Absalão, Absalão!

Absalão, Absalão! William Faulkner




Resenhas - Absalão, Absalão!


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Rosangela Max 03/03/2022

William Faulkner sabia como desafiar o leitor.
Eu, ingenuamente, achei que esta leitura seria menos densa que o ?Som e a Fúria?, mas me enganei completamente.
Este é o segundo livro que leio do autor e fico admirada o quão maravilhosa e complexa era a sua escrita.
Ele sabia levar os dramas familiares a outro nível, criando enredos capazes de ?fundir a nossa cuca?.
É o tipo de leitura que preciso fazer em pequenas doses para poder acompanhar e não sobrecarregar.
Para quem curte leituras desafiadoras, recomendo esta história ou qualquer uma do Faulkner. Oi
Lu 03/03/2022minha estante
A leitura é fluida ou complexa? Me interessei


Roberta 03/03/2022minha estante
Achou que sou meio burrinha para gostar desse autor ?


Lu 03/03/2022minha estante
Então é complexa? Vish? acho q desinteressei kkkk


Rosangela Max 03/03/2022minha estante
Eu acho a escrita dele complexa, mas vale super a pena tentar. ??


Douglas Finger 03/03/2022minha estante
Que de mais! Quer muito ler Faulkner? vou começar com Enquanto Agonizo. Conhece?


Rosangela Max 04/03/2022minha estante
Conheço sim, mas ainda não li esse. Está na minha lista para ser lido em algum momento. ??




Flávia Menezes 18/04/2023

SOMOS TODOS VÍTIMAS GERADOS E NASCIDOS DE OUTRAS VÍTIMAS!
?II Samuel 9: 4 Estava, pois, o rei com o rosto coberto; e o rei gritava a alta voz: Meu filho Absalão, Absalão, meu filho, meu filho?.

?Absalão, Absalão!? não é apenas mais um romance escrito por aquele que é considerado um dos maiores romancistas do século XX, mas é mais uma obra-prima que nos revela a excelência artística da escrita primorosa e única de um homem chamado William Cuthbert Faulkner.

Publicado em 1936, o livro, juntamente com ?O Som e a Fúria?, ajudou Faulkner a conquistar o Prêmio Nobel da Literatura em 1949, e ainda foi eleito pelo ?The Guardian? em 2002 como um dos 100 melhores livros já escritos (claro que ?O Som e a Fúria? também está nesta lista!). Já pela revista literária ?Oxford American?, ele foi considerado como o melhor romance gótico sulista de todos os tempos. O que ele é, sem sombra alguma de dúvida!

Em um emaranhado de vozes que se unem a temporalidades tão diversas, e que passeiam entre passado e presente sem nenhuma regra, nessa dança em que cada instante um novo narrador fala e pensa de uma só vez, é que somos literalmente jogados no drama pessoal de Thomas Sutpen, esse megalômano com sua luxuosa mansão e sua infortunada família cheia de segredos e mistérios, onde ao final, veremos que aqui ninguém é algoz, e nem vítima.

Neste inquietante microclima moral criado por Faulkner, nossos olhos vão acompanhando esses discursos que nos falam de recordações, imaginações de relatos, fatos, atos, que se mesclam e vão desaparecendo na potência da linguagem escrita, que é a própria magnitude deste autor que escreve muito mais comprometido com o processo da escrita, do que com o seu produto final em si. De fato, em alguns momentos, esses nós textuais que não podem ser desfeitos nem pela lógica e nem pelas velhas leis de causa e efeito, são um verdadeiro convite para nos permitirmos nos perder, apenas para que mais a frente alcancemos a possibilidade da solidez do relato.

Essa é a magia e a beleza da escrita faulkneriana: nos submergir nesse jogo de palavras que é fruto da vaidade dos seus personagens, que se aproximam sem timidez alguma para nos contar suas histórias como bem querem. É um iluminar e apagar da história, onde ora nos são apresentados dados visíveis para, no instante seguinte, nos revelar o que estava apenas subentendido. E assim, eles (os personagens-narradores) vão nos colocando no caminho para a compreensão da trama, ao mesmo tempo em que brincam a todo instante de nos despistar. E aí é que eles mostram toda a sua força em nos fazer submeter quem somos e tudo o que acreditamos inteiramente às suas vontades e ao seu tempo, se assim quisermos chegar a algum lugar que nos ajude a compreender seu final. Se é que existe algum final!

Ler Faulkner é compreender com exatidão o conceito de angústia que foi proposto pelo filósofo, teólogo, poeta e crítico social dinamarquês Søren A. Kierkegaard. Se você já leu esse pequenino livro do pai do existencialismo, vai se lembrar bem que quanto mais você buscou entender o conceito de angústia proposto ali por ele, mais perdido você deve ter se sentido. Até porque quando ele fala de um ?conceito?, quanto mais lemos, mais isso nos parece uma pegadinha de muito mal gosto.

