A Nova Idade das Trevas

A Nova Idade das Trevas James Bridle




Resenhas - A nova idade das trevas


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regifreitas 26/08/2020

A NOVA IDADE DAS TREVAS: A TECNOLOGIA E O FIM DO FUTURO (New Dark Age: Technology and the end of the future, 2018), de James Bridle; tradução Érico Assis.

Em A NOVA IDADE DAS TREVAS, cada capítulo é praticamente um ensaio independente, mas todos eles estão relacionado com o tema central da obra: a tecnologia e a sua cada vez maior onipresença no nosso dia a dia. O que constantemente é alardeado como a solução para grande parte dos problemas humanos acabou nos levando a uma nova série de questionamentos antes inimaginados. Assim, à medida que vão se multiplicando as intervenções envolvendo tecnologias, o entendimento humano sobre essas tecnologias já não alcançará a complexidade de sua lógica e funcionamento. A esse fato, o autor denomina de “a nova idade das trevas”, quando passamos a ser conduzidos às cegas para uma realidade que nos é incognoscível.

Trata-se de uma obra exigente para o seu leitor, principalmente para aquele que não está situado dentro das áreas de conhecimentos específicos tratadas pelo autor. Em alguns casos tive que pesquisar à parte sobre os fenômenos tratados, para poder me localizar e entender melhor o raciocínio conduzido por Bridle. A princípio, algumas das reflexões suscitadas parecem sequer se relacionar com a temática principal. Só depois, conforme o autor vai desenvolvendo sua argumentação, elas começam a fazer sentido. E não coloco isso como um ponto negativo, pelo contrário. O autor não se apressa, ele contextualiza devidamente tudo o que será necessário para ligar e aprofundar as questões tratada naquele capítulo mais adiante.

Foi uma leitura que demandou mais tempo do que o normal. Provavelmente retornarei a ela para rever alguns pontos que não ficaram tão claros. Mas foi desafiador e instigante!
Douglas 02/03/2021minha estante
Ótima resenha!


regifreitas 03/03/2021minha estante
grato, Douglas!




Rafael_Santiago 17/03/2021

Uma discussão necessária mas impopular para a maioria
O livro constrói pouco a pouco uma narrativa do que viria a compor um novo período de apagão criativo na humanidade. Sendo um dos principais gatilhos disso a tecnologia, sobretudo da informação. Constantemente, o autor usa de motes a partir de narrativas, à primeira vista, desconexas com o tema principal e vai criando a ligação. Em alguns momentos ele tem sucesso, em outros momentos ele falha, por forçar muito a barra e dar ares épicos de Viagem ao Centro da Maionese.

Um dos pontos positivos do livro é apresentar -- em alguns momentos -- as tecnologias da informação, IA, Big data em geral, como uma parte que pontencializa um problema mais vasto, crônico e inato da natureza humana. Quase todo texto ou discurso banal atual (2021) que levanta os malefícios da Internet, IA assumem que o ser humano é perfeito e está sendo profanado pela tecnologia: uma consciência própria, nefasta e não humana agindo nas brumas e corrompendo o mundo, por erros ou simplificações extremas em sua implementação. Esse entendimento é muito leigo e ingênuo. Já vi jornalistas, comunicadores, filósofos, entre outros com esse tipo de discurso bem raso e de senso muito comum, indicaria esse livro para que eles comecem ensaiar mergulhos mais profundos no que seria o cerne real do tema. Infelizmente o livro às vezes falha, caindo no entendimento comum e reducionista, ironicamente o livro constantemente ataca a ideia geral do reducionismo, mas cai em momentos reducionistas também.

Pontos importantes que ele aborda: Reducionismo (até onde consegue), negacionismo, academicismo que eletiza a ciência e a afasta das massas que abraçam pseudociência por conta dessa carência imposta por uma "casta" que quer apenas publicar em um limbo mesmo sem uma real e interessante questão científica para discutir, conspiracionismo, privacidade e manipulação.

Depois de ler o livro a questão que me fica é: a nova idade das trevas é realmente nova ou é um estar na sociedade desde que o mundo é mundo -- nesse caso, mal-estar --  e que qualquer pequeno avanço vem depois de muito ostracismo de boas ideias e posterior luta de poucos em resgatá-las? Imagina um vaga-lume aqui e outro ali tentando iluminar uma noite inteira, teria como essa constante e secular noite virar dia um dia e nunca mais anoitecer? Eu penso que não. Vaga-lumes não são eternos e nem tampouco incorruptíveis. Talvez esse "chiaroscuro" faça parte do processo, ao mesmo tempo que uma parte nega sua parte antagônica, ela valida sua própria existência por meio dessa mesma negação. E vamos nós humanos surfando nessa senóide doida de nossa própria existência em algo maior em que nossa falta enquanto raça não faria nem o mínimo de cócegas.
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Daniel Muniz 07/09/2020

A nova idade das trevas...
Um belo livro falando sobre as consequências da tecnologia e de seu uso indiscriminado num futuro não tão distante, aliás, num futuro já quase presente. O livro fala bastante sobre os algoritmos de redes sociais como YouTube, Facebook e como esses algoritmos estão criando anomalias e fake news no mundo inteiro. Tudo baseado e com referências científicas. Não há como negar que, caminhando da forma como caminhamos, o futuro parece realmente nos levar para uma nova idade das trevas...
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Gustota 14/06/2022

Tecnoapocalíptico sem muito a acrescentar
É muito engraçado como em 2010 as redes sociais e a tecnologia eram incensadas como salvadoras da pluralidade e democracia. Lembram da Primavera Árabe, do Occupy Wall Street, do 15M e de Junho de 2013? Do fenômeno de crowdsourcing e tudo o mais. Minha geração viveu seus vinte anos nessa época. Mas de uma década pra outra nenhuma promessa se cumpriu e, muito pelo contrário, vemos uma desintegração institucional e ambiental muito em função da fragmentação informacional. O problema é que, da mesma forma que surgiram centenas de milhares de livros pintando a salvação pela tecnologia na década passada, agora pintam centenas pregando o fim do mundo, da democracia e da humanidade. Esse livro é bem esse caso. Cada capítulo trata de um tema controverso das consequências da tecnologia humana, do aquecimento global aos vídeos feitos para prender atenção de crianças no Youtube. Achei o livro fraco primeiro porque ele une esses temas sem uma relação conjunta além de serem artefatos tecnológicos. Segundo porque promulga essa ideia sensacionalista a la Black Mirror de que somos vítimas passivas desses fenômenos. Acredito que o livro tem um ou outro lampejo de temas interessantes, como nas teorias conspiratórias, mas é dum determinismo apocalíptico pouco recomendável pro jornalismo que se pretende.
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Carol 16/04/2020

Amei
Reunindo estudo acadêmicos e pesquisas o autor nos trás a reflexão não apenas do tempos em que vivemos hoje em dia, como pra onde estamos caminhando... Foi pra mim uma importante leitura a respeito dos nossos comportamentos na sociedade atualmente...
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