Resenhas - Traída

Chamadesay 16/12/2019

Natasche Costa
Traída é o segundo livro da Natasche que eu leio e o primeiro que resenho. Ler livros nacionais tem sido minha meta em 2019 e estou conhecendo – e me apaixonando – por autores, personagens e histórias incríveis.

Catarina, a protagonista, é aquela mulher que, infelizmente, todos iremos conhecer na vida: viveu anos em um relacionamento falido, mas pensando na família, nunca teve coragem de terminar tudo. Quando ela é traída e o fim realmente acontece, Cat acaba assumindo a culpa em alguns momentos.



Após o término, ela se torna uma mulher infeliz e depressiva que precisa de remédios para dormir. Sua existência, que antes era reduzida a cuidar da casa, dos filhos e do marido, vai se perdendo aos poucos e somente os filhos são seu motivo de ainda levantar da cama. A falta constante de Davi, seu ex-marido, e o rancor de não ter conseguido manter o casamento a consome como uma chama.

Quando tudo parece perdido para ela, sua melhor amiga a faz se reerguer arrumando um novo emprego e a convencendo a mudar de casa para deixar tudo para trás. Ela também convence Cat a utilizar um aplicativo de namoro.

É no aplicativo, inclusive, que Cat conhece Daniel, um homem que também foi traído e terminou o casamento.

Com um novo emprego, uma nova casa e um novo crush, Catarina começa a renascer.

Natasche soube trabalhar muito bem as fases de transição da Cat: o luto e a depressão pós término, a aceitação e o renascimento.

Esse último foi o mais empolgante. Vimos uma esposa submissa acordar para a vida. A cada página lida, era possível perceber o amadurecimento da Cat, que foi se transformando em uma mulher forte, determinada e dona de si e de duas vontades.



Muito receosa em começar um novo romance, também vimos no Daniel um homem que entendia as dores da sua companheira e estava disposto a esperar o tempo dela e seguir seu ritmo.

O cão arrependo também foi bastante satisfatório. Ver o Davi correndo atrás da Cat e se remoendo com o final feliz dela, foi uma delícia!

A coincidência gostosa da história também foi ótima. Apesar de parecer forçado, aqui no Rio as coisas realmente são assim: todo mundo conhece alguém que conhece o outro alguém de algum lugar. E é super possível você ouvir muito sobre uma pessoa que é irmão de uma amiga e só conhecer essa pessoa milênios depois. Sério, é surreal. Aqui parece que todo mundo conhece todo mundo ao mesmo tempo que ninguém se conhece.

A descrição dos ambientes em Traída é excelente. Eu sou carioca e toda vez que a personagem descrevia algum local, eu sorria por saber exatamente do que ela estava falando. Talvez para quem não é carioca isso não seja tão positivo, mas eu acho fantástico. Essa forma de descrever os lugares nos faz mais próximos da história e isso é uma marca da Natasche.


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