Resenhas - Capitães da Areia

Sophia1952 15/04/2024

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Meu Deus, Jorge Amado me paga por me ter feito chorar
Um livro lindo, mas ao mesmo tempo triste e avassalador
Te amei Pedro Bala

Pedro.Gondim 15/04/2024

?Nem o ódio, nem a bondade. Só a luta.?
?O que ele queria era felicidade, era alegria, era fugir de toda aquela miséria, de toda aquela desgraça que os cercava e os estrangulava. Havia, é verdade, a grande liberdade das ruas. Mas havia também o abandono de qualquer carinho, a falta de todas as palavras boas.? (p. 30)

Saturno 14/04/2024

Comecei desacreditado do livro mas realmente é muito bom, a forma que Jorge amado é detalhista das aventuras dos capitães da areia é lindo de ler e eu sinto como se fosse imersiva a experiência de leitura, é emocionante o final pq a gente acompanha a trajetória dps meninos e ver eles crescendo e seguindo rumos diferentes é uma sensação incrível

manoellen.ferreira 14/04/2024

O primeiro jorge amado
Não tenho palavras para descrever esse livro, pra falar dele, todos os textos que penso em formular para dizer que é bom me parecem muito pouco. quando uma amiga me indicou e me disse que era sobre a história de meninos pobres fazendo algazarra na bahia, eu não pensei que fosse ser tão denso. em suma o livro é isso mesmo, mas escrito da forma mais complexa possível, mais dura e real possível, mais triste e cruel possível. é lindo. é lindo acompanhar cada um dos meninos, mesmo que seus pensamentos sejam ruins para eles mesmo, é lindo ver o companheirismo, as estratégias, ver que eles são muito mais que todos pensam. é triste, é doloroso, diante de toda os cenários que os meninos se envolveram e diante de todas as consequências de seus atos e de uma sociedade péssima, o final é lindo, mesmo que ainda seja triste. foi meu primeiro jorge amado, esse livro vive tão em mim quanto eu mesma.

Erich 13/04/2024

"A liberdade é como o sol. É o bem maior do mundo."

Conta a história de um grupo de crianças abandonadas e sem expectativas na vida, segundo um ponto de vista bem próximo delas, tanto de visão mesmo como opinião. O grupo se nomeia de Capitães da Areia e sobrevive à base de roubos por toda Salvador.

Vamos conhecendo-os aos poucos, o livro se apresenta como uma coletânea de contos fechados, em geral mostrando uma aventura/roubo realizado. E vamos assim conhecendo a história de cada um, suas origens, amores e dores.

A ótica da escrita é reforçada por Jorge Amado ao dar um tom bem comunista à obra. O conceito de que a origem da marginalidade é simplesmente falta de família e atenção do estado é continuamente repetida. O livro chega a comentar da necessidade de uma revolução. E reforça algumas vezes a diferença da sociedade entre os ricos e os pobres. Acho apenas que Jorge Amado exagerou um pouco no tom quando pintou a ideia de Lampião quase como um Robin Hood.

juveto 13/04/2024

Provavelmente o meu livro favorito!
ele tem uma carga emocional enorme pra mim.
ano passado tive o prazer de voltar para salvador, e conhecer a Na, em menos de 3 horas de conversa ela comentou como amava esse livro e que lia muito, coincidentemente eu também amava.
foi assim que convencemos meu pai a ler o livro, falando todos os dias da viagem sobre ele, como ele ainda era atual, tirando fotos no monumento do Jorge Amado, mas o que realmente fez ele ter toda a vontade de ler foi o museu do Jorge Amado, inesquecível!
foi assim que eu tive certeza que com esse livro Jorge Amado fez eu me apaixonar cada vez mais por Salvador e a cultura mais linda do mundo.

Arthur1037 12/04/2024

Eu falaria horas
Desde que eu vi superficialmente ele na escola eu fiquei obcecado, e finalmente li
Li ele quase todo entre as aulas da escola, e é incrível, eu só consegui pensar em ler
Os personagens não são bons, mas o pq eles são ruins? Pq são "mal"? Pq são bandidos? A todo momento esses dois lados são escancarados pra gnt

Thaynara 12/04/2024

Um choque com a dura realidade que muitas crianças passam, tendo sua infância roubada e sendo obrigadas a crescer cedo demais. Doloroso perceber que essas crianças sofrem tanto que deixam de acreditar que podem viver algo melhor um dia. Um livro que cabe um importante debate sobre diferenças sociais e o poder da revolução para os pobres.

FrenzyBoy 12/04/2024

Ótimo livro.
Jorge amado busca apresentar a desigualdade e o abandono de garotos nas ruas através de personagens carismáticos.

stephanie.medei 11/04/2024

Leitura essencial
Esse foi um livro que li na época do ensino médio. Foi um livro que não dava nada e entregou tudo. Personagens sofridos que fazem a gente ter um olhar sensível para crianças em situação de rua. Como o destino de cada personagem é incerto conforme o andar da história.
Eu recomendo para quem tem interesse em ler.

