sua família. Ao mesmo tempo que compartilha cm delicadeza, suas impressões sobre amor, os meninos, os adultos, sobre liberdade e seu país.
A partir de uma personagem infantil aprendemos o quanto as decisões políticas, o aumento de tensão popular devido um embargo político e econômico, vão tomando conta da vida e limitando as liberdades individuais dos dominicanos. E como ela faz uso do diário para uma crítica importante em relação à importância do registro escrito e testemunhal como resgate da História contra o esquecimento.

"Durante dias, não consegui escrever nada. Depois, porém, pensei: se eu parar agora, isso significa que eles ganharam. Tiraram tudo de nós, até mesmo a história do que está se passando conosco. Então a noite, peguei minha caneta e aqui estou escrevendo. Mesmo que com a mão trêmula. (...) as palavras estão voltando. Escrevendo-as, eu as resgato do esquecimento, uma a uma."
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Debora 12/09/2022

Um livro que conta muito em poucas páginas
Anita vive na República Dominicana nos tempos finais da ditadura do General Trujillo e começa a perceber coisas estranhas que acontecem ao seu redor.
No início, a infantilidade de Anita me incomodou muito, nos primeiros capítulos ela me irritava muito com suas perguntas inoportunas.
Mas logo ela vai crescendo e seu sofrimento e medos doeu em mim.
Genial o movimento que a escritora consegue fazer neste sentido, narrando os absurdos de uma das piores ditaduras da América Latina desde o ponto de vista de uma garota de 12 anos. Vale muito a pena a leitura. Nos últimos capítulos eu só chorava com ela.
Tana 12/09/2022minha estante
oi.. depois desse livro fui ler o Llosa e seu A festa do Bode para entender um pouco mais sobre o regime!




Leila 21/09/2022

Gosto muito de ser surpreendida positivamente! Esse livro que começa como quem não quer nada e vai ganhando a gente de forma despretensiosa mesmo e acaba ganhando nosso coraçãozinho. Não é nada grandioso, mas é gostoso de ler e cumpre bem o seu papel,que é nos contar pelos olhos de uma criança/quase adolescente o regime de Trujillo na Republica Dominicana nos seus últimos dias. Toda a tensão vivida pela família de um dos arquitetos e assassinos do ditador e todo o desenrolar desse ato ?heróico?. Anita vai nos enveredando na historia do país e de sua família linda e unida. Confesso que ter lido o livro A festa do Bode de Mario Vargas Llosa e conhecer mais a fundo a historia desse ditador fez toda a diferença para o entendimento mais amplo dessa obra, tudo se encaixou mais facilmente, mas acho que mesmo sem ter a lido, um google também vai resolver as questões que ficarem meio nebulosas e valerá a pena a experiência. Enfim, #ficaadica, além do que, esse livro é sempre super baratinho na Amazon. Simbora!
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Wes_silas 01/06/2023

Antes da liberdade
Anita é uma menina da República Dominicana, que ainda nem completou seus doze anos, certo dia ela vê sua tia chegar às pressas na escola, para buscar suas primas para irem embora para os EUA, onde já estão seus avós e alguns tios, sendo assim continuam na vila onde toda a família morava, somente a família de Anita.
Anita vê sua família correr vários riscos, por serem opositores ao ditador Trajillo, e serem rebeldes que planejam ajudar seu país a sair das mãos do ditador.
Uma história muito boa, que nos mostra um pouco da realidade de quem vive dentro do regime ditatorial.
Muito interessante, e uma leitura fluida. Super recomendo a leitura.
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Patrick.Pereira 17/04/2020

Livro bom
Livro bom, conta sobre um ditadura sobe qual eu pouco ou nada sabia, além de uma história fluida e bem narrada.
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Bárbara 25/06/2020

Ótimo relato histórico
Um pelo relato histórico da República Dominicana.
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Lilian 25/09/2022

Emociona
O livro emociona de verdade. Essa história da menina virando adolescente numa ditadura pega a gente, o livro é bem bom
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Marques 05/07/2023

? Às vezes, acho mais assustador estar viva, ainda mais quando a gente sente que nunca mais vai ser tão feliz e despreocupada como quando era criança pequena ?
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Mian 28/02/2021

