Viajantes do abismo

Viajantes do abismo Nikelen Witter




Resenhas -


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bruno.rauber 25/12/2019

Faz uma semana que eu terminei de ler esse livro e ainda me sinto impactado pelo que eu li. Eu preferi dar um tempo pra absorver antes de falar qualquer coisa sobre ele, mas é um pouco difícil até agora. É tanta coisa importante, tanta reviravolta inesperada, tanto personagem incrível que qualquer comentário parece um spoiler imperdoável.

Pensar numa mistura de coisas tão diversas como a que a Nikelen Witter fez aqui pode até parecer um pouco confuso, mas é impressionante como a ficção científica, a política, a questão ambiental e o steampunk (que poderia já soar como uma fusão dos itens anteriores, mas aqui se torna um outro elemento ainda) andam todos lado a lado e de forma homogênea. Enxergar ecos de coisas tão distintas como A Mão Esquerda da Escuridão e Doctor Who conversando de forma tão sinérgica foi um espetáculo à parte.

Com relação às personagens, são todas maravilhosas, mas é impossível ignorar a protagonista, Elissa. Poucas vezes na minha vida de leitor vi uma personagem tão interessante, tão relacionável e tão bem construída. Os relacionamentos dela com a Teo, com a Tyla, com a Aleia e com o Seth (todos também muito bem construídos) são incrivelmente naturais.

Enfim, talvez seja chover no molhado a essa altura, mas não apenas Viajantes Do Abismo já é minha leitura favorita do ano, mas se tornou um dos meus livros prediletos de forma geral. Além de todos os pontos que já elenquei acima, a escrita da Nikelen torna tudo isso ainda melhor. A fluidez da narrativa, a beleza da prosa e o apego que se cria com os personagens, tudo torna o livro algo impossível de se largar, ao mesmo tempo que dá uma sensação de vazio quando se está próximo do fim dele. E tudo isso ainda é coroado com essa arte maravilhosa da capa e um trabalho editorial da qualidade padrão da Avec.
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Myrla 14/11/2020

um steampunk nacional muito bom
Elissa Till possui uma calma vida junto aos entes queridos, é uma curandeira de renome, uma boa filha e irmã que preza pela segurança da sua família. Porém, quando a situação política da República se aperta e os desastres ambientais começam, Elissa é induzida a agir. Os desertos estão avançando e destruindo cidades, junto a isso, A Tríplice República está beirando uma guerra civil.

Num mundo tomado pela raiva, medo e destruição, Elissa é a figura em busca conseguir solucionar tudo. É interessante o fato dela ser uma personagem que se deixa levar pelos acontecimentos, Elissa reage aos problemas e assim se vê no meio de um furacão no qual não pretendia estar. Para ir em frente, ela contará com a ajuda de sua irmã Teodora e de sua amiga Tyla. Dessa forma, o livro é movido por mulheres diferentes entre si munidas com conhecimento, força e esperança. Mas há algo mais acontecendo, no meio de toda a luta, a percepção sobre tudo o que Elissa conhece muda drasticamente quando surgem criaturas de outro mundo.

Os planos se alteram e se moldam, nada parece ser como o real que ela sempre conheceu. E mesmo cansada, apesar das dificuldades, todos estão juntos por um bem maior, por amor, por esperança e pelo futuro.

Eu amei esse livro, Nikelen traz elementos bastante reconhecíveis do cenário nacional. Alguns apectos dentro da obra conversam bastante com o que estamos vivendo hoje, valendo a pena conhecer algumas das suas reflexões. A autora entrega um livro com tantos detalhes importantes, mesmo que sutis, e escancara uma historia empolgante, com personagens diversos e livres da sua forma. É sobre resistir, sobre crescer, mudar e encontrar sua própria força.
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Julia 30/05/2023

