Palmeiras selvagens

Palmeiras selvagens William Faulkner




Resenhas - Palmeiras Selvagens


13 encontrados | exibindo 1 a 13


Claire Scorzi 17/02/2009

"Entre a angústia e o nada, escolho a angústia": é uma das frases finais de Palmeiras Selvagens essa afirmação famosa. Entre sofrer e viver à margem das emoções, o protagonista de Faulkner opta pelo sofrimento, com todas as conseqüências advindas disso.
Entrelaçando duas novelas - "O Velho" e a que dá nome ao livro - essa obra de Faulkner fascina e prende apesar do tour de force estilístico que representa (embora "O som e a fúria" por exemplo seja ainda mais trabalhoso de ser lido). O ritmo é curiosamente ágil, e os ângulos que o autor escolhe para contar as histórias (especialmente "O Velho") contribuem para criar no leitor uma espécie de cumplicidade com os personagens.
Faulkner é um daqueles escritores cujo esforço em ler recompensa o leitor por seu texto maravilhoso.
Thara 03/08/2010minha estante
Eu fiquei mais cúmplice de Palmeiras Selvagens mesmo. Bastante schopenhaueriano.


Thara 27/08/2010minha estante
"Meus canais lacrimais estão funcionando, pensou, ouvindo o rugir do coração descompassado. Como se eu estivesse bombeando areia e não sangue, algo não líquido, pensou. Tentando bombear. Deve ser este vento que não me deixa respirar, não propriamente como se não pudesse respirar, mas encontrar algo em alguma parte para respirar, porque aparentemente o coração pode suportar qualquer coisa, qualquer coisa, qualquer coisa."


Ricardo Rocha 12/08/2014minha estante
Mas você tem jeitão de ter preferido O velho... Aliás, Faulkner se dar a esse luxo, intercalar capítulos sem a menor necessidade, quase que pondo o livro a perder (porque convenhamos, ler assim é mais difícl ou talvez chato do que dois O som e a fúria) mostra alguém que confiava no seu taco, infelizmente com o lance do álcool, como sempre, lado a lado com a carreira. Palmeiras é único e a dor é igualmente




Ricardo Rocha 18/11/2011

Existem regras, limites para o sofrimento humano? Existe uma respeitabilidade social que torne um homem verdadeiro? O amor que se basta não basta às convenções sociais. Talvez nem a si mesmo baste. Então o sangue e a fuga, inútil. O círculo da busca em que apenas muda o lugar da tentativa. E existem regras que Faulkner não tenha quebrado? Da cronologia aos monólogos, das inexoráveis lacunas às fugas do razoável. Diz o porquê mas não explica. Questiona parecendo saber, mas não revela. Palmeiras Selvagens. O nada. O arbítrio. E a dor. A dor, é claro.
Helena 14/12/2011minha estante
Ricardo, Lendo sua resenha me deu uma espécie de nostalgia, de saudade desse livro que li há dois anos. Fico sempre com essa sensação quando o livro é bom, marcante. Conta pra nossa vida como uma experiência nossa. Faulkner é isso mesmo..


Daniel Assunção 19/12/2016minha estante
"Palmeiras Selvagens. O nada. O arbítrio. E a dor. A dor, é claro."




Patsy Z 12/01/2016

Primeiro Faulkner
Terminei esse com gosto de quero mais! o livro seria na minha classificação por estrelinhas, umas 4 ou 4,5 mas para que restringir em 4,5 se me trouxe tanto prazer a leitura e que me deu até vontade de escrever a respeito. Considerando o todo 5 estrelas.
Gostei de muita coisa, mas o monólogo interior foi identificação imediata, talvez o que cansa e confunde muito o leitor para mim fez muito sentido e trouxe mais lucidez a história, porque o Faulkner confunde, às vezes ficava pensando onde ele queria chegar com tudo aquilo.

Seguir sem saber o que está vendo, esperando, causou muita angustia, e eu entendi que as duas histórias contadas retratam muito da teimosia e da obstinação do ser humano, gostei das "escolhas" propostas, gostei do diluvio épico da história do velho e se sentir no meio daquela água toda, da segurança da prisão, e da luxúria da história das Palmeiras Selvagens ; a opção de viver fora do sistema, viver o hoje.

