Thainá - @osonharliterario 26/02/2020Prepare-se para uma fantasia de tirar o fôlegoUma guerra está prestes a explodir colocando os deuses inferiores contra o deus de todas as coisas, Hsamash. Os reinos de Mil Cantos já se encontram adiantados, com soldados deixando rastros de matanças por onde passam e com uma rivalidade entre os donos dos tronos predominando cada reino. A guerra não poderá ser impedida, e muito menos parada. Mas, talvez, um grupo de desconhecidos possa ser parte importante desse momento histórico.
O ritual à Annira irá começar! O evento em questão exige que um grupo de guerreiros – e escravos – lutem entre si até a morte, resultando em um lado composto pelos ganhadores das batalhas e do outro o sangue que será servido como sacrifício à deusa. Será nesse local, cheio de fúria e escuridão, que quatro desconhecidos irão se encontrar pela primeira vez e juntos irão tentar pensar em um plano para que todos saiam com vida daquele horroroso ringue de sangue.
Nesse novo grupo conheceremos Anumma, um homem mais velho que perdeu toda a sua família para um incêndio vingativo em Ru, sua morada; Nis-Ibbi, o príncipe de Hciuq que também perdeu sua família para a guerra; Ibarummah, um jovem nômade que foi forçado a se separar de sua família em uma viagem em alto mar; e Rakrem-ne, uma garota que é obrigada a se fingir de menino para garantir a sua sobrevivência nesse mundo onde as mulheres não têm voz, iniciativa ou poder.
Todos os quatro, recém-escravos, são manipuladores dos elementos. Mas não é isso que os caracterizam como especiais ou escolhidos, já que ser manipulador de elementos é algo habitual para todos em Mil Cantos. O que os difere de todo o resto é que esse encontro não é obra do acaso, mas, sim, predestinado para o grupo. Há uma conexão existente entre eles – um objetivo -, mesmo que nenhum ainda desconfie disso.
O Tratado dos Mil Cantos é uma fantasia nacional inspirada na mitologia mesopotâmica, algo que eu ainda não havia tido contato. A história intercala-se entre a vida de cada um dos personagens principais, para assim conhecermos suas vivências e o que os levaram até o atual momento, e a própria história do mundo de Mil Cantos, nos recheando com informações sobre a Grande Guerra e outros momentos importantíssimos para a construção desse universo.
No início da leitura me senti bem confusa, tanto por causa dos nomes diferentes como por não saber exatamente o que estava acontecendo. Mas depois, ao longo da leitura, a confusão foi passando e consegui entender mais as situações do prólogo e também me acostumar com os nomes dos personagens.
Eu adorei conhecer a história de cada personagem através de suas próprias palavras e isso fez até com que eu me conectasse mais rapidamente com eles, com seus objetivos e também com suas vivências. Isso tornou a minha experiência de leitura ainda mais rica e envolvente.
Gostei de todo o enredo e de como tudo se desenvolveu e gostei ainda mais dos personagens, pois todos têm suas peculiaridades e diferenças, fazendo com que eu me divertisse de diferentes maneiras ao decorrer da leitura. Só fiquei triste porque terminei o livro muito rápido e ficou uma brecha enorme para uma continuação.
Mas, mesmo com essa saudade enorme que já estou dos personagens, foi uma ótima leitura. Gostei muito da maneira como o mundo nesse livro foi criado e como as culturas são tão distintas e abrangentes. Com toda a certeza é uma obra que indico para os fãs de fantasia e de mundos mágicos e incríveis. E agora, mais do que tudo, preciso urgentemente da continuação.
Resenha completa no blog Sonhando Através de Palavras.
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https://sonhandoatravesdepalavras.com.br/2020/02/26/resenha-o-tratado-dos-mil-cantos-rafael-dias/