Lauraa Machado 17/05/2021
Divertido, surpreendente e com um romance muito bom!
O primeiro livro da Danielle L. Jensen que eu li foi Dark Shores, e ele me surpreendeu de um jeito que eu nunca imaginaria, porque mal tinha ouvido falar dela até então. Mas quando comecei a ler The Bridge Kingdom, eu já esperava amar. É um livro muito bem recomendado e, apesar de não ser de uma editora grande ou ter muito hype, vi tantas pessoas lendo e amando, que minha expectativa só aumentou.
O começo do livro é excepcional. A Lara é muito interessante e já tem reviravolta inteligente logo no primeiro capítulo. Além disso, ela estar infiltrada para espionar um outro país foi maravilhoso, cheio de cenas tensas e de quebra teve um romance com muita química! Honestamente, tem pouca coisa nesse livro que fez a minha nota ser 4, então já deixo bem claro que recomendo a leitura (se você tiver pelo menos uns dezessete anos, já que é uma fantasia adulta).
Na verdade, eu só tenho duas críticas para o livro e um pequeno comentário. O reino da ponte, Ithicana, é super diferente, o que foi mega interessante, mas confesso que precisava ter mais informações sobre ele, descrições mais claras sobre as cidades e tudo o mais. Mas isso pode ser meio subjetivo, então é só um comentário.
Vamos às críticas? A mais simples: o final acontece apressado demais. Se a autora tivesse feito como epílogo, funcionaria muito melhor, porque aí a quebra repentina do tempo e circunstâncias teria feito sentido. Como ficou, parece quase um trecho do próximo livro nesse. E os saltos temporais arbitrários foram o que me fizeram tirar mais nota do livro, porque eles acabaram prejudicando o desenvolvimento.
Eu entendo que não teria como a autora incluir a história de meses nesse livro, mas algumas atitudes da Lara, por exemplo, quando estava com o povo de Ithicana pediam mais atenção. Não adianta falar do nada que algo vinha acontecendo, ainda mais algo que antes o personagem não teve a menor chance de vivenciar. Uma garota que cresceu a vida inteira no mesmo lugar, só treinando para o momento em que se tornaria uma espiã, definitivamente não deveria ter facilidade com crianças. O fato de ela ter, por exemplo, precisava ter sido explicado, ou pelo menos mostrado em uma cena, não resumido como algo que aconteceu "durante as últimas semanas". Deixar assim, só mencionado, tira o peso do fato e o leitor acaba nem absorvendo essa mudança. Ou seja, quando algo tiver mudado para os personagens, não vai ter mudado para o leitor, e aí a conexão vai ter alguns tropeços.
Nem sei se fez sentido direito o que eu falei, mas foi algo que me incomodou e aconteceu algumas vezes. Por exemplo, quando a autora resumiu a aproximação entre os protagonistas que aconteceu durante alguns dias, aí fez sentido, porque eu já tinha visto uma amostra dessa aproximação, então a menção só fortalece a impressão que eu tinha antes. Mas quando se faz isso com algo inédito, acaba passando batido e aí o salto é prejudicial. O salto temporal do final foi especialmente ruim, porque acelerou ainda mais os outros acontecimentos.
Tá, eu tenho outro comentário para fazer, que nem foi algo que me fez tirar nota, mas tinha que mencionar: quando se cria um universo novo de fantasia, é um pouco estranho manter gírias iguais, mas tudo bem manter. Não tem problema. O problema está em usar expressões com "Deus" no meio, já que aparentemente não tem uma religião clara em nenhum desses países da história. Essa foi uma pequena falha da construção do universo.
Mas, como eu disse, é um livro interessante e bom de ler, os personagens, ainda que suas aparências sejam estereótipos do que é considerado bonito, são bons e a interação entre eles também. Foi uma leitura bem divertida e que dá muita vontade de continuar nesse universo! Recomendo!