Morra, amor

Morra, amor Ariana Harwicz




Resenhas - Morra, amor


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Evy 08/09/2020

"Achei que meu menino estava chorando, mas toda noite eu o ouço chorar e, quando chego perto, é o silêncio total, como se tivesse gravado um fragmento do seu choro e se reproduzisse sozinho. Mas às vezes não ouço nada. Estou sentada no sofá, a poucos metros do seu quarto, vendo um programa de troca de casais, babás perfeitas, ou pintando as unhas, quando meu querido aparece com o calção meio arriado e me diz: por que ele não para de chorar?, o que ele quer?, a mãe é você, tem que saber. Não sei o que ele quer, digo, não tenho a menor ideia".

Vou começar com esse trecho, pois ele diz tudo pra mim sobre a leitura desse livro. O que temos aqui é uma jovem mãe que muito claramente não queria ser mãe, ou simplesmente não fazia ideia de como seria e quando aconteceu não teve a melhor experiência de sua vida, como tão banalmente somos levados a acreditar que é a experiência materna. Ela vive numa cidade esquecida do interior da França com seu marido e seu bebê e sofre de depressão pós parto, nos dando uma narrativa confusa de seus sentimentos e pensamentos que é exatamente como ela se sente nesse universo.

Ela mesma, aborda o fato de que ter engravidado foi um erro que ela poderia ter evitado, mas que acabou não fazendo e agora está ali tendo que ir à padaria comprar um bolo de seis meses pro filho, pois segundo outras mães que, inclusive fazem os bolos elas mesmas, não é igual ao cinco ou ao sete... E "um segundo depois de parirem dizem, já não imagino minha vida sem ele, é como se ele estivesse sempre estado comigo". Dá pra perceber a solidão nessas frases? Dá pra perceber o quanto ela se sente estranha por não sentir as mesmas coisas que as outras mulheres sentem? Ela debocha... consigo ver ela revirando os olhos nessa afirmação, mas é uma auto defesa, pra esconder a verdade: é solitário e extremamente doloroso não sentir algo que é tão natural e comum aos outros e sentir que só você, sente de forma diferente.

Então ela tenta esconder. E tenta ser a mãe que todos esperam que ela seja. E tenta ser a esposa que todos esperam que ela seja, mas falha miseravelmente a cada tentativa. Ela cozinha pro marido, ela troca o bebê (com raiva, querendo morrer, mas faz, tentando se encaixar), ela ouve ele chorando as vezes, e as vezes não consegue. Fica super claro os altos e baixos da depressão... os feixes de luz que se abrem e ela tenta desesperadamente se agarrar e tentar fazer algo normal, e quando a escuridão vem e ela simplesmente se deixa levar pelos pensamentos terríveis. Ouvi muito e li muito sobre: mas porque ela não procura ajuda? Por que ela não aceita ajuda? E essas perguntas não tem uma resposta certa e nem uma única resposta. Podem ser tantos os motivos: ela estar tão doente e sequer saber que precisa de ajuda, ela sentir vergonha da situação (o que acho provável, já que quando ela está no hospital conversando com os médicos ela diz o tempo todo: eu sou um lixo, eu sei que sou o pior dos lixos), e tantas outras possibilidades...

A frase do início da resenha, deixa muito claro o quanto é cobrado de uma mãe, o quanto ela tem que MILAGROSAMENTE saber das coisas porque de um dia pro outro se tornou mãe e a maternidade é esse conto de fadas que transforma as pessoas e de repente elas sabem tudo e são pessoas maravilhosas, nada mais importa. Elas são mães. Elas não são mais seres humanos, não são mais pessoas, não são mais nada: são mães. E além desse ponto que é muito importante, o trecho mostra o quanto é aceitável essa postura PATÉTICA de pai, de achar que só por ter contribuído com o espermatozoide, já fez TUDO que tinha que fazer e não precisa fazer mais nada. Afinal, é a mãe que tem que saber...

