Viajantes do abismo

Viajantes do abismo Nikelen Witter




Resenhas -


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Nandara.Secco 12/04/2021

Uma obra prima!
Que livro fantástico! Poucas foram as vezes que me deparei com um livro que tivesse cada partidinha, cada cena, cada fala encaixada de forma correta no enredo. Nada é à toa, nada é dispensável ou exagerado, tudo se explica.

É aventura, é ficção científica, é steampunk. Trata de política, de amizade, de guerra, de amor...e ainda nos faz refletir sobre por que lutamos e pelo que vivemos. Melhor de tudo: que orgulho - é brasileiro e escrito por uma mulher.

Como foi bom seguir Elissa nesta jornada!
Kitty 16/04/2021minha estante
Fiquei com vontade de ler! ?


Nandara.Secco 16/04/2021minha estante
Mana, leia!!! Incrível mesmo.


Kitty 17/04/2021minha estante
Eu tenho que organizar minha estante, pois estou cheia de recomendações suas! Um livros melhor que o outro! ??


Kitty 17/04/2021minha estante
Livro*




Angra 07/08/2021

li por acaso e adorei
livro fantástico, mistura fantasia, futurismo e revolução tudo num belo suco de feminismo ahahaha.
só não mereceu 5 estrelas pq não gostei muito de alguns termos bem bobos (isso aparece 3 ou 4 vezes, mas que na hora da uma leve broxadinha).
no mais, ótimo livro, de leitura rápida e edificadora.
Elissa é uma mulher de vidinha mais ou menos que se vê construindo a própria história e mudando um país inteiro a sua volta. num cenário de revolução, ela ganha muito destaque, e por meio de sua trajetória, percebemos também pensamentos toscos atemporais, por exemplo, como as mulheres eram chamadas de bruxas, loucas, e como ao olhar do homem, tudo girava em torno deles.
Tânia 12/10/2021minha estante
Só uma observação. O livro não foi traduzido. A autora é brasileira.


Angra 26/10/2021minha estante
aaa obrigada *-*
editei aqui




Elaine | @naneverso 17/03/2021

O ritmo é estranho, mas a história é boa
O livro começa frenético e depois entra num infinito enredo de uma novela de época. Achei que ia abandonar, mas consegui superar os primeiros 50% e aí a história voltou a me agradar. Ao mesmo tempo que entendo os motivos de cada um dos fatos narrados, sinto que poderia ser uma história mais enxuta. Um sentimento misto de "amei demais essa ideia e essa proposta" com "talvez eu não precisasse saber disso tudo pra que a história fizesse sentido".
Daniela 18/03/2021minha estante
Eu desisti de ler esse livro, é a segunda pessoa (sincera) que faz comentários negativos.


Elaine | @naneverso 18/03/2021minha estante
É, Dani, acho que é bom ler só se tiver uma oportunidade e muita vontade de ler, sabe? Achei realmente a ideia sensacional, mas a execução não foi do meu agrado. :(




Tha 10/02/2022

boa surpresa (mas fuja do bônus)
Eu não estava esperando muito desse livro, mas ele começa bem e vai crescendo ao longo das páginas.

A escritora escreve bem, a história é boa, os personagens são bem desenvolvidos, complexos e cativantes. O ambiente steampunk desse livro é diferente e bem interessante. A narrativa tem um ritmo bom e que nos prende.

Para não dizer que não há nenhum problema, eu digo que o problema está no depois. A edição que li trazia um "bônus", descrito como o equivalente às cenas pós-créditos dos filmes. E eu diria que, se for esse o caso, é melhor levantar e ir embora do cinema antes de a cena começar. Chegou a quase estragar o livro todo para mim. Um livro que tem um final bem fechadinho, redondo, corajoso e extremamente adequado. Esse bônus, além de desnecessário, traz uma situação nova que apaga decisão mais impactante da escritora e ainda evoca uma sensação de incesto e pedofilia muito desagradável.

