Monica Quintal 07/01/2024
"Britt-Marie não suporta bagunça. Uma gaveta de talheres desorganizada está no topo de sua lista de pecados imperdoáveis. Para ela, o dia começa às seis da manhã, porque apenas lunáticos acordam mais tarde. E ela não é passivo-agressiva. De forma alguma. Acontece que às vezes as pessoas interpretam suas sugestões construtivas como críticas, o que certamente não é a intenção. Britt-Marie não é do tipo que faz julgamentos ? não importa quão mal-educadas, desleixadas ou moralmente duvidosas as pessoas possam ser.
Mas, por trás do jeito socialmente desajeitado, exigente e intrometido há uma mulher cheia de imaginação, com sonhos maiores e um coração muito mais afetuoso do que qualquer um ao redor dela é capaz de perceber.
Quando Britt-Marie resolve deixar o marido infiel para trás e se virar por conta própria na cidadezinha "onde Judas perdeu as botas", também conhecida como Borg ? sobre a qual o maior elogio que se pode fazer é que é construída ao longo de uma estrada ?, ela está mais do que despreparada. Contratada para cuidar de um centro recreativo prestes a ser fechado, a meticulosa Britt-Marie precisa lidar com pisos enlameados, crianças indisciplinadas e um rato (literalmente) como colega de quarto. Ela se vê envolvida no cotidiano dos moradores locais, uma estranha variedade de canalhas, bêbados e desocupados ? e um policial boa-pinta que mal consegue esconder seus sentimentos pela recém-chegada. E, para completar, a ela restou a impossível tarefa de treinar e conduzir um time infantil de futebol sem o menor talento rumo à vitória."
Gente, esse autor NUNCA decepciona, é impressionante! Esse é o quarto ou quinto livro dele que leio e me deixa impactada, emocionada e de coração quentinho.
Os personagens são totalmente cativantes, mas o mais bonito aqui são as relações construídas. Que coisa mais linda é acompanhar Britt-Marie, com seu jeitinho único, encontrando a si mesma, em meio a um lugar com habitantes tão incríveis e carismáticos quanto Borg.
A leitura é muito tranquila, muito leve e divertida. A escrita do Fredrik Backman é perfeita, intercalando momentos de leveza e risadas, com mensagens, trechos para reflexão e passagens tristes. E AMEI a referência ao futebol, especialmente depois de ler "Things My Son Needs to Know about the World"! Eu sou obcecada com a forma que ele inicia os capítulos, com uma frase "fora de contexto" ou uma mensagem, que ele simplesmente amarra com a história no final do capítulo!
Recomendo a leitura, vale MUITO a pena!
"? Se você pode ser ouvido, então você existe.
[...]
? Estou aqui."
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