De fato, a filosofia existencial não traz conceitos como estamos acostumados. A modernidade é muito 8 ou 80, com seu empirismo e positivismo, e esse é um caminho muito distante do que o existencialismo tem a nos oferecer.

Recentemente, quando tentava explicar sobre esse conceito de angústia do Kierkegaard para um primo meu que está cursando a faculdade de Psicologia, uma coisa que eu disse a ele é que o existencialismo e a fenomenologia não são abordagens que devemos compreender através do raciocínio lógico, mas sim, nos permitir caminhar para a uma apreensão de significado através da experiência sensorial, que nos faz mergulhar dentro de nós mesmos e provarmos na carne tudo aquilo que ela tem para nos ensinar.

Digo isso porque é exatamente assim que eu vejo a escrita do Faulkner: não como uma experiência literária para ser compreendida, mas para ser apreendida através do cinestésico que ele vai estimulando em nós a cada página.

Aliás, trouxe a questão do conceito de angústia porque essa é uma palavra que descreve bem cada uma das histórias desse gênio dos romances, já que em suas obras, somos lançados para dentro dos seus personagens, sentindo e experimentando cada um dos tormentos que uma alma humana é capaz de ser submetida. E por isso mesmo é que eu tenho certeza de que se Kierkegaard tivesse podido conhecer Faulkner, certamente ele usaria suas obras de modelo para nos dar como exemplo sobre o seu conceito de angústia!

Inspirada no episódio bíblico de Samuel, que conta como Absalão, filho de Davi, mata seu irmão Ammom por ter se apaixonado pela sua irmã Tamara, em ?Absalão, Absalão!? Faulkner afirma que a maldição sob a qual o Sul americano trabalhava é a escravidão. E nesse contexto, a maldição de Sutpen é a sua forte crença de que ele não precisa ser parte de uma família humana. E unidas, ambas as maldições provocam a ruína de Sutpen.

Mas, nos romances de Faulkner, não existem mocinhos e nem vilões. Afinal, assim como na realidade, não somos puramente algozes e nem tão somente vítimas. E cada um de nós está fadado tanto a infringir a dor do outro, quanto a sofrê-la. Especialmente quando o assunto em questão é a família.

Somos vítimas gerados e nascidos de outras vítimas. Assim é o jogo da vida. E assim é na família de Thomas Sutpen, quando seus narradores nos contam em detalhes cada um dos segredos familiares que Sutpen pensava estar enterrados. Afinal, como bem dizia Bert Hellinger, esses são segredos que seus portadores sempre acreditaram tão fielmente que poderiam deixar ali, velados e enterrados dentro de suas almas, mas a verdade é que, através das novas gerações, esses segredos ressurgem para nos assombrar.

Se tem algo que acho bonito, por ter tanta força e vida, são as falhas dos nossos pais e dos pais dos nossos pais. Já pensou como isso é poderoso? Pensar que todos esses homens e mulheres que nos precederam acertaram, mas também tiveram que conviver com a culpa que a sua humanidade lhes impôs de falhar, e falhar muito? E aí, quando olhamos para esses segredos (sem querer romantizar as situações), percebemos o quanto de beleza existe ali, e não porque são bons, mas porque são verdadeiros! E se olhados com respeito, vamos perceber que cada um deles revela com exatidão até onde aqueles que nos precederam conseguiram ir. Será que somos mesmo mais fortes do que eles foram? Será que daríamos mesmo conta de tudo aquilo que eles não deram? Será mesmo?

Os segredos de Thomas Sutpen me emocionaram muito mesmo, e foi lindo ver como Faulkner conseguiu me mostrar a humanidade desse que a todo instante era tratado como ?o demônio?. Através de sua escrita, Faulkner me permitiu penetrar em sua alma, e eu me comovi (e sofri!) com muita coisa que vi ali.

Nesse mundo em que vivemos somos bem rápidos para julgar, mas se pararmos por um minuto, e formos honestos com a gente mesmo, vamos nos deparar com falhas e pecados, segredos e mentiras que nós contamos para os outros, e para nós mesmos.

E como no caso de Sutpen, alguns segredos são mantidos em nossas almas não porque temos vergonha deles. Nem tudo o que escondemos, o fazemos por vergonha. Algumas vezes o fazemos por sentir alguma culpa, ou porque vivemos algo que nos era proibido, mas nem sempre escondemos algo porque temos vergonha, ou porque não foi algo bom.

Ao contrário! Algumas vezes existem momentos que são tão perfeitos, e onde nos sentimos tão completos e felizes, que não queremos dividi-los com mais ninguém, a não ser com aquele que esteve presente e foi cúmplice da nossa felicidade (Até porque, sejamos sinceros, mas tem alguma graça em se ser feliz sozinho? Eu particularmente penso que não!).

