Karine Coelho 12/11/2011
Mudanças
Quando soube quando a Bienal do Rio de 2011 aconteceria, eu já tinha uma lista de livros para adquirir, e um deles era O Senhor das Sombras, do meu amigo Leandro Reis. Há mais de um ano eu tinha lido o primeiro livro da trilogia Legado Goldshine, Os Filhos de Galagah e ficado perdidamente apaixonada por Galatea e Cia. Principalmente por Iallanara (Nara, para os íntimos, hehehe) e Gawyn, meus personagens preferidos. E minha maior ansiedade em relação ao segundo volume da saga era justamente porque eu veria um maior aprofundamento do drama da minha querida Bruxa Vermelha. Bem, sendo o primeiro livro da minha pequena lista, esse acabou sendo o primeiro livro que eu comprei na feira, seguido de Enelock, a aguardada conclusão da trilogia (o qual estou devorando neste exato momento). Vamos então às conclusões:
Mesmo tendo lido Os Filhos de Galagah há algum tempo, e confesso, não me lembrando muito bem do conteúdo, pude perceber um amadurecimento na trama, na história e nos personagens. E no próprio autor também, que cresceu junto com sua obra. Galatea Goldshine deixou de ser uma princesinha bobinha para se tornar uma grande guerreira, mais humana e menos divina. Ela toma decisões precipitadas, fica carente, faz umas burradas de vez em quando... Enfim, prova que é muito mais do que a escolhida dos deuses perfeita e imaculada. Iallanara, em torno de quem parte da trama gira, também mostra a que veio, mostrando sua força no momento certo e provando, também, que é muito mais do que sua aparência mostra. Outros personagens aparecem para movimentar a trama, outras paisagens mais ou menos sinistras (pessoas de coração fraco devem ficar longe da Floresta dos Enforcados... Sinto arrepios até agora!) e situações fantásticas e imprevisíveis. Mas uma coisa, graças a Radrak permanece a mesma: o bom humor de Gawyn, que enche a história de graça e nos faz rir cada vez que abre sua boca grande.
Claro que, nenhum livro é perfeito. Encontrei alguns defeitos, mas nada grave. A coisa que mais me incomodou foi a facilidade com que os deuses da trama auxiliam os heróis. Eles pedem, e as divindades concedem, mesmo quando o que eles pedem vai de encontro a antigos acordos. Quando alguma coisa dá errado, eles sempre estão lá para ajudar. Mas esse fato não incomoda tanto assim a leitura, já que você fica totalmente absorvido pela trama cheia de reviravoltas e aventuras espetaculares.
Não dá pra falar mais, pra não estragar a surpresa, mas vale a pena continuar acompanhando a saga da Princesa Dourada de Galagah. Vale a pena seguir em frente e ver onde vai dar essa história incrível, que nos mostrou, mais uma vez, que o Brasil está cheio de talentosos escritores de fantasia que não devem em nada aos estrangeiros. O Legado Goldshine é uma prova de que intrincados universos fantásticos podem surgir de terras brasileiras, da mente inquieta e genial de nossos conterrâneos, como o jovem talento que é Leandro Reis.