Naufrágios

Naufrágios Akira Yoshimura




Resenhas - Naufrágios


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Pequod.3 19/06/2022

Poderoso e melancólico.

Não sei exatamente o que dizer sobre este livro, ele nos traz um período muito difícil vivido pelas pessoas em um vilarejo.

O narrador é uma criança, Isaku, que em apenas três anos tem sua vida totalmente transformada, as tragédias noa mostram que mesmo que fizermos o certo, aquilo que deve ser feito, ainda pode não ser o suficiente. A realidade dura retratada no livro é o seu diferencial, mas, também é seu ponto mais difícil e se torna um desafio para o protagonista e o leitor.
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Levi_Motta 11/04/2023

Naufrágios
Não tem como ler esse livro sem ficar triste. Acredito que o que acontece com os personagens do vilarejo pode ser trazido para os tempos atuais também, onde não ocorreu mudança alguma, e a desigualdade só aumenta.
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Franco 19/07/2013

Emprestei na biblioteca sem pretensão nenhuma. Mas que grata surpresa!

É leitura que vale a pena. É uma narrativa que em muitos momentos lembra escritos antropológicos em suas etnografias, mas não é cansativa ou longa. A narrativa, aliás, é direta e sem floreios, o que dá a noção de desenvolvimento da trama. E os personagens, bem ao estilo japonês, dizem muito sem falar uma só palavra.

É uma história de miséria e sobrevivência, tendo como protagonista um menino de 9 anos. Ele, conforme amadurece, aprende não só como a vida é dura bem como é preciso ser duro - e cruel - no lidar com essa vida.

Talvez a história passe uma grande lição de moral(o desfecho pode ser interpretado como acaso ou punição). Talvez seja um misto de metáfora e crítica da nossa sociedade, mesmo que fantasiada de Japão feudal(quem sabe todos nós temos nossos o-fune-sama, direta ou indiretamente).

O certo é que tem uma notável carga emocional, de onde a comoção e o nó na garganta são quase inevitáveis.
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Patty Lima 11/03/2024

Isaku vive em uma aldeia à beira mar, numa terra pouco fértil e visitada por intempéries durante todas as estações, especialmente, no inverno. A passagem do tempo é percebida pelas mudanças no mar, pois se trata de uma aldeia de pescadores. A extrema pobreza, a fé de que os deuses enviarão providência e a espera de que os entes queridos - que venderam seus trabalhos a outros portos - retornem com saúde acompanha toda a narrativa. Isaku, apesar de ser uma criança, tem responsabilidades de adulto. Há também uma melancolia que permeia a narrativa, como um mau presságio. Como algo ruim sempre prestes a acontecer.
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Aninha 29/05/2023

Naufrágios-
O livro se passa no Japão Medieval e retrata a vida de Isaku em sua aldeia que luta diariamente para ter o que comer. Com isso, o autor nos leva a conhecer uma realidade dura com surpresas a todo momento.
Uma ótima recomendação para quem está procurando leituras diferentes.
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Eric Silva - Blog Conhecer Tudo 08/12/2018

Melancólico
Em algum período remoto da era medieval japonesa, uma pequena comunidade de pescadores luta para sobreviver da pesca de moluscos, peixes e conchas. Na pequena aldeia vive também chamado Isaku, um menino é um de nove anos que tenta garantir o sustento de sua família e como os demais aldeões, além de pescar, ajuda na destilação de sal para ser comercializado para os povoados vizinhos. É por meio da narração dos anseios e dificuldades enfrentadas pelo garoto que conhecemos a vida difícil e da comunidade que luta contra a fome e descobrimos que a manufatura do sal tem uma outra utilidade oculta: provocar naufrágios de embarcações carregadas de arroz que passam pela costa.
Em um estilo minimalista, Naufrágios, 7º livro da III Campanha Anual de #Literatura, é um testemunho de como a vida pode ser regida por dissabores que se repetem em ciclos como as estações do ano.

É um romance de época que retrata um pouco da realidade das comunidades pesqueiras pobres do Japão medieval. Um livro pequeno, mas que descreve com esmero o desespero e os dilemas de seus personagens para continuarem sobrevivendo.

É um livro de personagens maduros e sérios. Yoshimura não gasta muito tempo em caracterizá-los, mas não há um só deles que se caracterize pelo bom humor ou por qualquer coisa que não seja a taciturnidade de quem tem grandes deveres e todo um futuro incerto pela frente.

