Jane 19/12/2020
Terminei este livro já tem um tempinho, mas não poderia deixar de comentar sobre ele sendo que falei dos outros, principalmente porque esse me proporcionou uma experiência e tanto.
A trama segue a mesma linha do volume anterior: um crime impossível ocorre em um outro planeta e somente o detetive terráqueo Elijah Baley poderia resolver tal situação. Desta vez quem pede ajuda é o Han Fastolfe, um dos responsáveis pelo projeto dos robôs humaniformes que conhecemos em As Cavernas de Aço, e que também é considerado o mais genial entre os roboticistas. Mas ao aceitar este pedido ele deverá agir em Aurora, vulgo o mais poderoso planeta dos siderais, não só para solucionar o caso, como também garantir que os interesses da Terra sejam mantidos.
Apesar de ter mais de 500 páginas, a leitura é muito envolvente e é difícil deixá-la depois que você embarca de cabeça no ritmo da história. Tem seus pontos baixos, como todo o melodrama do Elijah Baley sobre os privativos de Aurora e suas comparações intermináveis quanto aos banheiros dos Planetas Exteriores com a Terra (tenho a teoria de que o Asimov quis encher linguiça usando o mesmo alívio cômico). Mas se você conseguir passar por essa pequena obsessão do protagonista, poderá apreciar uma história de assassinato, que aliás eu acredito que seja o primeiro “roboticídio” investigado na ficção científica, e que tem uma verdade capaz de definir o próprio futuro dos terráqueos.
A resolução do caso é ainda mais interessante e bem mais planejada do que a anterior, o que mostra que Asimov foi evoluindo conforme os anos que se passaram até ele decidir começar esse volume. A forma como ele trabalhou e brincou com as sutilizas das Três Leis da Robótica foi perfeita. Também tem um melhor desenvolvimento tanto do Elijah Baley como do seu relacionamento com o robô Daneel e a volta de uma personagem que eu achava beem chata, mas que aqui até que ficou melhorzinha. Contudo, de longe o personagem que mais me encantou foi o robôzinho não-humaniforme chamado Giskard Reventlov. Estou ansiosa para saber ver mais coisas dele.
E o final é coisa de louco! Conseguiu ser tudo ao mesmo tempo: surpreende, épico e uma homenagem brilhante ao início da saga dos Robôs. Impossível terminar de ler sem ficar com expectativas para o que vem a seguir. Vale a pena demais continuar acompanhando essa trama.
- Obs: o bacana do Asimov é que sempre dá pra ler tudo independente, mas se quiser uma leitura mais completa eu recomendo que leia antes de iniciar esse livro, além dos volumes anteriores, o conto Mirror Image. Recomendo também que leia Eu, Robô e mesmo O Homem Bicentenário pra tornar a experiência mais rica.