O Conto da Aia

O Conto da Aia Margaret Atwood




Resenhas - O Conto da Aia: graphic novel


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EduardaMariaGG 24/04/2021

As imagens são lindas e muito bem feitas. Mas a história é muito confusa. Talvez o livro original seja um pouco melhor, mas a história não me conquistou.
anicca 24/04/2021minha estante
O livro é excelente! Se você reler a HQ depois dele provavelmente vai ter uma nova perspectiva


EduardaMariaGG 24/04/2021minha estante
eu achei meio feminista, então não pretendo ler. Mas quem sabe, né? hahaha


anicca 24/04/2021minha estante
Você é contrária ao feminismo então. Posso perguntar seus motivos?


EduardaMariaGG 24/04/2021minha estante
A libertinagem sexual, a ideologia de gênero...Por muitos e muitos fatores, mas principalmente porque os direitos das mulheres não foram reconhecidos com o auxílio do movimento feminista. Como por exemplo: As passeatas que elas faziam e fazem, conquistaram alguma coisa? Não.


anicca 24/04/2021minha estante
Ih, eu realmente não entendo o conceito de ideologia de gênero... Se quiser falar a respeito, agradeceria.

Sobre libertinagem, nos séculos passados para o homem era bem ok se casar só depois dos 30, isso depois de incursões sexuais favorecidas pelo próprio pai. Já no caso das mulheres, quanto antes o casamento viesse, melhor. Ninguém queria uma "titia". E vontade própria nem era uma questão, ai delas se cogitassem desfazer o acordo feito pela família.

E nem é sobre quem faz o quê, na real, comportamentos viciosos não são próprios de determinado grupo de indivíduos. Todas as pessoas estão sujeitas a X ou Y, a diferença está em como cada um lida com as demandas.

Bom, literalmente dias atrás o STF revisou a lei que permitia a um homem matar sua companheira em nome da "honra". O feminismo busca romper justamente com esses desníveis, por acreditar que a sociedade progrediria melhor se ambos os lados trabalhassem em conjunto. As marchas são só uma das formas de expressão.

O dia 8 de março também está relacionado, pela queima de corpos na fábrica e tal.

Conhece o "efeito Matilda"?


anicca 24/04/2021minha estante
Ficou enorme kkkkkkkk foi mal, é só que me pareceu um espaço legal para trocar ideias


EduardaMariaGG 24/04/2021minha estante
bom, mas se você for analisar essas mulheres realmente queriam casar logo, era uma porcentagem baixíssima delas que não queria. Eu sei que o STF proíbiu por unanimidade uso do argumento da legítima defesa da honra por réus de feminicídio. Mas se fosse uma mulher matando um estuprador pra se livrar de um estupro com certeza seria considerado Legítima Defesa, então por que com os homens não pode ser assim também? Se uma mulher tentar matar um homem, ele terá que aceitar sua morte por não poder se defender,
pelo simples fato de ser uma mulher? E o dia 8 de março não está relacionando com o incêndio na fábrica, essa versão do incêndio é confusa.


EduardaMariaGG 24/04/2021minha estante
não conhecia, mas fui pesquisar um pouco agora. mas não concordo não.


EduardaMariaGG 24/04/2021minha estante
sendo BEM breve, Judit Butler (recomendaria que você lesse o livro dela pra tirar suas próprias conclusões) afirma que não nascemos homem ou mulher.




