Henggo 06/01/2024
Confesso que foi uma processo agridoce. Maravilhoso pela parte histórica (que me fez anotar várias partes interessantes), decepcionante quando chegou já parte mesmo da Wicca. Explico: eu tenho uma índole contra o que intitulo de "burocratização da fé", o fato de pegarem a energia, a fé, a crença, e tentarem instrumentalizar com rituais, regras e orações que devem ser decoradas e repetidas. Desde cedo, assim que saí da Primeira Eucaristia, com 13 anos apenas, eu defini que não sou cristão e segui meu caminho sozinho, munido de muito estudo sobre religiões, experiências pessoais de meditação e uma aproximação com a natureza - exatamente o que me trouxe à Wicca. E este livro, apesar de eu aplaudir a completude que ele traz, trouxe também uma decepção pessoal porque ele no começo rechaça o Cristianismo (com razão), mas ao longo de quase 600 páginas nada mais faz do que instituir uma burocratização da energia da Arte. Sim, eu sei que essa é uma visão bastante pessoal de alguém que tem uma índole libertária. Diante disso é que não consegui dar menos do que 5 estrelas. O livro é maravilhoso, instrutivo, rico, detalhado. Eu absorvi algumas coisas aqui e ali que fazem sentido para mim e que usarei, mas 85% do que é apresentado não vou usar, sinceramente. Pelo menos, é algo que o próprio autor enfatiza capítulo a capítulo: o destino é apenas um, mas os caminhos são variados. E no final das contas, como é magistralmente demonstrado nos capítulos históricos, basicamente todas as religiões que temos hoje devoram da Antiga Arte e do conceito duvino dual de masculino e feminino. Valeu a pena? Historicamente, sim. Ritualisticamente e individualmente, nem tanto.