Resenhas - O volume do silêncio

caiocorrea_art 05/01/2023

Contos que contam muito
O Volume do Silêncio, de João Anzanello Carrascoza, é um livro de contos. E não sei vocês, mas eu amo livros de contos.?E nesse livro ele traz diversos contos em que o silêncio é apresentado de uma forma absolutamente linda, dramática, poética, profunda.?Por exemplo, o silêncio durante uma viagem do pai com o filho, a chegada do filho que há muito não visitava a mãe, a família que quer aproveitar os últimos momentos de um ente doente. Duas crianças que, no silêncio, se tornam íntimas.
Carrascoza, de maneira muito sensível, traz os pensamentos, as sensações e sentimentos, o imaginário particular versus a realidade apresentada. Como foi lindo ler esse livro aqui no meu recanto silencioso no interior de Paraty.
Recomendo demais!

Livre-se

Carol.Cuofano 30/01/2022

Leiam Carrascoza
Mais uma leitura concluída!
"O volume do silêncio" de João Anzanello Carrascoza é uma coletânea de contos organizada por Nelson Oliveira.
Nesta seleção, Oliveira agrupou contos que possuem o silêncio como ponto em comum, embora os silêncios sejam diferentes entre si. Há o silêncio da despedida, da incredulidade, da ausência de palavras adequadas, da morte e da sobrevivência.
Em seus textos, Carrascoza se utiliza de situações corriqueiras e cotidianas, como o encontro de irmãos, um passeio de bicicleta, passar as férias na casa da avó, o retorno de um filho; até situações mais complexas como a necessidade de refúgio.
Em uma coletânea nem sempre gostamos de todos os textos, embora alguns se destaquem pela maneira como nos tocam. Ainda reverberam em mim: "O menino e o pião" "Night bikers" "Travessia" e o sensacional "Umbilical".
Cada vez mais encantada com a escrita do autor. Sigo querendo ler absolutamente tudo que ele escreve. Eu sei que se conselho fosse bom ele seria vendido, mesmo assim: LEIAM CARRASCOZA!

Evy 02/11/2021

"Assim se mede um homem, pela capacidade de mudar as coisas, pelo peso de seus sonhos".

Assim é Carrascoza, um grande autor que conheci através dos microcontos do livro Linha Reta e me encantei. Nesta reunião de contos que trazem o lado de dentro do cotidiano em seus silêncios e encontros, virei fã do autor. Confesso que o que me chamou atenção foi o título e essa capa linda, mas o conteúdo é ainda mais bonito.

As histórias que aqui se contam são praticamente um sussurro da vida, recortes tão íntimos da convivência, fatos que muitas vezes encaramos como banais, mas tão importantes e essenciais, o volume do silêncio. Entre os 17 contos que compõe essa coletânea, teremos uma viagem à trabalho feita acompanhado do filho, casais que se encontram, uma noite na cidade com ciclistas, um casal decidindo se separar, um neto obrigado a passar as férias com a avó, e tantos outros recortes de vida.

"Eram os objetos da sala que atraíam a sua atenção e lhe contavam, em cpaítulos breves, uma história de solidão".

O que costura essas vivências são as palavras emocionais e belíssimas de Carrascoza que hora nos acolhe, hora nos causa estranhamento, nos envolvendo com sua narrativa, e com seu olhar tão sensível aos sentimentos e cantos mais recônditos da alma e das vivências.

"O que passou já não nos pertence e, por isso, costuma nos ameaçar com tanta insistência".

É difícil escolher contos favoritos dentre tanta beleza e verdade, mas destaco os que mais me envolveram em sentimentos: O Vaso Azul, Iluminados, Chamada, Dias Raros e Poente. Destes guardo as imagens, como fotografias de uma vida que não me pertence, mas que consegui sentir a dor e o sabor das existências.

"A mãe abriu-lhe um sorriso - só ela podia saber o quanto lhe custava de vida esse simples ato de mover os lábios".

Fico apaixonada com narrativas que nos fazem sentir tanto e por isso minha admiração pelo autor que já quero ler até a lista de compras. Super recomendo a leitura!

Bru 10/11/2020

contos rápidos
Um livro de contos tão simples, delicado e apaixonante, falando sobre o cotidiano de uma maneira poética, sensível e profunda, que faz duzentas e poucas páginas serem poucas, fica a vontade de mais e mais.
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É fácil se identificar com muitas das narrativas, de se pegar refletindo sobre as lições que essa obra traz. O que mais me chamou a atenção foi a escrita de Carrascoza, o jeito simples e delicado de falar de situações cotidianas, que muitas vezes possam parecer banais, mas que sempre nos trazem alguma lição.
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Uma leitura tão rápida, agradável e interessante que já estou atrás de mais livros do autor.