Karina 13/09/2022

Uma das melhores distopias merece um quadrinho a altura
Não preciso dizer o quanto essa história é impactante e impressionantemente possível (esperamos qualquer coisa dessa humanidade cruel e sem escrúpulos).
Esse quadrinho só tráz mais vivacidade a essa história, nos tráz à luz uma visão que nos custa acreditar um dia poder ser real, coloca a imagem da mulher, um ser real, sendo submetida a humilhação de não ter sua "liberdade para" (pq não queremos uma "liberdade de", queremos uma "liberdade para").
O que o livro nos faz somente imaginar como seria se tudo estivesse acontecendo, esse quadrinho traz à imagem alguém, alguém que poderia ser eu, que poderia ser você, que poderia ser qualquer uma de nós.
Para aqueles que leram o livro mas não gostaram muito do modo de escrita esse quadrinho pode ser uma forma de conhecer essa obra prima e se apegar a essa história, mas mais que tudo perceber os sinais.
Uma frase super importante que faltou nesse quadrinho e que está presente no livro e que deve estar sempre presente em nossa mente é: "Nada muda instantaneamente: numa banheira que se aquece gradualmente você seria fervida até a morte antes de se dar conta."
Pra mim essa é a principal mensagem dessa obra, percebam os sinais, senão pode ser tarde demais.

As imagens e as cores são incríveis, são fortes. Vale cada centavo pago e um pouco mais.
Ana 13/09/2022minha estante
Não entendi muito bem o final, offred foi levada para onde e o que são aquelas fitas?


Karina 14/09/2022minha estante
Na verdade não se sabe o que houve com ela. Se ela conseguiu chegar em outro país ou se foi capturada antes disso, só que aquela hora que ela foi levada pelos guardas ela realmente estava fugindo.
O livro inteiro é como se fosse o depoimento dela em fitas encontradas anos depois.
E os caras que aparecem lá no final falando sobre as fitas se passa anos depois quando o regime de Gilead cai e eles descobrem as atrocidades cometidas. Eles usam as fitas como documentos.


Karina 14/09/2022minha estante
Provavelmente ela fez as fitas no trajeto pro lugar que ela estava indo. Possivelmente indo pra outro país.




Paloma 22/01/2022

"Não tolerarei que uma mulher ensine, nem que usurpe a autoridade do homem, apenas se mantenha em silêncio. Pois primeiro Deus criou Adão, depois Eva."
Podem falar o que quiser do livro 'O Conto da Aia'... Que é chato, cansativo, descritivo demais, que a protagonista é rasa ou que o final é insatisfatório.

Mas diminuir a importância do tema imposto pela Margareth? Aí a crítica perde credibilidade.

Pois imagina você mulher, ser submetida a uma escravidão do útero. Ser reduzida apenas a isso? Unicamente para fins de procriação. Um receptáculo "sagrado". Sem direitos ou escolhas. Aprisionadas, usadas e depois simplesmente descartadas.

Você como indivíduo já não importa mais.

A única coisa útil em você, é a rapidez que seu corpo pode gerar bebês.

Tenha filhos ou morra.

É ou não assombroso?

Todo livro leva a uma discussão além do que é machismo e feminismo. Aborda questões de direitos humanos. De como é sua visão de liberdade como indivíduo racional e participante de um sociedade contemporânea.

Por isso sou apaixonada por essa história.

Tudo que ela causa em mim: repulsa, humilhação, raiva, vergonha e pânico, me faz ser grata pela voz conquistada por todas as mulheres do passado, e mantém acesso o alerta de que a nossa luta não acabou.

Então para quem tem receio de ler o livro de primeira, a graphic novel é perfeita para iniciar.

Ela bem completinha e transmite perfeitamente essa narrativa insana que Margareth Atwood escreveu (fora que as ilustrações também são fantásticas!).

Vale super a pena!

Amei cada página e recomendo demais.

LEIAM!
Vinicius 22/01/2022minha estante
Não tenho coragem de ler o conto da aia mas admiro quem tem


Paloma 23/01/2022minha estante
É um dos meus livros favoritos, Vini!
A leitura pode ser um pouco lenta, mas é incrível. ??


Vinicius 24/01/2022minha estante
Falo mais do assunto sabe, pesado eu sou mais fraco kkkkj




Faline.Ferreira 31/08/2022

Assustador
Li o livro no kindle e fiquei confusas em algumas coisas , resolvi comprar a hq e amei a edição.
Folhas e ilustrações maravilhosas .
E tão real essas possibilidades de algo acontecer, que é assustador .
Leitura obrigatória para todos , mas principalmente para mulheres.
Ana 13/09/2022minha estante
Não entendi muito bem o final, offred foi levada para onde e o que são aquelas fitas?


