A ponte flutuante dos sonhos

A ponte flutuante dos sonhos Junichiro Tanizaki




Resenhas - A ponte flutuante dos sonhos


14 encontrados | exibindo 1 a 14


Arthur1093 24/02/2024

Quanto à Ponte Flutuante dos Sonhos, minha única e maior reclamação ? bastante subjetiva, confesso ? é que a edição se utilizou em excesso de notas de rodapé, o que dificultou o fluxo da leitura. De resto, a história em si é bem coordenada e as intrigas do protagonista me cativaram a ponto de devorá-la em poucas horas.

Meus principais elogios vão em especial à segunda história, o Retrato de Shunkin: a maneira como o autor soube contá-la de maneira excepcional, com tanta sutileza e ternura, trouxe êxtase aos olhos. Os personagens são como pessoas de carne e osso, através das páginas, que à primeira vista parecem uniformes, mas com o tempo se revelam tão complexas e profundas; e, no final, eu tinha uma visão completamente diferente deles. Como diz Kawabata: ?Retrato de Shunkin é uma obra-prima que as palavras são impotentes para descrever e frente à qual apenas nos restam sussurros de admiração?.
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Igor.Banin 11/12/2022

Ótimo
Boa coletânea com 2 histórias provocativas e interessantíssimas sobre relações humanas e suas reentrâncias.
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Diego Almeida @diegoalmeida999 26/10/2021

Tanizaki é sempre um colírio para os olhos da alma
Tanizaki é um dos meus autores favoritos, sua suavidade filosófica e o uso de artifícios sensoriais é algo fantástico. Em suas obras consegue mesclar a sensualidade e as reflexões sobre a vida de forma sutil e muito bem construída. É difícil deixar a narrativa de Tanizaki antes de ter terminado ao menos um conto. Neste livro em específico temos na primeira narrativa o enredo focado na relação filial entre mãe e filho em um Japão tradicional, o meio familiar bem peculiar acompanhando seu crescimento e descobertas, a coisa se desenrola e podemos inferir sobre o ocorrido de diversas perspectivas. Na segunda narrativa acompanhamos um casal composto por mestra e aluno que perpassa por toda uma vida e vai muito além da mera relação homem x mulher, aqui vemos a expressão da arte e da vida se entrelaçando e gerando novos caminhos a medida que as coisas acontecem. Leitura prazerosa e um verdadeiro calmante em meio a semana
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Sumotinho 24/04/2021

Gostei
Leitura agradável.
Fiquei chocada com a segunda narrativa.
Ambas são muito boas, recomendo.
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Cassi 27/07/2020

Literatura japonesa primorosa
Para alguém que não esteja acostumado com as características e estilo da literatura japonesa, a qual instiga o leitor a inferir significados e nuances quanto aos relacionamentos dos personagens, talvez seja um pouco complicado compreender a sensibilidade e delicadeza dessa obra de Tanizaki.

O autor traz temas tabus e polêmicos, abordando conceitos como servidão, lealdade e compaixão em meio a relacionamentos problemáticos.

Os dois contos deste livro são de uma narrativa muito fluida, com descrições detalhadas e lindíssimas do cenário do Japão tradicional, trazendo personagens cujos comportamentos nos levam à discussão e à reflexão quanto a relacionamentos humanos no contexto social tradicional japonês.

Recomendo para os interessados em literatura japonesa no geral.
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Amâncio Siqueira 24/07/2020

Jun'ichirō Tanizaki (谷崎 潤一郎 Tanizaki Jun'ichirō) (Nihonbashi, 24 de Julho de 1886 – Yugawara, 30 de Julho de 1965) é um dos maiores autores da literatura japonesa moderna. Esse volume da Estação Liberdade reúne duas novelas de fases distintas de sua carreira: A Ponte Flutuante dos Sonhos, publicado em 1959, já no fim da vida, traz uma narrativa em primeira pessoa de um homem que tenta compreender sua relação com suas duas mães, enquanto Retrato de Shunkin, publicado em 1933, seria uma biografia de uma grande artista cega e sua relação com seu principal discípulo e companheiro de toda a vida, Sasuke, capaz de qualquer sacrifício por sua mestre e amada. Tanizaki repensa a arte, reflete sobre paixão e perversão, amor e abuso em textos curtos e densos, que deixam ao leitor a tarefa de deduzir o apenas sugerido.
https://youtu.be/10DEYtWD9dc
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@tenbooks10 03/05/2020