E eu penso que foi exatamente assim que os segredos de Sutpen se fizeram: de em momento vivido que foi tão perfeito (mas fortemente recriminado e proibido por sua consciência!), que não pode ser revelado ao mundo, nem muito menos aos seus descendentes. Acho que agora acabei fazendo o papel de advogado do diabo, mas a verdade é que quem não tem pecado, que atire então a primeira pedra. Sendo assim, quem sou para julgar Thomas Sutpen?

Ler ?Absalão, Absalão!? é uma experiência única, sensorial e tocante, que, para mim, foi muito maior do que eu sequer podia imaginar, e cujo final conseguiu me levar às lágrimas por tamanha beleza de uma narrativa poética, intensa e emotiva! Quanta perfeição em uma única história!

Não há como um único livro desse homem, desse gênio chamado William Faulkner não valer menos do que 5 estrelas. Na verdade, eu lhe daria um firmamento inteiro, porque não há como não me render à sua magnitude. De fato, eu me declaro aqui, para sempre, submissa a ele e a todas as suas magníficas obras!??
Ana Sá 18/04/2023minha estante
Flávia, eu antecipei Faulkner na minha lista 2023 por sua causa... E tenho a sensação de que as suas resenhas têm me preparado pra ele! Obrigada :) ??


Flávia Menezes 18/04/2023minha estante
Sério, Ana? Que bom isso! E eu tenho por mim que você não vai se arrepender! Ele é um mestre e apesar do trabalhinho que dá, vale muito à pena! Ficarei aguardando então suas impressões, amiga! ??


Geovana 18/04/2023minha estante
Ver sua resenha aguçou a curiosidade que tenho por esse autor. Talvez não demore muito para eu ler algo dele ?


Talys 18/04/2023minha estante
Não li a resenha toda pq quero ler em breve Absalão e depois vou lembrar de voltar aqui, mas li o final e fiquei aqui com coração aquecido, por quê também sou apaixonado por Faulkner e quando me deparo com outras pessoas encantadas por ele fico maravilhado!


Flávia Menezes 18/04/2023minha estante
Leia sim, Geovana! Não posso dizer que é uma leitura simples, mas sem dúvida é muito rica! Espero que goste! Mas se me permitir uma dica?comece por ?Luz em Agosto?, pra ir se acostumando à escrita dele.


Flávia Menezes 18/04/2023minha estante
Talys, se você já gosta do Faulkner, então essa será uma boa leitura. Vale à pena!


Lista de Livros 21/04/2023minha estante
"O existencialismo e a fenomenologia não são abordagens que devemos compreender através do raciocínio lógico".
É interessante que recentemente li "A destruição da razão" de György Lukács e sua fala vai exatamente ao encontro da dele - Lukács expõe de maneira ácida todas as filosofias que têm por base o irracionalismo.


Flávia Menezes 21/04/2023minha estante
Doney, realmente? não são abordagens que conversam com o lógico. Até porque elas estão muito próximas de como foram os primórdios da filosofia, onde não se construiam conceitos fechados. Mas naquela visão de ?Eu só sei que nada sei?, que um dia o filósofo Sócrates filosofou sobre. E Faulkner é bem assim também. Lado a lado com essas filosofias.




Gigio 29/07/2011

Nas palavras do próprio Faulkner, “Absalão, Absalão!” é a história de um homem que queria um filho e teve filhos demais, teve tantos que eles acabaram lhe destruindo. O personagem central, Thomas Sutpen, por motivos que vão sendo descortinados ao longo do romance, dedicou sua vida à construção de uma dinastia, mas foi vencido pelas circunstâncias. E não estou me adiantando: essa é tanto a síntese quanto o ponto de partida da história. Faulkner desenvolve sua narrativa a partir de uma única e natural certeza, o presente, e o que se conhece à altura do ano 1910 é apenas a verdade da derrocada de Sutpen. A função do leitor, a partir daí, será resgatar, através da visão de uma série de narradores encadeados, uma compreensão mais completa dessa tragédia individual que em muitos aspectos reflete a queda de todo o modo de vida do Sul americano no século XIX.

Na primeira cena, temos Quentin Compson, que retorna de O Som e a Fúria, no gabinete da Srta. Rosa Coldfield, uma velha poetisa, irmã mais nova da esposa de Sutpen e mais tarde também sua noiva. Ela se propõe a narrar-lhe a história do “demoníaco” Cel. Sutpen, desde o momento em que surge em Yoknapatawpha, acompanhado de um bando de negros selvagens, que não falavam inglês e andavam nus, e um arquiteto francês, para erguer uma fazenda em um terreno de 100 milhas quadradas obtido de índios americanos. Em seguida, dando prosseguimento a seus planos, Sutpen teria conseguido, em condições obscuras, a mão de Ellen Coldfield, a qual lhe daria então dois filhos, Judith e Henry. Muitos anos se seguiriam em que suas ambições permaneceriam imperturbadas, até que a aparição de Charles Bon, colega de Henry na Universidade do Mississippi, provocasse a destruição dos irmãos e, concomitantemente à eclosão da Guerra de Secessão, também a de Thomas Sutpen.

