Wild Cards: O Começo

Wild Cards: O Começo George R. R. Martin
George R. R. Martin




Resenhas -


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Naty__ 13/03/2020

Presenciei inúmeras resenhas negativas da edição anterior deste livro. Estava bem ansiosa para ler quando lançou pela editora Leya. Imaginei que minha opinião sobre ele seria diferente da grande massa. Antes, o livro nada mais era do que um amontoado de autores com uma série de contos e, muitos, deixaram a leitura arrastada. Nesta edição atual, algo mudou.

Um vírus alienígena atinge a Terra logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, algumas pessoas com poderes incríveis ou deformidades abomináveis, e transformando para sempre o rumo da história. Os que possuem superpoderes físicos ou mentais são chamados de ases, enquanto as pessoas afligidas com habilidades ou características bizarras são denominadas curingas. Como sempre, existem aqueles que usam seus poderes para beneficiar a sociedade, enquanto há outros que apenas se preocupam em benefícios próprios.

O livro conta a história da humanidade, quando um meteoro atinge Nova York e libera um vírus alienígena. Esse vírus é chamado de Carta Selvagem e tem o poder de alterar o DNA dos seres humanos matando 90% dos que têm contato com ele. Ainda, 9% dos indivíduos acabam sofrendo mutações e possuindo poderes sobrenaturais.

A humanidade tem o objetivo de recuperar seu equilíbrio. Enquanto ases viram heróis nacionais e estrelas de cinema, os curingas são marginalizados e relegados à miséria. No entanto, nem todo ás usa seu poder para o bem, e no Bairro dos Curingas os ânimos estão esquentando – e uma revolta parece prestes a explodir.

Wild Cards dá início à série editada por George R.R. Martin. Não é novidade para ninguém quem ele é e o que ele já fez (e ainda faz). Acredito que esse fator seja predominante para a editora estampar tão grande o nome dele na capa do livro. É exagero? Você pode até achar que sim, eu particularmente não suporto nome de autores maior do que o título do livro, mas entende-se a jogada para chamar atenção.

Tive a oportunidade de ler a obra anterior, como disse, e percebi claramente a diferença no texto. Martin apenas edita o livro que foi criado por outros autores de ficção fantástica, mas é possível notar um avanço na qualidade da obra. Antes, a história apresentava uma quebra no ritmo da leitura, acabava deixando o leitor desgastado e cansado. Por ter muitos autores, grande parte da obra, na primeira edição, ficou desconexa, o que não acontece neste. Talvez pelo fato de apenas um autor ter editado (e que autor!), as coisas mudaram de rumo e tudo passou a se interligar mais, a casar os personagens e abraçar a trama.

Outro ponto positivo que achei incrível foi a ideia para a criação do livro elaborada por Martin. O intuito era criar um universo semelhante a um jogo de RPG. Os que jogam, certamente, irão se interessar pela obra desde o início. No meu caso, nunca joguei, mas tenho um pouco de conhecimento e acho interessante, pretendo jogar um dia. Essa obra é um grande incentivo para quem nunca embarcou nesse universo.

site: http://www.revelandosentimentos.com.br/2020/01/resenha-wild-cards.html
Angela Cunha 13/07/2020minha estante
Ruim quando algo com tanto nome, acabe não se tornando aquela obra marcante. Acho que vai muito também de ler o nome de George ali. rs Sendo que ele apenas editou o livro.
Ficção científica já não é algo de fácil entendimento e se não for bem escrito, pior ainda!
Não digo que não lerei,mas ao menos, vou saber onde estou entrando.. rs
Beijo


Michelle 18/07/2020minha estante
Nem sempre nome e fama do autor tornam o livro bom não é?




Karini.Couto 24/11/2019

Confesso que o que mais me chamou atenção foi obviamente o nome do autor, afinal George R. R. Martin é um nome amplamente conhecido por sua desenvoltura e escrita que conquista e arrasta muitos leitores!


Falando um pouco sobre o que li:


Uma espécie alienígena resolve que vai testar sua mais nova arma biológica na terra, com isso um criminoso acaba interceptando a arma e ameaçando a cidade de Nova York e como em toda jornada onde temos um antagonista temos um adversário que é nosso mocinho e tenta salvar o dia; se trata de um herói da Segunda Guerra Mundial; mas com todos os esforços, em 1946, um vírus chamado Wild Card foi liberado nos céus de Manhattan mudando tudo para sempre!