Enfim, leia o livro sim, é ótimo e vale a pena demais. Mas fique longe do bônus.
Nanna 20/05/2023minha estante
Siiim, o que foi esse bônus? Um surto!!




Marcio Izidoro 12/05/2021

Cansativo
Vi esse livro no Kindle Unlimited, e por sua capa, fiquei curioso e resolvi colocar na minha lista para esse ano.
Resolvi começar a ler, e o enredo é até legal, mas o livro foi me cansando, e o único motivo de continuar lendo foi a curiosidade para saber onde ia terminar essa estória.
Mas a decepção foi maior ainda, pois tirando algumas partes (bem poucas), tudo é muito cansativo, e o final foi pior ainda.
Estou acostumados a ler livros ótimos, mas com final horrorosos (sou fã de Stephen King, e quem conhece sabe exatamente o que eu estou falando, rsss), mas ler um livro ruim, com um final pior ainda é muito decepcionante, pois a gente sempre espera que aos poucos o livro melhore, mas esse só foi caindo.
O mais engraçado é que vendo as críticas, quase todo mundo gostou, mas comigo esse livro não funcionou mesmo.
Não vou deixar de recomendar, pois gosto é gosto, e leitura é sempre boa... mas se eu pudesse voltar no tempo, me aconselharia a não ler!!!!!
Andrea 17/05/2021minha estante
Eu amei esse livro, mas eu tenho que comentar aqui do King e seus finais horrorosos, hahaha!! (Infelizmente, não posso negar a veracidade dessa afirmação, mas também confesso que por causa dele eu passei a me importar mais com o caminho do que com a chegada.)




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Andrea 17/05/2021minha estante
Quando ela chega no abismo e a ficha cai o que é o abismo, eu fiquei ?!




Brena 15/12/2019

Se você tivesse a vida e a morte em mãos, qual caminho escolheria?
Entre o desespero de um mundo humanamente degradado sob a ameaça do avanço dos desertos e a esperança de renascimento e cultivo do amor, você cederia ou lutaria?

Viajantes do Abismo é uma obra de fantasia steampunk da autora e historiadora Nikelen Witter. Os ares de steampunk não são óbvios, estão em cada entrelinha e em cada consequência, em sua relação com a relevância ecológica que devíamos dar ao nosso planeta. Trata-se de uma construção de mundo minuciosa, onde os alicerces se conectam cedo ou tarde durante a narrativa. A fantasia é palpável, verossímil, está na distopia que se assemelha aos conflitos políticos que enfrentamos; está na sucessão de fatos e relacionamentos pouco prováveis, mas que se mostram bastante sólidos através da escrita de Nikelen.

A primeira parte do livro mostra a vida de Elissa e sua família, seus relacionamentos afetuosos e políticos. Somos apresentados à tirania do Governo unionista, acompanhamos o surgimento e a evolução da oposição, os independentistas; ao mistério de uma tempestade de areia que avança sobre as cidades e ao enigmático Seth – nome muito bem selecionado pela autora, assim como Aleia, mas você vai ter que ler para descobrir o porquê. A narrativa é lenta e despretensiosa, porém, não se engane: já nessa parte os personagens começam a se desenvolver, e várias suposições sobre como se dará a aventura da segunda parte já estarão criadas em sua mente.

Elissa era submissa até um acontecimento mexer com ela. Mesmo descobrindo-se e tornando-se curandeira, a indiferença à guerra política permaneceu. Porém, a vida não vai deixar que Elissa continue apática, o amor e a revolta após uma tragédia emblemática vão colocá-la no meio da rebelião; e com a parceria de Tyla, ela terá que tomar posse da própria vida, de seus anseios, do que a faz se sentir viva. E assim inicia-se a segunda parte do livro, intensa e corrida, repleta de reviravoltas e com tantas informações e reflexões que não sei como couberam em apenas 300 págs.