O relato de Rosa Coldfield ainda deixa muitas lacunas, e muitas delas são respondidas, e outros elementos reinterpretados, pelo Sr. Compson, pai de Quentin, a partir do que lhe fora narrado por seu próprio pai, que além de testemunha daqueles eventos, viera também a conhecer muito sobre a infância e juventude de Sutpen. Todas essas informações, por sua vez, transformam-se ao longo do livro em parte de uma conversa entre Quentin e Shreve, seu colega na Universidade de Harvard, enquanto os dois se esforçam para desvendar os últimos elementos da tragédia. Pouco se conhece, portanto, sobre as motivações dos personagens, uma vez que a maior parte dos eventos se encontra enterrado em 50 anos de passado, e tudo vai sendo retrabalhado de narrador em narrador, até que o leitor se veja enrodilhado nas mesmas especulações. Segundo Faulkner, no entanto, embora nenhum narrador individual seja capaz de enxergar a verdade, o leitor sim, de posse de todas essas visões, se torna capaz de uma compreensão superior e verdadeira da história.

Como nas principais obras de Faulkner, os aspectos estruturais podem ser bastante frustrantes em um primeiro momento. A sequência não-cronológica dos fatos narrados, a alternância entre os narradores, as inevitáveis repetições de uma representação do discurso oral, tudo isso faz com que o livro esteja além de uma simples e única leitura. Relendo alguns trechos, por exemplo, me dei conta de que alguns elementos só poderiam ser completados por outros fatos narrados 300 páginas depois. Ainda assim, ou até mesmo por isso, uma leitura extremamente recompensadora, com propósitos ambiciosos que raramente são vistos. Terminado o livro, a tragédia do Cel. Sutpen se multiplica em interpretações, como a de uma derrota da vontade contra as circunstâncias históricas, ou a danação do homem por seu próprio caráter, ou mesmo a maneira como os piores vícios de uma sociedade foram capazes de trazer a ruína do Sul americano.
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Francisco 15/11/2022

Thomas Sutpen: Ascensão e Declínio
Faulkner desenvolve aqui a ascensão e declínio da família Sutpen, cujo chefe, Thomas Sutpen, um descendente de escoceses nascido na Virgínia, parte ainda jovem para o Haiti em busca de riqueza e consequentemente poder para tornar-se um grande proprietário de terras. Ali chegado casa-se com a filha de um grande proprietário de canaviais, Eulalia Bon. Após dois anos a abandona à própria sorte com um filho ainda pequeno Charles.

Após abandonar Eulalia e Charles, Sutpen viaja para o condado de Yoknapatawpha, mais especificamente na pequena cidade de Jefferson, Mississipi. Neste local, constrói uma grande mansão em uma terra indígena sob a orientação de um arquiteto da Martinica e cem escravos que levaram a denominação de "A Centena de Sutpen". Os recursos financeiros utilizados por Sutpen em tal empreitada são um grande mistério para todos em Jefferson.

Ao estabelecer-se, Sutpen desposa Ellen Coldfield, filha de um aristocrata autóctone e tem com a mesma dois filhos: Judith e Henry. A partir de então a narrativa segue a juventude de Henry na Universidade do Mississipi e seu encontro com Bon, a participação de Sutpen nas Tropas Confederadas durante a Guerra Civil e os esforços de Thomas e Henry para evitarem que Bon despose Judith, mais para manter a "linhagem branca familiar" do que para evitar um relacionamento incestuoso segundo evidencia o próprio autor nas entrelinhas, tendo em vista o caráter dúbio do patriarca da família.

A história dos Sutpen é narrada por Quentin Compson, um estudante de Harvard e neto do único amigo de Thomas, o General Compson a seu colega de quarto, o canadense Shreve McCannon, uma personalidade muito interessada na história e nos costumes sulistas.

Algo que me chamou bastante atenção é que Faulkner retrata a corrupção do sistema social e sua impossibilidade de controlar seus "Thomas Sutpens" como um dos fatores determinantes que culminaram na Guerra Civil e impulsionaram o racismo étnico intrínseco à sociedade da época.

Uma curiosidade sobre esse livro é que o mesmo teve um de seus parágrafos inclusos no Livro Guiness dos Recordes de 1983 como o maior parágrafo já escrito em língua inglesa, com mais de mil e duzentas palavras.

Não posso afirmar que essa é uma leitura fácil, mas requer muita atenção e dedicação do leitor, pois a narrativa desenrola-se de maneira fragmentada e segue uma sequência não-cronológica e grandes parágrafos de fluxos de consciência (que me lembra "Ulysses" de Joyce), além disso contém muitos aspectos filosóficos e referências a tragédias gregas e outras obras poéticas como "Fausto" e "Manfred", obras que reforçam o caráter Gótico da obra em eis. No entanto, finalizo tal leitura recompensado por uma narrativa tão intrincada e poderosa que resenha alguma pode descrever. Portanto, essa é uma leitura mais que recomendada.
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marcosm 10/04/2021

Absalão, Absalão
Que livro! QUE LIVRO!