Cerca de 90% dos infectados morreram instantaneamente, enquanto 9% desenvolveram deformidades que os incapacitam ou anormalidades que ficaram conhecidas como "curingas". Apenas 1% desenvolveu poderes raros como dos super heróis dos grandes quadrinhos e HQs, e assim surgem aqueles que são conhecidos como "ases". Com isso tudo o governo americano resolve usar esses superdotados com propósitos específicos de interesse pessoal, e claro que de alguma forma o tiro as vezes pode sair pela culatra, enquanto os "ases" foram reconhecidos e tornaram-se "especiais", os "curingas" enfrentam desafios inimagináveis para provar a si mesmos e terem também reconhecimento e valia.


Bom, o livro tem uma pegada interessante e ao ler eu descobri que ele foi escrito por vários autores amigos de George Martin famoso por sua série Crônicas de Gelo e Fogo e parece que temos um jogo também baseado nesse livro.


O livro nos apresenta e nos trás nomes como Roger Zelazny, conhecido por sua obra Amber e Senhor da Luz, ele nos conta a história de Croyd que possui poderes que se alteram sempre que ele dorme e pelo que vi, hibernar significa uma grande alteração em seus poderes e com isso nos mostrando que é possível que Nova York tenha se adaptado ao vírus. Quem conta a origem de tudo é Howard Waldrop e essa parte é super interessante e necessária para a ambientação nesse enredo de ficção!


Todos os personagens que pude conhecer nessas páginas foram interessantes, bem delineados e tiveram uma ambientação maravilhosa! Eu sempre fico bem dividida quando se trata de livros com essa pegada alienígena e alguma vezes, como em Wild Card, posso dizer com prazer que li algo intrínseco e muito bem construído! Cada autor que fez parte dessa obra, conseguiu entregar, juntos, um enredo digno e plausível! Estou em êxtase por ter lido algo do gênero que realmente valeu muito meu tempo!


Super recomendo!

site: http://www.alempaginas.com/
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Aécio de Paula 18/02/2020

Wild Cards: O começo. (volume 1)
(Releitura pela editora da SUMA). Para mim, essa é uma das séries de fantasia mais doidas que li até agora. Eu quase abandonei esse primeiro livro, pois fiz uma leitura apressada e achei chata. No meu entender, não é uma leitura para ser devorada, em uma assentada, mas lida de pouquinho, fazendo notas e digerindo toda aquela fantasia. É uma série composta de vários escritores de peso, cada um escrevendo um pedaço, ou conto, e o George R.R. Martin edita tudo e contextualiza. Acho legal esse jeitão descolado e desinteressado das narrações. Preguiça? Como se os escritores dissessem, antes de dormir, de pijama “vou escrever essa porra!” E lendo, falei várias vezes: Que grande **** isso aqui! Do tipo, uma mulher que se incorpora em um vagão de trem. A série é sobre um vírus alienígena que cai sobre os céus de Nova York. As pessoas sofrem mutações das mais bizarras possíveis. Esse é o primeiro da série Wild Cards, publicado pela editora Suma. Fiz uma releitura, pois eu já o li pela Editora Leya. O ruim dessa série ter trocado de editora é que na Leya já tinha sido publicado até o volume 9, e na Suma vai começar desde o início.
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Bianca 23/07/2020

Um mix de estilos
Um livro muito bom com histórias incríveis. Uma mistura de ficção científica, suspense, um pouco de terror, fantasia, pitadas de politica e religião. E o medo e preconceito ao diferente. O livro gera uma mistura de sentimentos em que você em muitas vezes não sabe quem é o mocinho ou o bandido. Mas o final de cada história é sempre surpreendente.
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Rolando.S.Medeiros 29/12/2021

Wild Cards — Análise Minuciosa Conto a Conto

Wild Cards (que será adaptado para a TV pela Universal) é uma série de dezenas de livros que recontam a história da humanidade a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, quando uma nave cai nos Estados Unidos e traz consigo um vírus alienígena.

Esses livros, editados por ninguém mais ninguém menos que George R. R. Martin, são estruturados de forma similar a uma coletânea de contos: cada capítulo é escrito por um autor diferente e narra sua própria história, servindo como plataforma de lançamento para autores promissores, mas ainda aberto aos já consagrados. Os capítulos são organizados cronologicamente, abarcando um grande lapso temporal, e, assim, constroem um estilo chamado de romance mosaico, onde a narrativa é construída sob perspectivas completamente diferentes, mas que, quando reunidas, montam uma história principal.