Steampunk puro!
Antes de mais nada fiquei super animada quando descobri que é uma autora brasileira na temática de steampunk!
Foi um livro que comecei sem pretensão nenhuma, confesso que minhas expectativas estavam bem baixas mas a medida que fui avançando na leitura fiquei completamente apaixonada!
É um universo steampunk com dirigíveis, trens e tudo que esse universo possibilita, é bem legal.
Inicialmente temos um drama político associado com o avanço das areias e a crise ambiental. Temos de tudo um pouco: romance, intriga, violência, ousadia...
A personagem principal, Elissa, apresenta uma evolução maravilhosa. É impossível sentir ranço, até porque ela passa uma vibe de gente como a gente, cheia de defeitos e imperfeições, errando para tentar acertar. Ela recebe um fardo muito grande ao longo da história e sua jornada é marcada por muita dor, decisões difíceis, amizades improváveis, romance, fidelidade e traições.
Acontecem alguns plost twists que eu amei, super me envolveu. E claro, por ser steampunk me apaixonei mais ainda.
Recomendo.
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Laiza 08/03/2021

Se surpreenda!
O livro de início é lento, mas quando pega o ritmo é muito bem feito e por si só uma boa obra que conversa com nosso tempo de pandemia. Leia e entenda essa ligação e outras com nossa simples, mas ao mesmo tempo, complexa humanidade.
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Millene 13/03/2021

Steampunk ecológico
Apesar de ser nacional, o mundo ali é fictício e está morrendo, as areias do deserto destroem qualquer tentativa de vida plantada. Como isso não fosse o suficiente, existe uma guerra onde o governo ta mais interessado em achar um culpado e ter poder total do que arranjar uma solução pro ambiente.

Elissa começa como uma dama normal que vai se casar mas com o desenvolver da história, ela passa a ter confiança e até passa ser um símbolo de esperança.

Entre as várias pessoas que ela conhece, a Tyla se destaca pela sua independência, ousadia e inteligência.
Teodora, irmã da Elissa, é um show à parte que poderia ter aparecido mais.
Aliás, um ponto positivo é que as mulheres principais são bem fortes e independentes e não dependem da protagonista pra fazer a historia rolar.

Outro ponto positivo é falar de problemas ecológicos e a relação com política de uma forma relevantes que não pareça didático forçado.

Pontos negativos ficam com: amor instantâneo, o romance não foi nada natural (as vezes parece que foi proposital mas como leitora, não deu pra se emocionar ou torcer por eles) e alguns capítulos no meio da história parecem repetitivos e cansam (pelo menos foi essa sensação pra mim)

Pontos neutros: o ser todo poderoso que só sabe responder que não pode responder (mas tem uma pequena evolução) e o final que ainda não sei o que achar

PS: podemos acabar com esse mito hollywoodiano de que espartilhos são objetos de tortura que você não pode se mover e nem respirar? Obrigada
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Maria Clara 05/04/2021

Cada dia mais apaixonada pela escrita da Nikelen. Não dá pra ler e não gostar. A história nunca ia para o rumo que eu esperava e isso é simplesmente maravilhoso. Eu quase sempre advinho o caminho que as histórias estão indo, e tudo bem, já estou acostumada. Mas Nikelen gosta de jogar na minha cara o quando minha vida é tediosa. Maravilhoso, inteligente, necessário e irretocavel. ( o protagonismo feminino nesse livro é perfeito)
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Davenir - Diário de Anarres 06/04/2021

Um Steampunk, para além da fumaça e da atitude.
“Quando o caos tomou conta de tudo o que conhecia, Elissa Faina Till passou a acreditar que o prenúncio do desastre estivera encerrado em um minúsculo grão de areia. Aquele mesmo que ela havia retirado das dobras da saia de seu vestido de casamento numa terça-feira, quando o experimentou pela primeira e única vez.”

Assim começa a primeira parte do romance Viajantes do abismo, uma ficção científica steampunk escrita pela historiadora gaúcha Nikelen Witter. Já conversamos sobre outra obra da autora − Guanabara Real: a alcova da morte − que Nikelen escreveu junto com Enéias Tavares e A.Z. Cordenonsi, mas aqui ela brilha sozinha em outra obra steampunk. Desta vez, ao invés do tom aventureiro predominante no subgênero e da abundância da estética neovitoriana, temos uma abordagem mais voltada à reflexão sobre o meio-ambiente, ao mesmo tempo em que a autora faz um trabalho mais profundo de construção de sua protagonista.