Já nas primeiras páginas, a prosa do Faulkner me deixou sem fôlego, pela força das palavras e escolhidas e pelo turbilhão de emoção que elas vão despertando. E ele vai direto ao ponto contando toda a história do livro logo no primeiro capítulo. Depois ele pega essa história e vai girando, trocando perspectivas, revelando pequenos detalhes aqui e ali. E o faz com maestria que eu nem sei como descrever. Já tinha lido outros livros dele, mas esse foi o que mais me deixou boquiaberto. Me lembrou muito o A leste do Éden, com a diferença que a escrita do Steinbeck é mais limpa, mais direta. O Faulkner consegue e confundir o leitor ao mesmo tempo. Ele usa um recurso que achei genial, ocasionalmente ao usar uma das pessoas do discurso, ele coloca entre parênteses a pessoa a quem se refere. Por exemplo: ele (Fulano) vi que ele (Sicrano)... Não tinha visto esse recurso ainda e a forma como o Faulkner usa isso nesse livro me pareceu simplesmente genial. Queria poder escrever mais para dizer como esse livro é bom, mas não tenho os mesmos recursos que o Faulkner.
Claire Scorzi 11/04/2021minha estante
Eeeebbbbbaaaa
\o/


marcosm 12/04/2021minha estante
Que livro!!!


Claire Scorzi 12/04/2021minha estante
Peguei um Faulkner para reler, embora não seja esse; mas se eu estiver na disposição certa, irei reler outros. Vamos ver. :)


marcosm 12/04/2021minha estante
Acho q já li os principais dele. Eu deveria reler O som e a fúria.




jota 25/08/2023

Um clássico moderno, mas também uma história difícil, enviesada, fragmentária, que o próprio Faulkner confessou que foi uma tortura escrever. Imagine ler, então...
Lido entre 23 de julho e 24 de agosto de 2023

Um substantivo que aprendi lendo Absalão, Absalão! (1936) foi oitavona, empregado muitas vezes para referir-se a uma personagem secundária da obra, e cujo significado transcrevo do Google: “se diz de uma mulher com 7/8 de sangue branco e 1/8 de sangue negro, descendente, portanto, de 7 bisavós de sangue branco e um bisavô de sangue negro. Em termos de aparência física, tanto pelos padrões brasileiros e mesmo pelos padrões norte-americanos, passaria por ser uma branca pura.” Mas não no sul segregacionista dos EUA e menos ainda no tempo em que se passa essa história.

Que se desenrola (ou se enrola demais, pelo modo como é narrada, plena de fragmentos delirantes do passado e outros recursos usados pelo autor) durante a Guerra de Secessão, ou Guerra Civil (1861-1865), e mesmo muitos anos depois do final da escravidão nos EUA. Tempos em que a cor da pele e ou a quantidade de sangue negro correndo nas veias de uma pessoa podiam determinar se ela viveria poucos ou muitos anos e o tipo de vida que poderia levar ali, entre os brancos, nem um pouco adeptos de qualquer forma de miscigenação, pelo contrário, combatida até a morte a fim de impedir o “escurecimento” do sangue dos sulistas.

O título da obra remete para o Antigo Testamento e os personagens encontrados na narrativa bíblica têm, guardadas certas proporções, seus correspondentes na ficção de Faulkner, sendo que o principal deles, o rei Davi aqui se torna o coronel Thomas Sutpen. Seu filho Absalão assume o nome de Henry Sutpen, e assim por diante com os demais personagens e as tramas dessa história bastante tortuosa, sobre a ascensão e queda de um homem (Sutpen), que o próprio Faulkner confessou a seu editor ter sido uma tortura escrever. Acrescento que lê-la também não foi nada fácil, por vezes foi mesmo exasperante.

Não apenas pelo modo como Faulkner a escreveu – são longos capítulos com longas frases e parágrafos imensos, idas e vindas no tempo, mudança de um ambiente para outro na sequência de uma frase apenas etc. –, também pelo enredo que ela encerra, as muitas desgraças que os narradores Quentin Compson e Rosa Coldfield nos contam sobre a família Sutpen que, em linhas gerais vem resumido nas páginas iniciais desse romance gótico:

“Parece que esse demônio — seu nome era Sutpen — (coronel Sutpen) — coronel Sutpen. Que veio do nada e sem aviso para esta terra com um bando de pretos estranhos e construiu uma fazenda — (abriu violentamente uma fazenda, diz a srta. Rosa Coldfield) — violentamente. E casou-se com a irmã dela, Ellen, e gerou um filho e uma filha que — (Sem carinho gerou, diz a srta. Rosa Coldfield) — sem carinho. Que deveriam ter sido as joias de seu orgulho e o abrigo e conforto de sua velhice, só que — (Só que eles o destruíram ou algo assim ou ele os destruiu ou algo assim. E morreram) — e morreram. Sem pesar, diz a srta. Rosa Coldfield — (Exceto dela) Sim, exceto dela. (E de Quentin Compson) Sim. E de Quentin Compson.”

