Lucy 20/08/2020
A louca/tola/birrenta/desagradável/maniqueísta perfeita
A Namorada Perfeita tem uma premissa interessante, que lembra o livro Você, da Caroline Kepnes. Porém, completamente oposto ao que encontramos no Joe, temos uma Julliette/Lily/Elisabeth com nenhum carisma, burra, pateticamente irritante e monótona. Acompanhar um personagem com códigos morais inexistentes pode ser uma experiência fascinante, desde que eles sejam bem elaborados. O que, definitivamente, não é o caso aqui.
O início é absurdamente fatigante, e antes dos 20% eu já estava me preparando psicologicamente para abandoná-lo. Ele foi um grande sonífero, literalmente. Porém me sinto culpada abandonando livro, então segui na labuta. Mal sabia eu, que as coisas não iriam melhorar dali em diante. Não há suspense, não há tensão, não há plot twists, não há clímax,(quase) não há morte, e ainda assim, a tal morte é óbvia e sem qualquer emoção. Lily tem planos completamente ridículos, que só funcionam em sua mente deturpada. A obsessão por Nate (que se mostrou um perfeito cafajeste e que claramente nunca gostou muito dela) ou por Bella (que fez da sua vida um inferno na escola) é patética. Ela toma atitudes que não fazem o menor sentido, como conversar com alguém que ela sabe que não confia mais nela (com razão) e que ela mesma não gosta mais, só para, logo em seguida, fazer mais algo estúpido. Ou invadir a casa desse alguém e, antes de sair, arrumar o guarda-roupa dele (???). Ela nunca sabe a hora de parar, como uma criança birrenta. É excruciante! Terminei sentindo pena do Nate e até mesmo do Miles. Não por terem sido bem desenvolvidos, ao ponto de me causarem uma certa comoção ou empatia, mas pelo simples fato da Lily ser insuportavelmente desgastante, e senti esse esgotamento neles, pois era o mesmo esgotamento em mim. Eles não eram dignos de pena, no entanto, me compadeci de qualquer alma que cruzou seu caminho.
Nenhum personagem é desenvolvido. O foco completo é na protagonista que tem um passado trágico envolvendo seu irmão, e isso não tem qualquer relevância na trama. A mãe alcoólatra e a relação com a tia (que eu jurava que era avó), também não tem. Ela sofria bullying, e eu, geralmente, não culparia a vítima, porém não dá para ter comiseração por alguém como Julliette. Tudo é bem banal, com exceção de suas "super divertidas" viagens, contando detalhes de seu trabalho como comissária de bordo. Uhull...
Para não dizer que estou de mal humor, há uma revelação envolvendo o passado de Nate que me pegou realmente de surpresa, pois nem mesmo recordava desse incidente, já que tinha abandonado o livro por um tempo. Portanto, nem foi um mérito da autora me surpreender, mas mérito da minha mente que não deu qualquer importância a tal fato e o esqueceu logo após ler.
E após trinta capítulos repetitivos, que vão de nada a lugar nenhum, somos agraciados com um final totalmente em aberto. Um final que te faz se perguntar como alguém tem a audácia de afirmar que finalizou um livro dessa maneira. Um final que só me fez ter a plena certeza de que desperdicei meu tempo lendo uma obra tola de uma aspirante a autora de suspenses.
"De repente, ele parece desabar. Como se tivesse desistido." - Me identifico. Pena que, assim como ele, foi meio tarde demais...