Yuri.Nogueira 14/05/2024
Fantástico! Nota Mil!
Todo aquele que, por instante, ouse conhecer, questionar, sugerir, já teve de lidar com o incompreensível retorno de "arrogante" ao expressar uma ideia minimamente própria.
Estonteado, e sem ter convicção se deve ouvir e atender à alegação do outro - que hipoteticamente com seu caráter se importa, e por isso tal alegação o atribui, como modelo de advertir paternalmente, embora seja tão somente a expressão de satisfação egóica, mesmo que mínima e momentânea, em declarar uma superioridade que a princípio instrui, mas que subliminarmente visa submeter e classificar - ou se deve acreditar no próprio caráter e no sabido desejo de conhecer, o prodígio em dúvida começa a comparar obras, criações, matérias, pensamentos, e a todos submete esta definitiva navalha: sou de fato arrogante, como a mim foi direcionado, e a isso devo reflexão, ou efetivamente tenho ousadia alegre em questionar se, tal obra que encaro, poderia eu mesmo ter a capacidade de igualmente conceber?
Dentro de isolada síntese, o prodígio começa a perceber que, apesar de muito a melhorar, muito do que se encontra não é único e insubstituível, mas replicação já replicada, para a qual o primeiro estágio de disciplina corporal, espiritual e temporal, já bastaria para tal obra conceber. Eis o primeiro estágio da criatividade.
Existem, entretanto, aquelas obras que o prodígio, na sua mais humilde e invariável consciência, declara jamais ter a capacidade de criar ou reproduzir. Fato tal que gera no prodígio teores sublimes de admiração, pois como pode haver alguém que tal obra tenha concebido? Mesmo que as ideias não se mostrem indubitáveis, inconcebíveis, inacessíveis para o comum homem, como pode uma'lma tê-las concatenado de forma tão rememorável, de modo a, através delas, não se entregar à natureza do esquecimento constante, de tal maneira que a expressão dos concatenados ensinamentos mais soem como um manual de fábrica vindo de um universo superior, do que um simples livro esquecido.
Esse livro, é pois, um desses. Inconcebível.