Só que, claro, nada disso nos é contado linearmente porque Faulkner é um autor caracteristicamente cerebral, daqueles que dão trabalho para o leitor entender o que narram, então, em termos de dificuldade de leitura, penso que Absalão, Absalão! está mais para outro livro difícil dele, O Som e a Fúria (1929), e muito menos para Palmeiras Selvagens (1939) ou Luz em Agosto (1932), duas obras mais palatáveis que apreciei bastante tempos atrás. Apesar de tudo, tenho de reconhecer que Absalão, Absalão! não deixa de ser uma leitura fascinante.

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JanaAna90 10/03/2024

Um livro que começa desafiador, com uns diálogos sem pé nem cabeça nos obrigando a ficar bastante atentos para entender. Não seria Faulkner se não fosse desafiador.
A história é sobre a vida de Thomas Sutpen. Começamos ouvindo falar sobre o mesmo a partir da narração de sua cunhada Rosa Coldfield. Rosa vê Sutpen como o próprio demônio, que acabou com a vida de sua irmã e seus sobrinhos (filhos dele). Rosa narra a história a Quentin, que registra tudo, e é a partir desses relatos que surge o livro, que contara também com a narrativa de outros personagens que fazem parte dessa história.
Sutpen é um homem estranho e que aparece de forma inusitada e que levantou bastante a curiosidade de todos, porque apesar de aparentar não ter dinheiro, ele compra as melhores terras da região, depois some e aparece com alguns negros escravizados e selvagens.
Quando volta constroi sua casa e depois some e, quando retorna, dessa vez com as mobilias da casa, que são bastante luxuosas, despertando assim a curiosidade e as especulações de como foram adquiridas.
Todos esses movimentos parecem ofender e despertar a curiosidade, a inveja e as dúvidas das circunstancias que essa fortuna foi ganha. Diante de tudo isso as pessoas ficam intrigadas e começam a hostilizar ainda mais Sutpen.
O autor vai tecendo sua história, despertando-nos a curiosidade e levando dúvidas sobre o carater de Sutpen, se herói ou bandido. Faulkner nos desafia com sua escrita com vários narradores, textos sem pontuações e sua critica sobre a sociedade abordando no livros questões raciais, familiares e sociais.
Foi fantástico, para mim, descobrir e entender o título para perceber o que Faulkner coloca em "Absalão, Absalão"
Como todos os livros de Faulkner, as releituras são sempre obrigatórias e certamente estarão na minha lista novamente.
Fabiolla Rabelo 10/03/2024minha estante
ei Jana, otima resenha.
nunca li Faulkner, indica começar por algum específico?


JanaAna90 10/03/2024minha estante
Oi Fabi!
Fico feliz que tenha gostado da resenha e mais feliz ainda por despertar a sua vontade de ler Faulkner.
Sugiro ?A morte em Veneza e Tonio Kroger?.




Brenda 22/03/2023

Uma leitura desafiadora, mas recompensadora
Esse livro é um quebra cabeças. Narrativas costuradas uma por cima da outra. Relatos e memórias de um homem que se recusam a ser esquecidos. Afinal, ele define o que era o Sul dos EUA. É por meio de sua história que Quentim explica a ascensão e queda de uma região que se firmou numa tradição excludente e predatória; valores que definiram seu declínio, após a guerra de secessão.
Obs: A leitura deve ser acompanhada da confecção de um linha cronológica, no mínimo ?.
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ordinary.beraldo 15/07/2020

a perturbação numa família sulista já decaída
Faulkner mais uma vez retirou as palavras do minha boca: se com "Som e a Fúria" eu olhei para minha parede branca e fiquei processando, por uma tarde toda, o que tinha acabado de ler - ou melhor observar pois faulkner exige releituras constantes -, se com "Enquanto Agonizo" eu senti a dor de um luto desfalecido e secundário até mesmo em sua trama percorrendo junto às personagens uma trilha funerária, com "Absalão Absalão" a reação de olhar para o nada e pensar em tudo foi iminente.
A diferença na minha experiência de leitura com esse romance gigantesco está na perturbação que as palavras amontoadas nessas escassas páginas, na sensação de desconforto, não por tratar apenas de temáticas fortes como incesto e luto e tabus dos mais variados, mas por sublevar esses temas a quase nada quando comparados à magnitude dessa narrativa e desse enredo, os quais vão e voltam e alcançam espaços/tempos além da própria trama.
Fluxo de consciência, figura faústica, decadência sulista em plena guerra de secessão, tramas familiares complexas e inaudíveis... isso não pode resumir Absalão Absalão em sua completude.
Seu conceito jaz na morte da esperança humana, na recapitulação da perturbação e na perda da própria razão sobre os fatos.

