O Retrato

O Retrato Nikolai Gógol




Resenhas - O Retrato


59 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Aline Teodosio @leituras.da.aline 24/07/2018

O Retrato é uma novela assombrosa escrita no Século XIX por Gógol, este que seria, posteriormente, inspiração para os grandes escritores russos como Dostoievski e Tolstoi.

A narrativa gira em torno de um retrato misterioso, intrigante e de olhos tão penetrantes que parecem vivos. Há uma atmosfera nebulosa que envolve a mítica figura ali pintada, que faz com que aqueles que tenham contato com o quadro maldito sejam também amaldiçoados, despertando seu lado mais perverso e mesquinho.

Gógol constrói com maestria o enredo e os personagens, fazendo com que o leitor mergulhe nessas páginas e seja tomado de espanto com as suas descrições. A cada cena um arrepio nos percorre a espinha e sentimos ímpetos de olhar para o lado sentindo que olhos perversos nos observam.

Mas, muito mais que esse horror, a história, através da experiência do pintor protagonista, nos faz refletir sobre o nosso modo de ver e de sentir a vida. O pintor aqui inicialmente achava que a arte deveria estar em primeiro lugar. Mas sucumbiu ante à corrupção do quadro demoníaco. Isso nos faz refletir também sobre as nossas prioridades. Trabalhar para nos sentirmos realizados ou para ganhar dinheiro? A fama e o luxo são finalidades dos nossos esforços? O que realmente nos move? A satisfação do conhecimento ou o conforto que o dinheiro pode nos oferecer?

O retrato é assombroso porque ele faz com que sejamos picados pelo "piolho da intriga", como dizia uma professora que tive há um tempo. Afinal, qual será a nossa verdadeira face?
Flávia 24/07/2018minha estante
acho que oscar wilde tb bebeu dessa fonte...


Aline Teodosio @leituras.da.aline 24/07/2018minha estante
Com certeza, viu?!


Thiago 24/07/2018minha estante
O Wilde também se inspirou no "retrato ovalado" ou "retrato oval" do Poe.


Aline Teodosio @leituras.da.aline 24/07/2018minha estante
Esse é outro que também quero ler.


Flávia 24/07/2018minha estante
uia! vou xeretar. de poe a única coisa que morri de amores é o poema (ou conto poético, não sei) o corvo. acho insuperável. mas curiei msm assim.


Aline Teodosio @leituras.da.aline 24/07/2018minha estante
Amo a escrita dele. Medo clássico! Haha.. Esse conto parece ser bem interessante, Flavia.


Flávia 24/07/2018minha estante
eu li um livro de contos e cada um era uma noite insone. zulivre de seu gato preto! o único de que não tenho medo, acho até que inspira mais melancolia que qlq outra coisa, é o corvo. que qse recito junto tanto que reli.


Aline Teodosio @leituras.da.aline 24/07/2018minha estante
O gato preto é perfeito! Amo demais esse conto.


Flávia 24/07/2018minha estante
já vi que cê gosta é de um mal feito kkkkk
eu to lendo o cemitério aos pouquinhos, qse nada, de dia e no trabalho, bem rodeada de gente


Aline Teodosio @leituras.da.aline 24/07/2018minha estante
Kkkkkkkkkk só leio livros de terror a noite, no escuro e com trilha sonora de suspense, porque sou dessas. Kkkk


Flávia 24/07/2018minha estante
O.O
kkkkkkk


Thiago 25/07/2018minha estante
Flávia, lê os contos policiais dele, são muito bons!




Eduardo 10/01/2013

A descoberta de um Gênio.
Quando você apenas ouve a respeito de um grande escritor e não o lê, não pode dizer que conhece ou reconhece sua genialidade ou sua capacidade de criar. Este é meu caso com Nikolai Gogol, escritor Ucraniano, naturalizado Russo, autor de contos, novelas e romances ditos, fantásticos.

Este autor me é indicado a anos por amigos, vejo seu nome correr em revistas, jornais e até produções cinematográficas, mas nunca tive a paciência de parar e dar atenção ao menos a um dos contos dele. Quando me surgiu oportunamente um conto chamado "O Retrato", aproveitei a situação favorável e comprei-o na esperança de uma boa leitura de entretenimento.

