A morte e o meteoro

A morte e o meteoro Joca Reiners Terron




Resenhas - A morte e o meteoro


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NazaSicil 16/04/2024

Distopia ou futuro sombrio iminente ?
A Amazônia está devastada. Já começa estarrecedor daí: distopia ou um futuro sombrio iminente ?

Sobraram apenas cinquenta componentes da tribo indígena Kaajapukugi. Só homens, sem mulheres ou crianças. Fadados à aniquilação da sua cultura. É uma tribo ficcional, mas poderia ser realidade.

Com a destruição da Amazônia, a tribo perdeu a possibilidade de subsistência na sua terra natal e precisam ser conduzidos, na condição de refugiados políticos, a um santuário no México.

Os Kaajapukugi viviam isolados, sem contato com o homem branco, pois o consideravam como o Grande Mal.

Há um antropólogo brasileiro e um antropólogo mexicano cuidando dessa intermediação migratória.
Só que o indigenista brasileiro, Boaventura, morre de um infarto e o antropólogo mexicano, o narrador, acaba ficando responsável por concluir a missão.

Depois de morto, através de um vídeo, Boaventura conta tudo para o nosso narrador. Gente, que reviravolta ! Trechos que me deixaram pasma ! Abuso, violência, crueldade ! Até que ponto a ajuda do homem branco é destrutiva ?

E que final !!! De arrepiar !!!

É um Brasil futurístico ou um quase agora ?

Ainda temos tempo de voltar atrás ?

Excelente livro !!! Crítico, mordaz, sarcástico, contundente.

? "Me flagrei pensando naquilo que Einstein afirmou, de que o fato de nos percebermos como indivíduos não passa de mera ilusão de óptica. Minha cabeça esvaziou, disse Boaventura...fiquei com a sensação de ser ninguém."

? "No fundo, desejava ser um selvagem como aquele que disparou seu arco contra mim, com suficiente livre-arbítrio pra decidir se um homem devia viver ou morrer, sem obedecer a ordens de ninguém."

? "Nos meses que viveria ali, eu atingiria o que tanto havia almejado: seria invisível, e minha humanidade, ou o que ainda restava dela, seria apagada sem deixar sombra."

Super recomendo ?????
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Evandro199 31/12/2023

Ficção científica diretamente do coração do Brasil.
Uma estória sobre o luto, sobre desesperança, sobre extinção e sobre ciclos.

Em algum momento do futuro, próximo ou nem tanto, acompanhamos um funcionário de uma organização indigenista mexicana em em seu esforço de realocar os Kaajapukugi, uma etnia de um povo amazônico que chegou a beira da extinção, seus cinquenta integrantes, todos homens, para Oaxaca, no México, devido o fato da Amazônia estar praticamente acabada, e o modo de vida dos tais índios ser destruído com ela, além da perseguição dos mesmos sofrerem.

Porém as coisas começam a ficar interessantes, muito interessantes, quando começamos a aprender sobre os kaajapukugi, sobre o Tinsaánhan, sua noção de pós vida, o livro ganha um ar de ficção científica que não teria como eu sequer mencionar sobre sem estragar a experiência.

Uma das melhores experiências do ano. Uma leitura macabra carregada de mistério, curta porém impactante.

Apenas leiam.
Bruna 11/03/2024minha estante
Já li ?




Eaisagui 28/12/2023

Cheio de reviravoltas que te fazem ler de novo só pra ter certeza que não entendeu errado. É uma leitura pesada, mas bem rápida. Vale a pena pra quem quer ler algo diferente e surpreendente.
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Eduarda1265 09/10/2023

Minha mente explodiu!
Definitivamente não estava esperando por tamanha experiência! Uma obra que definitivamente ficará enraizada em minha mente por um longo tempo.

Recomendo a todos que queiram ficar assim como o emoji: "?".

O livro é composto por elementos de crenças indígenas, abarcando sua cultura e cosmogonia e entrelaçando isso com o cotidiano atual da sociedade urbana.

Prendendo o leitor do começo ao fim, essa obra é ideal para aqueles que queiram apreciar de uma ótima distopia nacional, com cenários incríveis, personagens interessantes e um universo inexplicável pronto para ser aventurado por quem lê.
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@cacaleitura 20/09/2023

NU!!!!!
Esse livro saiu um pouco do meu padrão dos livros que eu normalmente leio. Mas, como estou com a meta de ampliar minhas opções na literatura e sair dos meus tracionais livrinhos, essa obra caiu como uma luva.

um livro completamente viciante que se passa em um futuro distópico. Amazônia, indígenas, natureza, colonização, destruição do planeta e a crueldade do homem branco são alguns dos tantos temas abordados.