E por fim, o se sentir condenado, que foi bem latente do início ao fim, condenado ao amor, condenado ao sistema, condenado a suas escolhas, condenado a solidão, ou condenado literalmente.

"... entendi o que tinha lido nos livros mas nunca tinha realmente acreditado: que o amor e sofrimento são a mesma coisa e que o valor do amor é a quantia que você tem que pagar por ele, e sempre que for uma pechincha você terá enganado a si mesmo,"
Dana 13/01/2016minha estante
Adorei a resenha!!!


Patsy Z 13/01/2016minha estante
obrigada


Marcio Q. 15/02/2016minha estante
Quero mais resenhas rsrsrs


Nanci 21/04/2016minha estante
Terminei de ler hoje. Acho que você escolher uma palavra muito poderosa e apropriada para definir esse livro perturbador: "condenação".
Espero que encontre outras histórias motivadoras de resenha.


Priscila (@priafonsinha) 23/07/2017minha estante
Ótima resenha! Até gostei um pouco mais do livro depois de ler seu comentário! :) :*




Ricardo Rocha 03/09/2012

Faulkner. Cada século tem escritores que são seus arautos. O começo do século 20, a decadência de uma forma de vida, absurda, atrasada, injusta, não irá se transformar, pelo fim oficial de um de seus maiores emblemas, o preconceito racial oficial, numa era melhor. Antes o quadro se torna paradoxal e a perspectiva mais sombria. As soluções que restam talvez sejam os pontos altos das grandes obras desse autor. Em Santuário, a volta do advogado para casa, depois de experimentar a liberdade pelo mundo, é a um tempo patética e quase gloriosa. Como se ele tivesse conseguido o mais importante, sobreviver e, ao sobreviver, aprender o que não sabia e com isso ser um homem menos espetacular mas mais realista e, portanto, útil, tanto à irmã (cujos sentimentos intensos são tão incestuosos quanto o paterno em relação a Little Lee e todavia se mantém puros por se manterem numa dimensão dominada pelo bem, num mundo, como diria a única Lou Salomé, “onde o incesto não seria pecado”. Em Luz em Agosto, é a peregrinação de Lena em busca de seu suposto amor, que termina por encontrar tudo menos amor onde imaginava, mas todavia deflagra em Byron sentimentos de altruísmo que determinaram igualmente o final da história daquela menina viajante e grávida. Num e noutro caso há o melhor do homem não redimindo o mundo sujo ao redor, mas dando-lhe um certo alento. Mas nada como em Palmeiras Selvagens. Os embates interiores do protagonista afetam tudo, a amante, o marido, o puritano, a prática mulher do puritano, o policial, as filhas. “Isso é demais, há um limite para tudo! Normas! Para a fornicação, o adultério, o crime e o que ele queria dizer era Há um limite para tudo a menos que alguém se torne Deus que sofreu assim tudo que satã era capaz de conhecer!” A frase determina o romance. Editado originalmente junto com um segundo romance curto, O velho, esse Palmeiras Bravas, na única edição que não partilha mas domina de ponta a ponta, sem as alternações convencionadas pelo próprio Faulkner, é de fato impartilhável. Ao falar de amor, destrói a “honrabilidadehonorabilidade”. Ao falar de filhos, destrói a noção de que seja algo para qualquer casal de seres humanos de sexos diferentes. Ao falar de dinheiro, vai muito além de consumo capitalista. Reduz dinheiro a subsistência, que se torna tudo de que um casal deve precisar, e mesmo assim, e mesmo assim... Portanto, a célebre última frase é apenas a coroa da majestade que dominou as duzentas páginas anteriores: se eu me tornar nada, todo o recordar deixará de ser. . E pensou: Entre a dor e o nada, portanto, eu escolho a dor. Mas o nada é tudo. E a dor pode ser insuportável.
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Georgeton.Leal 04/08/2021