O diálogo é um dos elementos narrativos menos explorado. A escrita se concentra na narração e descrição contínua do cotidiano e das emoções dos personagens. A narração em terceira pessoa é metódica, sequenciada e linear, e o narrador, sem compadecer-se com seus personagens, segue o curso dos acontecimentos documentando cada uma das ações do cotidiano.

A forma como o autor escreve é limpa e até objetiva, mas o enredo em si é monótono e cíclico, marcado por um tempo cronológico demarcado pela transição das estações do ano e nos quais várias ações rotineiras e sazonais dos personagens são retomadas, tornando o livro um pouco repetitivo e cansativo.

O tom geral da narrativa é bastante melancólico e o desfecho apesar de inesperado, não surpreende.

Resenha completa: https://conhecertudoemais.blogspot.com/2018/10/naufragios-akira-yoshimura-resenha.html

site: https://conhecertudoemais.blogspot.com/2018/10/naufragios-akira-yoshimura-resenha.html
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Murasakibara12 12/06/2020

Sofrimento e beleza
É muito interessante o modo em que o autor expressa a crueldade da vida de uma forma tão simples e delicada. A marca classica das estações japonesas e o tempo cíclico são muito presentes, marcados pelas chicotadas das novidades (boas e ruins).
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Nix 04/06/2021

Desgraça pique Os Miseráveis
Pra quem tá procurando um livro pra desgraçar a própria vida, tá aí um bom título. O livro só tem tristeza, fome, desespero, desolação e morte. Não consegui parar de ler. É muito bom, uma obra prima.

Já tinha lido outra obra do autor, que me tinha sido indicada. Mas esse livro é muito melhor. Coisa fina mesmo.

Além de desgraça, é muito legal acompanhar a relação simbiótica da aldeia com a natureza e as estações do ano, bem como a fé do personagem principal e de todos os outros na religião que eles cultuam e na verdade dos anciões e chefes da aldeia.

Livro maravilhoso!
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Guilherme.Gomes 26/05/2023

4/5
Uma das coisas que mais gosto na literatura japonesa é essa capacidade de descrever o dia a dia de forma tão simples e, ao mesmo tempo, com detalhes preciosos que te colocam ali, entre os personagens, fazendo da leitura um prazer. Sobre Naufrágios, história triste, melancólica, de uma aldeia pesqueira no Japão que é assolada por diversas mazelas. O ritmo e a abordagem lembra os trabalhos de caras como Tanizaki e Kawabata, por exemplo. Dramas pesados, bem descritos, personagens interessantes que tem seus sentimentos e ações bem explorados pelo autor quase que colocando você na pele deles. É muito bom, recomendo.
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Rimylles.Silva 23/03/2024

Triste, triste, triste ...
Nesse livro, acompanhamos Isaku, uma criança que precisa assumir responsabilidades muito cedo porque seu pai se vendeu como servo para ter dinheiro que sustentasse a família. Nesses 3 anos, vários acontecimentos trágicos marcam a vida da família e do povo da vila.
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Fábio Valeta 17/05/2012

O Silêncio das Estações
livro tragicamente belo. Infelizmente o único do autor já publicado no Brasil.

A história, contada em menos de 200 páginas, sobre uma aldeia miseravel cuja sobrevivência depende de navios naufragarem para que possam roubar a carga é escrita de forma simples e marcante.A existencia de pouquissimos dialogos parece aumentar a angustia da população que entra estação, sai estação, precisa desesperadamente encontrar alguma forma de sustento. Tendo a certeza de que não há possibilidade de melhorar de vida, e sim no máximo de sobreviver mais um pouco.
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Rodrigo 24/04/2013

Tão poético quanto trágico.
Resolvi escrever sobre o livro pois há tão poucas opniões sobre por aqui e a nota em que atualmente esta atribuída me parece injusta.

Como escrito na sinopse, é a historia de um vilarejo em que a fome assola os moradores, e boa parte do livro é falar sobre o cotidiano desses, em como lidam com o problema, recorrendo a meios bem tradicionais, como pesca e agricultura.

Até então o livro é de uma narrativa bem agradável, e foca na família de Isaku, que mora com as mãe e os três irmãos, despertando a familiaridade do leitor com o protagonista, descrevendo o com toda a simplicidade de um jovem pescador de 9 anos, na luta pela sobrevivência, sua e da familia.

Mas a história se torna sombria, quando descobrimos que os moradores não só recorrem aos meios tradicionais para prover seus sustentos, como meios questionáveis, envolvendo rituais e assassinatos, e onde toda a mitologia do livro é criada.