É uma ideia fascinante, mas que tem seus pontos negativos. O principal deles sendo a disparidade entre alguns contos e a gigantesca variação de tom. Alguns autores trabalham exemplarmente com os temas apresentados, outros nem tanto.

Mas, apesar desse pequeno ponto, O Começo de Tudo é um grande inicio para toda a série, uma ótima uma representação realista dos superpoderes, e também uma reescrição da história americana, com as estórias se entrelaçando com o mundo real ou mutando-o de forma bastante orgânica e convincente.

Esse primeiro livro tende bastante para a política e para o noir. Seus capítulos quase sempre são protagonizados por anti-heróis, e transcorrem em cidades sujas dominadas pelo crime e pela corrupção, enfatizando o cinismo geral que permeia a história, provavelmente inspirado por Watchmen, que saiu no mesmo ano.

Prólogo (6/10): O livro abre com um divertido prólogo, escrito pelo Martin, imitando o estilo do Studs Terkel (radialista considerado o maior exponenciador da história oral norte-americana) apresentando um dos personagens mais importantes de toda a saga: o alienígena Tachyon. Excêntrico, sempre vestindo roupas circenses e de cores vibrantes, Tachyon viaja para Terra para impedir que um vírus criado por sua família infecte a população. Seu plano, porém, falha – devido a sua aparência humana e trejeitos estranhos poucos o levam a sério – e ele decide permanecer no planeta para ajudar aqueles que foram afetados pelo Carta Selvagem. O prólogo, faz um bom trabalho em intrigar e atrair o leitor para a história, além de definir a estrutura geral do livro, preparando para as diversas mudanças de ponto de vista ao longo da história.

Trinta Minutos sobre a Brodway (5/10): Escrito por Howard Waldrop, Trinta minutos sobre a Broadway é insosso, apesar de apresentar o importante ''herói'' pré-vírus, Jetboy, um jovem e famoso aviador que precisa sair da aposentadoria para uma última missão; e também a história de como o vírus alienígena foi liberado nos céus da cidade de Nova York em 1946 mudou toda a história mundial.

A escrita é divertidinha, mas a visão de ''herói americano'' que o autor deixa transparecer é muito teatral (apesar de provavelmente intencional). A missão de Jetboy é impedir o perturbado Dr. Tod de liberar o vírus. Escrevendo a premissa desse jeito parece tornar o conto ainda pior, mas ele não é tão ruim quanto eu faço ele aparentar ser.

O garoto é uma figura importante na narrativa, sendo mencionado diversas vezes ao longo do livro. Os pontos positivos da história além da leveza narrativa, é a maneira com que o autor fundamenta seus personagens em lugares e tempos reais (você entenderá quando ler), e também a sacada de mostrar como os Supers-Heróis substituiram os Pulps dos anos 30 e 40 nas revistas, só que aqui veremos isso acontecendo fora páginas coloridas, com os Àses (explico logo mais) substituindo os Pulps na vida real.

O Dorminhoco (7/10): É Roger Zelazny que de fato abre o horizonte e mostra o potencial que o universo de Wild Cards tem, com a história de Croyd - o Dorminhoco. Um garoto de quatorze anos afetado pelos vírus, mas de um modo excepcionalmente incomum, sua mutação faz com que ele hiberne frequentemente, e toda vez que desperta, transforma-se em algo totalmente diferente. Às vezes ele é um Às (abençoado com superpoderes), às vezes ele é um Curinga (deformado de alguma forma estranha).

O autor utiliza de maneira muito inteligente o personagem para apresentar o mundo, e os eventos imediatos pós liberação do vírus em Nova York; a visão de crianças numa escola esperando o sinal tocar no dia do Prólogo; a lei Marshall em pleno vigor; a quebra da paz pós guerra mundial; a clínica do Doutor Tachyon; e principalmente a adaptação que ocorre no país por causa da chegada do vírus.

É um conto acelerado e divertido, que aborda desde o vício, até a defesa dos direitos dos Curingas, ao mesmo tempo que mostra o Croyd enfrentando os problemas de suas transformações e ganhando a vida como um ladrão.