Diante os dilemas morais, ambientais e políticos que regem essa história, vamos nos desesperar, lutar, odiar, amar.

Mesmo frente a tanta agitação, a autora dá espaço à identidade de gênero, à relevância da juventude para nosso mundo, à sexualidade livre, ao cuidado que devemos ter com nosso planeta. E todo o protagonismo de Elissa não desfaz a importância dos outros personagens.

Viajantes do Abismo é sobre empoderamento feminino também. Acima de tudo, é sobre empoderamento dos desprivilegiados. É um desabafo, um clamor por resistência!

Nem toda lenda e toda crença cósmica é alheia à realidade. Nem toda ciência é insensível.
A paz que você acha que existe pode se desfazer quando a guerra toca a sua porta.
O mundo que lhe dá a vida também tem vida própria, e pode estar doente. Que papel você terá diante desse colapso? A ilusão de que, durante sua existência, não há o que temer deixará que vislumbre as próximas gerações?

Mais que uma aventura, Viajantes do Abismo é um livro necessário. É o toque de esperança que muitos precisam.

“Por vezes, a distância percorrida, com a mente e o coração, é muito maior que o tempo. Outras vezes, o tempo é que não era suficiente para se viajar toda a distância desejada ou necessitada. E o tempo e a distância podiam ser ambos o abismo, e nós seus viajantes, andarilhos sem pernas ou olhos. Não há sequer necessidade de nos jogarmos nele. É o abismo que nos envolve.”

site: www.instagram.com/etsurvive
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Paulo 19/12/2019

Posso dizer sinceramente que eu tive minhas expectativas destruídas com este livro. Esse é um daqueles casos onde você pega algo para ler e se coloca em uma postura X e acaba tendo um resultado Y completamente oposto. Talvez eu tenha me enganado com a proposta steampunk da autora (que de fato existe) e fui com um espírito aventureiro para a narrativa. Em menos de cinquenta páginas tive que rever os meus conceitos. E achei isso maravilhoso! A Nikelen conseguiu fazer com que eu, do nada, sacasse o meu caderno de anotações e começasse a anotar ideias como um louco transtornado. Viajantes do Abismo tem muito mais do que você imagina e muito mais do que está ali naquela sinopse. Duvidam? Sigam o texto.

A narrativa da autora possui um vasto elenco de personagens. E vemos pessoas diferentes, com características e motivações que podem ou não se cruzar e se colocando até em lados diferentes do espectro da protagonista. Apesar disso tudo, estamos diante de uma clara narrativa em terceira pessoa, colada no ombro de Elissa, a qual serve como nosso ponto fiador da história. Em nenhum momento saímos de seu lado. Ou seja, é aquela narração pseudo-terceira pessoa, sendo que este é usado apenas para não ficarmos presos à mente da protagonista e termos a possibilidade de voar pelos ares e apresentar um mundo que não é inteiramente conhecido por ela. Boa escolha, principalmente pela construção de mundo em si.

Somos colocados diante dos preparativos do casamento de Elissa com Larius Drex, um homem que conseguiu se alçar a uma importante posição em sua província. A protagonista está reavaliando suas prioridades e analisando como será seu papel como esposa. Claramente ela não gosta de reuniões e ter de desfilar para pessoas, mas decidiu se conformar com o que a vida lhe ofereceu. Aliás, esta é muito a tônica da personagem: ela gostaria de ser submissa, mas a vida acaba colocando-a diante do fato de que ela não deve ser. Que ela precisa tomar as rédeas de seu próprio destino. Larius então a abandona próximo ao casamento, alegando que não gostaria que o casamento destruísse a personalidade instigante dela. Que ele estava abandonando-a pelo seu próprio bem (calma, gente, isso não é spoiler... é o primeiro capítulo). Esse acontecimento acaba derrubando o chão dela que não sabe o que fazer de si diante do impacto. Ela tinha se preparado psicologicamente e emocionalmente para isso, e de repente precisa mudar tudo e repensar o que fazer com sua vida. É então que ela conhece a jovem Aleia, uma menina estranha que lhe dá conselhos como uma mulher adulta. A aconselha a fazer aquilo que seu coração mandar. Dessa forma, Elissa se torna uma curandeira.