Ouso dizer, que, quase, nunca tive uma escolha tão acertada em adquirir um conto. A narrativa de Gogol é maravilhosa, ele - como poucos - é capaz de prendê-lo o texto inteiro, sua narrativa, é não só envolvente, nota-se claramente que o autor sentiu cada frase que escreveu, de tão profundas que elas são. o escritor leva-o a se colocar em todas as situações emocionais que a personagem vive ao longo da narrativa, - Medo, alegria, raiva, tristeza, dentre tantos outras apresentadas - de maneira única e as vezes assustadora.

O conto, narra a estória de Tchartkov. Um jovem pintor de muito talento, paupérrimo, que adquiri um retrato numa loja de quadros. Compra-o, pois notou que se tratava de uma obra prima jogada as traças. O narrador disserta a respeito do olhar que a figura demonstrava no retrato cuja expressão denotava uma reação endemoniada e que esta parecia observá-lo. Era como se alguém tivesse arrancado olhos humanos e posto na pintura. Tchartkov tem um suposto "sonho", em que esta figura sai do quadro e senta-se ao seu lado revelando um pacote com ouro. Na manha seguinte, descobre que existe realmente um pequeno embrulho na parte traseira do quadro contento uma soma significativa em ouro. Fato este que mudará sua vida completamente, - riquezas, uma vida de grande artista etc. - mas isso tudo levará a um desfecho inesperado e surpreendente, mesmo para os dias atuais.

Alguns podem ter a impressão de um clichê nuns momentos, mas deve ser observado que o conto foi publicado na primeira metade do século IXX, o que demonstra a genialidade do escritor em criar algo novo e singular para a sociedade de leitores da época. Alguns momentos, aparentemente sobrenaturais da personagem, me arrepiaram de tão intensos.

Vale muito a pena conferir esta obra prima da literatura Russa e quiçá, mundial!
Gessi 05/04/2015minha estante
Senti o mesmo que você. Nunca tinha lido Gogól e comecei pelo Retrato... resultado? Mais uma que se rende aos pés desse gênio! Quero ler tudo dele!



Eduardo 15/12/2015minha estante
Se puder Gessi, leia o "Capote" também, é tão bom quanto.




Michela Wakami 09/01/2024

Perturbador
Um conto assombroso, que tira a paz dos personagens e a dos leitores.
Impossível não sentir um certo medo durante a leitura.
Gleidson 09/01/2024minha estante
Isso deve ser muito bom! Quero ler. ?


Michela Wakami 09/01/2024minha estante
Acho que você vai amar.

Resolvi começar o ano relendo os contos do Gogol e está sendo maravilhoso.




Mara Vanessa Torres 26/04/2020

O Retrato de Gogol

Nicolai Vassilievitch Gogol, aclamado escritor russo nascido na Ucrânia, publicou aos vinte e seis anos uma coletânea de contos e ensaios intitulada Arabescos (1835), volume em que figura o conto O Retrato. A narrativa do conto traz o ciclo de pesadelo-sonho-pesadelo vivido pelo jovem pintor Tchartkov, culminando com a vigorosa queda que o leva à loucura.

Artista iniciante, Tchartkov se vê assolado por inúmeras dívidas e pelo desejo incontrolável que opõe ego e talento, ambição e desprendimento, dinheiro e paciência. Ao passar por uma galeria, ele acaba adquirindo um quadro escondido nos fundos da loja por achar a pintura dotada de extrema vivacidade. Investindo seus últimos trocados nessa compra, Tchartkov se vê sem dinheiro e começa a ser perseguido pelo proprietário do apartamento em que mora.

Às voltas com a ameaça iminente de despejo, o jovem pintor tranca-se dentro de seu ateliê e começa a perceber que os olhos pintados do retrato se moviam. Tal fato o atormenta e retira o sono, a ponto de provocar temores febris. Nessas idas e vindas de delírios reais, Tchartkov imagina ter em mãos uma grande quantidade de ducados. Após uma noite de sono convulsiva, o pintor é surpreendido pelo proprietário do apartamento e por um comissário de quarteirão, responsável pelo cumprimento da ordem de pagamento ou despejo. Nesse momento, o jovem nota com espanto que os ducados encontrados em suas alucinações realmente existem e, a partir desse momento, toda a sua vida muda, operando uma completa subversão de valores. “Tudo aquilo que ele havia contemplado até então com olhos de inveja, tudo aquilo que havia admirado de longe, com água na boca, estava agora a seu alcance”.