Mariana Dal Chico 08/11/2019

“O Volume do Silêncio” de João Anzanello Carrascoza foi republicado pela Sesi-SP Editora que me enviou um exemplar de cortesia.

Quem me conhece há algum tempo, sabe que Carrascoza é meu autor nacional contemporâneo favorito e o que mais me encanta em sua escrita, é que grande parte do que se diz em suas histórias, estão no posicionamento do silêncio, logo, não poderia existir melhor título para essa antologia.

Seus contos são retratos de momentos de epifania no quotidiano, que transita principalmente na classe média brasileira, mostra a interação dos personagens com seus familiares, consigo mesmos e desconhecidos.

A pluralidade dos seus contos, aliada à uma escrita simples com palavras cuidadosamente selecionadas, faz com que o leitor se aproxime dos personagens e através da empatia por seus conflitos comuns à todos, consiga entender seus temores, dores e, às vezes, alegrias.

Caçador de vidro, abre o livro de forma belíssima com uma perspectiva infantil que me fez voltar para a palavra inicial assim que li a final.
(Pausa para reler esse conto)

É interessante ver como Nelson de Oliveira - organizador da coletânea que escreveu um belíssimo posfácio -, escolheu colocar Travessia (meu conto favorito do livro) seguido de Duas Tardes, o primeiro é narrado em apenas um fôlego enquanto o seguinte é quase todo construído em diálogos. A versatilidade em alternar diferentes estruturas narrativas para acertar aquele soco no estômago do leitor - tão necessário em um conto -, chega a ser espantosa.

Umbilical também é feito com fluxo de consciência, mas dessa vez ele alterna o ponto de vista entre mãe e filho, por vezes a mudança é feita no meio da frase. Demorei um pouco para entender o que estava acontecendo, voltei ao início, li em voz alta e fui completamente arrebatada pela história.

Outros contos que ainda ressoam no peito: Iluminados, Visitas, Meu amigo João, Chamada e Dias Raros.

Amei a leitura, dos 17 contos, apenas Night bikers não me agradou muito. Se você ainda não conhece a escrita do autor, esse é um ótimo começo.

site: https://www.instagram.com/p/B4caXMoDvfR/

Georgeton.Leal 31/05/2019

Cotidiano Revelador
Histórias que retratam as minúcias óbvias do cotidiano são excepcionais para mim, principalmente, quando trazem pequenas epifanias que são manifestas em coisas que muitas vezes passam desapercebidas aos nossos olhos. Os contos de João Carrascoza trazem um aspecto familiar delicioso que nos transportam àquelas situações vividas com parentes e amigos em experiências simples do dia a dia. São acontecimentos aparentemente banais, mas que se revelam com um caráter "descobridor" na escrita de Carrascoza. Me identifiquei praticamente com todas as narrativas desse volume e me peguei refletindo diversas vezes sobre o quanto os breves momentos da vida nos trazem preciosas lições que nem sempre são aproveitadas, lições estas que nos ajudariam a entender melhor o mundo e encarar a realidade de uma forma muito mais agradável.

site: https://senso-literario.blogspot.com/2021/12/cotidiano-revelador.html

Dinair Fonte 06/02/2014

Ao ler os contos desse livro, fica claro que com delicadeza e densidade é possível falar sobre o cotidiano sem escorregar na obviedade, na simplificação ou pieguice. João Anzanello Carrascoza faz isso com maestria. Um livro silencioso e apaixonante.

Luiz 30/07/2013

Excelente surpresa
Encontrei esse livro em um sebo, ao ler alguns trechos do conto "o caçador de vidro" fiquei fascinado e resolvi comprar na hora. No avançar da leitura me deparei com o conto "vaso azul" que me levou às lagrimas. Carrascoza tem profunda sensibilidade na escrita. Seus contos são poesia pura. Vou correr atrás dos outros livros desse autor! Recomendadíssimo!

flovis 27/03/2013

Obrigada, Carrascoza, por me mostrar que, em um mundo de 50 tons de cinzas, ainda há esperança pra literatura contemporânea.

Ronnie K. 26/03/2009

Um autor a ser descoberto
Realmente foi uma agradável surpresa ter descoberto esse autor. Um escritor brasileiro contemporâneo que escreve com visível humildade, falando de relacionamentos entre pais, filhos, avós, em situações prosaicas, abrindo mão da batida temática da violência urbana e da escatologia, tão à moda de nossos jovens contista (embora o autor em questão não seja tão jovem), um escritor a um tempo romântico, mas que quando precisa não se esquiva de dar nome às coisas? Quantos assim há à mão dos leitores? Não que se não deva escrever sobre tudo, violência, sexo hardcore ou seja lá o que for. Claro que não. Porém uma variação temática, quanto mais tão bem escrita quanto é o caso desses contos, é sempre bem-vinda! Ótima antologia.