Flavia 04/10/2012Adoráveeeel!Soluço Spantosicus Strondus III é um garotinho magricela, simpático, inteligente e gentil, filho e herdeiro do grande guerreiro e chefe da Tribo dos Hooligans Cabeludos: Stoico, O Imenso. O problema, é que se trata de uma tribo de Vikings, onde simpatia, inteligência e gentileza não são características comuns nem aceitáveis entre esses habitantes singulares, pois são todos tapados, peludos, grandalhões, bárbaros e mal educados, inclusive as mulheres rsrsrs.
Stoico quer que Soluço lhe traga muito orgulho, quer que ele se destaque entre os outros garotos e se comporte como um verdadeiro viking, principalmente por ser o único herdeiro da Tribo, mas isso está muito longe de acontecer... Soluço é motivo de piada entre os garotos, o que para seu pai, é uma vergonha eterna.
Como parte do Programa de Iniciação em Captura de Dragões, um tipo de treinamento viking que recebem, os garotos devem sair para capturar/roubar filhotes de dragões sorrateiramente e sem acordar os outros que estão dormindo. E eles nem podem sonhar em voltar sem um dragão, caso contrário são castigados e banidos da tribo... Chegando lá, Soluço, morrendo de medo e depois de muita confusão, consegue capturar seu dragão, confiante que ele seria terrível o bastante para impor respeito e calar a boca dos outros garotos. Mas o que ele não esperava, era que o dragãozinho que conseguiu capturar as cegas, não passava de um reles dragão de jardim, minúsculo, preguiçoso, mimado, teimoso, debochado, mal educado e sem um dente sequer na boca: Banguela é total e completamente o oposto do que deveria ser o dragão de um futuro chefe da tribo...
Após voltarem, os meninos devem treinar seus dragões rigorosamente, mas Soluço se recusa a seguir as instruções do livro "Como Treinar o Seu Dragão", do Prof. Tosco Traste, que diz muito direta e claramente em seu único capítulo que a regra de ouro do treinamento de um dragão é GRITAR COM ELE! (quanto mais alto melhor), para adestrar Banguela, e resolve utilizar o "dragonês", o idioma dos dragões, que aprendeu secretamente (pois Stoico proibiu o idioma), após muito tempo os observando.
Mas o que deveria ser uma relação de respeito e obediência de mestre viking com seu dragão, acaba virando uma amizade super engraçada, maluca e cheia de confusão, pois Banguela é o personagem mais terrível e folgado que já existiu, que não dá a mínima para que Soluço fala, mesmo que isso seja de extrema importância, principalmente quando se sente ameaçado ou se vira alvo de risadas. Ele não deixa nada barato! Banguela veio pra causar!
O livro se trata das memórias de Soluço que, agora idoso, nos conta sua própria história quando era criança e enfrentou diversos perigos e aventuras junto com Perna de Peixe, seu melhor amigo, e Banguela. Achei isso um pouco estranho num primeiro momento, pois se é um tipo de diário, seria mais certo que fosse em primeira pessoa, mas não é. O livro é em terceira pessoa. Mas isso não atrapalha em nada e é só um detalhe.
Cheio de ilustrações "toscas" mas super engraçadas, é bem fácil visualizar e se familiarizar com todos os personagens, que são ótimos, e por serem vikings e ignorantes, possuem nomes esquisitos que de certa forma destacam parte da personalidade de cada um deles, como "Bafoca de Maluquício", "Bocão Bonarroto", "Melequento", "Barrigão Caído de Cerveja" e nomes hilários do tipo...
Há também várias partes, que são como páginas separadas, com instruções de treinamento, informações sobre as características dos dragões de acordo com sua espécie, e traduções do idioma dragonês espalhados pelo livro. A diagramação é ótima, as letras são grandes, as frases em dragonês tem a fonte diferente, as folhas são amareladas, e a narrativa é muito leve, envolvente e empolgante, que vai agradar leitores de todas as idades. Simplesmente me encantei pela série e virei fã da autora e do mundo fantástico que ela criou! Mesmo que sem um pingo de limites, quero um Banguela pra mim! *-*
PS.: Existe um filme baseado nesse livro, mas ele não tem NADA A VER com a história...