Ele também descreve bastante bem a aleatoriedade dos efeitos do Carta Selvagem, com muitas descrições das mutações. O autor nos mostra o caos nas ruas de maneira brutal e surpreendente, mas com uma condução leve, e pitadas de comédia, principalmente pelo fato do protagonista ser uma criança forçada a crescer. Temos também o primeiro vislumbre que Wild Cards vai na contra mão das séries de super-heróis comuns, com Croyd tornando-se um ladrão e usuário de drogas. No geral, é uma ótima história para abrir a era pós-vírus da Carta Selvagem.

Testemunha (8/10): É aqui, com Testemunha, de Walter Jon Willians, e logo em sequência, com Ritos de Dragadação, que o livro abraça todo seu potencial, misturando política com super-heróis, e realidade com ficção. Você pode até achar a mudança chata, preferir algo mais apolítico, mas não há como negar que estes dois contos são os mais importantes de todo o livro e formam uma boa base para todas as histórias seguintes.

Logo após o caos inicial da Carta Selvagem, quatro Àses são recrutados pelo governo, e acompanhamos a Ascensão e Queda desses ''hérois''. Há muitos personagens interessantes, e até pequenos arcos de desenvolvimento; como por exemplo, o arco do Garoto Dourado, um ás com poderes semelhantes ao do Superman, mas que arruina sua própria vida não pela falta de força, mas pela falta de tato e integridade como pessoa. Vemos intimamente e entendemos o motivo de Braun ter feito as coisas que fez, mas ao mesmo tempo sentimos seu arrependimento. Mais uma vez, o protagonista não é um herói, ainda que ele desesperadamente deseje ser um, uma história recheada de profundidade e humanidade.

O autor também explora todas as consequências que super-heróis negros, judeus e mulheres têm na preconceituosa América dos anos 1950, e diversas mudanças em aspecto histórico: Àses capturam todos os criminosos nazistas que tentaram fugir para outros países, evitam a construção do Muro de Berlim, salvam Ghandi de um assassinato e subjulgam o exército norte-coreano. Ainda que alguns eventos - não por falta de tentativa - permancem os mesmos: a China continua comunista; e a América do Sul continua infestada de ditadores fascistas.

Os grupos de Àses formado para melhorar mundo, prevenir guerras e resolver incidentes internacionais, logo sofre perseguição dentro do próprio País, tornam-se alvos, e incapazes de combater a corrupção dentro do próprio governo.

Rituais de Degradação (8/10): Este é um complemento muito bom para a história anterior, com uma visão muito diferente das outras apresentadas na antologia até agora, bem mais emocional, principalmente no personagem do trágico e simpático doutor Tachyon, mostrando quem ele é e o que está disposto a fazer.

Somos (re)introduzidos a três personagens, e a maneira que suas vidas e relações um com o outro são utilizadas contra eles: Dr. Tachyon, a instável Às Blythe, e David, outro Às.

A amizade entre os três, e a ligação romântica de dois deles é muito bem desenvolvida, a autora também escreve e usa muito bem o poder da Blythe, narrando com desenvoltura o funcionamento interno da mente de diversos personagens, sem medo de revelar seus aspectos positivos e negativos ou de ir fundo na irreal absorção e simbiose de mentes. Embora o foco se encaminhe para a história trágica de amor, David, O Embaixador, também não é deixado de lado, e se mostra uma parte forte da interessante história. É um conto extremamente triste, mas necessário, e um dos melhores do livro.

Interlúdio Um - Áses Vermelhos, Anos Negros: Um breve mas interessante resumo dos anos após a audiência que declarava aberta a ''caça às bruxas'' moderna contra os infectados pelo vírus. Bem detalhado, revelador e educativo, a caça aos Àses no Interlúdio faz bastante paralelos com história real dos Estados Unidos, uma mistura da chamada onda do ''Medo Vermelho'' da Era McCarthy com a Gestapo de Hitler perseguindo a comunidade judaica.

Capitão Cátodo e o Às Secreto (6/10): Ao tentar cobrir um longo período da história americana, O Começo de Tudo deixa alguns ''buracos'' no seu todo, porém, a edição mais recente do livro tenta corrigir isso com a adição de alguns contos inéditos.