Ah, mas eu sei que muitos defenderão o pai do livro, porque ele amava ela, ele aceitava o problema dela, ele cuidava do bebê nos momentos que ela estava tendo as crises. Vamos refletir um pouco mais sobre isso? Ele fazia sim, mas fazia porque ela não fazia, porque se ela fosse a guerreira que a maioria das mães que eu conheço é, e fizesse TUDO, o "querido" não sairia do lugar. E vamos relembrar que na maioria das vezes o bonito chamava a mãe dele ou levava o bebê pra casa dela. E eu só me faço uma pergunta: porque é aceitável o pai não cuidar, não acordar a noite, não ouvir o bebê chorar e a mãe não? Ambos são seres humanos e a gente precisa começar a desmistificar isso de que mãe é uma super mulher cheia dos poderes e que a partir do momento que vira mãe não sente mais nada, só é mãe. E precisa parar de achar aceitável essa postura ridícula de homens que "ajudam" mas dizem: "você que é a mãe" e dane-se se ela é um ser humano, se tem hormônios, se está doente, se não está preparada pra isso.

Porque é por isso que o aborto é um crime sem perdão, mas o pai ir embora e abandonar seu filho na barriga da mãe é normal, acontece... Homens... Ambas as situações são terríveis e na mesma medida pra mim. Porque acredito que se muitas mães tivessem ao lado um PAI de verdade, muitos abortos/abandonos e outras situações terríveis seriam evitadas. Está mais do que na hora da sociedade entender que a responsabilidade é dos DOIS: 50% de cada... Nem mais, nem menos pra nenhum!!

Não to justificando todos os atos dela não, ela fez sim muita coisa errada, muita coisa que dá angústia na gente de ler, mas que a gente precisa refletir. A maternidade não é igual para todas. Nem todo mundo sente esse amor incondicional e nem todo mundo passa por um conto de fadas, e TUDO BEM! Vamos ser mais empáticas umas com as outras e vamos refletir mais sobre a divisão de responsabilidades, porque ninguém faz filho sozinho! Sim, esse assunto me revolta e nem é meu lugar de fala, afinal, nem mãe sou. Mas tenho mãe e tenho amigas mães e sinto empatia por todas as que sofrem qualquer tipo de abuso por não sentirem como as outras, ou por pais que acham que fazem muito, sem realmente fazer algo de verdade.

Achei que era importante trazer essa reflexão.
E acho importante demais um livro que traga a vida nua e crua, e a realidade como ela é pra que a gente possa se abrir a essas reflexões. Eu tiro meu chapéu para a coragem da autora, e que muitas outras mulheres se sintam seguras a dizer o que sentem sem precisar chegar nesses pontos extremos, podendo encontrar empatia e compreensão e talvez, encontrar um equilíbrio!
Super recomendo!
Natália Tomazeli 10/09/2020minha estante
Nossa me lembrou muito " Precisamos falar sobre o Kevin" que é um livro que vai tratar da mesma tematica "maternidade compulsória". Esses livros são importantes mesmo


Marcela 27/09/2020minha estante
Adorei suas palavras, e compartilho da mesmo opinião que você. Cada mulher tem uma experiência diferente na gestação e maternidade. Eu ainda não terminei de ler, estou quase na metade, mas queria ver algumas opiniões, que me parece quase uma conversa sobre o livro hahahaha
Queria sempre alguém lendo ao mesmo tempo que eu pra conversar...
Mas voltando, o que mais me solidarizo com a narrativa, é que se externalizarmos tudo que pensamos e sentimos, seremos julgadas como quem não ama os próprios filhos, sendo que tá TUDO BEM sentir raiva do bebê (tem momentos que estamos irritadas, e não gostamos do que eles estão fazendo), querer espaço (tanto do bebê, como do marido), se negar a fazer certas atividades domésticas, afinal, o homem se nega a fazer tantas coisas, como mulheres temos que fazer o mesmo, assim eles não terão escolha e terão que fazer.
Agora vou terminar o livro....


Sthefani Hilário 09/11/2020minha estante
Que resenha perfeita!