Leia livros japoneses!
As duas obras de Tanizaki foram lançadas em conjunto, ano passado, pela Estação Liberdade.
A Ponte Flutuante dos Sonhos foi publicada em 1959, e tem seu título emprestado de um capítulo do famoso livro O Conto de Genji ? pertencente à literatura clássica japonesa e escrito no século XI. Nessa obra, o narrador Tadasu compartilha a história de sua vida e as memórias que possui das duas mães ? a de sangue, que morre quando ainda era novo, e a segunda com quem seu pai se casa alguns anos depois. O mais interessante dessa obra é ver o contraste entre os temas trazidos, que eu achei bem pesados e perturbadores, e a escrita leve do autor.
Escrito em primeira pessoa, a obra nos revela o estado mental confuso de Tadasu, que já não consegui distinguir as memórias que pertencem a cada mãe. Ao mesmo tempo, o personagem começa a ter uma relação ambígua com a segunda mãe, revezada entre o amor filial e o desejo. O erotismo é trazido de forma bem sutil à obra, mas foi suficiente para me deixar um tanto perturbada com o sentimento de Tadasu.
A segunda obra, Retrato de Shunkin, é de 1933 e foi a minha favorita dessa compilação! Nela é narrada a vida de Koto Mozuya, conhecida pelo seu nome artístico Shunkin, e a sua relação amorosa com o seu discípulo, Sasuke.
Cega desde a infância, Shunkin dedica a sua vida à música, aprendendo a tocar com maestria os instrumentos koto e shamisen.
Ainda quando criança, Sasuke é contratado pela família de Shunkin para servir-lhe como guia e, a partir daí, começa a desenvolver o seu amor pela musicista. O amor de Sasuke me fez lembrar muito da relação dos poetas com suas musas ? seres inatingíveis e perfeitos aos seus olhos.
O maior questionamento do livro, na minha experiência, foi a relação desenvolvida pelos dois personagens principais. Embora o amor de Sasuke aparentasse ser puro, a sua relação com Shunkin era basicamente sadomasoquista.
Shunkin era extremamente dominadora e até perversa. Tratava as pessoas próximas com dureza e nunca admitiu o relacionamento com Sasuke por conta da sua inferioridade social, tratando-o a vida inteira como um servo ? o que, por sua vez, era aceito e apreciado por ele.
Mas aí que surge a problemática da obra. Embora um tanto repulsiva, a ligação entre os dois personagens parece ir além daquilo enxergado por terceiros, sendo tão profunda que me despertou diversos sentimentos conflitantes ? admiração, asco, calma, raiva, bem-estar e tristeza.
Além disso, é interessante que a imagem que temos de Shunkin é feita quase que cem por cento por Sasuke, numa biografia pós morte. Então, o narrador sempre questiona a suposta perfeição da mulher que fora descrita por seu amante.
Eu vou me contentar com esse meu pequeno resumo de Retrato de Shunkin, por medo de continuar e acabar dando algum ?spoiler? tal é minha vontade de comentar a história detalhadamente. Mas é uma verdadeira obra-prima.
Em suas duas obras, Tanizaki adota uma escrita leve/delicada, escolha interessante frente aos temas abordados. E, genialmente, o autor narra apenas o essencial, deixando em aberto diversos pontos para ? imagino eu ? o leitor analisá-los e chegar a suas próprias conclusões.
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Edianne.Novaes 30/04/2020

Dois contos japoneses
O segundo conto do livro, "Retrato de Shunkin" publicado 1933, tem uma narrativa que achei muito peculiar. Talvez a surpresa ou estranheza se deva ao fato de não estarmos tão acostumados a literatura japonesa, mas até o Prêmio Nobel Yasunari Kawabata disse:

"Retrato De Shunkin é uma obra-prima que as palavras são impotentes para descrever e frente à qual nos restam sussurros de admiração." (Na revista Shincho, julho de 1933)
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Felipe.Protti 18/02/2020

Tanizaki é o melhor
O autor que mais li obras na minha vida é o Tanizaki, ele me trouxe de volta ao mundo dos livros e me levando a ler clássicos.
Muitos momentos desse livro me levaram ao Japão como sempre, duas histórias incríveis, mostrando o amor de forma tão intensa que eu jamais imaginaria.
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Vorspier 17/02/2020

Livro delicioso
Amei os dois contos, mas gostei mais do Retrato de Shunkin. A relação perturbada de Shunkin com Sasuke me faz ter pena dele, obediente aos caprichos dela, como se nada mais importasse em sua vida além de Shunkin.
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Lusia.Nicolino 09/01/2020

Tudo fará sentido se abrir seu coração
Não é fácil ler Tanizaki. Suas histórias podem parecer despropositadas e sem conexão com nossa atualidade, mas é preciso despojar-se para compreender sua época, sua cultura e admirar seu estilo inconfundível. E então, tudo fará sentido.

Aqui dois títulos: A Ponte Flutuante dos Sonhos, publicado em 1959, teve seu título emprestado de um capítulo do Genji Monogatari, obra do século XI – da autora Murasaki Shikibu. Tanizaki tinha grande afinidade com os clássicos.
Nessa história somos convidados pelo narrador Tadasu a conhecer o conflito que ele carrega, memórias de sua infância, de sua mãe biológica e de sua segunda mãe. Reflexos de um relacionamento incomum de pai, filho, mãe, que traz nas entrelinhas um desejo nem sempre compartilhado pelos trios formados. Tadasu encontrará repouso?

