Fernanda 27/07/2021
Maravilhoso!
Um belo romance histórico que li há alguns anos.
A história é narrada em dois tempos e tem como protagonista Henry Lee, um menino sino-americano de doze anos que vive um grande conflito entre a cultura do seu país e a que é vivenciada em casa. Devido ao contexto político da época, Henry é proibido pelo pai, um homem distante e autoritário, de falar cantonês. Como os pais não têm fluência em inglês, cria-se entre eles uma barreira difícil de transpor. Na escola, as coisas não são melhores: é o único descendente de orientais e não é aceito como americano de fato. A chegada de uma nova aluna de ascendência japonesa, Keiko, faz com que Henry não se sinta tão deslocado. Os dois se aproximam, ficam amigos e, posteriormente, vivem a experiência do primeiro amor, retratado pelo autor com muita sensibilidade. Era a década de 1940 e, após o ataque a Pearl Harbor, os japoneses e seus descendentes que viviam em solo americano sofreram muitas retaliações (fato que eu desconhecia) e muitos, inclusive Keiko e sua família, foram enviados a campos de concentração, o que acaba fazendo que com que os dois percam o contato.
Quarenta anos depois, a reforma do Hotel Panamá - inspiração para o título do livro - revela objetos escondidos há décadas por famílias japonesas, que desencadeiam memórias há muito guardadas no coração de Henry. Seria hora de resgatar o que ficou para trás ou o que ficou no passado deve ser deixado lá?
O autor aborda muitas questões sensíveis como relações familiares, xenofobia, bullying, guerras, choques culturais, lealdade, amizade e amor, além de brindar o leitor com informações históricas consistentes e pouco difundidas. Recomendo muito!!!