Tchartkov passa a substituir o talento que vinha aprimorando por passeios, festas e toda sorte de esbanjamentos. Começa a produzir retratos em série e abandonar a produção consciente, a reflexão e a dedicação à arte. Os anos transcorreram sem qualquer mudança evolutiva no comportamento do ex-artista, até que um dia, ao ser solicitado a dar seu parecer em relação ao trabalho de um novo pintor, Tchartkov afunda em seu abismo particular. Uma verdadeira obra de arte, feita com dedicação, perseverança, sacrifício, abdicação e talento desponta nas galerias russas, para o espanto geral e declínio completo de Tchartkov. Vencido e consumido pela inveja, o protagonista de Gogol se entrega à loucura regada por estados de alucinação e deterioração física, levando-o à morte.

Por uma coincidência ou pilhéria do destino, Nicolai Gogol morreu como Tchartkov, seu personagem fictício: mergulhado em profundos arrependimentos e diagnosticado pelos médicos como insano. Como revela Vladimir Nabokov em seu livro Nicolai Gógol: uma biografia:

“O par de médicos diabolicamente enérgicos que insistiam em tratar Gógol como se ele fosse um simples lunático, para o espanto de seus colegas mais inteligentes mas menos dinâmicos, tencionavam derrotar a insanidade do paciente antes de tentar recuperar qualquer sinal de saúde física que ele ainda tivesse”.

Durante toda a narrativa de O Retrato, o conflito experimentado pela personagem demonstra de que forma o tema da loucura é representado na obra, concedendo-lhe o lugar da exclusão, da punição, da marginalidade. Tais elementos fortalecem a ideia dos limites instituídos pela cultura ocidental, em que a exclusão e a proibição fazem parte de uma estrutura fundamental, como lembra Roberto Machado na obra “Foucault, a filosofia e a literatura”. Ao destacar a queda do homem pela loucura, Nicolai Gogol, cristão ortodoxo, associa o destino da personagem pecadora de O Retrato ao despenhadeiro da insanidade. Assim como a personagem Dorian Gray, criada pelo escritor e dramaturgo irlandês Oscar Wilde, o protagonista de Gogol deixa-se consumir pela febril mistura de ego, idolatria e ambição, cujo único lugar reservado a tais “impulsos diabólicos” seria a perda total do precioso bem da sanidade, das decisões voluntárias e da vontade própria ou, para usar uma expressão inspirada na obra História da Loucura, do filósofo e estudioso francês Michel Foucault, condenando-o a um “espaço de murmúrios”.

site: https://biblioo.cartacapital.com.br/o-retrato-de-gogol/
Praticando Biblioterapia 26/04/2020minha estante
Que top


Mitch | Não sou crítico literário 26/04/2020minha estante
Gogol é maravilhoso. O Capote também é muito bom.




Katz 01/12/2010

Para reflexões
Sem dúvida um livro escrito nas entrelinhas, dotado de diversas reflexões codificadas, o que oferece ao leitor uma experiência rica.
O retrato pode representar uma infinidade de coisas, as quais me dariam imensa satisfação de discutir, mas em suma, excetuando o aspecto maniqueísta de interpretar, representa uma espécie de resultado concretizado de nossas ações. A mistura de sentimentos revoltos e negativos de quem o pintou, com a perversidade de quem foi tema podem simbolizar esse resultado, analisando o modo como o retrato afetou a vida de quem o adquiriu.
Não quero dar spoilers, vale a pena ler.

Aproveito e faço o convite a quem deseja discutir melhor sobre esse livro, uma vez que a infinidade de interpretações gera um excelente exercício reflexivo.
Kelevra 10/01/2017minha estante
Por fim,
num derradeiro acesso, sua vida se foi, e não deixou nada além de um cadáver
assustador para ver visto. Ninguém encontrou nada de sua imensa riqueza. Mas
quando descobriram inúmeras obras de arte soberbas, cujo valor ultrapassava
muitos milhões, retalhadas em farrapos, compreenderam que monstruoso
emprego havia feito dela.




Larissa.Goya 06/07/2013

essa ideia de quadros que possuem algum tipo de existência fantástica, uma vida própria, sempre vai ser aterrorizante. além da história ótima, adoro o jeito que o Gogol, e os escritores russos em geral, escrevem. tive a oportunidade de ler esse livro através da ideia genial que é o Book Crossing, recomendo muito!