Esse é o caso do Capítão Cátodo, uma história relativamente boa, que se passa na decáda de 1950 e faz um bom trabalho ao se vincular com eventos históricos daquela época. Dessa vez, acompanhamos Karl, um produtor, e vemos a influência do vírus em Hollywood. O produtor tem que esconder sua identidade como um às, ao mesmo tempo que lida com atores mimados, pressões financeiras e o assassino em série Medusa que tem como alvo coringas.

Tudo citado no interlúdio anterior ainda está em vigência na história, a vida infâme dos Coringas, a necessidade de Karl esconder sua habilidade, etc. Os personagens são bem escritos, principalmente a apresentação da senhora invisível Esteller, que é muito boa.

O conto, entretanto, por ter sido inserido depois, não tem tanta liberdade para moldar o mundo como os outros, e serve mais como uma preparação de terreno. Se você for um leitor atento, a história torna-se previsível: a narrativa o leva a suspeitar de um certo personagem o tempo todo, e no final apenas confirma isso. É boa, mas nada além disso.

Powers (7/10): Mais uma das histórias da nova edição, aqui David Levine utiliza como base o Acidente U-2 em 1960, que aconteceu na vida real, e reconta os fatos pela ótica do mundo de Wild Cards. O conto passa uma ótima visão dos anos 60 e da guerra fria, com a corrida armamentista sendo representada pelo arsenal de áses que cada país possui. O Powers do título é um ótimo duplo sentido com o nome do real piloto do U-2.

O protagonista é um analista estatístico da CIA, que se vê no meio de uma operação internacional onde suas habilidades ocultas de Às talvez possam auxiliar a situação. Frank, também conhecido como Cronômetro, é um personagem interessante, cheio de dúvidas e hesitação, mas com um dos poderes mais insanos mostrados até aqui, o de congelar/desacelerar o tempo enquanto ele ainda consegue se mover e realizar ações por até onze minutos, porém, em contrapartida acelerando o seu envelhecimento enquanto usa a habilidade.


O conto sofre bastante do mesmo problema do anterior, por ter sido adicionado depois, são poucas as consequências que ele verdadeiramente causa no mundo do livro, em resumo, o conto é bom, exemplifica bem o tema e tem um ótimo protagonista, talvez sendo o runner up dos adicionados posteriormente, mas falha em interferir de maneira sólida em qualquer um dos elementos ou temas já apresentados nos outros contos.

O Jogo da Carapaça (8/10): Neste conto, Martin não só nos dá uma ótima e divertida historieta, mas também coloca o Tachyon de volta no centro de eventos, estimulando todos os contos seguintes.

A história acompanha o Grande e Poderoso Tartaruga, um nerd tímido que sofria bullyng, fã de quadrinhos e que idealiza os super-heróis. Agora, ele consegue usar poderes telecinéticos, mas apenas quando se sente seguro dentro de sua carapaça: um Fusca quebrado, modificado e blindado. Ele é um Às diria até ingênuo, que acredita que deve fazer o bem mesmo na época que eles estão sendo desacreditados, Tom Tudbury difere bruscamente dos outros Àses descritos até aqui na antologia, e seu amigo Joey, um maluco sessentista durão, além de ser um ótimo parceiro, também é um grande amigo do protagonista.

Temos aqui também uma continuação da "vida" do Dr. Tachyon após os eventos de Rituais de Degradação, e o que aconteceu nos anos intermediários, bem como a introdução de Desmond, Angelical e um vislumbre na vida noturna no Bairro dos Coringas, retratando os diversos abusos que eles sofrem por causa de suas deformidades.

Quando a amiga de longa data do Doutor, Angelical, é sequestrada durante uma invasão em sua boate na Cidade dos Coringas, Tachyon deve trabalhar com o Tartaruga, superar sua dor, recuperar sua sobriedade e redescobrir seu propósito de vida, para salvá-la de ser abusada e asassinada por policiais corruptos em uma comovente história de redenção.

O resultado de tudo é uma ótima narrativa, e um belo exemplo de como a conexão e coesão entre as histórias é um dos pontos mais fortes de Wild Cards. O Grande e Poderoso Tartaruga puxa consigo e detalha o surgimento de toda uma nova era de Àses.

Interlúdio Dois - Clínica no Bairro dos Curingas abre no Dia da Carta Selvagem: George R.R. Martin continua logo após os eventos do conto anterior com esse pequeno enxerto detalhando a nova fase da vida do Dr. Tachyon: a abertura de sua clinica com o nome de Blythe, que pretende ajudar os Coringas fornecendo gratuitamente auxilio médico e emocional.