O mundo criado por Nikelen é parecido, mas bem diferente (sem trocadilhos) em relação ao nosso. Entre os vários reinos, repúblicas e estados, a protagonista vive na República Tríplice, um lugar governado por três governadores que juntos decidem os rumos daqueles que vivem sob sua tutela. Mas, a república vive sérios problemas: o avanço das areias tem acabado com a vida daqueles que já possuem pouco para viver. A desigualdade social é enorme sendo que uma elite domina os recursos básicos para sobrevivência como água e alimentos. A maior parte da população vive em regiões que cobram muito de sua resistência. E o governo nada faz para ajudar a população empobrecida. Surge então um movimento independentista que deseja se descolar desse governo corrupto e retomar a autoridade para as mãos do povo. Do outro lado ficam os unionistas, cujo chefe militar é Harin Solano, um homem cruel e inescrupuloso que age em nome da República Tríplice. Após se tornar curandeira, Elissa vai se tornando pouco a pouco uma figura proeminente em seu vilarejo a ponto de servir como exemplo de resistência. Percebendo o perigo vindo da vila de Elissa, Solano e suas tropas vão até lá e arrasam tudo o que veem pelo caminho. Inclusive a casa onde moram Elissa, Simoa, Teodora, Miranda e sua mãe Ursula. A morte de uma pessoa importante para a família acaba fazendo com que Elissa tome a decisão de se vingar de Solano. Aí é que começa a história, principalmente após a protagonista encontrar a corajosa Tyla e o enigmático Seth.

Essa é uma jornada de empoderamento para Elissa. Começando como uma personagem conformada e submissa, ela vai entendendo que sua vida pertence a ela mesma. E que, ao se submeter, ela estaria deixando de lado a sua capacidade de viver e de tomar suas próprias decisões. Não apenas isso, mas a possibilidade de escolher que rumo deve seguir. Elissa preferia agir com indiferença diante das coisas. Ao se convencer de que nada a afetava, se sentia segura e não poderia sofrer. Só que se envolver com outras pessoas faz com que ela desperte sentimentos aos quais sua racionalidade não consegue lidar. Os laços que se formam ao seu redor, obrigam-na a agir. A tornam ativa. Esse emaranhado de relações fazem com que ela precise tomar decisões não apenas pensando no que é seguro para ela, mas no que é bom para aqueles que a cercam.

Em uma de suas jornadas, ela conhece Seth, alguém que aparece junto de uma tempestade de areia alegando que teria matado o mundo. Tratado como louco por todos que o cercam ele acaba contando para a protagonista sua história. Achei a abordagem da autora interessante ao nos apresentar um planeta como uma espécie de ser vivo. O que de fato é. E que, muito da culpa pela destruição do planeta cabe aos seres humanos que não são capazes de cuidar apropriadamente dos recursos naturais. A ideia de que o planeta pode ficar doente também é uma linha de raciocínio plausível e até já explorada por alguns cientistas.

Por outro lado, existe uma questão filosófica por trás da narrativa. Ao estarmos em constante guerra com nossa própria espécie, estamos também afetando o planeta. Se estivéssemos no lugar de um deus criador, qual seria nossa postura? Ajudar os seres humanos e tentar lidar com as alterações que já fizemos ou recomeçar tudo de novo, eliminando quem está atualmente no planeta? Adaptação ou recomeço? Se formos parar para refletir bem sobre os argumentos que regem ambas as posições veremos que ambos os lados possuem seus prós e contras. Hoje vivemos em um planeta que parece estar caminhando para um estado terminal. E não sabemos mais o que fazer para impedir a nós mesmos de continuar em uma lenta (não tão lenta mais) caminhada da destruição.

