Claudinei 31/05/2023
Uma boa ideia, mas que precisa ser melhor trabalhada...
Crônicas dos Senhores de Castelo é uma fantasia de autores nacionais que a algum tempo eu tinha curiosidade em conhecer. A história mistura conceitos medievais e mitológicos com elementos mais avançados tecnologicamente como viagens interplanetárias e multiverso, essa questão de multiverso pode até estar batida hoje em dia, mas levando em consideração que o livro foi lançado a 13 anos atrás, essa era uma ideia que na época era mais comum aos leitores de quadrinhos mesmo, não víamos isso por exemplo em 8 de cada 10 filmes ou série lançadas como vemos agora.
Nesse primeiro volume temos aquela básica formação de um grupo de aventureiros unidos por um propósito comum, assim a princesa do reino em que se passa a história, juntamente com seu guarda costas autômato parte em busca de peças que juntas formam um poderoso artefato que dará grandes poderes a quem os possuir, obviamente a nobre princesa Laryssa, tem a intenção de tornar seu reino um lugar bom e prospero a todos. Para encontrar e trazer em segurança para casa Laryssa, seu pai o rei, solicita a Kullat e Thagil, dois senhores de Castelo, que são uma organização espalhada pelo multiverso de seres com habilidades especiais, assim o grupo passará por algumas aventuras até poder retornar a Agas’B, precisando enfrentar obviamente inimigos que tem outros planos menos nobres para o uso do artefato místico, isso rende uma história com muita ação e clichês, claro.
A ideia apresentada por Brasman e Norris é até interessante já a execução dela nem tanto. Nesse primeiro volume eles descrevem o universo da história com elementos místicos e tecnológicos como o multiverso e raças de outros planetas, porém isso fica só como ideia do universo mesmo, o desenvolvimento da narrativa mesmo fica atrelado a viagens marítimas com embarcações comuns, por terra, com veículos como carroças, ou montarias em animais e por ar, com a ajuda de animais fantásticos que compõem a fauna da série, em questão de armamentos os combates ficam atrelados a armas comuns como espadas, machados e pistolas, ou em algumas ocasiões armas mágicas, como por exemplo a de Thagil, que é um exímio atirador, o mais tecnológico que se aproxima é Azio, o autômato guarda costas da princesa.
Ademais é uma fantasia de aventura bem comum com heróis e vilões, ao estilo espada e feitiçaria em alguns momentos, com alguns capítulos com criticas sociais válidas inseridas de forma sucinta, muitas referencias a cultura pop a começar pela capa que lembra muito um determinado game famoso e até mesmo boas ilustrações. O final até que teve um bom desfecho com um timing muito bom pra dar um gancho pra continuação. É um bom livro pra se entreter na jornada do grupo apresentado, nada épico, mas pode ser uma boa porta de entrada a esse tipo de literatura pra quem ainda não conhece o gênero.
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