A Noite Longa e Obscura de Fortunato (7/10): Uma coisa que com certeza não podemos dizer que faltou ao Lewis Shiner é coragem. Ele escreveu talvez a história e o personagem mais insálubre e inquietante do livro.

Fortunado é um cafetão negro meio-asiático, cujos poderes incluem projeção astral, desaceleração do tempo e talvez até telepatia. Mas, ele só pode recarregar suas habilidades por meio do sexo tântrico, absorvendo o poder de seus parceiros, desde que não permita que ele próprio... bem... orgasme.

A coisa escalona e vai ficando cada vez mais estranha, principalmente quando ele mergulha fundo no livro ocultista do Crowley, e tem um vislumbre de utilizar seu poder em uma pessoa morta (sim, é isso mesmo que entendeu, um homem que adquire poder através do sexo utilizando isso em uma pessoa morta) apenas para descobrir descobrir um terror cômisco que provavelmente nunca mais será retomado no livro, não sei se foi uma boa idéia adicionar um conto que envolva o Cthulhu no meio de um livro de super heróis e política. Mas a deixa no final dá a entender que ao menos o Fortunato retornará, o que é no mínimo interessante, pois o personagem é bem peculiar.

Transfigurações (7/10): Apesar de demorar para emplacar, a história do Victor Milan é boa. O conto é sobre Mark, um estudante tentando entender e mergulhar na contracultura da Costa Oeste dos anos 60, já que deve fazer seu TCC sobre drogas psicotrópicas. É uma bela mistura de super-heróis, com o movimento hippie, e o rock n 'roll dos anos 60. Além de mostrar como os comícios anti-Vietnã do final dos anos 60 e início dos anos 70 foram alterados pela presença do vírus Carta Selvagem.

Ele apresenta três novos interessantes Áses: O Rei-Lagarto, um violento manifestante anti-Vietnã que simpatiza com o Presidente Mao e quer desencadear uma revolução. O Operário, um imigrante polonês que sofreu sob o regime soviético e acredita nos valores tradicionais americanos. E Radical, que só quer dar mais uma chance a vibe paz e amor.

Ambas as histórias que se passam nos Anos 60 (Transfigurações e Fortunato) impulsionaram a série em uma direção mais realista. Mas acho que essa funciona muito melhor. É apresentado aqui uma interessante visão da cultura hippe dessa época, com personagens bem definidos interessantes. E ainda termina com uma ótima deixa para os personagens serem utilizados em histórias seguintes.

Interlúdio Três - Wild Cards Chic: Em um ótimo interlúdio que retoma diversos personagens dos contos anteriores, Martin mostra a virada de chave para os Àses, eles estão famosos, Tachyon está feliz, e até possuem o especial e recém construído restaurante Aces HIgh, finissimo, apenas para Áses e seus acompanhantes.

Bem Fundo (6/10): Escrita por Eward Bryant e Leanne Harper, esse conto é literalmente ame ou odeie, disputando com o Fortunato a posição de história mais estranha da antologia, a narrativa envolve guerra de mafiosos, uma mulher que fala com animais, um crocodilosomem e até um vagão fantasma de metro que é senciente. E não me surpreenderia se esses personagens se tornassem recorrentes na série, dado a todo o plot dos Coringas do subterrâneo.

Jack Esgoto é um crocodilo assassino gigante que vive nos metrôs da cidade de Nova York. Nômada é uma senhora sem-teto com a habilidade de se comunicar com animais (mas seu próprio uso de drogas e colapso mental contribuem de modo tão importante quanto a Carta Selvagem ao desempenhar essa habilidade). CC Ryder, que apareceu brevemente em Transfigurações, é uma ativista vítima de estupro que se transformou em um vagão de metrô após ser empurrada nos trilhos. E por fim, Rosemary Muldoon, é filha de um chefe da máfia e se tornou assistente social para se reconciliar com os pecados cometidos pela sua familia.

A história é verdadeiramente uma bagunça, recheada de clichês e esteriotipos, circulando em torno dos personagens sem formar um enredo coerente; coisas demais tentam ser agrupadas, e uma porcentagem dessas coisas agrupadas não são nem ao menos boas ou interessantes. Entretanto, sendo bem honesto, para uma história que envolve todos esses elementos citados, e ao mesmo tempo tenta funcionar por si só e não comprometer demais o universo, Bem Fundo não me parece tão ruim quanto poderia ou dizem ser. Ainda prefiro ela à história inicial do Jetboy.