O livro é como um diário, dividido entre os dois personagens principais, sem muito diálogo e com narrativas que transportam, tive a sensação (em muitos momentos) de estar lendo um livro baseado em fatos reais. apenas leiam! mt bommmmm!!!!!!!!
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Liane Duarte 17/06/2023

Esperava mais. Não é que seja ruim, só diferente do que imaginei. (essa mania do skoob de não aceitar resenha pequena)
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Ricardo.Borges 15/06/2023

Que boa surpresa
Uma história deliciosamente complexa, surreal, com ingredientes futuristas mesclados com povos indígenas e algumas de suas tradições que, acredito, parecem se amazônicas.
Repleto de detalhes sensacionais (uma das maiores qualidades do autor) muitas das passagens incríveis ?imitam? a vida real e, várias vezes, me peguei pensando se aquilo era imaginação do autor ou algum objeto de estudo? mas, no final, é a delirante leitura que fica reverberando na cabeça!

?Esses índios matavam outros índios sem nenhum problema, faziam isso pra sobreviver e, certamente, já se matavam entre si antes de Cabral pousar suas tamancas por aqui. O assassinato não é intransigência dos europeus, nunca foi, somente a crueldade.?
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Thayssa.Tannuri 16/08/2022

Recorde de livro mais sofrido para terminar do ano. A temática é interessantíssima, mas definitivamente não é meu estilo de narrativa. Pra mim foi extremamente difícil acompanhar a linha do autor...
Alê | @alexandrejjr 12/07/2023minha estante
Achasse muito confuso o estilo do Joca, Thayssa?


Thayssa.Tannuri 12/07/2023minha estante
Nossa, neste livro achei demais... Parecia que era eu quem tinha tomado ayahuasca e tava tentando ler e entender rsrs Mas é interessantíssimo!




Nadine 20/12/2021

Sabe aquele livro que por um acaso atraiu sua atenção na livraria/site e você decidiu comprar sem nem saber do que se trata? Sabe quando você lê um livro assim e agradece à providência por ter colocado esse livro no seu caminho? Foi isso o que aconteceu com "A Morte e o Meteoro".
Alê | @alexandrejjr 12/07/2023minha estante
Mas por quê, exatamente? Saberia dizer depois de tanto tempo, Nadine?




Leonardo.Lenner 16/10/2021

Genial, inventivo e assustadoramente atual
"A morte e o meteoro", do Joca Reiners Terron segue a linha narrativa característica do autor: um realismo mágico que aponta para as possibilidades tenebrosas de nossa atualidade. Seguindo este mote, o livro acompanha todo um conjunto de situações envolvendo um futuro apocalíptico, no qual os 50 remanescentes dos Kaajapukugi - uma nação indígena fadada inevitavelmente à extinção - buscam refúgio político junto ao governo mexicano; a misteriosa morte do sertanista Boaventura, principal mediador do processo de asilo dos Kaajapukugi e profundo conhecedor de sua cultura; e os tormentos familiares de um antropólogo (que dá voz à história, tentando ligar seus pontos aparentemente desconexos até seu surpreendente final).
Para além de seu enredo intrigante, esta novela trata de assuntos fundamentais ao nosso presente, igualmente tenebroso, como: a prática de extermínio sistemático das comunidades indígenas no Brasil (que se estende desde o período colonial até nossos dias), paralelamente à destruição intencional do bioma amazônico por parte de elites do agronegócio, endossadas por um governo opressor.
"A morte e o meteoro" vale cada segundo empregado em sua leitura!
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Felipe.Camargo 23/05/2021

A morte e o meteoro - uma distopia indígena
O Brasil possui vários talentos na literatura, pena que eles têm pouco espaço e são negligenciados pelas editoras... esse é o caso do Joca.
O livro é bem doído, conta a história dos kaajapukugi, uma etnia indígena que está prestes a ser extinta no Brasil e consegue uma espécie de exílio político no México, auxiliados por um antropólogo mexicano, designado a tal função por um defensor da etnia que acabara de morrer. A estória, uma distopia indígena com pitadas alucinógenas, nos faz ligar a luz de alerta, ainda mais com a necropolítica voltada para as populações nativas que tanto estão sofrendo em nosso país. Vide o caso dos Ianomamis na região Norte, que estão sofrendo com o extermínio dos garimpeiros e das doenças levadas pelo homem branco e o fechar dos olhos do Governo Federal.
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Lucy 20/12/2020

