O homem sem talento

O homem sem talento Yoshiharu Tsuge




Resenhas - O homem sem talento


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Luciano 16/05/2021

Uma obra sensível sobre o valor que atribuímos às coisas e a nós mesmos. O que significa ser útil ou talentoso? Qual o real valor da arte e como mensurá-lo? Como se define o que tem importância e o que não tem?
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Mateus 20/03/2021

Um sorriso amargo
Feliz é o leitor obsessivo que, ao comprar uma obra unicamente por estar em promoção e sem saber nada sobre ela, encontra uma história maravilhosa que vai levar pelo resto da vida. Esse sou eu e “O Homem Sem Talento”, de Yoshiharu Tsuge.

Trata-se de um mangá lançado em 1985 do gênero watakushi – que, em japonês, é a forma mais formal de dizer “eu”. Basicamente, os mangás do gênero são conhecidos como “quadrinhos do eu”, pois são em essência autobiográficos, uma ficção que reúne muitos fatos e elementos da vida do próprio autor.

Aqui, conhecemos a vida de Sukegawa, um homem que, mesmo sendo conhecido por sua habilidade em escrever mangás, decide não se submeter às regras do mercado editorial e se aventura pela busca de novos talentos. Entre essas atividades, monta uma barraca para vender pedras, e isso à beira de um rio, local em que há milhares de pedras disponíveis para serem recolhidas por qualquer pessoa que passar. Assim, mesmo sendo conceituado no universo dos mangás, abre mão desse talento e se torna um pária na sociedade, passando a viver na miséria com a mulher e o filho.

Além de seu enredo fascinante, o destaque de “O Homem Sem Talento” vai para os traços de Tsuge, que são maravilhosos. Ao mesmo tempo em que soam bastante caricatos (com personagens com traços exagerados e muito expressivos), também geram uma onda de tristeza (quando Sansuke aparece, o filho de Sukegawa, a emoção é instantânea, pois ele sempre está com uma expressão triste e aparenta estar meio sujinho).

É um mangá extremamente envolvente, que levanta questões pertinentes sobre a vida. A barraca de pedras de Sukegawa e seus outros trabalhos frustrados são metáforas tremendas – alguém vendendo algo que ninguém quer comprar e pelo qual ninguém se interessa. Não é assim com a maioria das pessoas? O personagem está afundado na pobreza e em sua insatisfação com o mundo, se escondendo por trás de atividades banais e sem sentido por não querer se submeter aos caprichos do mundo.

Sem dúvida, “O Homem Sem Talento” é um mangá diferenciado, em que você sorri enquanto sente um gosto amargo na boca.
Drica 30/03/2021minha estante
Essa é uma das melhores sensações, se surpreender positivamente com uma obra que não esperávamos absolutamente nada!




Toni 30/07/2021

Leitura 49 de 2021

O homem sem talento [1998]
Yoshiharu Tsuge (Japão, 1937-)
Veneta, 2019, 240 p.
Trad. Esther Sumi.

Na história da arte em quadrinhos japonesa, Yoshiharu Tsuge é considerado o pioneiro do gênero mangá watakushi, ou “quadrinhos do eu”. Seus trabalhos se encontram, portanto, no limite entre o biográfico e o ficcional, partindo sempre do pressuposto que tudo ali aconteceu, mas quase tudo é invenção, parafraseando a incrível síntese de Bernardo Kucinski. Isso não significa, obviamente, que Tsuge levou para o mangá fatos reais de sua vida, mas que os eventos e desdobramentos ali narrados são expressão das verdades do espírito, muito mais sinceras, na maioria das vezes, do que a superfície dos acontecimentos.