Luly @projetocabeceira 06/03/2021minha estante
Eu não poderia fazer resenha melhor que essa. Perfeito


Jaqueline.Iara 11/03/2021minha estante
Caramba que resenha!!!! Me surpreendi no final quando você disse que não é mãe, porque compreende exatamente a realidade nua e crua da maternidade! NÃO é esse conto de fadas que a gente vê por aí... Você NÃO começa a amar incondicionalmente o bebê logo que nasce! E é assim mesmo, é normal... Passamos por um período inicial chamado de Baby Blues, nada mais é do que todo esse sentimento da depressão pós parto porém não denominado dessa forma porque ainda não cabe esse diagnóstico. Portanto, TODA MÃE sabe o que é esse sentimento de "não querer ser mãe"... Algumas sentem mais intensamente que outras, e algumas evoluem para a depressão pós parto.
Enfim. Obrigada por essa super resenha! Não li o livro mas já apreendi muito só nessa sua colocação!!


Evy 07/04/2021minha estante
Meninas (Natália, Marcela, Sthefani, Luly e Jaqueline) muito obrigada pelos comentários tão fofos!!! Eu li esse livro e fiquei tão incomodada que precisei escrever essa resenha enorme, mas pelo menos tentando uma reflexão!!! Obrigada mesmo pelo retorno, fico feliz que tenham gostado e que tenha ajudado de alguma forma!!!


Marina 20/05/2021minha estante
Pra mim a resenha foi melhor do que o livro, amei!


Ana 05/11/2021minha estante
Amei a resenha! Parabéns!
Eu creio que toda mulher passa um pouco por esse sentimento sacrificial quando se torna mãe, biológica ou não, mas poucas revelam o que sentem, preferem disfarçar. E muitas vezes que uma fala soa crítica em nossa direção é porque a pessoa que o faz sente-se culpada por algo do seu passado que o binômio mãe/filho trouxe à tona.
É importante que relevemos certos comportamentos sociais para que possamos nos manter sãs e, assim, continuarmos a criar nossos filhos dando-lhes do melhor que pudermos conservar dentro de nós. O resultado será sempre aqueles sorrisos e abraços gostosos, isso até a adolescência chegar e com ela novos desafios.


Susana 07/08/2022minha estante
Esse livro me lembrou "o impulso"


Lis 27/09/2022minha estante
Que resenha sensacional , trouxe exatamente a essência na íntegra sobre a maternidade, que realmente por falta de apoio muitas pioram ainda mais .
A responsabilização paterna deve existir, e esse peso sobre a mulher imposto pela sociedade já passou da hora de ser colocado como regra .

Amei a resenha


Dani Ferraz 07/07/2023minha estante
Incrível!!! Como já foi falado aqui, não sei o que é melhor, o livro ou sua resenha! Obrigada pela importante reflexão!


maras.mo 03/09/2023minha estante
simm




Carolina.Gomes 01/04/2022

Provocativo
Resolvi ler esse livro, depois de assistir uma excelente resenha feita pelo Nicolas Neves do canal Las hojas muertas y otras hojas.

De cara, me interessei pela narrativa dessa autora argentina que tem sido comparada à Virginia Wolf. O enredo do livro é aparentemente simples: uma mulher estrangeira, vivendo num lugar bucólico com o marido e um filho recém nascido, em meio aos conflitos internos causados pela nova rotina de mãe e esposa.

A autora vai conduzindo o leitor no fluxo de consciência dessa mulher que parece viver em estado de ebulição. O desenrolar se dá numa sucessão de pensamentos mórbidos e totalmente sem filtro. O que é bastante provocativo e incômodo. Apesar de, aparentemente, gostar daquela vida familiar tranquila, a personagem se sente sufocada pelo casamento, pela maternidade e pelas ligações familiares.

O livro trata dessas rasuras das relações, da maternidade e da própria identidade dessa mulher estrangeira e do seu constante sentimento de não pertencimento.

Às vezes a narrativa fica bastante confusa, mas penso que é a proposta da autora: conduzir o leitor pelo caos do pensamento de uma mulher extremamente atormentada pela cobrança social e as expectativas, dos outros, em relação a sua postura como mãe e esposa.

É uma leitura angustiante e incômoda, mas eu gostei da experiência, especialmente por ser uma escrita diferente para mim.
Joao 02/04/2022minha estante
Resenha sensacional, Carolina! Fiquei curioso para ler o livro


Carolina.Gomes 02/04/2022minha estante
Eu quero ler os outros q compõem a ?trilogia involuntária? da autora, John.