Obrigado William Faulkner por mais uma obra de tirar o fôlego!
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Fernando 24/12/2020

O livro mais diferente que já li...
Sensacional, um livro onde vc precisa estar atento a todas as palavras. Que obra fantástica...
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Brauns 12/09/2010

Difícil e necessário
Juntamente com "O Som e a Fúria" e "Luz em Agosto", "Absalão, Absalão!" forma o trio das obras mais discutidas e estudadas de William Faulkner.

Não sem motivos.

O título do livro é uma referência a tragédia bíblica envolvendo o Rei Davi e seu filho Absalão.

O livro trata da família Supten e um incesto, que é contado para nós leitores de maneiras diferentes e por personagens diferentes (quem gosta de Akira Kurosawa pode fazer um paralelo com o filme Rashomon).

Com o passar das páginas os acontecimentos vão ficando mais claros. A história da família Supten e dos envolvidos é contada sem pressa e de maneira marcante.

William Faulkner é dono de uma escrita complexa. O texto está repleto de digressões que exigem bastante atenção do leitor. Quando você se acostuma com o estilo se sente devidamente recompensado.

Além de contar com maestria a história problemática de uma família em particular, o escritor faz um painel honesto do sul dos Estados Unidos da época da Guerra da Secessão. São as raízes do próprio autor servindo de material de pesquisa para a narrativa.

A deterioração moral, o racismo cego capaz de provocar atitudes extremamente violentas e o fatalismo são mostrados sem meias palavras, portanto o choque é inevitável.

Ler Faulkner e, em especial, Absalão, Absalão! é uma experiência difícil, mas necessária.
Kaonny 09/03/2015minha estante
Boa resenha, mas falta Enquanto Agonizo formando o grupo de principais obras de Faulkner.


Brauns 16/08/2015minha estante
obrigado pela dica.




Roberto 26/06/2023

Movidos pela força do ódio
Foi uma leitura bastante intensa, pois nesse livro Faulkner está bem mais detalhista, utilizando de longas sentenças descritivas, de parágrafos que ocupam de 2 a 3 páginas, e dos diversos narradores, todos eles contando( em suas próprias perspectivas, sempre tendenciosas) a história de Thomas Sutpen e das confusões em sua família e ao redor
Todos personagens na narrativa foram movidos por um ódio ou desejo ardente , como Thomas Sutpen, que um evento em sua infância que lhe deixou enraivecido o fez viajar pelo mundo em busca de dinheiro e poder, causando diversas confusões pelo caminho, me lembrando os personagens Mr. Kurtz , de O Coração das Trevas, e o Jay Gatsby
Apesar de ser mais fácil de entender que o Som e a Fúria, pois Faulkner acaba explicando muito bem a história, a narrativa não é nada fácil, requerendo muita atenção para não se perder nos fluxos da narrativa e nas informações da história, além de discutir sobre seus temas de forma bem crua e ácida, como o racismo, corrupção, adultério e a política do Sul dos EUA, e assim não é uma boa leitura para se iniciar na obra do Faulkner( para tal recomendo o Luz em Agosto)
Um livro longo e denso, porém recompensador e com uma narrativa belíssima, além de nos apresentar lições valiosas sobre os perigos da ganância e o ódio
Os livros do Faulkner não são para serem esmiuçados de primeira, devendo o leitor apenas prestar atenção nas informações soltas que recebe e ser paciente, porque no decorrer do livro, cedo ou tarde a história e os segredos lhe serão revelados
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Gabriel.Antunin 05/05/2021

"Não admira que vocês de lá sobrevivam a si mesmos"
A ascensão e queda de Thomas Supen, esse é a narrativa central do livro. Falkner montou a tragédia de maneira tão detalhada a não deixar uma lacuna sequer, não há dúvida quanto as motivações dos personagens, consequências dos acontecimento e como afetam o psicológico de cada um.
Porém a graciosidade do livro se encontra, principalmente, na montagem. A história é contada a partir de diversos relatos feitos a Quentin, personagem de "O som e a fúria", narrados fora da ordem cronológica e com camadas estilísticas de Falkner brilhando no correr da narrativa. Parágrafos longuíssimo e períodos que não perdem em duração, utilização de parênteses enormes e quebras na narrativa para inserção dos pensamentos de personagens, todos milimetricamente pensados para acrescentar à história, não quebrando ritmo e complexificando a ponto de exigir do leitos atenção redobrada. O livro é grandioso em todos os aspectos e justifica o grande nome de Faulkner no cenário da literatura mundial. Uma grande experiência estética com um roteiro que se iguala em qualidade.
Vale resaltar que o final do livro é o melhor que já li em toda minha vida.
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Magasoares 05/11/2022