Acompanhamos a história de Elissa, que vive na cidade de Alva Drão e está prestes a se casar com Larius Grey, um político em ascensão dentro do partido governista que está no poder da Tríplice República, quando é abandonada no altar. Passado algum tempo, Elissa tenta seguir sua vida como curandeira, quando a guerra entre governistas e independentistas chega a sua família. Obrigada a fugir, Elissa encontra a amizade de Tyla, dona de um bordel na cidade de Alephas, de uma menina misteriosa que aparece e desaparece como uma alucinação e de um andarilho que sempre traz o caos por onde passa.

Nesse mundo steampunk, a estética das tecnologias a vapor aparece em detalhes, e há pouca menção à estética neovitoriana, o que pode descontentar o leitor mais apegado a essas convenções do subgênero. Elissa evolui de moça submissa até se afirmar em um mundo completamente desfavorável, ao mesmo tempo em que a guerra logo se relaciona à degradação das áreas verdes, pelos desertos que se expandem em grande velocidade. A amizade com Tyla e com a irmã cientista, Teodora, tem forte papel nessa transformação. Infelizmente as duas personagens receberam pouco espaço. A história pedia uma relevância maior delas, ainda mais por se tratar de uma obra extensa, que se permitiu a abertura de alguns arcos secundários.

A decisão de concluir a história em um único livro agrada muito em um mercado empanturrado de narrativas divididas em trilogias, ou em séries, com primeiros volumes meramente introdutórios. Desta forma, as trezentos e quatro páginas de Viajantes do abismo fluem bem, pois a escrita é atraente, com reflexões maduras. Outra coisa que agrada é a trama rica em acontecimentos relevantes, que conectam os elementos construídos minuciosamente na primeira metade do livro. Isso não deixa que os acontecimentos soem forçados, por mais malucos que sejam. O leitor que ao abrir o livro espera encontrar uma mera aventura steampunk para admirar a estética elegante terá uma grata surpresa ao encontrar uma jornada de autoconhecimento e também da valorização do mundo.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com/2021/04/resenha-177-viajantes-do-abismo.html
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Doug 29/12/2021

Adorei.?
Adorei o livro, principalmente por apresentar mulheres fortes e de atitude, que em momentos de dificuldade conseguiram uma forma de superar os obstáculos e enfrentar seus desafios; Foi impressionante a forma que esse livro prendeu minha atenção do início ao fim, e vale lembrar que eu nem tinha espectativas em relação a ele, já vou colocar alguns livros dessa autora na minha lista para ler no próximo ano.

Em momentos de dificuldade eu espero ter a força que Elissa teve para enfrentar seus desafios, pois apesar das dificuldades que ela enfrentou, isso não foi suficiente para fazê-la desistir.
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Marcio Izidoro 12/05/2021

Cansativo
Vi esse livro no Kindle Unlimited, e por sua capa, fiquei curioso e resolvi colocar na minha lista para esse ano.
Resolvi começar a ler, e o enredo é até legal, mas o livro foi me cansando, e o único motivo de continuar lendo foi a curiosidade para saber onde ia terminar essa estória.
Mas a decepção foi maior ainda, pois tirando algumas partes (bem poucas), tudo é muito cansativo, e o final foi pior ainda.
Estou acostumados a ler livros ótimos, mas com final horrorosos (sou fã de Stephen King, e quem conhece sabe exatamente o que eu estou falando, rsss), mas ler um livro ruim, com um final pior ainda é muito decepcionante, pois a gente sempre espera que aos poucos o livro melhore, mas esse só foi caindo.
O mais engraçado é que vendo as críticas, quase todo mundo gostou, mas comigo esse livro não funcionou mesmo.
Não vou deixar de recomendar, pois gosto é gosto, e leitura é sempre boa... mas se eu pudesse voltar no tempo, me aconselharia a não ler!!!!!
Andrea 17/05/2021minha estante
Eu amei esse livro, mas eu tenho que comentar aqui do King e seus finais horrorosos, hahaha!! (Infelizmente, não posso negar a veracidade dessa afirmação, mas também confesso que por causa dele eu passei a me importar mais com o caminho do que com a chegada.)




baracho.rodrigo 01/07/2021

Amei
Historia deliciosa e reflexiva. Tem um olhar do universo que amo, super inteligente e nem imaginava encontrar no texto.