A autora faz uma bela brincadeira usando um deus ex machina na história. Normalmente esse artifício serve para corrigir algum encaminhamento que não atenderia aos objetivos do autor. Alguns autores buscam esconder esse mecanismo, mas Nikelen nos mostra desde o começo. O emprego de um certo personagem funciona como um deus ex machina. E é bem utilizado. A ponto de entendermos com naturalidade a sua presença na narrativa. O legal é que é quase como se a própria autora estivesse ao lado da protagonista ajudando-a e aconselhando-a em momentos de real necessidade. Isso é feito de forma orgânica sem ferir a narrativa.

Porém, preciso dizer alguns pontos que me incomodaram um pouco. Achei a escrita um pouco pesada desde o começo e a narrativa não pegou velocidade comigo por toda a sua extensão. Geralmente quando eu consigo me assentar a uma escrita, a narrativa acaba seguindo com mais fluidez. Não vou saber responder o motivo disso, mas talvez tenha sido culpa da primeira parte da história (o livro é dividido em duas partes; uma espécie de prólogo inicial e o grosso da história). Nesta, parece que a autora está me apresentando uma série de fatos que se sucedem um ao outro. Não consegui me investir da história nesse momento e, quando a história realmente engrenou lá pela metade do livro eu não tinha comprado a narrativa lá atrás.

Um segundo ponto que me preocupa são os personagens de apoio, que acabam ficando obscurecidos diante de um protagonismo centralizante de Elissa. Mesmo personagens fortes como Teodora e Tyla não conseguem ser mais do que satélites gravitando ao redor da protagonista. Gostaria de ver talvez mais núcleos narrativos até para explorar mais o mundo criado por Nikelen. A autora perdeu uma boa oportunidade para brincar com sua criação. É curioso que apesar de ser apresentado como um cenário steampunk, este é usado de forma bem parcimoniosa e sutil. Se não tivesse alguns dirigíveis e os googles eu não lembraria que se trata de um steampunk. Não digo nem que é necessário explorar todos os aspectos do gênero, mas dava para brincar um pouco com isso.

Viajantes do Abismo é uma narrativa que vai fazer com que olhemos para o nosso planeta com outros olhos. Como pessoas preocupadas com o destino que nossas ações podem provocar e o que devemos fazer para mudar esse cenário. Para que sejamos como Elissa que se investiu de seu próprio destino e se empoderou o suficiente para gritar para o mundo que as coisas deveriam mudar.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Rafaela (@exlibris_sc) 11/06/2020

Steampunk e faroeste caboclo?
Em um mundo envolto por um oceano de areia, no meio de disputas políticas, seres misteriosos, desilusões amorosas e perdas significativas, uma mulher redescobre o significado do amor enquanto sua vida, seus valores e conceitos mudam gradativamente para algo que ela jamais imaginava ser possível.

Numa atmosfera que mescla o bom e velho faroeste com a tendência steampunk, Nikelen Witter irá transportar o leitor para o nosso próprio planeta em um futuro distante ou realidade alternativa onde aquilo que somos, acreditamos e fazemos nunca foi tão importante para garantir a sobrevivência da nossa espécie. Muito mais que sapatos cheios de areia, você estará às portas do Abismo prestes a descobrir um dos maiores segredos do globo.

Apesar do início belicoso entre os dois lados da mesma balança na cidade de Alva Drão, na Tríplice República, logo a história passa a ter foco pleno em Elissa Faina Till, personagem de maior destaque e que parece atrair toda espécie de problemas ao mesmo passo que cativa praticamente todos a sua volta. Eis que a garota está às vésperas de seu casamento com Larius Drey, um político em forte ascensão e com um desejo de poder imenso, quando tudo parece ir por água a baixo.