O homem sem talento fala sobre a miséria humana — tanto a física, premente e desesperadora, quanto a espiritual, que amiúde não percebemos. O protagonista é um pai de família que já trabalhou como autor de mangás, vendedor de câmeras fotográficas, antiguidades e que, após nada dar certo, dedica-se ao comércio de pedras. Passando seus dias às margens de um rio vendendo artigos que ninguém deseja comprar, a mente deste “homem sem talento” divaga pelas diferentes empresas que nunca conseguiram lhe trazer riqueza ou dignidade. Seu olhar é capaz de ver aquilo que ninguém mais enxerga, como a “pedra perfeita exprime a montanha e nos mostra o vale, sugere a nuvem e o vento… revela o universo”, mas o mundo parece não ter mais lugar para a aparente “inutilidade” de sua delicadeza de espírito.

Profundamente melancólico, o mangá reflete sobre o propósito da arte em nossas vidas, e os riscos de enxergarmos o mundo pela lente do utilitarismo, do sucesso imediato ou, ainda, para falar em termos atuais, dos likes e da arbitrariedade racista, neoliberal e consumista do algoritmo. Deixa um gosto bem ruim na boca, aquela sensação de aperto no peito, e nos assombra como a nuvem permanente do fracasso sobre a cabeça do homem que vende pedras. Mas é também um convite, terno e paciente, para retornarmos ao mundo no final de cada dia, carregados pela mão de uma criança que espera ansiosa para nos levar de volta à casa.

#ohomemsemtalento #yoshiharutsuge #livros
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Deilson Barbosa 29/10/2020

História autobiográfica na qual o autor-personagem desiste de desenhar (que fazia bem) para seguir profissões aparentemente desnecessárias, vendedor de pedras e câmeras velhas. É uma escolha do protagonista, não se render à sociedade industrial com todas suas cobranças e seguir por aí colocando sua família na "pinimba". É uma opção de vida niilista, uma ode ao vazio existencial, o que assusta é que ele nem parece ao menos tentar sair dessa situação, mas embarca nessa loucura. Ao ler sobre a vida do autor entendemos melhor o quadrinho, ao perceber tudo que ele passou, a luta de sua mulher com o câncer e os problemas de seu filho, acabamos tendo mais empatia com o sujeito.
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Jak 04/12/2021

Sobreviver ou deixar sua marca no mundo
O homem sem talento tem talento, reconhecido aliás, ao menos por um tempo. Mas o talentoso mangá-ká quadrinista de estilo japonês) não aceitava qualquer proposta até lentamente ser esquecido e ele não oferecer mais nenhuma obra à indústria dos quadrinhos. A falta de dinheiro leva à miséria que leva inevitavelmente à vergonha mesmo frente à esposa que o acusa de ser um inútil, um parasita que não tem talento algum.

Mas o homem sem talento busca diversas formas de se redimir para ganhar dinheiro e sustentar sua família até mesmo vendendo pedras! Por trás de toda a história e significado encontrado para o hobby de colecionar pedras de formatos e cores diversas, o homem sem talento não tem dinheiro para procurar por pedras mais valorizadas no mercado de colecionadores de pedras e acaba por passar o dia sem ganhar um tostão.

De suas andanças por encontrar maneiras particulares de ganhar dinheiro o homem sem talento encontra outros homens sem talento, reflete sobre sua história e almeja por um significado mais profundo na vida.

No fim, (para não despejar spoilers), o mangá O homem sem talento nos faz pensar sobre aqueles sonhos que temos e que conforme o tempo passa eles podem se desmanchar dando lugar apenas à vontade de sobreviver, mas ainda lutando internamente por ser algo mais, tentando manter o orgulho apesar de tudo, talvez distorcendo o orgulho em mera estupidez e não fazendo nada concretamente.

O mangá nos faz ainda ri com certa vergonha alheia, e nos tenta a torcer por uma virada na vida desse homem sem talento.
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karol 19/06/2021minha estante
análise bem feita por um homem perfeito




Vinicius 09/08/2020

" O que se pode esperar do futuro? Apenas envelhecer em silêncio "
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Narry 15/10/2020

Me decepcionei!
Eu não tenho muito costume de ler mangás, talvez por isso não tenha sido a melhor experiência, mas pela descrição eu imaginei que fosse uma história muito melhor do que é. É apenas uma história sobre fracasso realmente, tem alguns pontos interessantes, mas não é algo que eu recomendaria para qualquer pessoa.
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TBernardo 09/09/2022

O homem sem talento.
Uma das histórias em quadrinhos mais interessante que já li, um homem que permanece fora da sociedade, vendendo pedras retiradas de um rio próximo, ao longo das páginas o protagonista se afasta da sociedade.

