Bia Franzoi 28/05/2024
Guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força!
Li esse livro com expectativas bem baixas, por saber que, muitas vezes, ele é utilizado para criticar espantalhos do sistema comunista.
Ao contrário do que várias pessoas relataram, não encontrei dificuldades na leitura, não achei tedioso ou difícil de compreender.
A história retrata uma sociedade totalmente monitorada, enganada e controlada pelo governo do "Grande irmão". Quanto mais perto da liderança do partido, mais privilégios as pessoas tinham. Quanto mais distantes, mais abandonadas eram.
Os membros do partido eram responsáveis por exercer, por exemplo, a alteração de registros históricos para beneficiar o partido, policiar as pessoas e colocar em prática uma lavagem cerebral, para que todos apoiassem e fossem a favor do governo.
A interpretação que fiz desse mundo me diz que já vivemos em algo muito similar. Para isso, não é necessário nenhum regime ditatorial, de nenhuma vertente.
Analisando o lema do partido: "Guerra é paz, liberdade é escravidão, ignorância é força!", podemos perceber que já estamos inseridos em uma realidade que segue esses princípios.
Principalmente considerando um recorte dos últimos anos do Brasil. A liberdade de escolha não passa de uma ilusão para boa parte da população; onde comer, onde morar e onde trabalhar não são escolhas conscientes, e sim, tomadas em função de uma situação de necessidade que nos é colocada.
Quanto maior a ignorância e alienação de um grupo, maior a força para fazer barulho, chamar a atenção e angariar mais membros para o rebanho.
Tudo isso, enquanto pessoas que estão um andar acima na hierarquia social, seja na política ou não, estão vivendo com abundância e, muitas vezes, sem contribuir positivamente com nada.
Vejo que o livro ainda se mostra atual, principalmente sob a ótica de nossa sociedade que vive, em sua maior parte, no sistema capitalista.