Cristiano Rosa 24/06/2012
Diário CT: No Mundo dos Cavaleiros e Dragões
Quando se lê uma antologia, deve-se esperar muitas coisas, como contos bons e contos nem tão bons. O leitor desse tipo de volume tem que ter a consciência de que foram muitas mãos que o escreveram, muitos ideais e pensamentos diferentes, apesar de um mesmo tema gerador das narrativas. Com No Mundo dos Cavaleiros e Dragões, é isso que acontece. Porém não encaro isso como algo ruim, pois é a diversidade literária dentro de uma mesma obra.
O livro, publicado em abril de 2010 pela Editora All Print, foi organizado por Ademir Pascale e conta com produções de 23 autores diferentes, distribuídas nas 140 páginas do volume. Tem prefácio de Regina Drummond e como convidados Leandro Reis e Rober Pinheiro.
Os demais participantes são: Evandro Guerra, Duda Falcão, Almir Pascale, Pedro Moreno, Hugo Venancio, Joyce de Freitas Ramos, Felipe Pierantoni, Bethânia Pires Amaro, O. A. Secatto, Dione Mara Souto da Rosa, Miriam Santiago, Luiz Ehlers, Mariana Albuquerque, F. Fernandes, Cesar Alcázar, André Schuck Paim, Alícia Azevedo, Vinicios Carlos Vieira, Rafael Azeredo, Edmar Souza Júnior e Simone O. Marques.
Ao longo da leitura dos contos, fui fazendo pequenas anotações para escrever esta resenha, no intuito de comentar, mesmo que indiretamente, características de todos os contos presentes na obra. Foram muitas notas de vários aspectos: lugares, personagens, valores… e tudo mais que achei que merecia destaque.
Os cenários das narrativas, construídas em 1ª e 3ª pessoas e que variam de aventuras, dramas, romances e suspenses, são diversificados: pântanos, florestas, cavernas, savanas, reinos, montanhas, acampamentos, fortalezas, vales, praias, templos. Os personagens vão além de cavaleiros: crianças, caçadores, feiticeiras, reis, rainhas, princesas, demônios, arqueiros, conselheiros, guerreiros, ladrões, sacerdotisas, salteadores, soldados, padres, camponeses.
Assim como também não é só o dragão a criatura mágica. Ao lado dele, estão elfos, gigantes, minotauros, anões, lobisomens, vampiros, orcs. Os cavaleiros são novos e velhos, com suas armaduras e espadas, derramam sangue e defendem suas terras, ora ao lado de seus dragões, ora contra eles. Dragões matam e são mortos, são protagonistas e coadjuvantes, cospem fogo, voam com suas grandes asas, são alados ou exilados, marítimos e coloridos.
Nos contos dessa antologia, os répteis gigantes, que por vezes duelam entre si, são lendas que encantam e, ao mesmo tempo, criaturas fontes de terror. Mas como o assunto do livro são é só dragões, tem contos que eles nem aparecem, e é o cavaleiro que predomina a história. Em muitos, é interessante observar a relação entre cavaleiros e dragões e os muitos sentimentos e temas que eles envolvem, como coragem, ciúmes, desejos, julgamentos, solidariedade, lutas, magia, aprendizados, conhecimento, poder, vingança, tirania, etc.
As narrativas – ambientadas no passado, presente e até mesmo futuro – variam entre leves e mais densas, algumas mais encantadoras e outras mais repetitivas. Aliás, são 23 contos de um mesmo mote, porém não dá para enjoar totalmente do assunto. As histórias são variadas, estilos diferentes, bem o que comentei lá no início da resenha, então não cansam o leitor com uma mesmice de senso comum.
Fonte: http://www.blogcriandotestralios.com/?p=16534