Histórias diferentes, mas sutilmente relacionadas
Apesar de na maioria das vezes optar por narrativas lineares, escolhi ler essas duas novelas de maneira alternada mesmo, da forma como já estão dispostas no livro.
"Palmeiras Selvagens" apresentou toda complexidade de um relacionamento amoroso nada convencional pra época, principalmente, ao mostrar as incertezas e insegurança de Wilbourne e Charlotte em seus conflitos pela busca de uma vida agradável a ambos.
Já "O Velho", narra o embate de um foragido condenado contra a própria natureza. Surpreendido pela grande enchente do rio Mississipi, ele não tem outra escolha a não ser lutar com os mínimos recursos disponíveis para sobreviver e ainda ajudar uma mulher grávida durante essa jornada.
Ambas histórias expõem a perspicácia de Faulkner no tratamento de cada personagem em meio a desafios pessoais, ainda que os mesmos tragam resultados desfavoráveis. Interessante perceber que apesar de certas atitudes questionáveis desses personagens, a cumplicidade que o leitor acaba tendo com eles se estreita na medida em que a trama avança.
Assim como em outras obras do autor, meu esforço na leitura foi maior, porém, a compensação recebida valeu muito a pena.

site: https://senso-literario.blogspot.com/2022/04/historias-diferentes-mas-sutilmente.html
Talys 05/08/2021minha estante
Muito bom esse livro. As duas histórias se complementam. Só de lembrar da vontade de reler. Rs


Georgeton.Leal 05/08/2021minha estante
Muito bom mesmo! Faulker é genial!




Di Morais 08/06/2021

Palmeiras Selvagens
Duas histórias diferentes em tempos distintos entrecruzam e harmonizam dentro de uma só obra: . A primeira, que dá título ao livro, conta a paixão tumultuada e, no limite, impossível de Charlotte e Harry. A segunda, 'O velho', narra a sobrevivência de um condenado que sai da prisão para salvar as vítimas de uma das maiores enchentes do Mississipi. Reunidas por William Faulkner em capítulos alternados, essas narrativas estão situadas em tempos e lugares diferentes, seus protagonistas não se encontram nem se conhecem. As figuras centrais do livro se debatem pela vida com selvageria.
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jota 30/05/2015

Escolhas...
Este é um livro bastante conhecido dentre as obras de Faulkner, também por conta de certos pontos: são duas histórias (aparentemente uma nada tendo a ver com a outra) contadas em capítulos alternados e numa delas, a que dá título ao livro, o personagem principal diz a célebre frase “entre a dor e o nada, escolherei a dor.”, uma das mais citadas do autor.

Palmeiras Selvagens é a estranha (e trágica) história de uma paixão entre um jovem médico e uma mulher casada e com filhos, a quem o marido traído oferece um cheque de 300 dólares (quantia alta nos anos 1930) caso ela decida voltar para casa um dia. Os amantes, como que criaturas que se expulsaram do Paraíso (nem tão Paraíso assim), comem o pão que o diabo amassou para permanecerem juntos. Acompanhar a vida atribulada deles, de mudança em mudança pelo sul dos EUA, é uma das coisas mais interessantes de Palmeiras Selvagens.

O Velho, a segunda história - Velho aqui é o rio Mississipi -, é sobre uma cheia do rio ocorrida em 1927, uma enchente de proporções bíblicas, exagerada por Faulkner, que traz à tona o personagem chamado de “condenado alto” (ele conta suas aventuras para o “condenado baixo”), que entre escolher a liberdade e a prisão, opta pela segunda. Durante a enchente ele poderia fugir, mas escolhe ajudar uma mulher a dar à luz num cenário de morte e destruição e depois volta para a cadeia. Tem sua pena acrescida em dez anos, fato que aceita sem reclamar absolutamente.

Nas duas histórias os personagens estão envolvidos com a justiça e têm suas vidas marcadas pelas escolhas que fizeram – são coisas que as duas novelas têm em comum, mas existem outras. Curioso é que, mesmo que os personagens façam suas escolhas, suas vidas (ou o resultado de suas escolhas) não são governadas por eles mesmos, mas por algo externo, digamos assim, pelo destino. Agindo certo ou errado eles têm de fazer o que fazem, não poderia ser de outro jeito (ainda mais que o dono dessas vidas é William Faulkner).

