@vcdisselivros 15/02/2021Algumas portas não devem ser abertasApós perder o marido de forma suspeita, Elsie Bainbridge deixa de lado a vida em Londres e se muda para uma mansão isolada, até então abandonada pela família do esposo.
Ao chegar, Elsie não imagina as peculiaridades que a casa fria e silenciosa reserva, mas estranhos acontecimentos fazem com que ela questione a própria sanidade, tornando a restauração do imóvel o seu menor problema.
LEITURA ENVOLVENTE
O fato do livro se passar em três épocas faz com que o leitor devore os capítulos para entender o que está acontecendo e a origem dos incidentes.
Vivemos o presente com a protagonista, onde ela narra tudo o que passou até chegar onde está. O passado, em 1835, quando Elsie chega à mansão para sofrer o luto e em 1635 quando a mulher encontra os diários de uma ancestral do marido, onde conhecemos o auge de glamour da casa.
Ainda que pareça confuso, cada capítulo deixa claro o momento que estamos, para que consigamos ir ligando os pontos e compreendendo a situação como um todo.
ALÉM DO GÓTICO
Construído de modo rico, o título mostra os costumes da era vitoriana, realçando a importância de ter os contatos certos para atingir o círculo íntimo dos membros da corte.
Avançando mais, a autora Laura Purcell apresenta o peso que as superstições tinham naquela época e como as mulheres praticamente não tinham voz ativa diante das decisões impostas pelos maridos ou parentes masculinos mais próximos.
PONTAS SOLTAS
Apesar de ter um final conclusivo, O silêncio da casa fria possui um desfecho previsível, deixando em aberto questões importantes que poderiam ter sido mais aproveitadas.
POR FIM
Ainda que o sentimento de imersão no livro seja grande, não senti o medo e o frio que a protagonista relata ao viver na casa. A trama é bem construída, os temas apresentados convencem, mas a conclusão e a falta de algumas respostas deixam o livro inacabado. De modo geral, Laura Purcell foi capaz de construir algo grandioso, mas com a impressão de ter sido terminado às pressas.