"Se um veículo espirra lama sobre um homem paramentado com roupas de festa, logo a multidão o rodeia, mostra-lhe o dedo, comenta sua negligência. Entretanto, essa mesma multidão não observa as numerosas manchas em outros passantes vestidos com roupas ordinárias, pois sobre estas vestimentas escuras as manchas não são visíveis."
Davi 12/09/2014minha estante
O trecho que você citou foi justamente o que mais ficou na minha cabeça após a leitura :)




esparramalho 07/01/2023

Acho que seria mais interessante ler a segunda parte depois a primeira, talvez eu faça isso em uma releitura. É inegável a qualidade que Gogol põe em tão poucas páginas e como ele aborda a dinâmica de oferta e procura na arte, me fez pensar sobre o valor e a originalidade de uma obra, além de pensar na imposição de um ritmo mecânico de produção, característico do capitalismo, sobre um processo tão subjetivo como o artístico
Erica 11/01/2023minha estante
Legal o que você refletiu sobre, tenho amgs artistas que relatam exatamente isso




Cesar.Aguiar 20/04/2024

Gogol se torna um dos meus escritores favoritos.
"Se a arte está acima de tudo, é porque o homem encontra nela algo como um tira-gosto do Paraíso".

Quer ler tudo que esse maravilhoso escritor priduziu!
comentários(0)comente



Roberta 07/08/2013

É uma história de terror.
Esse livro é fantástico. Não tem o que falar, é fantástico.
comentários(0)comente



Crispim 02/09/2014

"O mundo te seduz e eu tenho medo disso."
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Veras 06/09/2015

Obra de arte
Tomado por uma ilusão do seu próprio futuro, seduzido pelo mundo superficial e pálido da nobreza, o jovem pintor Tchartkov se deixa levar e acaba findando seus dias na destruição de seu próprio ego, louco e sozinho. Entretanto ele não foi o único, pois a ruína chegou pra todos aqueles que um dia tiveram contato com o senhor de vestimentas orientais e olhar demoníaco, registrado em um quadro que "fazia invejar" pelos seus detalhes. Algo sobrenatural acontece nisso tudo e a história se desenvolve com um final incrível, um dos melhores livros que já li.

"Ora, é para tranquilizar, para pacificar, que uma grande obra de arte se manifesta ao universo."
comentários(0)comente



MF (Blog Terminei de Ler) 15/11/2017

Um bom exemplo da magnífica literatura produzida na Rússia e região
"O retrato" de Nikolai Gogol. Dividido em duas partes, trata-se de um conto que mescla elementos da realidade com uma boa dose de realismo fantástico, ao contar a história de um pintor decadente cuja vida muda completamente ao adquirir uma pintura enigmática. Considero que foi uma boa introdução à obra de Gogol, de quem sempre tive curiosidade de ler.

site: https://mftermineideler.wordpress.com/2013/10/26/o-retrato-nikolai-gogol/
comentários(0)comente



Jefferson Vianna 05/12/2017

Uma verdadeira obra prima!
Sabe aquela leitura que te prende do início ao fim e que não te deixa dormir enquanto não finaliza? Foi exatamente isso que aconteceu quando iniciei a leitura de “O Retrato” do escritor Nikolai Gogol! Um livro envolvente, repleto de enigmas e mistérios capazes de prender o leitor. Trata-se de um livro que narra à carreira e a vida de um pintor, que na busca incessante de inspiração para alimentar a sua vaidade, encontra numa loja recém inaugurada um quadro que até então se encontrava desprezado em um canto qualquer, sendo o retrato de uma figura pitoresca e até mesmo demoníaca que o conduzirá a diversas experiências, sejam elas lúcidas ou não. Tendo no bolso apenas o dinheiro suficiente para a aquisição da obra, não pensa duas vezes e leva-o consigo, transformando para sempre de forma positiva e negativa o rumo de sua história como pintor... O desfecho é surpreendente e até mesmo inesperado, digno de um grande escritor! Confesso que me senti observado em alguns momentos, tal o meu envolvimento com a obra e isso me assustou um pouco. Às vezes tenho a impressão de que “O mundo te seduz e eu tenho medo disso” e é exatamente essa a sensação que fica após esta leitura singular! Um verdadeiro clássico da literatura russa!
comentários(0)comente



Rafael.Martins 10/02/2018

Ah Gogol! A cada história que leio dele mais me encanto pelo sua escrita.

O Retrato é uma história sublime, cheia de passagens engraçadas, fantásticas e intrigantes como é próprio do estilo do autor.

Ambas as partes da história são intrigantes e compõem o todo. Elas podem ser lidas de maneira independente, mas se lidas em conjunto o panorama fica completo.

Ansioso por mais e mais livros e histórias de Gogol.
comentários(0)comente



59 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR