spoiler visualizarsoufernanda 26/01/2024
Destino ou falta de convicção?
Bernardo Guimarães, autor desta obra, não se deu ao trabalho de omitir suas opiniões acerca do celibato imposto aos sacerdotes enquanto escrevia este livro. Selecionei um parágrafo que a sintetiza perfeitamente:
"É que, de fato, esses dois sentimentos tão puros, tão celestes ambos, nada têm de inconciliáveis em si mesmos, e somente uma lei meramente convencional, impondo o celibato como um preceito imperativo, podia levantar entre eles esse odioso antagonismo, contra o qual a razão protesta e revolta-se o coração." - p. 90
Sobre isso, devo dizer que não poderia concordar mais!
Não obstante, tratando do desfecho da história de amor entre Eugênio e Margarida, eu me pergunto se a sucessão de eventos que levou a este trágico fim foi obra do destino, que mais uma vez deu provas de sua inevitabilidade, ou se foi resultado apenas da falta de convicção e coragem de Eugênio para enfrentar os obstáculos que o arrastaram para longe de Margarida, condenando ambos à infelicidade.
Sendo sincera, esta talvez não seja uma dúvida real... Acredito que a segunda opção seja a verdadeira justificativa...
Ademais, é uma excelente obra, apesar de bastante rápida e curta.