Aparentemente, apesar do mundo ser uma planície desértica desde que seus habitantes tenham memória, a areia agora carrega um novo objetivo e com isso um perigo ainda maior que as disputas políticas em uma sociedade que mais parece ser governada por uma espécie de coronelismo que qualquer tipo de democracia básica. Lutando contra seu próprio desespero e perda, Elissa conhece uma garotinha que aparenta saber de tudo que se passa no coração da jovem e do que está por vir, e do mesmo jeito que ela aparece, some sem deixar rastros, mas não antes de mexer com Elissa e a fazer questionar ainda mais tudo que sente e conhece.

Com a Tríplice República em meio à uma guerra política, Elissa, que decide seguir os passos de seu pai e ser curandeira, segue com a vida junto à sua família até o dia que conhece Seth. Misterioso, com ares de bad boy e braço cibernético, ele vira o mundo de Elissa de cabeça para baixo assim que se conhecem. O que poderia muito bem ser um clichê literário – afinal, a garota conhece o garoto, o odeia em um instante e no seguinte passa a sentir atração física por ele que resulta em redenção, afeto, carinho e até amor – acaba por ser apenas um meio para que no final Elissa se redescubra e passe a amar a si mesma.

A escrita de Nikelen e o modo como ela compõe a história torna lento o processo de fisgar o leitor, por ser uma leitura que traz muitos problemas de caráter humano – o planeta morrendo, intrigas políticas, violência extrema, elementos sobrenaturais, desilusão amorosa e busca por autoconhecimento – e um excessivo deslumbramento pela personagem de Elissa. Contudo, a ideia central do livro é bastante interessante e levanta questionamentos pertinentes para nossa própria realidade: até quando iremos nos autosabotar?

Com elementos e seres mágicos inspirados em lendas e grandes nomes literários, a autora é bastante fã do universo criado por J. K. Rowling, por exemplo, a história parece seguir por dois caminhos que ora se entrelaçam ora se distanciam. De um lado temos uma busca liderada por Halan Solano pela cabeça de Elissa em um território da Tríplice República que parece sem lei, governada por ninguém onde o mais forte vive outro dia e todo tipo de brutalidade é forçada aos mais indefesos. Do outro temos a jornada de Elissa e seus companheiros para o Abismo, espécie de canyon nos limites do país, onde esperam encontrar a cura para o planeta que definha cada vez mais com as tempestades de areia que corroem e matam tudo que veem pela frente.

Apesar da personagem ter muito destaque durante toda a história, de todos ou a amarem ou quererem matá-la, Elissa não cativa e por muitas vezes cansa; sua irmã, Teodora, por outro lado, apresenta uma persona muito mais interessante com seu jeito retraído de cientista maluca que poderia ter sido mais aproveitado durante a trama que, apesar de ter uma ideia e elementos fantásticos, parece não ter sido trabalhada o bastante e alguns destes elementos que deveriam tornar a história única acabaram por se encontrar em segundo plano e servindo como enfeite apenas.

Gostaria de ter visto mais do steampunk que foi prometido além do pouco que apareceu na história, frotas de dirigíveis, membros mecânicos e equipamentos laboratoriais; também penso que se outros personagens mais interessantes, Seth, Teodora e a garotinha misteriosa, por exemplo, tivessem maior destaque, talvez assim a trama alcançasse maior significado e outras proporções.

No entanto, a leitura foi bastante interessante e divertida em vários pontos. Me transportou para um mundo onde, apesar de tudo se mostrar contra, alguns poucos e bravos humanos ainda tinham a decência de fazer o certo não importasse o quão inalcançável pudesse parecer.