Ana Sá 02/04/2022minha estante
Adorei a resenha, Carolina! Eu tinha cruzado com essa capa, mas não sabia nada do livro. Vou marcar no Quero Ler!


Thamiris.Treigher 02/04/2022minha estante
Adoreeei a resenha!




Mariana Dal Chico 26/06/2020

“Morra, amor” é o livro de estreia de Ariana Harwicz foi publicado no Brasil pela Editora Instante que me enviou um exemplar de cortesia.

Com frases e capítulos curtos e fluxo de consciência de uma mulher que não está feliz com sua vida, a autora nos joga em um turbilhão de devaneios e imprime um ritmo frenético e ofegante à leitura.

É muito difícil falar algo concreto sobre o livro, ele é todo baseado nos pensamentos da protagonista que precisa reprimir o sentimento imperdoável pela sociedade de não ter sentido amor imediato ao ver seu filho pela primeira vez. E quase um ano depois, ainda não o ama, apesar de se preocupar em fechar a janela quando ele está doente, ou sentir como se faltasse algo quando está longe.

Mas os temas vão para além de uma possível depressão pós-parto, a protagonista sente-se estrangeira em todos os sentidos das palavras, ela está morando com o marido em uma cidade de interior, cercada pela natureza, longe de seus amigos e viu aquela que era morrer ao se tornar mãe.

Essa nova mulher sente-se aprisionada e quer transbordar seu instinto quase que animal, muitas vezes representado pelo desejo sexual que não está sincronizado com o do marido.

É um livro que incomoda e tira qualquer um da zona de conforto, gostei muito do começo, mas do meio para o final, minha confusão aumentou, tudo ficou muito abstrato - para mim-, talvez tenha sido a intenção da autora, já que estamos dentro de uma mente em deteriorização psicológica.

Leitura interessante, muitas reflexões e imagens vão seguir comigo por um bom tempo, mas não entrou na lista de favoritos.


site: https://www.instagram.com/p/CB0n6NVj_OR/
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mons 21/01/2021

ainda sem palavras para essa leitura, uma experiência singular, com escrita crua e poética. Amei demais e achei sensacional como tudo foi relato e assustador.
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Rodrigo de Lorenzi 15/06/2021

Soco
Uma amiga comentou que esse livro é um pesadelo e eu achei essa uma definição perfeita, pois foi assim que me senti durante a leitura, como se estivesse preso em um sonho ruim. É uma viagem dolorosa com uma personagem fascinante. Maternidade, depressão, vida social, casamento, tudo entra num vórtice de desespero e angústia. É assustador adentrar na cabeça daquela mulher, ao mesmo tempo em que é bonito (e apavorante) você se conectar - e muitas vezes se identificar - com alguns sentimentos. Um soco.

site: www.youtube.com/vinoserie
Natália Muterle 19/03/2024minha estante
Medo de ler esse. Sou mãe e tenho muito a dizer.


Jaciclea 27/03/2024minha estante
Lembrou um pouco "Precisamos falar sobre o Kevin" essa sua resenha.




Ana 17/03/2021

Resolvi ler esse livro porque a capa e o título chamaram a minha atenção. O livro conta a história de uma jovem mulher que acabou de ter um filho e sofre com a depressão pós-parto; ela claramente não queria ser mãe. Não é uma leitura fácil, é pesada e intensa. O começo do livro é um pouco confuso, é como estar dentro da mente da protagonista, mas depois que eu peguei o ritmo a leitura fluiu facilmente.
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Bia 24/08/2021

Confuso
Foi uma leitura bem confusa não da pra entende o quê é diálogo, pensamento, passado e presente. Entendi o que a autora fiz passar, entendi todo drama da personagem, mas pra mim não rolou.
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Ira 17/07/2021

O impacto
Comecei o livro impactada. É visceral, instigante, é difícil ler um pouquinho e parar. O ritmo me cansou um tico, mas a vontade de terminar foi maior, vc quer chegar ao fim disso.
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Caroline 18/05/2021

"Mamãe era feliz antes do bebê. Mamãe se levanta todos os dias querendo fugir do bebê e ele chora mais."

