Douglas 23/01/2015
A guerra do lanche
Quando Lourenço Cazarré escreve sobre Cândido, Bolota e Fuzilica, ele conta a história de todos nós.
Isso porque ao narrar as peripécias desses amigos, o autor conta situações que todos nós já vivenciamos em nossos tempos de colégio.
Lourenço aborda temas como: insegurança diante dos primeiros dias de aula, a sensação de estar em um ambiente hostil quando não conhecemos ninguém, os pesadelos e o "frio na barriga" que antecedem um primeiro dia de aula, entre vários temas que todos nós vivemos em nossos tempos de estudantes.
Como não podia deixar de ser, ao abordar um tema escolar, o autor não poderia de fora o assunto bullying.
Aliás a palavra bullying é extremamente recente. No meu tempo de estudante isso existia e nem nome tinha. Nós tínhamos que aguentar e não conseguíamos nem classificar o que estava acontecendo. E claro, tínhamos aquele medo absurdo de contar aos adultos e ser ainda mais ridicularizado.
É claro que este é um assunto sério que deve ser conversado e combatido, mas infelizmente, sempre existiu, existe e continuaria existindo. É uma pena.
Eu acho que todos nós já sofremos, em algum momento, com bullying e, sem ter a devida consciência, já o praticamos também.
Infelizmente este é um assunto que está muito longe de ter um desfecho, isso porque, como o próprio autor diz, a essência dos adolescentes continua igual, por mais que as gerações se sucedam.
Obviamente tudo isso é contado com muito bom humor. É possível se divertir bastante com o "Esquadrão de Defesa da Merenda", grupo formado por alunos para se defender da "Gangue do Lanche", alunos mais velhos que roubam a merenda dos mais novos.
Lourenço Cazarré nos deixa a mensagem que estes são os piores anos da nossa vida. E ele está certo. Porém ele também nos diz que lá na frente, quando nos tornarmos adultos, lembramos que estes anos nos deixaram muitos aprendizados e lembranças.
Concluiremos, com certa nostalgia, que esses anos fizeram com que (em grande maioria) nos tornássemos adultos bons, responsáveis e dedicados em nossas funções, afinal, as experiências que tivemos no passado ajudaram a construir o nosso caráter. E essas as experiências, boas e ruins, nos tornaram um pouco mais sábios, para que agora nós tenhamos o discernimento de sabermos trilhar o nosso próprio caminho e definir nosso destino.
Parabéns ao autor, consegui me identificar com os personagens e lembrar dos meus tempos de estudante. E acima de tudo, me diverti muito com o "Esquadrão de Defesa da Merenda".
Leitura recomendada.
Um abraço e meu respeito a todos.