O segundo título, Retrato de Shunkin, é ainda anterior, de 1933. Nele conhecemos Shunkin, um prodígio artístico que, ao ficar cega, nos envolve em uma trama de amor e ódio, despertados pela sua beleza e pelo seu jeito quase bruto de ser.
Amparada desde os oito anos por Sasuke, viverá com ele uma relação de amante, de mestre e discípulo, de simples ajudante. Momentos leves de ouvir o canto dos pássaros, mas também de infortúnios.
O que os dois títulos têm em comum? A narrativa peculiar de Tanizaki. Memória, erotismo, devoção que conecta pessoas tão diferentes, nos momentos em que suas vidas se esbarram e que seguem juntos sem nem mesmo saber porque.

Quote: “Talvez ela acreditasse que os maus-tratos a que submetia os alunos fariam dela uma mestra ainda melhor. Mas a vaidade acabou lhe subindo à cabeça e minando seu autocontrole.”

site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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Rafaela (@exlibris_sc) 30/12/2019

Dois livros em um!
A escrita de Tanizaki mescla impecavelmente história e poesia. Desde o início da primeira novela presente neste livro, "A Ponte Flutuante dos Sonhos", título que faz referência à obra de Murasaki Shikibu, o leitor notará de forma clara e intensa as paixões humanas descritas em vários níveis de complexidade. De forma mais marcante, temos a controversa sensualidade que deturpa um dos relacionamentos mais puros da raça humana, o de uma mãe para com seu filho - ainda que tenhamos aqui a madrasta, a impressão passada beira o complexo de Édipo, visto que a mesma incentiva o filho já crescido a manter hábitos de criança. Escrito como se fosse uma história passada por ele mesmo ou como se descreve um evento histórico, "A Ponte..." faz um jogo de vai e vem com os personagens que prontamente fisga o leitor envolvendo-o em uma trama onde a memória é confusa e ao mesmo tempo vívida.
Já em "Retrato de Shukin", temos em sua escrita e construção uma beleza de lírica que pode muito bem nos tragar para um mundo cuja cultura é tão distinta da nossa. Seus personagens e suas particularidades, aqui falo mais da Mestra "rebatizada" como Shunkin, são igualmente fortes, cruéis, frágeis e carinhosos. Tanizaki continua a espantar o leitor com sua maestria e entendimento dos sentimentos e modos de agir humanos que se assemelham ao reconfortante som da brisa abraçando os bambus, e com ela o amor incondicional que beira à idolatria, mas com doses controladas da disciplina rígida e cruel utilizada por antigos mestres em seus mais variados ofícios. Ambas as leituras me surpreenderam de forma positiva, apesar de leves choques e polêmicas já mencionados aqui; sem dúvida, a literatura nipônica é tão bela e rica quanto nos é desconhecida. Para fechar a experiência, a edição primorosa contendo desenhos que apresentam as novelas e poemas em japonês tornam a leitura ainda mais interessante e merecedora de estudo.

site: https://www.instagram.com/p/B5Ji7iyDg9j/?utm_source=ig_web_copy_link
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Fabiano 02/11/2019

As manifestações do amor
É impressionante como a escrita de Tanizaki é sutil, simples e fluída. Logo no início de cada novela você é imerso na ambientação. É algo admirável.
As duas novelas são sobre o tema amor, mas cada uma com sua peculiaridade. A Ponte Flutuante dos Sonhos é um texto formidável repleto de tonalidades e sentimentos. Ora agradável, ora exótico. A narrativa contempla a história de uma família em um Japão tradicional. Mais especificamente, trata-se das memórias de um jovem sobre a sua infância, as quais em certos momentos entra em conflito e dúvida. A trama traz a tona a relação familiar, aprofundando-se no amor maternal, que por vezes mescla-se com erotismo e em certos momentos torna-se conturbado. No entanto, o autor conduz a trama em uma fluidez e naturalidade que os tons da narrativa misturam-se formando retratos que o leitor inferirá por si próprio.
A segunda novela, Retrato de Shunkin, a história mais famosa do autor, não à toa, é surpreendente. A narrativa desenvolve a história de Shunkin, uma senhorita japonesa, a qual logo em sua infância torna-se cega. A partir deste ponto, seus sentidos se tornam aguçados culminando no destaque da personagem como exímia musicista de koto e shaminsen (instrumentos orientais), além de certa severidade. Devido à cegueira de Shunkin, é designado a ela uma pessoa responsável por conduzi-la e ajudá-la em suas necessidades, o jovem Sasuke. Tanizaki traça a narrativa entre os dois personagens personificando uma relação que beira ao amor-obsessão mesclado com sadomasoquismo e submissão. Mas nada é superficial. O leitor ao avançar para o final da trama é arrebatado pelo desfecho, e só então, compreende-se a grandeza de Tanizaki e a sua mensagem. Creio que a partir daqui, qualquer detalhamento será demasiado. Deixo a você leitor descobrir esse rico tesouro.
O que os olhos não veem, o coração não sente. Será?
Quanto a edição, a editora Estação Liberdade é primaz e agracia os leitores brasileiros com excelentes autores orientais. E Tanizaki já é conhecido pelo público por seu romance As Irmãs Makiokas, o qual também é excepcional. Congratulações à editora, e que venha mais histórias incríveis!
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