Li esse livro em um fôlego só. A confusão de sentimentos, os diálogos misturados com pensamentos, a profundidade da história...tudo muito extremo. Algumas partes são confusas, e você fica em dúvida se são devaneios da personagem ou se está realmente acontecendo. Mas a essência do livro está ali, o tempo todo: o arrependimento da maternidade e a incapacidade de sentir afeto pela criança e, combinado a isso, a conivência do marido em relação a situação da esposa.
Um livro capaz de gerar debates em diversos temas.
nicoleb 19/05/2021minha estante
amg
onde eu encontro o livro por pdf ou epub?
queria mto lerr


Caroline 19/05/2021minha estante
Vou te mandar




Carlinha 03/07/2022

Tenso!
É um livro perturbador. Devorei em um dia!
Os capítulos são curtos, mas a escrita é corrida. Cada capítulo é um parágrafo com relatos perturbadores de uma protagonista que não sabemos nem o nome, mas entendemos que ela está no mínimo confusa.
Uma mãe recente que vive sob pressão, não entende seu papel na família, não assimila o fato de ter marido e filhos e não se identifica com a vida que leva. Relata seu sufoco e repreensão e às vezes até aceita de forma estranha seu comportamento meio "mal-educado". Mas nao consegue aceitar a realidade de "levar seu coração com outro para sempre".
Narrado em primeira pessoa, um narrador nem um pouco confiável. Ás vezes não sabemos se é fato mesmo ou apenas devaneios de sua mente.
É uma leitura tensa, perturbadora, mas uma boa experiência.
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Emily977 21/08/2022

"Porque, para quem fica, o tempo não passa, sempre é limbo."
É inegável o quão interessada e curiosa eu fiquei ao iniciar a leitura e embarcar na cabeça da personagem principal, a qual é um emaranhado e revolto conjunto de pensamentos bagunçados e abomináveis, resultando em uma leitura extremamente agoniante e tensa.

Somos apresentados a uma mulher que vive em uma pequena cidade do interior com o seu marido, e tendo a decisão tirada de suas mãos pelo mesmo, foi transformada em mãe contra a sua vontade, resultando em uma vida extremamente infeliz para ela, em que acaba castigando não só a si própria, mas também as pessoas ao seu redor. Ela demonstra estar perdida e sem saber ao certo o que fazer ou o que quer, pois questiona a si própria se ama o filho e o marido, e não sabe se quer ser mãe e esposa. Tenho a impressão de que ela apenas se conformou com o papel imposto a si e tenta cumpri-lo mesmo que o odeie com todas as suas forças.

Muitos questionamentos sobre familiaridade e maternidade são feitos durante toda a obra, mas devido à mente desequilibrada da protagonista não sei se esses questionamentos são normais. Afinal, é comum uma mulher com depressão pós-parto se imaginar muitas vezes matando o seu próprio filho?

Particularmente gosto muito de narrativa com fluxo de consciência e sem indicação de diálogo, mas esse livro foi muito difícil de compreender e chegou em um ponto em que eu estava muito cansada de tentar acompanhar todos os pensamentos sem sentido da personagem principal. Acredito que o livro tinha uma ótima sinopse e premissa, mas acabou não sendo bem executado e acabou virou uma confusão. Infelizmente me decepcionei com a leitura.
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Thai 01/12/2021

Chato
Esperei mais desse livro devido as resenhas que vi porem achei chato narrativa chata nada me fez me conectar com essa história claramente a personagem principal sofria de alguma depressão pós parto profunda porém a história não me trouxe aprendizado e nem emoção nenhum li ate o fim por obrigação de termina esse livro, mas como sempre digo não funciono pra mim mais pode funcionar pra outras pessoas.
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Pandora 08/10/2020

Este é aquele tipo de livro que a maioria não gosta e eu amo. Adoro personagens perturbados; mentes que não descansam. Uma arquitetura de escrita que desafia o estilo fácil, que exige atenção.

A protagonista é uma estrangeira em terras francesas; vive no meio rural com seu “homem”, como diz, e o filho de ambos. Nenhum deles é nominado. Isso, ao mesmo tempo em que cria um distanciamento, aproxima: afinal, não é preciso nominar o que se conhece a fundo.