Leitura importante ao nos lembrar que: ditadura nunca mais!
Julia Alvarez traz um romance magnífico, que viaja entre as fronteiras da República Dominicana e dos Estados Unidos ao relatar, transitando entre momentos verídicos e de ficção, uma ditadura cruel e impiedosa, que poderia ter sido escrita em qualquer outra região da América Latina.
Mas, o que despertou nessa obra uma importância enorme em meus sentidos, sobre outras que trabalham este tema, é o fato de termos uma protagonista criança, Anita. Uma garotinha de 12 anos que tem de ver sua infância e liberdade sequestrada pela malevolência do autoritarismo.
Um livro lindo, forte, que nos faz recordar que o que foi escrito aconteceu de fato, em um período histórico recente e pode chegar a se repetir, se não defendermos nossas crianças da maldade do autoritarismo e esbravejarmos de peito aberto que: Ditadura nunca mais!
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Katielly 28/09/2021

DITADURA NUNCA MAIS
?Às vezes, acho mais assustador estar viva, ainda mais quando a gente sente que nunca mais vai ser tão feliz e despreocupada como quando era criança pequena.?

É com essa triste frase que o romance Antes da Liberdade, de Julia Alvarez, encaminha para o desfecho. Julia, nasceu em Nova York, na década de 1950, mas morou por um tempo na República Dominicana - seu país de origem. Logo, precisaram deixar o país devido à ditadura sangrenta - e talvez uma das piores da América Latina - governada por Trujillo, ela conta: ?nunca vou me esquecer daquele dia, em 1960, em que meus parentes anunciaram que estávamos deixando nossa República Dominicana."

Desde então, a escritora assumiu o papel de contar histórias. O livro, então, narra a história da Anita, uma criança com 12 anos, curiosa e questionadora, mas que vai ganhando outras características conforme o rumo que seu país vai tomando. No ano de 1960, a ditadura do governo de Trujillo tornou-se ainda mais opressora e agressiva. Assim, os parentes de Anita começaram a deixar o país. Seus avós, tios, tias e primas foram deixando a Vila onde residiam. A cada dia que passava o lugar se tornava mais deserto e silencioso. Permanecendo no local, somente a família da Anita e o seu tio mais novo, o Toni. Seu pai e o tio Toni estavam envolvidos no movimento de resistência clandestino para derrubar o ditador. Portanto, precisavam ficar no país a fim de lutar pela liberdade dos dominicanos.

Anita, procurava entender de todas as formas o que estava acontecendo. Sua vida com muita rapidez se transformou: não frequentava mais a escola, precisava ter muito cuidado sobre o que conversar/perguntar e certo dia foi surpreendida com o Serviço de Inteligência militar (SIM) na sua casa. Com isso, ela vai compreendendo o que está se passando no seu país e o medo somado com a preocupação tomou conta dessa criança que é forçada a amadurecer tão cedo e a enfrentar desafios perigosos. A liberdade, de fato, não existia nesse período assustador do Trujillismo, mas sim a violência e a injustiça. Por fim, como dizia um professor querido: ?Os defensores da ditadura - sabemos! - não serão perdoados pela história. A história não perdoa os déspotas.?

Para encerrar, vale muito a pena ler este livro que traz uma narrativa tão importante. A escrita da autora é muito fluida, envolvente e sensível. Além disso, os personagens são muito bem construídos. Acabei me surpreendendo muito com o livro e fiquei contente em ter realizado a leitura. Ah! É importante dizer que a capa não condiz com o que a escritora entrega pois não temos os EUA como o salvador.

¡Que vivan las mariposas!
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Paulinha 09/04/2023

Um pouco chateada que um livro sobre uma ditadura na América Latina, mesmo que critique o imperialismo dos Estados Unidos, ao mesmo tempo tome o modelo estadunidense como um exemplo de liberdade. mas enfim, coisas interessantes também no livro. não é excepcional, mas eu sou boazinha!
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Cris 17/01/2024

Fiquei interessada em ler o livro porque ele se ambienta na ditadura da República Dominicana e eu já tinha lido "A festa do bode" do Mário Vargas Llosa que também se passa nesse período. Gostei da leitura apesar da personagem principal ter me irritado algumas vezes, tenho dificuldades com livros narrados por crianças. Mas recomendo ler também o livro do Llosa porque se aprofunda mais em alguns fatos que ali só são citados.
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