Douglas MCT 04/09/2019
OS MORTOS SÃO AS UVAS E A GUERRA, O VINHO!
Por Crom! O grande Conan retorna a Marvel de maneira bastante decente e apaixonada, pelas mãos do roteirista Jason Aaron, que coloca o Cimério ainda jovem, no meio de um coliseu e envolvido com uma misteriosa mulher de vermelho, que guarda perigosas intenções para seu destino. A retomada do personagem pela Casa das Ideias presta um tributo aos clássicos, pois logo na primeira página (dupla) temos uma montagem que faz um apanhado de suas várias versões oitentistas, de Roy Thomas e John Buscema (e Alfredo Alcala, Barry Windsor-Smith, entre outros), evidenciando que este "novo Conan" na verdade continua fazendo parte do mesmo universo de quadrinhos de antes (de ir para Dark Horse), deixando toda a composição narrativa ainda mais enriquecida.
Mahmud Asrar tem um traço preciso, ao mesmo tempo charmoso e brutal, que funciona muito para essa versão jovial e bárbara do Cimério, que guarda todos os atributos físicos do personagem. O artista consegue entregar dinamismo entre os quadros, recheados com litros de sangue, a medida que ilustra cenários e outros personagens de maneira bastante autêntica (e bem acompanhados pelas cores fortes de Matthew Wilson), principalmente quanto a tal Feiticeira Rubra. Além da capa formidável de Esad Ribic, a edição da Panini Comics Brasil ainda trás a primeira parte do conto "A Luz Estelar Negra", escrita pelo ainda desconhecido John C. Hocking (que dedica a Roy Thomas, não a Robert Howard), com uma passagem de Conan e outras 3 figuras durante uma jornada pela Stygia. Claro que o autor não tem a mesma classe do criador original, mas parece conhecer Conan o suficientemente bem para desenvolver 4 páginas interessantes, o que também é uma baita ideia da Marvel, de atrelar prosa com quadrinhos, em uma revista que vale o seu investimento.