A vida bucólica e previsível do interior a atormenta. Ao mesmo tempo, permite que ela tenha longos momentos reflexivos. Numa hora teme que o bebê sufoque dormindo; noutra, tem vontade de abandoná-lo. O marido ela chama de amor mesmo quando queria matá-lo. Tudo é um paradoxo. A narrativa mescla fluxo de consciência, acontecimentos presentes e passados e personagens diversos. É preciso atenção. E é preciso, principalmente, estar aberto para penetrar nesta mente perturbada que não só não aprecia a maternidade como a sociedade impõe que seja apreciada, mas que não se encaixa confortavelmente em nada do que vive: casamento, vida no campo, vizinhos ordinários, marido conformado, passeios e datas festivas. Ela sabe o que se espera dela e representa seu papel... até que explode... e depois retorna à apatia... e explode!

Embora pareça a muitos que neste “Morra, amor” o distúrbio da protagonista seja causado por depressão pós-parto, eu acho que vai além. A protagonista se sente muito mais conectada com a natureza e seus bichos do que com os seres humanos ao seu redor. Ela é uma intrusa, uma estrangeira em todas as formas.

A escrita me lembrou muito Dulce Maria Cardoso em Campo de Sangue, com a diferença de que Dulce foi muito mais difícil de entender à primeira leitura; quando cheguei à Ariana já estava confortável com o estilo.

“Não posso ficar quieta, só olhando pela janela, tenho que propor um lugar para ir passear. Ir até o rio comer batata frita e tomar aperitivos... (...) Ir até a cidade, (...) olhar com a fascinação com que os turistas olham as coisas mais imbecis... (...) Ir à quermesse, tomar um cafezinho no centro, perto do mercado, com cheiro de churrasco. É preciso parecer entusiasmada e é preciso dar a parecer que isso é viver.”

“Sou mãe, pronto. Eu me arrependo, mas nem posso dizer. Para quem. (...) Não me preocupo com o que possa pensar de mim. Eu o trouxe ao mundo, já é o suficiente. Sou mãe em piloto automático.”

“Lindo ambiente. O dos outros. Tanta gente civilizada me surpreende. Estão penteados, perfumados. (...) Ninguém dolorido, ninguém meio louco, ninguém falando dos mortos.”

Enfim, um livro que incomoda, que choca, que rejeita as convenções, que expõe os demônios do ser humano. “Morra, amor” foi seguido de “A débil mental” e “Precoce”, formando o que Ariana chamou de “trilogia da paixão” e que tem como tema o relacionamento entre mães e filhos.

“Escrever é ir às zonas escuras, ao que não se vê, ao que não se diz”, diz Ariana. “Todo escritor deveria lutar contra a autocensura.”
Jeanne 08/10/2020minha estante
Querida, ela mata o bebê???


Pandora 08/10/2020minha estante
O que te fez pensar nisso?


Jeanne 08/10/2020minha estante
A capa e o título do livro! Rsrs


Jeanne 13/10/2020minha estante
Querida você pensa em trocar ou vender esse livro? Estou interessada.


Pandora 13/10/2020minha estante
Sim, podemos trocar.


Jeanne 13/10/2020minha estante
Você troca pelo Plus ou livro por livro?


Pandora 13/10/2020minha estante
Atualmente prefiro livro x livro. Este aqui não tem orelhas e tem 144 páginas. Se quiser, me manda inbox, assim a gente não polui aqui. :)


Jeanne 14/10/2020minha estante
Combinado!




Eder Ribeiro 02/06/2021

Sofrível a leitura
Um emaranhado de frases para causar impacto, uma história mal contada, uma narrativa confusa, enfim, um não livro.
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adson 19/04/2022

Não funcionou comigo. O livro é forte e confuso, a protagonista na qual acompanhamos pelo fluxo de consciência vive um constante desconforto, porém, acho que apesar da ideia do livro ser boa, a narrativa foi mal executada.
Carolina.Gomes 25/04/2022minha estante
É o fluxo de consciência de uma mulher bastante atordoada. A confusão narrativa é proposital.


adson 25/04/2022minha estante
Percebi isso, pretendo fazer uma releitura futuramente. Acho que quando der uma segunda chance e observar outros detalhes irei gostar mais




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