A leitura do livro foi bem fácil, a linguagem é bem simples, e foi o primeiro livro da literatura japonesa que li, em algumas horas me lembrou muito O Senhor das moscas, como as pessoas em situações extremas reagem, é um tema bem legal de ser lido.
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Dom Quixote 15/04/2014

"Naufrágios": um livro que incomoda e nos faz pensar.
Iniciei a leitura de “Naufrágios” sem a menor pretensão. Um livro absolutamente desconhecido, de um autor cujo trabalho era, até então, também desconhecido. E, assim como aquelas suaves surpresas da vida, o sorriso inesperado, o beijo imprevisto, o encontro inimaginado, “Naufrágios” foi, igualmente, uma gratíssima surpresa.

Contudo, uma surpresa que atinge o âmago do ser como um soco no estômago. A crua e dura realidade mostrada ali nos faz repensar a modo como encaramos as relações da vida, nossa incomensurável futilidade, nosso desdém por tudo o que é essencial a nossa sobrevivência, enquanto não nos está faltando.

“Naufrágios” representa um retrato bastante incômodo – visto que nos mostra uma realidade que ainda hoje existe e para a qual costumamos fechar os olhos – de uma aldeia no icônico Japão Feudal assolada pela miséria, pela ameaça constante da fome, e pelas incertezas de uma vida dependente do extrativismo.

A esperança desse povo de ter comida e o mínimo existencial, é a ocorrência de um evento que chamam de O-fune-sama, quando navios mercantes, atraídos pelas enormes fogueiras durante as noites de inverno – cujo objetivo aparente é destilar sal -, chocam-se contra os recifes da praia, naufragando. Após a ocorrência do evento, a população da aldeia saqueia a carga dos navios, assassinando a tripulação que, porventura, haja sobrevivido ao naufrágio.

Toda a rotina da aldeia, durante o inverno, gira em torno da chegada de O-fune-sama: rituais, trabalho noturno, orações, tudo o que é realizado na aldeia é voltado para tal evento que, muitas vezes, é a única esperança de sobrevivência durante o inverno. E, embora tal ocorrência represente a sobrevivência da aldeia, representa também sua ruína, quando a aparente chegada de O-fune-sama traz consigo algo que a aldeia, em sua miséria e abandono, não tem condições de controlar.
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jota 27/10/2014

Arroz e peixe...
A história do pequeno Isaku, protagonista de Naufrágios, se passa numa aldeia medieval japonesa, numa época imprecisa - importante não esquecer que, diferentemente da Europa, o feudalismo japonês durou até por volta de 1871. Nessa aldeia de pescadores a vida é marcada pela extrema pobreza e pela intensa luta pela sobrevivência, traduzida em árduo trabalho e mesmo servidão.

Crianças começam a trabalhar desde pequenas, meninos e meninas. Mulheres, além dos afazeres domésticos e dos cuidados com os filhos, também cuidam de plantações e de hortas. Os homens fortes deixam seus lares e partem para outras terras onde vendem sua força de trabalho para ricos proprietários, passando a viver num regime de servidão durante tantos anos quantos estipulam seus contratos.

Quer dizer, são poucas as alegrias para os habitantes da aldeia. Uma delas é comer um bom prato de arroz acompanhado de peixe, o que nem sempre é possível, a não ser algumas poucas vezes por ano. Outra, é quando ocorre algum naufrágio nos recifes que circundam a costa e eles podem pilhar algo que possa ser comido, geralmente fardos de arroz.

Os pescadores não provocam naufrágios, mas acendem fogueiras nas praias que tanto servem para produzir sal quanto para confundir os navegantes, que fatalmente terminam seus dias afogados ou mortos por eles. Os personagens agem sem remorsos, são maus, ou apenas lutam pela sobrevivência enquanto reverenciam seus deuses, ofertando-lhes arroz e velas votivas e seguindo fielmente as ordens do chefe da aldeia?

A cabeça do pequeno Isaku e a nossa também faz perguntas. As respostas poderão vir não exatamente nos destroços de um naufrágio, mas num pequeno barco à deriva que numa gélida manhã de janeiro surge na costa com sua carga mortal.

Bem, há muita coisa curiosa que Akira Yoshimura nos conta nas páginas de Naufrágios, embora muitas das situações mostradas pareçam um tanto repetitivas, especialmente as que tratam da penúria e dos sofrimentos físicos e espirituais por que passam os personagens.

De modo geral a narrativa me pareceu pouco literária e bastante realista, quase um registro sociológico do cotidiano e dos tradicionais costumes dessa infeliz aldeia. Não que isso torne o livro menor, desinteressante, mas foi o que senti. Daria uma nota 3,7 para tudo, mas isso não é possível aqui.

Lido entre 19 e 27/10/2014.
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