Um Toque de Campainha

Um Toque de Campainha Rex Stout




Resenhas - Um Toque de Campainha


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Fabio Shiva 18/12/2010

Rex Stout é seguramente um dos maiorais do romance policial.
Quem já leu, sabe como são deliciosas as aventuras de Nero Wolfe e Archie Goodwin. Tão saborosas que o autor chegou a lançar “O Livro de Receitas de Nero Wolfe”, só com pratos de alta culinária, tão apreciados pelo detetive figuraça genial criado por Stout.

E quem ainda não leu, não sabe o que está perdendo!

Já fazia tempos que não liga algo desse autor que considero um de meus favoritos. O intervalo foi bom, pois me fez perceber algo que ainda não havia notado: o estilo de Rex Stout é uma mistura do melhor de dois mundos!

Pois existem duas grandes vertentes no romance policial tradicional. A primeira é o estilo “clássico” baseado no “whodunit” (quem matou?) e seu expoente indisputável foi, é e sempre será Agatha Christie (opinião imparcial aham!). E a segunda vertente é o “noir”, onde os homens são durões e as mulheres são fatais, resposta americana ao estilo clássico inglês, estilo encabeçado por nomes como Raymond Chandler, Dashiell Hammett e Ross MacDonald.

Nero Wolfe é um perfeito modelo do detetive “clássico”: cerebralmente brilhante, o apogeu do raciocínio, o gênio excêntrico e de temperamento difícil.

Assim como no romance policial clássico, as aventuras de Nero Wolfe são narradas por seu fiel ajudante, nesse caso o figuraça Archie Goodwin. E é aí que está o toque brilhante de Rex Stout. Pois Archie é um típico representante do romance “noir”: durão, bonitão e brincalhão.

O olhar sempre irônico do narrador Archie é o toque genial, que faz a diferença. Stout conseguiu criar um tipo debochado e ao mesmo tempo nobre, por um lado cínico e por outro virtuoso... e sobretudo muito bom de papo. Uma leitura irresistível!


Sobre o livro

Nessa história, uma cliente milionária contrata Wolfe para uma tarefa aparentemente impossível: sobrepujar o todo-poderoso FBI. No meio do bolo doido que essa disputa provoca, um assassinato é desvendado quase que por acaso.

Um lado interessante dessa história foi que o autor claramente a utilizou para dar umas cutucadas no FBI. Por outro lado, esse mesmo lado panfletário dá um sabor meio exótico em um romance policial...

Outra observação interessante que fiz foi a respeito da tradução. Já li outras obras de Stout em português e inglês, e percebo que a tradução, cheia de ênclises e construções formais, deixa o texto bem menos leve e fluido que no original. Isso gera uma situação que, percebo, não é rara: muitas vezes a tradução é mais “difícil” de ler que o original.

Lendo e aprendendo!

(17.12.10)
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Cartola de Bigode 07/09/2023

Uma boa companhia.
Os dois personagens principais, Nero Wolf e Archie Goodwin são o prato principal do livro, a trama e o mistério não é nada demais, mas consegue te manter levemente interessado até o final.
Porém o que me manteve na leitura desse livro foram Wolf e Archie, que são realmente personagens divertidos de se acompanhar.
Em geral esse livro é muito bom pra distrair a cabeça ou ler enquanto não tem nada pra fazer, conseguindo proporcionar uma aventura divertida.
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Kiko 31/03/2013

Um típico Rex Stout
Apesar de devorar livros policiais, conheci o clássico Rex Stout há pouco tempo.
De um modo geral, achei a linguagem com "arabescos demais" e "detalhes demais" – que na maioria das vezes só servem para encher páginas de de palavras que não construirão em nada a história. Mas entendi que essas são algumas das características mais marcantes do autor.

Os dois personagens, Nero Wolf e seu assistente Archie Goodwin, são ricos e marcantes. Mais que as próprias histórias – que não são tão bem estruturadas como os personagens.
Assim como acontece com Sherlock Holmes, posso dizer que pouco importa a história, acompanhá-los em suas rotinas de investigação, orquídeas e jantares é o que vale a pena.

Sim, "Um toque de Campanhia" é um típico Rex Stout.
Leia, você vai gostar. Afinal, o que importa é a companhia de Wolf e Goodwin.
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maridu 25/11/2009

Diferente dos outros livros do autor, neste o importante não é descobrir o assassino do crime, este fica em segundo plano e aliás, sabe-se quem é o culpado antes do desdobramento final. Mas nem por isso a obra fica menos interessante, ao contrário, pois o refinamento de Nero Wolf no momento em que consegue "trapacear" o FBI torna essa personagem e esse livro, únicos, na literatura policial.
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Maltenri 17/07/2011

Empolgado por inúmeros elogios feitos à obra de Rex Stout, mergulhei na leitura de “Um Toque de Campainha”. Não me decepcionou, porém não me fez vibrar tanto quanto pensava.

O livro conta um episódio da saga do excêntrico Nero Wolfe e de seu assistente, Archie Goodwin. Eles recebem da cliente Mrs. Bruner a difícil tarefa de evitar a moléstia causada pelo FBI a ela e seus conhecidos mais próximos. Ela desencadeou a fúria perseguidora da agência após distribuir um livro que crítica o Bureau.

Nero Wolfe é um personagem especial, muito semelhante ao irmão de Sherlock Holmes, Mycroft. Assemelham-se nas suas características físicas e no seu modus operandi: desvendam os mistérios propostos sem locomoção e só refletindo.
Archie Goodwin é, apesar de sua inteligência, um faz-tudo de Wolfe: administra a casa, as contas, busca informações adicionais para o quebra-cabeça, interroga etc.. Apesar disso, é dotado de capacidades dedutivas e investigativas invejáveis, é conquistador além de ter seu próprio leque de excentricidades.

A trama é de fácil leitura, com uma narrativa clara e objetiva, característica básica deste tipo de literatura. É narrada em primeira pessoa por Archie Goodwin, que por vezes conversa com o leitor.
O estilo é marcado por ironias e toques cômicos que ajudam a quebrar um pouco o ritmo, e aliviar a atmosfera que pesa no leitor. Além do mais, há algumas observações sobre a vida na cidade grande que continuam atuais até hoje (apreciei em especial o primeiro diálogo de Nero Wolfe no começo do capitulo nove).

Minha única ressalva é referente ao pouco desenvolvimento e explicações dadas sobre os personagens. Este é um dos muitos livros onde não só Wolfe e Goodwin aparecem, mas também uma pequena horda de outros personagens. O autor prefere não explicar as aparições destes outros personagens, assim como suas participações anteriores na vida dos dois protagonistas. Deste modo, o leitor é deixado a ver navios em alguns momentos, tendo que forçar certas conexões e adivinhar certos estados nas relações entre personagens.

O livro é bom. Lê-se rapidamente. É um bom divertimento que não demanda muito investimento, tanto em termos de tempo gasto quanto em de trabalho para investigar a trama. O famoso “quem é o assassino?” do gênero policial é uma sub-trama das peripécias narradas.
Recomendo no entanto começar pelos primeiros livros e contos em que o Stout apresenta melhor seus personagens, para apreciar melhor esta obra.
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