Absalão, Absalão
THOMAS SUTPEN: Nascido em 1807 nas montanhas da Virgínia Ocidental, um dos muitos filhos numa família de brancos pobres anglo- escocesa. Em 1883 arroteou uma plantação, a que deu o nome bde Sutpen's Hundred, na comarca de Yoknapatawpha, Mississipi. Casou com(1) Eulalia Bon no Haiti em 1827; e(2) Ellen Coldfiel em Jefferson, Mississipi, em 1838. Major, depois coronel de um Regimento de Infantaria do Mississipi, Exército dos Estados Confederados. Morreu em 1869 em Sutpen's Hundred.
EULALIA BON: Nascida no Haiti. Filha única de um plantador de açúcar haitiano de origem francesa. Casou com Thomas Sutpen em 1827, divorciou-se em 1831. Morreu em Nova Orleães em data desconhecida.
CHARLES BON: Filho único de Thomas Sutpen e Eulalia Bon Sutpen. Frequentou a Universidade do Mississipi, onde conheceu Henry Sutpen, e foi noivo de Judith. Soldado e depois tenente na Companhia Académica de um Regimento de Infantaria do Mississipi, Exército dos Estados Confederados. Morreu em Sutpen's Hundred em 1865.
GOODHUE COLDFILD: Nascido no Tenessi. Instalou-se em Jefferson, Mississipi, em 1828, estabelecido com uma pequena casa de comércio. Morreu em Jefferson em 1864.
ELLEN COLDFIELD: Flha de Goodhue Coldfield. Nascida no Tenessi em 1817. Casou com Thomas Sutpen em Jefferson, Mississipi, em 1838. Morreu em Sutpen's Hundred em 1863.
ROSA COLDFIELD: Filha de Goodhue Coldfield. Nasceu em 1845 em Jefferson, onde morreu em 1910.
HENRY SUTPEN: Nascido em Sutpen's Hundred em 1839, filho de Thomas Sutpen e Ellen Coldfield Sutpen. Frequentou a Universidade do Mississipi. Soldado da Companhia Académica de um Regimento de Infantaria do Mississipi, Exército dos Estados Confederados. Morreu em Sutpen's Hundred em 1909.
JUDITH SUTPEN: Filha de Thomas Sutpen é Ellen Coldfield Sutpen. Nascida em 1841 em Sutpen's Hundred. Foi noiva de Charles Bon em 1860. Morreu em Sutpen's Hundred em 1884.
CLYTEMNESTRA SUTPEN: Filha de Thomas Sutpen e de uma escrava negra. Nascida em 1834 em Sutpen's Hundred, onde Morreu em 1909.
WASH JONES: São desconhecidos a data e o local do nascimento. Posseiro de uma Cabana abandonada, junto ao rio, pertencente a Thomas Sutpen; parasita de Sutpen e capataz na propriedade enquanto Sutpen esteve ausente de 1861 a 1865. Morreu em Sutpen's Hundred em 1869.
MELICENT JONES: Filha de Wash Jones. É desconhecida a data do nascimento. Consta que morreu num bordel de Mênfis, Tenessi.
MILLY JONES: Filha de Melicent Jones. Nascida em 1853. Morreu em Sutpen's Hundred em 1869.
CRIANÇA SEM NOME: Filha de Thomas Sutpen e de Milly Jones. Nasceu e morreu no mesmo dia de 1869, em Sutpen's Hundred.
CHARLES ETIENNE DE SAINT VALERY BON: Flho único de Charles Bon e da amante octoruna cujo nome se ignora. Nascido em Nova Orleães em 1859. Casou emb1879 com uma negra de raça pura, de nome desconhecido. Morreu em Sutpen's Hundred em 1884.
JIM BOND(BON): Filho de Charles Etienne de Saint Valery Bon. Nasceu em Sutpen's Hundred em 1882. Desapareceu de Sutpen's Hundred em 1910. Paradeiro ignorado.
QUENTIN COMPSON: Neto do único amigo de Thomas Sutpen na comarca de Yoknapatawpha. Nasceu em 1891 em Jefferson. Frequentou a Universidade de Harvard em 1909/1910. Morreu em Cambridge, Massachusetts, em 1910.
SHREVLIN McCANNON: Nascido em 1890 em Edmonton, Alberta, Canadá. Frequentou a Universidade de Harvard entre 1909 e 1914. Capitão no Real Corpo Médico Militar, Forças Expedicionárias Canadianas em França, 1914/1918. É presentemente cirurgião em Edmonton, Alberta, Canadá.
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Karen 13/07/2022

Hipocrisia ou Ignorância?
Excelente livro, porém se arrasta em alguns momentos.
A mesma história sendo recontada por vezes me vez dar um tempinho da leitura aqui e ali.
Muito da história está no não dito ou falado ou escrito - o que torna a leitura mais instigante.
Uma época de sobrevivência, preconceitos e hipocrisias.
"... não estaria presente no dia em que o Sul perceberia que estava agora pagando o preço por ter erguido seu edifício econômico não sobre a rocha moral rígida, mas sobre a areia movediça do oportunismo e do bandidismo moral.".
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