Uma fantasia/distopia que mescla as guerras políticas d’As Crônicas de Gelo e Fogo com o coronelismo brasileiro em pleno deserto do Saara. Apesar das minhas ressalvas, vale a pena ficar de olho nos escritos da Nikelen e ver quais histórias ela irá gerar além desta que diverte e instiga na medida certa nossos ideais de certo e errado, de que ser diferente não deveria vir antes do ser humano, de que temos, por obrigação, que cuidar do nosso planeta enquanto não for tarde demais e de que não devemos negar nosso eu verdadeiro por razões escusas.

site: http://www.estantediagonal.com.br/2020/06/viajantes-do-abismo-nikelen-witter.html
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Bia Alper 22/09/2020

Steampunk e incrível
Eu não consigo explicar o tamanho da minha surpresa com esse livro. Eu literalmente abri ele no Kindle Unlimited porque achei a capa incrível, mas o conteúdo me levou para locais e situações que eu nem esperava. Um breve resumo desse livro é que ele poderia ser um steam punk, com elementos fantásticos e distópicos e uma guerra. Dito isso, a maneira como a história é construída lentamente até a virada do livro é incrível. O jeito que os elementos mágicos são inseridos: maravilhoso. Personagens femininas não só levam a história, mas se remontam e reinventam. Se é que existe uma crítica pra esse livro, ele realmente começa lento, mas eu julguei essa lentidão um ponto de partida incrível para todas as outras coisas que ela se propõe a desenvolver.
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Camila(Aetria) 31/10/2020

Eita Steampunk lindeza demais.

Eu poderia fazer a resenha ser somente isso que já ficaria feliz hahaha
Gostei demais de tudo, das personagens, da ambientação, do conflito, das escolhas de possibilidades, do drama. Me encantei e virei ainda mais fã da Nikelen.

Atualização: batemos um papo joia sobre o livro nesse cast: https://www.multiversox.com.br/2020/11/interludio05.html?m=1
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Hammer.Mariana 25/04/2024

Steampunk nacional
O livro já começa em um ponto decisivo da história, o que achei interessante, pois consegue prender a atenção do leitor já no começo. Depois dessa cena, até o último quarto do livro, mais ou menos, a história se arrasta um pouco, mas o final volta a ser empolgante e o ritmo da leitura retorna.

É uma obra que retrata um mundo pós-apocalíptico em que a humanidade se reestruturou em uma sociedade onde a tecnologia se mistura e se conforma a invenções saídas da revolução industrial: o steampunk. Somado a isso, seres alienígenas se apresentam à protagonista de maneira enigmática.

Dentro desse universo, Elissa precisa enfrentar tanto um regime de governo autoritário, corrupto e opressivo, coordenando uma guerra, quanto uma ameaça ainda maior e intransponível, que representa o fim da humanidade.

A história traz um apelo à consciência ambiental, faz uma crítica sobre o comportamento destrutivo das sociedades, mas, ao mesmo tempo, traz à tona a esperança e a fé na humanidade, principalmente pautadas no amor e na figura dos jovens e das crianças.

É interessante ver como a protagonista vai se descobrindo e se transformando durante a jornada, impactando todos ao seu redor.

O bônus que a autora colocou no final do livro foi inesperado e eu amei, aliviando um pouco a parte tensa do desfecho agridoce da história.
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Pamela 29/11/2020

A força da mulher
Um livro envolvente, que mostra a evolução de uma mulher e como mulheres podem E DEVEM se colocar em papéis de liderança se assim for de sua vontade. Uma história que aborda também temas políticos e do meio ambiente. Acaba podendo até mesmo ser comparado com as questões climáticas que vivemos hoje.
Dica: Leia até o fim. Literalmente até a última página, pra não perder nada dessa história maravilhosa.
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gio.nadai 04/12/2020

Um dos melhores que eu já li
Eu não sabia oq esperar quando comecei a ler, oq acabou sendo mto bom, pq me surpreendi demais.
Todo o universo criado pela autora, as personagens femininas, tem aquela força e vc se inspira nelas.
A questão doq vai acontecer com o mundo, o que se pode fazer, e o final foi surpreendente e animador.
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