Leitora Viciada 05/12/2011O livro é curto, de narrativa simples e direta e voltado ao público juvenil. Durante a leitura imaginei um conto de fadas, pois é uma história de fantasia e misticismo. O lúdico é o caminho escolhido pela autora para a criação de um mundo mágico.
O local aonde se inicia a história tem o nome de Reino das Jóias, e logo descobrimos a existência de seres sobrenaturais, como fadas e bruxas, do bem e do mal, além de um cenário diferente e poderoso.
A personagem principal é uma jovem princesa desse reino que de repente tem a vida virada do avesso, descobrindo não ser uma simples humana. Possui um passado misterioso que aos poucos vai lhe sendo apresentado.
A Floresta da Lua e seu povo tentam se livrar de uma maldição há tantas gerações e depositam toda a esperança na profecia que começa a ser realizada.
O mais interessante do livro é a leveza da narrativa, que flui com nitidez e agrada qualquer leitor juvenil, sem pesar. Traz reflexões, como respeito ao próximo e à natureza. Fará o jovem leitor também pensar que a vida é feita de amadurecimento, dedicação e paciência. Sobre a valorização de sermos nós mesmos, de perdoar e ser perdoado. A diversão fica por conta de encantamentos e ambientação exótica.
A autora certamente gosta de misticismo. Ou deve estudar o assunto ou ter feito boa pesquisa. Parece muito convincente a forma como as bruxas vivem, seus rituais, regras e ensinamentos.
Em certo ponto a história me pareceu ter referências à Avalon de Marion Zimmer Bradley, na forma como a Rainha da Floresta protege sua Terra e seu povo (como a Rainha do Lago protege e esconde Avalon) e em outros detalhes da história, como nas outras dimensões existentes (me lembrou o Reino das Fadas que Morgana mergulha). Resumindo: devem ser pontos em comum com a Mitologia das Bruxas. Gostei muito.
Minha crítica fica em relação à algumas partes explicativas da história que parecem um pouco entediantes, que deveriam ter sido apontadas mais indiretamente. Talvez a autora tenha escolhido essa forma para facilitar o entendimento dos mais jovens.
Senti falta de um poder maligno maior, uma antagonista direta ou um mal superior. Friúza ou um discípulo, por exemplo. Espero que a autora esteja preparando isso para um próximo livro, já que este primeiro volume é uma introdução.
Durante toda a leitura imaginei a protagonista, a princesa Anaís como uma "Princesa Disney", visualmente. Na verdade, todo o livro me surgia numa imagem de animação, não de filme, curioso.
Destaque para o Grande Mago, personagem que me conquistou deste o início com seu ar misterioso e amargurado.
O próximo volume é A Rainha da Floresta e A Deusa da Terra, e espero lê-lo futuramente.
A autora está de parabéns por escrever literatura fantástica para o público infanto-juvenil (o que é raríssimo no Brasil) e permitindo também que os adultos apreciem a história.