Descobri depois que a escritora é brasileira, é sempre uma grata surpresa quando lemos algo tão bom e sabemos que é ?? ??

"O planeta está doente e vai morrer, mas nós estamos todos tão insanos que só conseguimos pensar em salvar as ideias que tínhamos para o mundo quando ele era sadio. A paz poderia nos ajudar, mas ela está muito longe. Muito longe."

"Só vale a pena ter o planeta vivo se tiver gente melhor sobre ele."
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Dani Guimarães 14/07/2021

Qualquer semelhança é mera coincidência?
Me deparei com este livro ao acaso e fiquei surpreendida de uma ótima forma!!

Eu adorei o livro, não conseguia parar de ler! A história é cheia de reviravoltas, personagens marcantes, fortes e bem desenvolvidos. Sem falar nos temas atuais que lembram muito a nossa realidade... (rindo de nervoso)

A autora escreve muito bem, gostei muito.
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molzi 04/05/2021

não sei nem como descrever o que eu senti lendo esse livro. foi uma experiência maravilhosa e eu serei eternamente grata. acho que não é um livro que todo mundo vai amar? tem páginas com bastante descrição das cenas que, no auge na ansiedade pra terminar a leitura, me incomodaram um pouco. mas no geral só posso usar sensacional pra me referir a ele. acho que posso dizer tranquilamente que foi minha leitura preferida de 2021 e sempre vou lembrar dele quando precisar citar um livro que me marcou. recomendo demais!
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Camila.Ferraz 15/03/2024

Surpreendente divertido e futurístico
Bem, o livro sua história são muito originais e únicos! Não canso de valorizar a literatura nacional e defender que temos grandes autores com grandes obras. Falando nisso gostei tanto dessa narrativa que procurei mais livros da autora. Agora sobre a história, linguagem um pouco difícil eu diria, mas tão bom que te prende de qualquer forma. Nas últimas 100 páginas não sabia mais o que pensar e realmente fui muito surpreendida com o desfecho. Recomendo muito, entregou tudo que a sinopse prometeu, mesmo eu estando desconfiada no início!
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Carollice 10/05/2021

Steampunk
Foi a primeira leitura brasileira na temática steampunk que eu li. Eu simplesmente amei. Traz um questionamento sobre a natureza humana, sua capacidade de autodestruição. Um mundo distópico em que o governo privilegia as grandes empresas da tecnologia do vapor, ignora a ciência levando à morte lenta e cruel do planeta.
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Rafaela (@exlibris_sc) 11/06/2020

Steampunk e faroeste caboclo?
Em um mundo envolto por um oceano de areia, no meio de disputas políticas, seres misteriosos, desilusões amorosas e perdas significativas, uma mulher redescobre o significado do amor enquanto sua vida, seus valores e conceitos mudam gradativamente para algo que ela jamais imaginava ser possível.

Numa atmosfera que mescla o bom e velho faroeste com a tendência steampunk, Nikelen Witter irá transportar o leitor para o nosso próprio planeta em um futuro distante ou realidade alternativa onde aquilo que somos, acreditamos e fazemos nunca foi tão importante para garantir a sobrevivência da nossa espécie. Muito mais que sapatos cheios de areia, você estará às portas do Abismo prestes a descobrir um dos maiores segredos do globo.

Apesar do início belicoso entre os dois lados da mesma balança na cidade de Alva Drão, na Tríplice República, logo a história passa a ter foco pleno em Elissa Faina Till, personagem de maior destaque e que parece atrair toda espécie de problemas ao mesmo passo que cativa praticamente todos a sua volta. Eis que a garota está às vésperas de seu casamento com Larius Drey, um político em forte ascensão e com um desejo de poder imenso, quando tudo parece ir por água a baixo.