Interlúdio Quatro - Medo e Delíro no Bairro dos Coringas: O Interlúdio Quatro e as histórias seguintes nos dão bastante insights na política e vida dos Coringas, e nos apresentam alguns Coringas tão interessantes quanto os famosos Àses.

Fios (7/10): Com o Titereiro, um senador democrata que deseja ser presidente, Stephen Leigh faz um ótimo trabalho representado um às-vilão sociopata, com habilidade de manipular pessoas, tornando tudo ainda mais aterrorizante.

O autor consegue fugir dos clichês do gênero de ''super-heróis'', e nem ao menos foca toda a história no personagem central, os protestos políticos que irrompem no Bairro dos Coringas, a ação e o tumulto racial, são tão importantes quanto o Titereiro e servem para nos colocar no olho do furacão; e toda desordem manipulada por essa figura sombria.

Interlúdio Cinco — Trinta e Cinco anos do Carta Selvagem, uma Restropectiva: Literalmente um retrospecto da história, com diversas frases que ficaram marcadas na história do mundo de Wildcards.

“Eles chamam de quarentena, não de discriminação. Não somos uma raça, eles nos dizem, não somos uma religião, somos doentes, então o correto é nos separar, embora eles saibam muito bem que o carta selvagem não é contagioso. A nossa é uma enfermidade do corpo, a deles, uma doença contagiosa da alma.”

A Garota Fantasma Conquista Manhattam (6/10): Mais uma das adicionadas posteriormente, A Garota Fantasma de Vaughn faz um ótimo trabalho ao captar a cena punk do começo dos anos 80 e da Nova York dessa época. A história é agradável, mas praticamente não leva a lugar nenhum, terminando de forma anticlimática ao ignorar alguns conflitos e negar a existência de outros. Entratanto, só o fato da narrativa ser divertida e ter a participação de personagens de contos anteriores, já torna o conto incrivelmente atraente para mim.

Chega o Caçador (6/10): Apesar de possuir inicio, meio e fim bem delineados, O Caçador de John Miller funciona mais como uma apresentação e gancho para próximos livros, com uma interessante história como plano de fundo.

Por causa do vírus Wild Card, o livro se concentra quase exclusivamente em Áses e seus irmãos menos afortunados, Coringas. Aqui, pela primeira vez, temos uma mudança, onde somos apresentados a Yeoman, uma pessoa ''normal'', confundido com um Ás devido ao seu treinamento militar nas forças especiais e seu domínio do kyudo (arco e flecha zen).

Ele é o arquétipo do arqueiro-corajoso-herói; Yeoman, o nosso Oliver Queen, busca vingança, e mesmo sem poderes, deve enfrentar um Às que consegue se teleportar. Ele é um vigilante filosófico, interessante, e Miller o insere muito bem na história, apesar do sabor de quero mais.

Miller está apenas montando seu tabuleiro, e aqui ele posiciona os personagens em seus devidos lugares, preparando-os para o futuro.

Epílogo — Terceira Geração: O Epílogo é um pouco desinteressante, e tenta transmitir a ideia de passagem de tempo, focado no legado de Jetboy. Em contrapartida, o Apêndice é muito bom, e faz um bom trabalho fechando o livro e dando uma visão geral da patologia do Wild Card.

site: Rolando Silva no Goodreads e Takezzo no Medium
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Nathalia184 21/07/2022

Da série "livros que é dificil formar uma opinião na lata", Wild Cards se passa no pós Segunda Guerra Mundial e imagina um mundo no qual um vírus alienígena caiu na terra e causou mutação nas pessoas. Algumas se tornaram Ases e outras, Curingas. Mas para saber o que isso significa, tem que dar uma perseverada na história.

Isso foi uma releitura e acho que consegui pegar mais detalhes aqui do que uns dez/doze anos atrás.

Os "contos" editados pelo George R. R. Martin trazem de certa forma, uma paródia aos super-heróis e também é carregado de crítica social.
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P.F.G. 30/09/2022

O Começo
Ideia incrível.
Tem muita, muita, muita, muita, muita e MUUUUUITA putaria.
Isso tira a graça do livro, pra mim pelo menos?
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