Leonel 13/11/2020
Muito bom!!!
Fúrias despertadas
Takeshi Kovacs está de volta dessa vez em Harlan (seu mundo natal) e desde o começo parece estar em alguma confusão, envolvendo o assassinato de membros de uma religião (Nova Revelação), Kovacs está usando uma “capa” sintética que está danificada, por alguma razão seu contato para o reencape dá errado e ele arruma problemas com a Yakuza.
É em meio a tudo isso que ele encontra uma desarmadora Sylvie Oshima (desarmadores são mercenários equipados com tecnologia avançada e mandados para combater maquinas semi-senscientes chamadas de “mementas”), a desarmadora acaba por receber a ajuda de Kovacs e em troca o leva juntamente com sua equipe para “Nova Hokkaido” (Novahok) com a ideia de que lá eles poderiam se manter longe dos problemas que tanto Sylvie quanto Kovacs enfrentariam se ficassem ali.
Após esses eventos iniciais tudo se torna extremamente mais complicado, pois Sylvie é muito mais do que aparenta ser, e tudo parece caminhar para uma nova revolução como a ocorrida trezentos anos antes em Harlan (a descolonização), se desdobrando num conflito que pode alterar o fluxo do poder e a sociedade, e com um potencial perigoso de atrair os temíveis emissários ao planeta.
Esse terceiro livro tem um ritmo diferente dos outros (é correto dizer que cada livro da série tem um estilo diferente), nesse há um toque de conspiração e revolução, com personagens com desejos de realizar mudanças sociais profundas e que alterariam de fato a hierarquia de poder, fazendo com que ele ficasse novamente com o povo e não com as famílias governantes e grupos associados (como a Yakuza), e nesse meio se encontra Takeshi Kovacs que inicialmente não quer ter nada a ver com isso, mas acaba envolvido numa coisa muito maior.
Durante esse livro muitos personagens que são mencionados anteriormente nos outros livros acabam por aparecer e muitos detalhes sobre eles são revelados, mais do passado do protagonista é mostrado e é explicado em parte os eventos do segundo livro (o motivo de ele ter ido parar em Sanção IV).
Eu gostei da série de livros como um todo, gostei do fato de cada livro ter uma dinâmica diferente apresentando não apenas detalhes do protagonista, mas dos outros personagens e principalmente do grandioso cenário criado pelo autor, os muitos planetas que os humanos passaram a habitar, a civilização marciana, a tecnologia extremamente avançada, as unidades que controlam e mantém “bem ou mal” as sociedades humanas em seu incessante fluxo seguindo adiante, tecnologicamente avançados, mas ainda caoticamente humanos, as vezes fantásticos em outros momentos desprezíveis, com tudo de bom e de ruim que a humanidade tem.
Eu não sei se haverá outros livros, as história pode ser considerada fechada nesse, porém eu não reclamaria de ler mais, saber mais sobre as outras colônias onde vivem os humanos e etc.