Bem, ler Faulkner nem sempre é muito fácil, como se sabe. Escreve Luiz Zanin: "O trabalho com as vozes narrativas, o monólogo interior, o descentramento do texto – tudo isso torna a leitura um desafio." Nas duas histórias há trechos em que a escrita dele se assemelha a um trem que saiu dos trilhos ou um rio que foi muito além de suas margens, então talvez seja preferível ler uma história de cada vez em vez de seguir a sequência do livro e se perder pelos capítulos (ou não, não sei, depende de cada leitor).

Outra coisa: Palmeiras Selvagens me pareceu bem mais interessante do que O Velho, então talvez convenha começar pela segunda história e reservar o prazer maior para o final da leitura. Minha avaliação - Palmeiras Selvagens: cinco estrelas; O Velho: três estrelas.

Lido entre 24 e 29/05/2015.
Thiago 31/05/2015minha estante
Tenho uma vontade enorme de ler esse livro, mas venho adiando a anos a sua compra, pior que eles lançaram "absalão, absalão" e a lista de desejados aumentou.


jota 31/05/2015minha estante
Thiago: conserve sua vontade de ler Palmeiras Selvagens e um dia certamente você lerá esse livro. Quanto a Absalão, Absalão já tive um exemplar em mãos (era uma edição dos anos 1980, mas muito bem conservada), mas passei pra frente depois de ler as páginas iniciais. Leitura muito difícil, não gosto de abandonar livros, mas foi o que fiz então. Ok, livros nem sempre têm de oferecer prazer, mas entre o prazer e a dor, escolho o prazer. No momento leio não apenas Fala, Memória (Vladimir Nabokov), mas igualmente Doutor Pasavento (Enrique Vila-Matas), obras extremamente prazerosas até agora (páginas iniciais).


cid 31/05/2015minha estante
Fiquei pensando na sua resenha. Escolher entre a dor e o nada...


jota 31/05/2015minha estante
Cid: Faulkner não deixa nada barato. Os personagens, mesmo os mais simples, são capazes de reflexões profundas, as enchentes adquirem proporções bíblicas, os dramas se revestem de características épicas, o riso é pouco e a angústia domina todo mundo. E assim por diante...




Israel145 13/03/2016

A literatura contemporânea tem como um dos seus grandes expoentes o americano Wiiliam Faulkner, que soube como ninguém mostrar o cotidiano da sociedade sulista americana. Retratou em sua prosa a ascenção e queda das famílias mais tradicionais e criou um microverso particular para representar a realidade em sua ficção.
Apesar de não se fincar nesse conceito, magistralmente mostrado em obras como “O som e a fúria” ou a famosa trilogia Snopes, Faulkner cria nesse “Palmeiras selvagens” duas histórias tendo como cenário o sul dos Estados Unidos.
Em capítulos alternados, Faulkner mostra a história que tem o título do seu livro. O tema é um amor louco e impossível de um acadêmico fracassado com uma prostituta que saem numa saga hedonista, vadiando, bebendo, trepando e torrando uma grana achada por acaso por hotéis e cidadezinhas de beira de estrada. A 2ª história é “O velho”, que narra a saga de um prisioneiro utilizado como mão de obra pelo governo para resgatar vítimas da grande cheia de 1925 no Mississipi. Depois de conseguir resgatar uma grávida, o prisioneiro tenta desesperadamente retornar à prisão para cumprir sua pena e entregar sã e salva a mulher e o filho (que acaba dando à luz no barco).
O que essas histórias têm em comum? Aparentemente nada, mas Faulkner colocou a resposta nas entrelinhas nas duas histórias que se contrapõem, mas se ligam com uma sutileza desconcertante.
Fora algumas poucas referências óbvias aos eventos de cada história, Faulkner mostra dois conceitos totalmente distintos de liberdade e prisão. Enquanto o prisioneiro, livre para singrar pelo Mississipi, tem oportunidades diversas de fuga, mas resta-lhe a responsabilidade de salvar três vidas (a dele, da mulher e do bebê). Uma verdadeira prisão em liberdade. Já o médico e a prostituta apesar de toda a liberdade, sentem-se presos, vivendo sob o fantasma do fim do dinheiro que banca sua orgia, sabendo que com o fim da grana, haverá também o fim do relacionamento.
Enquanto o prisioneiro luta pela vida, principalmente do bebê, o médico lida com as consequências da sua orgia, uma gravidez indesejada e um aborto mal feito cujas consequências mostram a inversão total de valores e pontos de vista sobre a vida, muda de pessoa para pessoa.
E talvez o ponto principal que liga as duas histórias seja as testemunhas presente em ambos os casos: as palmeiras selvagens presentes no cenário que assistem a tudo, eternas e impassíveis enquanto se desenrola lentamente a grande tragédia que chamamos de vida.
Ronnie K. 14/06/2019minha estante
Sua resenha me fez decidir ler o livro, que tenho em algum lugar na estante.




