Os verões da grande leitoa branca

Os verões da grande leitoa branca Jamil Snege




Resenhas - Os verões da grande leitoa branca


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Guilherme.Eisfeld 07/12/2022

Jamil é necessário
Livro de contos extremamente bem construídos, altamente irônicos e provocativos. Jamil deve ser mais lido e conhecido.
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Filipo.Ludema 27/04/2021

PACÍFICO, S. W.
Os habitantes de Gori, uma ilhota do arquipélago de Fiji, sofrem de uma estranha doença que não lhes permite distinguir os vivos dos mortos.
Assim, é comum rapaz dormirem com damas inglesas que desembarcaram em 1804, homens serem chamados ao serviço do capitão Cook, mulheres passarem loucas noites de orgia a bordo de barcos naufragados.
Não raro, desfilam ao largo do cais antigos hindus e melanésios, e a população toda se entrega a um ávido comércio de peças de ráfia e aves extintas, que são trocadas por dobrões espanhóis e geralmente desaparecem no instante seguinte.
Salvo quando a morte se faz de corpo presente, e jaza o morto entre panos de linho e frutas, em nenhuma outra ocasião distinguir-se-á dos vivos. Tão logo seja enterrado, e a casa varrida, continua a viver e é sempre com a idade atual que aparece.
Quando estão muito velhos, os mortos de Gori atiram-se ao mar e só reaparecem em sonhos, então com suas idades sempre alteradas. Os filhos sonham com meninos que são seus pais, avós adormecem ternamente no colo das netas. Mas não são descobertos, porque uma das características da rara doença de Gori é não fazer distinções entre o que sonha e o que é sonhado.
Assim, homens perambulam pela ilha durante cem, duzentos anos, e pescam, e colhem cocos, e plantam arroz, sem que vivente algum ouse se apoderar de seus trastes acumulados.
Quanto a filhos, não há provas que eles possam ser gerados pelo contato entre vivos e mortos. Mas um dado inquietante desafia a pouca ciência: somente os segundos transmitem a doença.
Para os demais habitantes do arquipélago, a ilhota é tabu — nunca alguém ousou se aproximar, nunca desembarcou nela. Qual seja seu aspecto, ignoram-no por completo. Nada sabem de Gori.
Muito menos que ela se assemelha à descrição que suas lendas fazem do paraíso.
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