Faline.Ferreira 16/09/2022minha estante
Da a se entender que ela foi salva , pois tem o segundo livro.




Victória Caribé 18/03/2022

Beeeem melhor que o livro normal. Primeira vez que leio um graphic novel e estou impressionada! Distopia boníssima! Recomendo que leiam as duas versões!!
JiPaiva 18/03/2022minha estante
Eu não gostei do livro do Conto da Sua, mas amei a série, agora tô pensando em talvez ler a Graphic Novel


Victória Caribé 18/03/2022minha estante
O livro é bem arrastado mesmo, demorei um pouco pra conseguir terminar. O graphic tira umas partes desnecessárias, recomendo




Mayra.Domingos 06/09/2022

Um livro cheio de críticas sociais que vão te deixar extremamente assustados só com a possibilidade de isso um dia acontecer no mundo real
Ana 13/09/2022minha estante
Não entendi muito bem o final, offred foi levada para onde e o que são aquelas fitas?


ivy! 21/07/2023minha estante
tbm fiquei boiando em relação as fitas kkkkkk terminei ontem




Anderson.Luiz 05/01/2024

Primeira leitura de 2024 \o/
Conheço a história só pela série ( que aliás é ótima) e ainda não tive a oportunidade de ler o livro. Achei a arte muito bonita, principalmente as cores vivas e o uso de aquarela.
Me fez recordar da 1ª temporada, em como o clima era pesado e tenso no começo. Não que a série tenha perdido isso mas no início, quando a gente é jogado nessa distopia sem saber muito, essa clima é mais forte.
Edicleia 05/01/2024minha estante
Essa Graphic Novel é linda mesmo,também comprei para ler depois que comecei a ver a série, já leu Os Testamentos??


morillu 05/01/2024minha estante
havia começado a série mas abandonei, vou tentar ler o livro e reasistir de novo




moony 11/10/2022

que final.
Essa edição é maravilhosa, que arte linda e bem feita.
A história te prende de uma maneira que você quer acabar o livro em 1 dia, leitura gostosinha demais.
Esse final me deixou tão curiosa que eu fiquei pensando o dia todo sobre, as vezes tinham várias informações ao mesmo tempo e era difícil de processar tudo, mas no fim tudo se encaixa.
Angela.Dutra 29/01/2023minha estante
Leia os testamentos. Explica tudo tudo tudo




Gramatura Alta 13/11/2019

http://gramaturaalta.com.br/2019/11/11/resenha-o-conto-da-aia-margaret-atwood/
Escrito em 1985, época em que o termo distopia ainda não era tão familiarizado dos leitores como é hoje em dia, embora já existissem obras desse gênero bem famosas, como O PLANETA DOS MACACOS, A GERRA DOS MUNDOS, BLADE RUNNER, BRAZIL, FAHRENHEIT 451, ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, entre outros, O CONTO DA AIA aborda temas que atingem diversas vertentes do preconceito, racismo, homofobia, totalitarismo, machismo, tudo embalado em uma narrativa cheia de raiva e rancor. A HQ de Renée Nault segue a narrativa do livro de Atwood de maneira condensada, uma vez que não teria como inserir todos os detalhes, e acrescenta desenhos impregnados de vermelho, o que reforça toda a intensidade incómoda da história.


Após três quartos da população feminina ter ficado estéril, devido a doenças sexualmente transmissíveis, além de outras provocadas pela degradação do meio-ambiente, um grupo religioso totalitário aplica um golpe nos EUA, destrói o governo atual e assume o controle do país, mudando, inclusive, o nome para República de Gileade. A primeira coisa que fazem é suprimir os direitos femininos, mas eles também mantém um regime militar extremamente impiedoso e mortífero, além de leis baseadas em um fanatismo religioso que prega o Antigo Testamento Católico. As mulheres que ainda conseguem engravidar, chamadas de Aias, são destinadas a famílias influentes, cuja esposas sejam estéreis.



