spoiler visualizarcamys_lua 11/08/2024
Sem palavras.
Primeira parte, leitura dos dias 1, 2 e 3
Por mais que eu tivesse muito receio de não gostar dessa história, na verdade eu me encantei muito por ela desde o primeiro capitulo. Todo o universo é construído para criar paralelos entre a nossa realidade e a da história e nos fazer pensar, estamos tão longe assim de viver em um mundo como esse? Será que já não vivemos?
Eu sentia, durante a leitura, uma sensação muito sufocante de não ter para onde ir. De não haver uma solução parente para tornar a vida dessa sociedade melhor, e por acaso, é exatamente como eu me sinto quando estudo geopolítica. Há, claramente uma parte da população que é culpada pela situação atual, mas realmente existe uma forma de atingi-la? Existe uma possibilidade do ser humano estar em paz, sem conflitos entre si, ou o conflito é o que o move?
A parte que mais me chocou é o departamento de ficção, no local de trabalho do wilston. Me lembrou muito o conflito da regulamentação da IA no Brasil e no mundo e do medo dos artistas de terem seus trabalhos roubados e eu, como uma pessoa com sonho de publicar um livro e igualmente afetada por esse problema, consegui enxergar perfeitamente um departamento desse no mundo real. Um lugar onde o ser humano é usado para trabalho manual enquanto máquinas produzem arte, quando as máquinas foram primeiramente criadas para fazerem o trabalho bruto para que os seres humanos produzissem arte.
E nem vou me aprofundar muito para não me alongar, mas as reflexões de como o passado era propositalmente mudado constantemente para manter a população conformada com sua realidade só podia me lembrar do novo ensino médio e a redução da carga horária de humanas e da história no geral.
Segunda parte: leitura dos dias 4,5 e 6
No começo da segunda parte, meu primeiro baque foi lembrar que esse livro tinha sido escrito por perto dos anos 40. Eu não lembrei muito disso durante a história, mas acabei por me dar de conta por culpa dessa retratação péssima de uma mulher por parte do autor. Desde o começo do romance de Winston/Júlia, só o que a gente ouve é como as mulheres são burras e facilmente influenciáveis, como a Júlia só é diferente porque gosta de transar, e tudo bem, era por conta da época, mas quando chegamos na cena que a Júlia consegue maquiagem e deixa explícito que era isso que deixava ela mais feminina, e nas palavras do Winston, mais bonita, foi a gota d'água pra mim. Desde a primeira fala dela, eu soube que ela só estava ali para despertar alguma emoção no protagonista e virar mártir.
Também me chamou a atenção como o maior desejo do Winston, durante todo esse tempo, foi uma oportunidade de se rebelar e quando ele consegue, mesmo sem uma única resposta, informação ou uma ação útil, ele agrra sem pensar duas vezes. Porque isso indica algo muito melhor do que fazer algo efetivo contra o partido, indica esperança.
"sanidade não é estatística"..."Onde existe igualdade, pode haver sanidade"..."Os livros que mais gostamos são os que dizem o que já sabemos"
Terceira parte: Leitura única, madrugada do dia 11.
Existe, na língua portuguesa, milhares de palavras pra descrever o que eu pensei desse livro e desse final, mas infelizmente, eu ainda não conheço e não tenho capacidade de organiza-las de forma coerente e que transmita o que eu quero passar. Só me limito a dizer que todo mundo deveria entender o que esse livro quer dizer por questão de segurança pública. Deveria ser um crime um cara escrever um livro desse e simplesmente viver a vida dele normalmente depois disso e deve ser impossível eu ter lido e ter que estudar pro Enem depois, e lavar a louça e viver a minha vida. Sem condições.