Meu imaginário pessoal agradece
Este livro me chamou atenção pela capa, nome e resenha. E ele continha uma bomba dentro.
Faz um tempo que eu li e eu sei que ele vai perdurar no meu imaginário por muito e muito tempo!
Se eu pudesse agradecer pessoalmente ao autor, pela graciosa obra que ele nos deu, o faria.
A delicadeza, apesar da sua dureza, com que foi escrita, é lírica no cerne da constituição da sua narrativa, mas mas não nos seus diálogos, em cada detalhe, em descrições... nisso, você vai ver um pouco de visceras.
Que livro...
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Euler 11/08/2020

Estar diante de um projeto Grandioso de romance é sempre um aprendizado porque além da história que te envolve, eu fico tentando ver sua estrutura e suas articulações. A morte e o meteoro tem várias coisas interessantes, primeiro a ideia de um futuro "distópico" que já é um presente real, nós humanos estamos destruindo o planeta após destruirmos as populações originárias que sabiam cuidar desse planeta. O protagonismo dado aos indígenas representado pela tribo indigena ficctícia kaajapukugi, que seus remanescentes, todos homens, após a destruição de suas reservas - projeto em atividade e acelerado pelo governo atual- solicitam asilo político em Oaxaca no México. E a narração dupla, do velho antropólogo brasileiro Boaventura que acaba morrendo nesse translado e do funcionário mexicano que acaba tendo que negociar a situação pós-morte de Boaventura. Além da presença de um movimento indígena de resistência metropolitana, algo que eu fiquei querendo conhecer mais, porque deve existir. O fluxo da escrita consegue trazer diversas ações que faz com que a narrativa avance sem depender unicamente da ideia de um personagem, mas sim de um cenário apocalíptico estabelecido, onde para além de pensar o humano na individualidade, pensamos que sociedade criamos, uma sociedade que nos faz pensar que nunca fomos humanos de fato. E o que mais gosto, é a desconstrução do homem branco salvador, que na narrativa se revela como Grande Mal, nos dando a certeza que a única forma desses povos originários de libertarem é se isolando porque qualquer contato, mesmo mascarado de bondade, traz estragos gigantes. Há mais coisas nesse livro que não cabem nesses caracteres e que talvez eu não consiga dimensionar agora, porque a leitura ainda reverbera forte aqui. Apenas leiam. #DEFENDAOLIVRO.
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Matheus 18/07/2020

Distopia antropológica e cósmica
Achei o livro bom, mas a construção do cenário distópico e um par de passagens o impedem de ser melhor - ou eu no auge de minha ignorância não as compreendi.

De toda sorte, logo de início a tentativa de construção do futuro próximo distópico me incomoda por não passar ser verossímil, parece que foi assim somente por que o autor quis (e isso não me soa suficiente) e não por que há possibilidades de assim ser de fato.

A história é bastante original e a leitura não é fácil, mas vale a pena. Coloca a nossa frente nossas limitações e potências suprimidas - para bondades e males.

Com uma mistura de prognóstico e alerta, de antropologia e cosmologia, de não linearidade do tempo e das limitações do estilo de vida que adotamos - como todas essas coisas já não estivessem bem misturadas a ponto de não distinção -, a boa narrativa do livro nos deixa pensando sobre nós mesmo enquanto sujeitos, enquanto especie e enquanto poeira cósmica animada.

Uma passagem:

"Assim, a busca por comida, o trabalho na roça, os dias e as noites nos quais eles observavam as estrelas com atenção sobrenatural, concentrados no silêncio dos espaços infinitos, como se ao fazer isso demonstrassem que o privilégio dos mortos é não morrer mais, não passavam da véspera do instante dolorosamente adiado no qual por meio do tinsáanhán superariam os limites do plano tedioso representado pela vida."
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Adriano 26/02/2020

Distopia amazônica
Distopia que se passa em um futuro não muito distante da bossa realidade.
Em determinado momento não é possível saber o que vai acontecer.
Recomendo outro livro do Joca Reiners Terron
"A tristeza extraordinária do leopardo-das-neves"


Sinopse
A Amazônia praticamente acabou. O que resta é insuficiente para abrigar os kaajapukugi, uma tribo isolada que se vê diante da própria extinção. As informações que temos a seu respeito vêm de Boaventura, que dedicou sua vida a protegê-los do homem branco. Com a iminência do fim, o sertanista quer transferi-los para o México, onde serão recebidos como refugiados políticos
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