Existem outras classes de escravidão, uma vez que não existe salário para essas mulheres e elas são mantidas sob cárcere, como as Marthas, que são empregadas domésticas e cozinheiras. As mulheres que não pertencem a famílias influentes e que não podem ter filhos, ou que são lésbicas, são exiladas para locais desconhecidos, chamados de Colônias, onde precisam sobreviver no meio da pobreza e de doenças. A isso, somam-se diversas supressões de liberdade e individualidade que são descritas, aos poucos, por Offred, a personagem principal. E, como disse no primeiro parágrafo, sua narrativa é recheada de raiva e rancor, mas também passa pelo medo, pelo desespero, pela repulsa, pela revolta.

O nome Offred é um perfeito exemplo de até onde foi a perda de liberdade. Offred é o nome que a personagem recebe após o regime, após ser presa e doutrinada para obedecer e cumprir suas funções, que quer dizer Of Fred (de Fred), que é o nome do homem da família para onde ela foi enviada para reproduzir, e a quem ela passa a pertencer.

A história utiliza diversas alegorias nos rituais que os personagens são obrigados a realizar, como nas relações sexuais, estupros na verdade, e no parto, que incomodam a ponto de causar uma revolta no próprio leitor. Em algumas partes, fica difícil distinguir até onde as pessoas perderam a capacidade de avaliar o que é insano e o que não é ao viverem da forma que vivem em Gileade.



Nas ruas, médicos que praticavam abortos são enforcados e os corpos deixados pendurados para todos verem. O mesmo com homossexuais ou pessoas que tentaram confrontar o regime totalitário. Não é permitido ler, assistir televisão, com exceção da hora de pronunciamento governamental, a comida é controlada, bem como o dinheiro, os transportes, a comunicação, a movimentação das pessoas. Em todos os lugares podem existir espiões disfarçados, prontos para delatar algo que achem indigno. Furgões negros, chamados de Os Olhos, aparecem do nada e levam embora pessoas que nunca mais aparecem. É um regime de total terror.

Todos esses fatos são narrados por Offred e intercalados com suas lembranças de como era antes do golpe, do marido e da filha pequena que amava e que foram tirados de seu convívio. A esperança de que, de alguma forma, isso mude, é a força que move e mantém a personagem equilibrada e viva.

Também, como disse no primeiro parágrafo, é fácil fazer comparações com nossa própria realidade, como o regime totalitário do oriente médio, a época da ditadura no Brasil, a escravidão colonial, os tribunais de idade média, as perseguições aos judeus, entre outras barbáries históricas. É como se a autora compilasse em uma única história, tudo o que o ser humano fez de abominável nos últimos dois mil anos. E é aterrador constatar como as coisas podem voltar a serem feitas com tanta facilidade.



Sim, porque uma das coisas mais assustadoras da obra é em como o golpe foi iniciado. A autora não descreve que as coisas mudaram de uma hora para a outra. Pelo contrário. Nas lembranças de Offred, é demonstrado como os sinais começam aos poucos, devagar, dias, semanas, meses, atingindo diversas áreas estratégicas da sociedade, até que quando se dá conta do que está acontecendo, já é tarde demais.

Como disse no início do texto, a HQ tem a mesma história do livro, mas com menos detalhes. Indico que você leia os dois, porque um completa o outro: o livro com todos os detalhes, e a HQ com a representação das partes mais importantes através de belíssimos desenhos em preto e vermelho.

O CONTO DA AIA (a HQ e o livro) vai além do gênero distopia. Ele é uma demonstração fidedigna de como o ser humano pode justificar suas atrocidades pela religião, pelo preconceito com gêneros minoritários, pelo machismo, e em como, principalmente, ele consegue se adaptar perfeitamente e interagir com essa situação. Assustador!

site: http://gramaturaalta.com.br/2019/11/11/resenha-o-conto-da-aia-margaret-atwood/
olAvia6 06/01/2021minha estante
??????