Diego940 11/04/2024

Um retrato social atemporalizado
Capitães da areia, de Jorge Amado, nos leva para Bahia em meados de 1930, em Salvador, mostrando uma miséria social que podemos ver facilmente nos tempos atuais.
Crianças da região, sem nada e nem ninguém, criam o grupo "capitães da areia", na qual se juntam para sobreviver através de furtos e outros meios ilegais.
Não pretendo me aprofundar em cada personagem, e sim enfatizar a oscilação de seus arcos que o autor da a eles, muitas vezes alternando de algo sério e sombrio, para momentos tocantes e profundos.
A escrita é rica em detalhes, o que nos aproxima e nos desperta mais empatia para as situações apresentadas na obra.
Ademais, o tema central do livro, é algo que desde de seu lançamento continua recorrente na realidade brasileira: jovens marginalizados, necessitados de uma atenção do Estado.
Capitães de areia é uma viagem por traumas e sonhos de crianças adultas, sendo difícil de digerir boa parte do livro devido aos seus temas. Entretando nos transmite humanidade e empatia, tocando no coração do leitor.

anahwm_ 10/04/2024

Capitães da Areia
A obra Capitães da Areia é um clássico do escritor baiano Jorge Amado. Nela são retratadas situações do cotidiano de meninos, de crianças à jovens adultos, que vivem na marginalidade e ao abandono familiar, perdendo sua infância e morando em meio a violência das ruas de Salvador, tendo que sobreviver através de furtos que a vida lhes obriga a fazer. Nas últimas páginas do livro, existe a informação, dita por Zélia Gattai, escritora brasileira e esposa do escritor, que Jorge Amado buscou "experienciar", dormindo em um trapiche da Bahia para poder descrever os detalhes com maior precisão. Quem lê o livro, pode confirmar a informação, já que é notório os sentimentos, a humanidade e a irmandade dos meninos dessa obra. É uma história complexa, humana, os personagens presentes nela são multifacetados. São pessoas que roubam, invadem casa, agridem e muitas vezes usam da crueldade nisso. Mas são crianças, crianças privadas de uma infância normal, crianças que não nasceram com as mesmas oportunidades que as outras, crianças que tiveram que descobrir muito cedo as características, problemas e questões de adultos, como a sexualidade por exemplo, que é muito presente nesse livro. Acredito que o personagem que mais me sensibilizei foi o Sem - Pernas, o menino coxo do grupo, que teve um passado de traumas e desconta seu ódio e profunda tristeza devido à ausência materna em assaltos e invasões que o grupo faz. Em determinado momento, ele se infiltra em uma casa onde é tratado com o devido respeito e humanidade, não apenas com cama, comida e roupas, mas com o carinho que uma mãe, que é o que ele tanto precisava. A riqueza de detalhes que Jorge colocou na história dele foi o que me fez sentir isso.
Essa obra é uma excelente crítica social. Em alguns poucos momentos, se torna levemente chata. Mas nada que a torne ruim. É excelente para usar como repertório em uma redação, por exemplo.
Recomendo a todos.

Claudio 10/04/2024

Sempre atual
A história do grupo de Pedro Bala só melhora com o tempo. A questão social no Brasil mudou muito pouco nos últimos quase 90 anos, tempo passado desde a publicação desse clássico.

Relê-lo depois de mais de 20 anos da primeira vez teve a delícia da nostalgia e o assombro de quão atual ainda é esse livro.

Marcela115 10/04/2024

Tudo de bom :)
Eu sou a louca do ?desenvolvimento dos personagens? e esse livro, para mim, tornou-se um ideal!
Desenvolve muito bem as histórias de todos os capitães da areia e nos faz ter empatia por todos eles.
Retrata detalhadamente o buraco deixado pela dura realidade que vivem, fazendo nos sofrer.

KatNip0 10/04/2024

Capitães da Areia ?
Li capitães da areia (supreendentemente) em um dia. Mas não se engane, pois foi por obrigação.

A história dos capitães é muito comovente e a maneira que Jorge Amado mistura diversos personagens com características diferentes entre si até que é interessante. Na obra, todos os personagens são multifacetados e complexos: ao mesmo tempo que são cruéis e roubam, anseiam desesperadamente pelo zelo e carinho de alguém.

Capitães da Areia sabe retratar muito bem os mazeles sociais do Brasil, falando como essas crianças não nasceram pré-dispostas ao mal mas sim o ambiente de negligência, abandono e falta de afeto moldaram-nas para se tornarem ladras. Os capitães são sobreviventes. Lutam por comida, para garantir seu futuro diante do abandono governamental: nenhuma autoridade quer responsabilizar-se por eles. Interessante a nuance entre criminosos procurados e crianças que desejam presenciar a magia e serem amadas.

Minhas críticas se reservam à escrita. A história parece desconexa, sem uma trama principal, apenas momentos soltos pelo autor. Percebe-se que a aparição de Dora foi um ponto divisor de águas, mas ao mesmo tempo não tal duradouro para considerar-se a trama principal. Impressionante é a quantidade de vezes que Jorge Amado consegue falar de sexo e suas derivações em apenas um capítulo. Ele parece um tarado, assim como seus personagens que em sua maioria parecem viciados nessas intimidades, sem conseguir se controlar (Pedro Bala).

Acho legal como ao longo da história o autor não declara os capitães como culpados ou não. Diz, inegavelmente, que estes meninos cometem crimes e atitudes de procedência completamente duvidosa, mas, ao mesmo tempo, nos mostra o ponto de vista do
porquê eles são assim e que não devemos culpá-los já que os defeitos de nossa sociedade os ?forçam? à agirem com ódio.

No geral, o livro é bom. Tem seus momentos entediantes, mas também possui os legais. Ótima obra para quem busca crítica social à sociedade e seu desprezo pelos meninos marginalizados, à desigualdade social e à existência de ricos. A falta de uma trama principal e envolvente faz o livro pecar. O final é comovente, principalmente a despedida do querido líder do trapiche, que foi embora sem seus amigos originais, e acabou ?fechando a porta? e/ou ?apagando as luzes?.