maymenlei 11/02/2024
Por uma reforma educacional URGENTE!
?Um bom livro resiste às escolas, e este leva ao pé da letra a resistência.?
Parece que todos que leram esse livro no último ano foram motivados pela lista de leituras obrigatórias da Unicamp, e eu não escapei dessa trajetória (quer dizer, mais ou menos, levando em conta que eu resolvi fazer a leitura depois da prova e meu foco nos vestibulares não era a Unicamp ? culpa dela própria por não ter o meu curso!). De qualquer forma, foi a vida de vestibulanda que me apresentou aO Ateneu.
Minha visão do livro é um pouco deturpada pelo fato de que eu não podia esperar para dizer que tinha acabado. A linguagem é realmente complexa muitas vezes, tanto devido à época, quanto à capacidade insana de descrição de Raul Pompéia. Apesar de cansativo, o livro retém passagens lindamente escritas e reflexões interessantes e bem feitas sobre educação, política e arte.
Em relação à narrativa, a partir dos 40% comecei a ficar extremamente entretida. Vi alguém dizer que O Ateneu seria um dos primeiros livros ?coming of age? e, salvo as diferenças históricas, acho que isso faz muito sentido. A narrativa não tem um curso exato, mas se ancora em acontecimentos marcantes e mundanos da vida do protagonista, analisando os relacionamentos dele com diversos personagens enquanto ele cresce e tenta descobrir sua identidade e seu lugar no mundo.
O final é extremamente simbólico e construído durante os capítulos de forma nada previsível. Raul Pompéia narra o apogeu e a queda (literal e figurada) de uma figura autoritária que representa um modelo de educação cínico e indiretamente violento que com certeza marcou a juventude do autor. Definitivamente merece ser um clássico da literatura nacional.