Luiza 09/02/2023

Eu já tinha começado a ler o livro mas não consegui terminar, minha amiga me emprestou a grapich novel e eu gostei bastante, tornou a leitura mais leve já que a história em si é bem pesada.
Andressa1086 15/02/2023minha estante
Nota máxima, estou sonhando?




ELCi 25/02/2020

O conto de Aia
HQ maravilhosa. Uma história forte, que nos deixa do começo ao fim com aperto no coração.
Marcos 05/04/2020minha estante
Estou muito ansioso pra poder adquirir logo essa nova edição




skuser02844 14/04/2024

O Conto da Aia (versão HQ)
Sendo a versão em quadrinhos do meu livro favorito, de toda a vida, seria difícil não gostar desta leitura. E, realmente, achei os gráficos incríveis, além de coerentes às descrições trazidas no livro original, de forma que não foi difícil me sentir transportada pra angustiante realidade distópica descrita no Conto da Aia. Contudo, não julgo ser um quadrinho que se sustenta por si só e que alcança - ou mesmo chega próximo - a grandiosidade do livro. Diferente de outras grandes HQs que já li (possivelmente porque estas outras já haviam sido criadas, originalmente, como histórias em quadrinhos), não consegui me conectar a ponto de me emocionar. A sensação é a de que retiraram a profundidade da história e deixaram meramente um relato pontual desta, com gráficos lindos.

Em resumo, indico pra quem já é fã da obra original.
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@biaentreleituras 08/11/2019

Offred já teve uma vida própria, independente. Já foi casada, teve uma filha, tinha um emprego, liberdade. Vontade própria. Offred tinha um nome. Mas agora, em seu atual posto, ela se chama Offred. E é uma Aia. Ela não tem mais qualquer controle sobre a sua vida. Tudo lhe foi tirado, tudo lhe é negado. Seu corpo? Não é mais seu. Suas vontades? São completamente ignoradas. Seu único propósito, aquilo para que serve, é engravidar. Se Offred não tiver filhos ela será uma Aia sem serventia e quem não tem serventia é descartado.

Na República de Gilead as mulheres são separadas por suas funções e para cada função é designada uma cor de vestido. As Esposas usam azul; As Marthas, verde; As Econoesposas – que são mulheres de homens pobres – usam vestidos listrados e de pano barato. Já as Aias, elas usam o vermelho, como a cor do sangue que as define. A única coisa que não é vermelha em seus trajes é a touca branca que tem a finalidade de impedi-las de olhar em volta e impedir que vejam seus rostos.

Alguma coisa aconteceu antes de tudo isso e fez com que o governo tomasse medidas drásticas. Gilead é um governo tirano, a religião severa e rigorosa dita as regras. Para salvar a população, as mulheres “precisaram” ser divididas em castas, a taxa de natalidade está baixíssima e as Aias são – supostamente – aquelas responsáveis por trazer ao mundo novas crianças. Mas a verdade é cruel. Elas são obrigadas a ter relações sexuais apenas para engravidar. Se a Aia engravidar, ela cumpre o seu dever, o filho nascido é arrancado de si no exato momento em que nasce e entregue à Esposa; se a Aia não engravidar, é transferida para outro posto, a Aia tem até três chances (ou seja, três postos diferentes) e se não engravidar em nenhum delas ela será descartada.

Offred já está em seu terceiro posto e precisa engravidar ou terá de enfrentar as consequências. As Aias não podem ler, escrever, falar ou sair do quarto sem permissão, não podem fazer atividades, ter coisas pessoais, amizades. Não podem nada. Apenas ficar em seus quartos esperando pelo dia em que o homem lhes chamará para terem relações sexuais a fim de engravidá-las. O posto atual de Offred teve uma Aia antes dela, o que deixa o clima ainda mais pesado. A Esposa do Comandante deixa claro que ela é a Esposa e Offred está ali apenas para gerar uma criança.