Joana 24/06/2015

Resumindo um tanto grosseiramente o conteúdo das duas novelas: na primeira (Palmeiras Selvagens) temos a estranha história de um casal que foge de tudo e de todos para permanecer unido. Na segunda (O Velho), um prisioneiro ganha a liberdade temporária durante uma enchente do rio Mississipi (chamado de O Velho, como o nosso velho Chico - o rio S. Francisco, não?) e ajuda uma grávida a dar à luz quando poderia fugir de vez.
Sinceramente: não é nada fácil ler Faulkner e gostar plenamente de suas histórias. Deficiência minha.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

Entre A Dor E O Nada
Esse livro prima pela singularidade, a medida que apresenta duas narrativas que vão se alternando sem qualquer ligação aparente. Na realidade, elas apresentam semelhanças e distorções entre elas que explicam a escolha desse formato e quem deu uma pista foi o próprio Faulkner: ambas tratam de "dois tipos de amor".

Cabe ao leitor decidir como pretende enfrentar as trezentas páginas que terá pela frente. Ler de cabo a rabo como o livro é apresentado ou optar uma história de cada vez, por sinal, método que escolhi, pois com pesos distintos, as histórias ganham em intensidade.

Quando digo pesos distintos é porque cada uma apresenta um estilo peculiar ao escritor. A concepção trágica e fatalista de seus grandes romances aparece em "Palmeiras Selvagens" e o tom mais ameno, até cômico das obras menores está em "O Velho", alcunha do Rio Mississipi.

A primeira narrativa relata a paixão entre Wilbourne, um médico ainda inexperiente no amor, e Charlotte, uma mulher casada que, em nome desse sentimento, abandona o marido e duas filhas. Eles são dois "outsiders", representantes de uma vida alternativa que prenuncia o movimento hippie que ganhou força na década de setenta. Na melhor tradição republicana (Faulkner era um sulista empedernido), o enredo gira em torno dessa união, apresentada como uma condenação selada pelo destino e uma gravidez indesejada encaminha a história para o desfecho já anunciado na primeira página.

A segunda narrativa é uma parábola que remonta a passagem bíblica de Noé e a arca. À custa de uma enchente, os prisioneiros de uma fazenda penal são recrutados para auxiliar no resgate dos moradores da região. Um deles, designado por "homem alto", desaparece num acidente com um bote e é dado como morto, no entanto, após um mês, ele regressa são e salvo e entrega-se a Justiça de livre e espontânea vontade, surpreendendo a todos. O protagonista parece ter "escapado" de um filme de Tarantino, viciado em literatura policial barata, extraiu desse material o plano para assaltar um trem cujo fracasso levou-o para trás das grades, encerrando um namoro.

Enfim, Faulkner é fascinante com seus longos parágrafos que serpenteiam a trama, transmitindo uma realidade que parece ter perdido o sentido. Se você ainda não conhece, "Palmeiras Selvagens" é uma escolha perfeita.
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Roberta.Barbosa 19/11/2022

Um livro difícil de ler que exige um pouco mais de atenção, não vi aqui amor entre os personagens nem senti cumplicidade nenhuma, na segunda história alguma vezes senti um pouco de dificuldade de imaginar o que acontecia, a primeira termina com aquela frase: entre a dor e o nada, escolherei a dor, mas o que seria esse nada? a meu ver denuncia o vazio que eles experimentam afinal eles deixam tudo que tem pra viver o que? não me parece amor.
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Henrique 29/03/2015

resenha completa:
https://www.youtube.com/watch?v=oK_t7dIojoY

confiram! ;)
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