Aparentemente, apesar do mundo ser uma planície desértica desde que seus habitantes tenham memória, a areia agora carrega um novo objetivo e com isso um perigo ainda maior que as disputas políticas em uma sociedade que mais parece ser governada por uma espécie de coronelismo que qualquer tipo de democracia básica. Lutando contra seu próprio desespero e perda, Elissa conhece uma garotinha que aparenta saber de tudo que se passa no coração da jovem e do que está por vir, e do mesmo jeito que ela aparece, some sem deixar rastros, mas não antes de mexer com Elissa e a fazer questionar ainda mais tudo que sente e conhece.

Com a Tríplice República em meio à uma guerra política, Elissa, que decide seguir os passos de seu pai e ser curandeira, segue com a vida junto à sua família até o dia que conhece Seth. Misterioso, com ares de bad boy e braço cibernético, ele vira o mundo de Elissa de cabeça para baixo assim que se conhecem. O que poderia muito bem ser um clichê literário – afinal, a garota conhece o garoto, o odeia em um instante e no seguinte passa a sentir atração física por ele que resulta em redenção, afeto, carinho e até amor – acaba por ser apenas um meio para que no final Elissa se redescubra e passe a amar a si mesma.

A escrita de Nikelen e o modo como ela compõe a história torna lento o processo de fisgar o leitor, por ser uma leitura que traz muitos problemas de caráter humano – o planeta morrendo, intrigas políticas, violência extrema, elementos sobrenaturais, desilusão amorosa e busca por autoconhecimento – e um excessivo deslumbramento pela personagem de Elissa. Contudo, a ideia central do livro é bastante interessante e levanta questionamentos pertinentes para nossa própria realidade: até quando iremos nos autosabotar?

Com elementos e seres mágicos inspirados em lendas e grandes nomes literários, a autora é bastante fã do universo criado por J. K. Rowling, por exemplo, a história parece seguir por dois caminhos que ora se entrelaçam ora se distanciam. De um lado temos uma busca liderada por Halan Solano pela cabeça de Elissa em um território da Tríplice República que parece sem lei, governada por ninguém onde o mais forte vive outro dia e todo tipo de brutalidade é forçada aos mais indefesos. Do outro temos a jornada de Elissa e seus companheiros para o Abismo, espécie de canyon nos limites do país, onde esperam encontrar a cura para o planeta que definha cada vez mais com as tempestades de areia que corroem e matam tudo que veem pela frente.

Apesar da personagem ter muito destaque durante toda a história, de todos ou a amarem ou quererem matá-la, Elissa não cativa e por muitas vezes cansa; sua irmã, Teodora, por outro lado, apresenta uma persona muito mais interessante com seu jeito retraído de cientista maluca que poderia ter sido mais aproveitado durante a trama que, apesar de ter uma ideia e elementos fantásticos, parece não ter sido trabalhada o bastante e alguns destes elementos que deveriam tornar a história única acabaram por se encontrar em segundo plano e servindo como enfeite apenas.

Gostaria de ter visto mais do steampunk que foi prometido além do pouco que apareceu na história, frotas de dirigíveis, membros mecânicos e equipamentos laboratoriais; também penso que se outros personagens mais interessantes, Seth, Teodora e a garotinha misteriosa, por exemplo, tivessem maior destaque, talvez assim a trama alcançasse maior significado e outras proporções.

No entanto, a leitura foi bastante interessante e divertida em vários pontos. Me transportou para um mundo onde, apesar de tudo se mostrar contra, alguns poucos e bravos humanos ainda tinham a decência de fazer o certo não importasse o quão inalcançável pudesse parecer.

Uma fantasia/distopia que mescla as guerras políticas d’As Crônicas de Gelo e Fogo com o coronelismo brasileiro em pleno deserto do Saara. Apesar das minhas ressalvas, vale a pena ficar de olho nos escritos da Nikelen e ver quais histórias ela irá gerar além desta que diverte e instiga na medida certa nossos ideais de certo e errado, de que ser diferente não deveria vir antes do ser humano, de que temos, por obrigação, que cuidar do nosso planeta enquanto não for tarde demais e de que não devemos negar nosso eu verdadeiro por razões escusas.

site: http://www.estantediagonal.com.br/2020/06/viajantes-do-abismo-nikelen-witter.html
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