Não é permitido usar qualquer ou meio para que a Aia engravide, somente a Cerimônia. Mas muitas Aias percebem que o homem de seu posto é estéril e acabam burlando as regras para engravidar. O que é arriscadíssimo, pois caso sejam descobertas elas podem ser mortas. Para outros delitos, a punição pode ser enviá-las para as Colônias, lugares com condições péssimas de vida, com radiação, lixo tóxico, só podridão por todo lado.

Offred em breve terá a sua vida roubada de si novamente. Não saber o que acontecerá é ainda mais sufocante, ela não tem poder de escolha, não pode acabar com tudo. Só lhe resta esperar para descobrir o que vai ser. Qual será o seu destino.

*Resenha completa no blog > http://bit.ly/2Cq4Xf5

site: http://vocedebemcomaleitura.blogspot.com/
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Jeff.Rodrigues 31/12/2019

Resenha publicada no Leitor Compulsivo
Fenômeno editorial, O Conto da Aia ganhou versões para as telas e para o teatro e popularizou uma história que lá no seu lançamento, nos anos 1980, não causou o frisson que vem provocando nos dias atuais. Talvez porque, mais do que nunca, os ecos da trama de Margareth Atwood estejam se fazendo ouvir no mundo real a partir da ação de políticas, ideologias e políticos. A ditadura religiosa da República de Gilead ameaça ultrapassar os limites das páginas do livro e se assentar em nossa sociedade a partir do crescimento de grupos conservadores, à direita e à esquerda, que têm sua própria e particular interpretação bíblica como referência de vida.

Essa sociedade aterrorizante ganhou as cores e as imagens ideais para representa-la na graphic novel O Conto da Aia, adaptada pela artista Renée Nault. A obra, em edição luxuosa da Rocco, é tão ou mais chocante que o livro. Porque o sofrimento dos personagens foi retratado em traços tão delicados quanto assombrosos. A Aia Offred e sua jornada de procriação, silêncio e exclusão foi condensada na HQ de forma a passar claramente aos leitores menos propensos a encarar o livro a mensagem da loucura que a fé sem limites pode provocar no mundo. Os principais acontecimentos da obra estão presentes. Com o adicional de desenhos fortes, cenas perturbadoras capazes de nos fazer parar a leitura para ficar contemplando o absurdo.

Sem me ater a resenhar o já conhecido conteúdo da obra, destaco a qualidade gráfica do material. Cada um de nós, ao ler O Conto da Aia, muito antes da série de televisão imortalizar personagens, idealizou essa sociedade masculina, machista e, em alguns casos, apoiada por algumas mulheres a seu modo. E impressiona o quanto o retrato pintado pela artista na graphic novel é notável. Ela deu vida a cenas tristes, a lembranças nostálgicas, ao sofrimento, aos sonhos… Em alguns momentos de forma singela, fazendo com que um simples quadrinho com um recorte de cena, provocasse a reflexão necessária. Em outros, expondo um muro com corpos dependurados e, sem necessidade de textos, evidenciando a ilimitada maldade.

O resumo, e o alerta, de O Conto da Aia, na minha interpretação fica para o fanatismo. É a partir dele que governos autoritários desvirtuam a sociedade impondo uma visão retrógrada que satisfaz a grupos de interesses bem definidos. A teocracia já mostrou a que veio no Irã do fim dos anos 1970 e estendeu seus tentáculos com força no Oriente Médio. Tímida ela avança pelo nosso Ocidente travestida de defesa de valores familiares e cristãos. Se dermos atenção e não vigiarmos o suficiente, Aias poderão sair das páginas do livro para nossa convivência.

Trabalho primoroso de sensibilidade e talento artístico, O Conto da Aia em graphic novel vem reforçar o imortal poder da mensagem de Margareth Atwood. Leiam livro e HQ. Com calma e fazendo toda a reflexão que a obra exige. Deixem-se tocar por essa sociedade e ergam os olhos para a sociedade que os rodeia, aqui e no mundo.

“Se isto é o meu fim ou um novo começo não tenho nenhum meio de saber”.

site: http://leitorcompulsivo.com.br/2019/11/27/resenha-o-conto-da-aia-graphic-novel-margaret-atwood/
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