Muito bom. Recomendo a leitura.
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Malu 10/10/2021

Poesia
Sim, a minha resenha para esse livro é uma poesia.
Eu amei cada detalhe e só podia compartilhar em forma de arte:

Poesia
Eu sou poetisa
O que no mundo de hoje é quase a mesma coisa que ter uma agenda telefônica física
Ou até mesmo decorar os números
E datas de aniversário.
Eu sou artista
E eu sou feita pra ser vista
Fora isso não tem graça
Nem nada
Sou artista e caminho rumo ao infinito
O mesmo que nada
E tenho consciência disso.
Nas minhas pedras
Nos meus pássaros
No grito na neblina que nem sei de onde vem
Acho propósito
No fracasso.
E ai de quem não ver o quanto é boa essa vida.
Eu sofro dobrado
Moldo o arame farpado
E me espeto em rima
Pinço cordas
Agressiva
E sei bem como me amar
Leio
E amo
E canto
E não ganho dinheiro
Às vezes nem aplauso.
Do que o artista precisa mesmo
É de um bom causo
Não causa
Ser visto por qualquer um
Nem que seja pra jogar tomate
Que a tinta vermelha pinta o quadro dolorido
Pra que não morras da verdade
Arte.
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Guto 19/06/2020

Crítica árdua
Este foi meu primeiro mangá lido e não poderia ser melhor. Funcionou muito bem pois sinto que uma história fechada e melancólica (minhas histórias favoritas tem essa característica) teria o peso correto para me chamar atenção para os quadrinhos/mangás.

Além do clima intenso de uma vida sofrida pela pobreza, o personagem principal passa por algumas fases de sua vida em que as coisas ficaram um pouco melhores e, de repente, voltaram pra miséria. O sentimento presente nesse mangá é o de não pertencimento ao mundo. O personagem e sua família se sentem como se não fizessem parte de uma sociedade, já que nunca são lembrados e sempre estão por si só. O marido (figura que narra a história) sempre tenta ideias questionáveis para enriquecer e a esposa (geralmente com o rosto tampado) sempre o crítica por colocar a família na frente de um investimento que os causará dor.

Num devaneio triste como esses, o leitor se encontra em uma realidade em que qualquer suspiro dos arredores do personagem principal soam com uma inquietação do próprio.
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Henry 08/05/2021

Se vida te der pedras... Venda-as na praia.
Basicamente, o Homem Sem Talento, da Veneta, é um mangá autobiográfico que faz uma ode ao fracasso.

O sentimento de superioridade e o pensamento de que o improvável dará resultados repentinos e exuberantes fazem o protagonista ser, possivelmente, o maior fracassado já visto no mundo das Hqs.

A temática é interessante, mas confesso que foi ficando cada vez mais maçante. Um ou outro capítulo me fez imerso na história, de resto, empurrei com a barriga.

A arte não é das mais chamativas e a conclusão é repentina.

Resumindo: Valeu a leitura, porém está longe de ser uma das melhores leituras do ano. Faltou muito. Ou será que eu esperei demais de uma obra que fala sobre a miséria?
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Danton 02/12/2021

eu estava gostando muito do livro, mas fiquei com a sensação de que não teve desfecho. não sei. talvez eu não tenha captado a ideia. mas vale a leitura.

enfim: toda hora que o filhinho dele aparecia com aquela carinha triste, eu morria de dó. queria entrar na história pra cuidar dele.
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LaAs183 30/10/2021

Determinado a não aceitar as pressões da modernidade, esse mangá autobiográfico é uma ode ao fracasso que vale muito a pena ser lido.
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